Fanfic: Procura-se um Marido - Finalizada | Tema: Vondy [Adaptada]
Conversar com Alice me trouxe um milhão de memórias dos almoços deliciosos de domingo, em que ela caprichava, a mansão se parecida com uma manhã de Natal e éramos felizes. Eu estava aliviada por ainda falar com vovô, mesmo que em sonho, por ainda tê-lo por perto – ainda que não tanto quanto eu gostaria -, só que nunca mais seria a mesma coisa, seria? Ele nunca mais almoçaria comigo. Não estaria lá para me dar um abraço quando eu solucionasse um problema, não estaria presente com os braços esticados, pronto para receber minha filha recém-nascida (se eu tivesse uma, claro). Ele estaria presente dentro de mim, em meus pensamentos e em meu coração, mas nunca fisicamente. De repente essa constatação me fez cair num vórtice de dor e nostalgia, uma sensação agridoce, um misto de desespero e saudade.
Eu estava tão perdida em meus sentimentos quando entrei em casa que não notei Chris sentado no sofá da sala.
- Está tudo bem? – ele perguntou.
Pisquei, voltando ao presente, e por uma fração de segundo a preocupação dominou seus olhos.
- Já tive dias piores.
Ele assentiu, reerguendo o muro que nos separava, e se levantou, indo para o quarto, provavelmente para me evitar.
- Christopher – chamei. Ele se virou, o rosto ainda duro. – Você ainda vai à festa de hoje à noite?
- Acho que não tenho alternativa – ele murmurou, inquieto.
- E vamos juntos... ou cada um...
- Você é minha esposa – ele respondeu, me encarando com certa ferocidade. – Apesar de esquecer disso, eu não esqueço.
Argh! Era ridículo. Muito ridículo. Estávamos brigando como um casal de verdade, sem ter os benefícios
de um relacionamento de verdade.
Decidi tomar um banho, já que eu estava adiantada, e demorei um pouco para decidir o que vestiria
naquela noite. Aquela seria a primeira vez que o patrono da empresa, vô Narciso, não estaria presente na festa anual do Conglomerado Lima. Eu sentia que deveria representá-lo de alguma forma. Deveria estar à altura do bom nome que ele havia deixado.
Optei pelo vestido de seda azul-marinho um pouco acima dos joelhos com apenas uma alça e alguns
drapeados, que deixava minha silhueta ligeiramente marcada, de forma elegante. Equilibrei-me sobre os
saltos dos sapatos cravejados e cristais que vovô me dera em meu vigésimo quarto aniversário e que eu
nunca chegara a usar. Deixei os cabelos soltos, com leves cachos se formando nas pontas, e apliquei a
maquiagem, tentando parecer feliz. Eu suspeitava que Hector estaria atento a cada suspiro meu naquela
noite, dada a maneira como as coisas estavam entre mim e Chris, tinha medo de pôr tudo a perder. Mas
que opção eu tinha? Não comparecer me parecia assumir a culpa, e eu jamais desistiria tão fácil.
Eu já estava pronta quando Chris se enfiou no banheiro. Mal ele fechou a porta e seu celular começou a
tocar dentro do bolso do seu paletó, pendurado no mancebo em seu quarto. Por fim se aquietou, para logo em seguida voltar a tocar.
- Chris, seu celular está tocando – gritei.
- Atende e diz que ligo depois, por favor.
Um pouco sem jeito, entrei em seu quarto e me aventurei a mexer em seu bolso, encontrando um lenço – aquele que ele havia me emprestado quando nos embolamos na escada -, alguns comprovantes de
estacionamento, a carteira e por fim o celular.
Era Rafael.
- E aí, coisinha linda? Sentiu saudades?
- Ah, Rafael. Quase entrei em depressão de tanta saudade.
- Cadê aquele mala do meu irmão?
- Tomando banho. Ele liga de volta assim que terminar. Temos uma festa hoje – contei.
- Ah, eu sei. Ele me disse. Escuta, Dulce, foi bom que você tenha atendido. Minha mãe quer preparar um almoço aqui em casa amanhã. Reunião de família, sabe como é... Vocês estão livres?
- Me desculpa, Rafael, mas eu trabalho de domingo.
- Humm... e que tal um jantar?
- Bom... se o Chris quiser me levar... – coisa que, naquele momento, eu achava pouco provável.
- Não esquenta. Se ele não quiser vir, eu mesmo busco você. Ninguém aqui está ansioso para ver aquela cara de fuinha mesmo.
Em quinze minutos, Chris estava de banho tomado e pronto em seu smoking preto. Lindo e incrivelmente irritado.
- Era o Rafael – avisei. – Sua mãe quer marcar um jantar para amanhã. Acho melhor você ligar para eles.
Ele assentiu, sem dizer uma única palavra. Com um suspiro o segui até a garagem. Esperei estarmos no carro para abordá-lo, assim ele não teria como fugir. Ele já tinha tido tempo mais que suficiente para
reavaliar o que vira no restaurante italiano.
- Vai me ouvir agora? – perguntei.
- Na verdade, não tenho nada para ouvir. Você pode ter encontros com quem quiser, já que o que temos
não passa de uma grande mentira.
- Não seja ridículo. Você sabe que eu não tenho encontros.
- Sei? – sua boca se tornou uma linha rígida.
- Se não sabe, deveria. E esse seu ciúme é totalmente ridículo – cruzei os braços sobre o peito.
- Ah é? Eu vejo a minha mulher com outro homem, de mãos dadas, e estou sendo ridículo! Essa é boa!
- O que você viu foi só uma reunião de negócios.
- Já tive muitas reuniões de negócios, Dulce, e nunca segurei a mão de ninguém em nenhuma delas – ele retrucou.
Suspirei, exasperada.
- Tudo bem. Escuta, o Boris acha que eu tenho chance de anular o testamento se entrar com uma ação
alegando que o vovô não estava em seu juízo perfeito quando redigiu o documento. Era isso que estávamos discutindo. Ele estava tentando me consolar porque fiquei triste com essa notícia.
- E você vai fazer isso? - ele perguntou asperamente – Vai manchar a memória do seu avô?
- Não! Não sei ainda. Eu não quero – sacudi a cabeça, confusa. – Foi isso que você viu. Era isso que estava acontecendo. O Boris estava tentando me consolar – repeti, esperando que ele entendesse de uma vez por todas.
A boca de Christopher se transformou numa linha fina e rígida outra vez. Aquela veia pulsava em sua têmpora.
- É tão ruim assim estar casada comigo que você não pode esperar mais alguns meses para se livrar de
mim?
- Que inferno, Christopher! De onde você tirou essa ideia? Por que você sempre pensa o pior de mim? – gemi. – Não é nada disso! Eu gosto muito de estar casada com você. Se quer saber a verdade, eu gosto muito mais do que deveria! Se pra você o que temos é uma grande mentira, pra mim não é. O que temos é especial. Tão especial que eu faria qualquer coisa para manter. Por isso não quero que você se meta em encrenca por minha causa. Só estou tentando... – Não era a hora certa para ter aquela conversa. Já estávamos perto do Hotel Paradise, uma rede de hotéis luxuosos espalhados pelo mundo, também pertencente ao Conglomerado Lima. Como eu poderia contar para ele ali, no meio do transito, que sua tão sonhada carreira não decolou porque entrei em sua vida? Provavelmente arruinaria todas as minhas chances de absolvição, que já eram mínimas. – Droga Christopher! Você é um idiota às vezes!
Ele não respondeu. Na verdade, não falou comigo depois disso.
Autor(a): Gabi
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Assim que adentramos o salão de festas, no térreo do majestoso Paradise, Christopher e eu fomos saudados por muitos conhecidos, a maioria presidentes das dezenas de companhias que vovô comprara ao longo dos anos. Ele os cumprimentou ainda de cara fechada, mas foi educado e atencioso, sem puxar o saco de ninguém. No salão de festas, luxuosam ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 283
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wisley_da_silva_pereira Postado em 22/01/2021 - 13:10:53
depois de muito tempo olha eu aqui de novo relendo a fic eu gostei muito e amei demais mais só que falto mesmo foi só o epilogo para termina a historia de amor dos dois
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lukinhasmathers Postado em 15/07/2020 - 09:58:05
E eu aqui novamente... Acabei debler de novo e como eu amo esse casal mano
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lukinhasmathers Postado em 16/06/2019 - 12:20:47
Que bom que a Dulce amadureceu nesta história... Só queria que tivessem um filho com o Christopher, porque eles ficaram sem camisinha né rsrsrs
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lukinhasmathers Postado em 15/06/2019 - 15:14:26
Gostei demais da história... espero volta a lê ela algum dia..
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marimari17 Postado em 04/01/2016 - 12:00:03
Se chorei? Ah como chorei, essa fanfic é tão linda. Gostei dela muito, mas especialmente por um motivo, tudo o que eu temia, tudo o que eu achava que ia acontecer, na hora do aperto, não aconteceu. Quer dizer, aconteceu sim mas não fazendo umbestrago tão grande como o esperado. E eu tava jun momento tão difícil que essa fanfic me mostrou um lado bom da vida. Desde sempre eu sabia que borboletas são pessoas que já se foram e sente nossa saudade. Mas eu sei que a fanfic é adaptada, porem mesmo assim eu quero agradecer tanto a quem criou, como a você. Essa fanfic me ensinou muito. Obrigada, por me fazer chorar as quatro da manhã! Beijo grande!
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stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 20:36:18
Muito linda! Amei
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Livia Postado em 07/05/2015 - 19:51:25
dê uma passadinha la http://fanfics.com.br/fanfic/44140/the-bad-boy-vondy-hot
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gabysavinon Postado em 27/01/2015 - 00:29:33
amei essa adaptação!!!
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sher_vondy Postado em 31/03/2014 - 15:49:49
AMORES, AQUI É A AUTORA DESSA WEB, SÓ TÔ PASSANDO PRA AVISAR QUE A NOVA WEB ''Soul Love'' foi cancelada!!! Mas entrem no meu perfil que encontrarão outras. Bsos. <33
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anapvondy Postado em 22/03/2014 - 14:22:23
Oi Gabi, passando aqui so para avisar que sua web foi divulgada na página do facebook Estórias de Gente Vondy!! Se a divulgação for indesejada nos avise e retiraremos o post.