Fanfic: Procura-se um Marido - Finalizada | Tema: Vondy [Adaptada]
A noite não saiu como eu havia esperado. Chris não me beijou nem nada disso, mas não tinha sido um
prejuízo total. Aqueles momentos foram preciosos, íntimos demais para simples amigos. Era como se eu tivesse conseguido finalmente perfurar sua armadura e, através dessa pequena rachadura, algo magico nos conectasse. Senti uma vontade louca de contar tudo a ele. Tudo mesmo. Meus sonhos, meus medos, meus problemas, o que Juan havia dito sobre sua carreira, minhas suspeitas em relação a Hector, minhas neuras, as conversas como vovô enquanto eu dormia... Sentia que ser honesta com ele era o melhor caminho para chegar ao coração.
Mas e se ele não entendesse? E se me odiasse por, ainda que indiretamente ter melado sua promoção e colocado em risco sua carreira?
Apressada, me levantei da cama, decidida a arriscar o pouco que tinha conseguido para tentar algo mais
profundo, mais solido e, quem sabe, extraordinário. Eu não aguentava mais viver daquele jeito, como se
me equilibrasse no fio de uma navalha.
Encontrei Christopher sentado ao balcão da cozinha, com uma pilha de envelopes na mão.
- Bom dia, Bela Adormecida. Dormiu bem? - ele perguntou, com um sorriso enorme.
Quase desisti.
Quase.
- Bom dia. Eu preciso falar com você.
- Temos tempo. Por que não senta e toma o café da manhã comigo? - ele puxou o banco para que me
sentasse ao seu lado.
Sentei-me quicando no banco alto. Minha coragem começava a fraquejar.
Chris me passou uma xicara de café fumegante e pão integral. Seu dedo esbarrou na geleia de framboesa. Ele levou o dedo à boca e lambeu, me deixando - por aproximadamente dez segundos - em êxtase. Meu Deus, como meu marido era sexy!
Respirei fundo e tentei começar.
- Chris, eu queria falar com você sobre um assunto muito chato.
- Tudo bem... Ei, olha! – ele exclamou, me mostrando um grande envelope Conglomerado Lima. - O
Hector me convidou para a festa anual do conglomerado! Isso nunca aconteceu antes. Será que significa
alguma coisa?
- Pode ser. O Hector conhece você e o seu trabalho. – Ou talvez queira avaliar mais de perto nosso
relacionamento. - mas voltando ao assun...
- Diz aqui que a minha esposa deve estar presente – ele sorriu, sedutor. Como se precisasse se esforçar para me seduzir – você me concede essa honra? É no sábado.
- Hã... Tudo bem.
- Os diretores de todas as empresas do Conglomerado Lima vão estar presentes. É um pouco intimidador, mas é tradição.
- Eu sei, já estivesse em muitas festas iguais a essa. Na verdade acho que em todas. – Vovô sempre me arrastava com ele, desde pequena. Achava que não havia mal algum em ter uma pirralha correndo de um lado para o outro, melecando com glacê os caros vestidos das mulheres.
- Ah, claro – de repente seu bom humor se foi e seu rosto se tornou duro – Às vezes esqueço que você é herdeira de tudo aquilo.
- Eu só fui a todas as festas porque o vovô era dono de tudo, não eu. Nunca fui convidada realmente. Nem mesmo para a desse ano.
Sua expressão se suavizou um pouco.
- Bom, estou te convidando. Claro, se você não tiver vergonha de aparecer diante de toda aquela gente
acompanhada por um plebeu – apontou.
Demorei um segundo a mais que o necessário para entender. Chris estava nos separando por classe social. Por isso minha voz saiu tão esganiçada quando resmunguei:
-Hein?
- Você é da elite. Os jornais te chamavam de princesa do conglomerado até pouco tempo atrás – ele voltou os olhos para seu café.
- É, eles também gostam de usar o termo garota-problema, e recentemente fui rebaixada a gata borralheira. Eu não sou da elite coisa nenhuma! Nunca fui – falei, nervosa.
- Em breve você vai ter tudo de volta e tudo que era do seu avô e vai assumir o lugar dele – Christopher
comentou, com a voz distante.
- E isso é ruim? – inquiri.
- Não. Claro que não – ele suspirou pesadamente. – Você merece tudo que a vida pode oferecer de melhor, Dulce.
- Eu não tenho culpa por ter nascido rica, Christopher – murmurei.
- Eu sei. O que você estava falando antes? – ele mudou de assunto, visivelmente perturbado. – Sobre o que você queria falar comigo?
- Hã... Eu... ééé... – Fala! Fala logo! Acaba com isso de uma vez por todas! – Eu... O que você acha de
irmos ao teatro um dia desses?
Oh, Deus! Por favor, não permita que mais uma questão me atrapalhe! Por favor, rezei. Não podia haver
mais isso entre nós. Não essa coisa estupida de classes sociais diferentes. Além disso, eu agora era tão pobre quanto ele. Na verdade, muito mais. E Christopher não era pobre de verdade, só não era montado na grana, por assim dizer. E contar para ele que eu contribuía para sua condição social permanecesse como estava não ajudaria em nada, certo?
- Acho ótimo. Você escolhe a peça. Confesso que não tenho ideia do que está em cartaz.
Assenti mordendo o lábio, detestando enganá-lo, o que era o novo para mim. Mentir já fazia parte de
quem eu era, mas com Christopher algo havia mudado.
-Vou... – e apontei com o polegar para meu quarto.
- Eu espero – ele sorriu, mas era um sorriso triste.
Eu tinha que apressar as coisas, tinha que conseguir seduzir Christopher e até imaginava como, ainda que corasse só de pensar no assunto. Combinei com Any de nos encontrarmos depois do expediente para que ela me ajudasse com meu plano de sedução.
Depois do trabalho, Chris me deixou no café, disse que tinha negócios a resolver, mas pediu que eu ligasse caso precisasse de carona.
- Ele sente alguma coisa por você – deduziu Any, depois que narrei a ela os últimos acontecimentos. – Tá na cara que sente. Vamos encarar os fatos, Dul. O Chris é muito certinho. Ele não vai querer voltar atrás com a palavra dele. Vocês combinaram que não iam ter contato físico, aposto que ele vai fazer de tudo para evitar isso. E, obvio, está se sentido diminuído diante da fortuna que te aguarda. Coisa de macho. Supernormal.
- Não acho nada normal. Preciso me apressar, fazer com ele saiba o que sinto por ele, mas sem ser muito direta. Não quero assustar o Chris... muito. Decidi tentar do seu jeito.
- Demorou – ela comentou, tomando um grande gole de capuccino.
- Vou precisar do seu cartão de crédito emprestado. Tô a zero, Any. Desculpa.
- Sem problemas – ela sorriu, animada. – O que vai ser, shopping ou sex shop?
Oh, Deus!
- Não acredito que vou fazer isso – murmurei envergonhada, sacudindo a cabeça.
- Eu é que não acredito em como você demorou pra tomar uma atitude. Eu no seu lugar já teria dado uma de mulher fatal há um tempão.
- Preciso que isso dê certo Any. Aconteceram algumas coisas essa semana... – Contei a ela sobre Belinda e que Hector fora informado sobre meu casamento de mentira. E lembrei que Any havia tido uma grande participação nisso. – Eu não acredito que você contou pro Poncho que meu casamento é de fachada. Caramba, Any! Você complicou as coisas pra mim.
- Ai, Dul, me perdoa. Saiu sem querer. Eu não pretendia dizer nada, mas quando vi já tinha contado. –
Sim, eu podia imaginar. Any vivia fazendo esse tipo de coisa, falando sem pensar até que fosse tarde
demais e depois se enrolando toda na tentativa de se corrigir. Nunca dava certo. – Eu pedi pro Poncho não contar a ninguém, fiz ele jurar, mas...
- Obviamente ele não te ouviu.
- Desculpa- seu rosto assumiu uma expressão de culpa tão dolorosa que partiu meu coração.
Suspirei
- Tudo bem, Any. Deixa pra lá. Mas, pelo amor de Deus, fala com ele e explica outra vez que ninguém
mais pode saber dessa história.
Autor(a): Gabi
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- Pode deixar. Desculpa mesmo, Dul. Eu não devia ter contado nada para ele. Pensei que fosse seguro – ela murmurou, baixando os olhos. – Tenho certeza que o Poncho não fez por mal. Ele jamais ia te prejudicar de proposito. Nem eu. - Eu sei – suspirei, desanimada por não poder esganar o namorado da minha melhor amiga, como gostaria. &nd ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 283
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wisley_da_silva_pereira Postado em 22/01/2021 - 13:10:53
depois de muito tempo olha eu aqui de novo relendo a fic eu gostei muito e amei demais mais só que falto mesmo foi só o epilogo para termina a historia de amor dos dois
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lukinhasmathers Postado em 15/07/2020 - 09:58:05
E eu aqui novamente... Acabei debler de novo e como eu amo esse casal mano
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lukinhasmathers Postado em 16/06/2019 - 12:20:47
Que bom que a Dulce amadureceu nesta história... Só queria que tivessem um filho com o Christopher, porque eles ficaram sem camisinha né rsrsrs
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lukinhasmathers Postado em 15/06/2019 - 15:14:26
Gostei demais da história... espero volta a lê ela algum dia..
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marimari17 Postado em 04/01/2016 - 12:00:03
Se chorei? Ah como chorei, essa fanfic é tão linda. Gostei dela muito, mas especialmente por um motivo, tudo o que eu temia, tudo o que eu achava que ia acontecer, na hora do aperto, não aconteceu. Quer dizer, aconteceu sim mas não fazendo umbestrago tão grande como o esperado. E eu tava jun momento tão difícil que essa fanfic me mostrou um lado bom da vida. Desde sempre eu sabia que borboletas são pessoas que já se foram e sente nossa saudade. Mas eu sei que a fanfic é adaptada, porem mesmo assim eu quero agradecer tanto a quem criou, como a você. Essa fanfic me ensinou muito. Obrigada, por me fazer chorar as quatro da manhã! Beijo grande!
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stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 20:36:18
Muito linda! Amei
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Livia Postado em 07/05/2015 - 19:51:25
dê uma passadinha la http://fanfics.com.br/fanfic/44140/the-bad-boy-vondy-hot
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gabysavinon Postado em 27/01/2015 - 00:29:33
amei essa adaptação!!!
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sher_vondy Postado em 31/03/2014 - 15:49:49
AMORES, AQUI É A AUTORA DESSA WEB, SÓ TÔ PASSANDO PRA AVISAR QUE A NOVA WEB ''Soul Love'' foi cancelada!!! Mas entrem no meu perfil que encontrarão outras. Bsos. <33
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anapvondy Postado em 22/03/2014 - 14:22:23
Oi Gabi, passando aqui so para avisar que sua web foi divulgada na página do facebook Estórias de Gente Vondy!! Se a divulgação for indesejada nos avise e retiraremos o post.