Fanfics Brasil - Capítulo 51 [Parte 1] Procura-se um Marido - Finalizada

Fanfic: Procura-se um Marido - Finalizada | Tema: Vondy [Adaptada]


Capítulo: Capítulo 51 [Parte 1]

23 visualizações Denunciar


— Tem certeza que essa calça não me deixa gorda? Estou me sentindo imensa. — Any reclamou, trocando seu moleton cinza pela enézima vez.


— Any, esquece a maldita calça, tá? Você está linda. Qualquer garota morreria para ter uma b/unda
como a sua. Agora, foco! A casa parece vazia, não parece? — eu disse, colada à parede alta coberta de
trepadeiras nos fundos da mansão. Foi por aquele muro que muitas vezes fugi para alguma festa quando
vovô me deixava de castigo. O muro ali era um pouco mais baixo que em outros pontos, e do lado de
dentro havia uma pequena irregularidade no terreno que permitia uma garota de estatura média, como eu, escalar sem grandes dificuldades.


- Como é que a gente entra? Não me diz que vamos ter que pular o muro — Any resmungou.


— Então não digo. — Na ponta dos pés, espiei o gramado dos fundos, escuro e silencioso. Tudo bem até ali. — Tenta não se machucar. Me segue e, pelo amor de Deus, não faz barulho.


— Ei! Eu sou perita em escalada na academia — ela colocou as mãos no quadril. — Meu instrutor até me elogiou.


— Ótimo. Bora!


Enrosquei os dedos nas plantas, procurando por um pequeno defeito no muro antigo, um meio buraco
onde a ponta do meu tênis se encaixasse perfeitamente. Mostrei a Any como fazer e comecei a subir. Não foi difícil. Ela pousou ao meu lado quase ao mesmo instante que toquei o solo. Por um momento me arrepiei ao ver a casa escura na noite sem lua, tão triste que parecia assombrada.


— Por aqui — sibilei, avançando meio agachada até alcançar a parede da despensa, a única maneira de
passarmos pelo quintal sem ser flagradas pelas câmeras de segurança, que eu duvidada que alguém tivesse desativado. Forcei o trinco da janela com cuidado e o gancho defeituoso e amigo ainda estava ali, como eu o deixara. Deslizei para dentro e ajudei Any.


— Tá tudo escuro! — ela murmurou.


- O que você queria? — Tirei do bolso a lanterna que tínhamos pegado emprestada no porta-luvas do
carro da mãe dela. A luz, ligeiramente esverdeada, não iluminava muita coisa.


Tudo parecia quieto. Aparentemente, Inês havia conseguido esvaziar a mansão, como eu pedira, e se
livrar de Telma. Eu ligara para Alice e, sem dar maiores explicações, pedira que saísse naquela noite e
tirasse os empregados da casa. Sendo a mulher astuta que era, ela não insistiria no assunto e fizera
exatamente o que eu tinha pedido. Cheguei a cogitar a hipótese de pedir a ela que me ajudasse a invadir a mansão, mas eu não podia envolver a mulher que fora muitas vezes minha terceira mãe — porque vô
Narciso sempre fora a segunda — num plano como aquele, que tinha grandes chances de acabar na sala de uma delegacia.


Peguei a mão da minha melhor amiga e tomando cuidado pra não fazer barulho, deixamos a despensa
para adentrar a cozinha.


— O que estamos procurando? — Sussurrou Any.


— Não sei ainda.


Ela estancou.


— Como é? — perguntou mais alto do que deveria.


— Shhh!


— Como assim, não sabe, Dul?


- Vou saber quando encontrar — sussurrei. — Vamos subir, quero começar pelo quarto do vovô.


Ela resmungou baixinho algumas vezes, mas se deixou arrastar pela escada dos fundos. Entramos no
quarto que era de vovô e fechamos a porta. Suspirei aliviada, para logo em seguida bufar.


— Vou matar a Telma! — grunhi ao ver as mudanças no quarto, sóbrio até poucas semanas antes. Agora mais parecia que uma ala carnavalesca havia se instalado no local.


— Certo. Depois você pensa nisso. Agora me diz como eu vou te ajudar a encontrar alguma coisa que nem você sabe o que é — Any resmungou.


— Segurando a lanterna e ficando de boca fechada — silvei.


— Não tem ninguém aqui, Dul. Graças a Deus. Já imaginou se alguém me visse usando essa calça
horrorosa?


Revirei os olhos.


— Esquece essa calça, por favor! E não temos como ter certeza que a casa está vazia. A Inês ligou pra
Telma convidando ela pra jantar. Depois eu liguei pra Alice, que me garantiu que ia fazer o possível pra
dispensar os empregados, mas nunca se sabe. Além disso, eu acho que tenho uma pista... Bom, a Inês me contou umas coisas, e lembrei que o vovô sempre guardava cópias de documentos importantes em locais inusitados aqui em casa. Tudo que ele considerava importante, fosse uma cópia de contrato ou algum cartão de Natal que eu fazia pra ele, ele escondia. E era megadifícil encontrar. Uma vez dei a ele um daqueles cartões feitos com cola glitter e macarrão. Mas depois mudei de ideia e achei que macarrão não era uma boa representação para a barba do Papai Noel. Pedi o cartão de volta mas o vovô se recusou a me devolver. Disse que tinha adorado — revirei os olhos. — Você conhecia o meu avô.Levei duas semanas pra encontrar o cartão. Estava dentro do frigobar.


— Você tá falando sério, não tá? — Mesmo na penumbra, senti sua testa franzir.


- Estou.


— E vamos procurar essa coisa que não sabemos o que é nesses lugares, né?


- Exatamente — afirmei.


— A noite vai ser longa... — ela suspirou.


Começamos vasculhando o quarto do vovô, tomando cuidado pra não bagunçar muito e não levantar
suspeitas de que alguém estivera ali. Eu tinha a impressão de que dessa vez vô Narciso escondera seja lá o que fosse de modo que eu pudesse encontrar algum dia, já que não era de mim que ele estava escondendo. Vasculhamos todo o quarto — nas gavetas, atrás da cabeceira da cama, dentro do armário do banheiro — e nada.


— No seu quarto? — Any sugeriu quando revistei o último esconderijo: embaixo do colchão.


— É meu próximo palpite.


Telma tivera o bom-senso de não mudar a decoração do meu quarto, mas, apesar de minha determinação em olhar cada possível refúgio, não encontrei nada ali que pudesse ser útil.


— Muito bem, sr. Narciso. Dessa vez você se superou — resmunguei.


Vasculhamos cada um dos doze quartos do andar de cima e nada de suspeito ou improvável apareceu.


— Ele deve ter escondido em algum lugar novo — Any disse.


— É. Parece que dessa vez ele me venceu. Suas estratégias finalmente se provaram efic... — Então me
lembrei das poucas vezes em que vovô falara comigo depois de morto, das citações fora de hora de Sun
Tzu. Sempre o mesmo livro. “A arte da guerra pode conter respostas que você tanto procura.” — Ah, que
burra! Na biblioteca, Any. Está na biblioteca!



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Gabi

Este autor(a) escreve mais 5 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Corremos escada abaixo — meio na ponta dos pés para não fazer barulho, só para garantir — e, assim que entramos na biblioteca, ignorei as mudanças feitas por Juan e Telma, me dedicando a vasculhar as muitas lombadas de livros, procurando por Sun Tzu. Puxei o volume, apressada, e o sacudi sobre a mesa na esperança de que algo ca& ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 283



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • wisley_da_silva_pereira Postado em 22/01/2021 - 13:10:53

    depois de muito tempo olha eu aqui de novo relendo a fic eu gostei muito e amei demais mais só que falto mesmo foi só o epilogo para termina a historia de amor dos dois

  • lukinhasmathers Postado em 15/07/2020 - 09:58:05

    E eu aqui novamente... Acabei debler de novo e como eu amo esse casal mano

  • lukinhasmathers Postado em 16/06/2019 - 12:20:47

    Que bom que a Dulce amadureceu nesta história... Só queria que tivessem um filho com o Christopher, porque eles ficaram sem camisinha né rsrsrs

  • lukinhasmathers Postado em 15/06/2019 - 15:14:26

    Gostei demais da história... espero volta a lê ela algum dia..

  • marimari17 Postado em 04/01/2016 - 12:00:03

    Se chorei? Ah como chorei, essa fanfic é tão linda. Gostei dela muito, mas especialmente por um motivo, tudo o que eu temia, tudo o que eu achava que ia acontecer, na hora do aperto, não aconteceu. Quer dizer, aconteceu sim mas não fazendo umbestrago tão grande como o esperado. E eu tava jun momento tão difícil que essa fanfic me mostrou um lado bom da vida. Desde sempre eu sabia que borboletas são pessoas que já se foram e sente nossa saudade. Mas eu sei que a fanfic é adaptada, porem mesmo assim eu quero agradecer tanto a quem criou, como a você. Essa fanfic me ensinou muito. Obrigada, por me fazer chorar as quatro da manhã! Beijo grande!

  • stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 20:36:18

    Muito linda! Amei

  • Livia Postado em 07/05/2015 - 19:51:25

    dê uma passadinha la http://fanfics.com.br/fanfic/44140/the-bad-boy-vondy-hot

  • gabysavinon Postado em 27/01/2015 - 00:29:33

    amei essa adaptação!!!

  • sher_vondy Postado em 31/03/2014 - 15:49:49

    AMORES, AQUI É A AUTORA DESSA WEB, SÓ TÔ PASSANDO PRA AVISAR QUE A NOVA WEB ''Soul Love'' foi cancelada!!! Mas entrem no meu perfil que encontrarão outras. Bsos. <33

  • anapvondy Postado em 22/03/2014 - 14:22:23

    Oi Gabi, passando aqui so para avisar que sua web foi divulgada na página do facebook Estórias de Gente Vondy!! Se a divulgação for indesejada nos avise e retiraremos o post.


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais