Fanfics Brasil - Capítulo 52 [Parte 1] Procura-se um Marido - Finalizada

Fanfic: Procura-se um Marido - Finalizada | Tema: Vondy [Adaptada]


Capítulo: Capítulo 52 [Parte 1]

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Pensa! Pensa! Pensa! Comandei a mim mesma. Quem quer que fosse atrás daquela porta, certamente não ficaria muito satisfeito em encontrar duas intrusas na mansão. E eu tinha a irritante sensação de saber exatamente quem estava ali. Pensei na possibilidade de uma fuga pela janela, mas era impossível. Todas as janelas na mansão – com exceção daquela da despensa – eram em estilo francês, cheias de ferragens decorativas que impediam a passagem, como grades de proteção. A única saída era pela porta da frente. Droga!


- Eu já disse que não é necessário, Juan. – Ouvia a voz de Hector, alta e ressonante, me fez pular. –
Podemos resolver isso amanhã.


- Vou pedir para a cozinheira preparar um cafezinho. Volto num minuto, amados. – Telma falou.


- Preciso lhe mostrar o relatório que recebi de Abu Dhabi – respondeu a voz entediada de Juan. – Você
não pode enviar o Christopher para o outro lado do mundo sem que ele veja os relatórios. Na verdade, acho essa viagem um desperdício de tempo e dinheiro. Está no meu escritório. Só vai levar um minuto.


Quase voei porta afora para estrangulá-lo quando o ouvi se referir ao escritório de vô Narciso como seu.
Quase. Eu tinha problemas maiores naquele momento. Juan estava prestes a entrar no escritório e nos
flagrar, e eu tinha certeza de que ele saberia exatamente o que estávamos fazendo ali.


Hector começou a argumentar, tentando convencer Juan a tratar aquele assunto em outro momento, me
dando um pouco mais de tempo. Num rompante desesperado alcancei meu celular e comecei a fotografar os documentos, tentando captar o melhor ângulo com pouca luminosidade que a lanterna fornecia, enquanto ainda ouvia os dois discutindo o assunto.


Onde diabos estava Christopher? Me perguntei apavorada. 


Tirei várias fotografias e agradeci por Juan ter mantido o mesmo servidor e a rede wi-fi que vovô usava.
Digitei o e-mail da diretoria da L&L e apertei enviar. A mensagem ficou pesada, e a lentidão da conexão
wi-fi começou a me deixar nervosa. Mais nervosa, devo dizer. Levou séculos para que o aparelho
cumprisse sua função e enviasse todas as fotos, mas por fim acabou concluindo a operação com sucesso. Dobrei os documentos com pressa e enfiei no bolso fundo do meu jeans, enquanto Any se mantinha imóvel como um cadáver. Agarrei a mão dela e nos posicionamos ao lado da porta. Meu coração estava na boca. Juan ficaria louco se nos visse ali. Quanto exatamente, eu não fazia ideia. Louco o bastante para, digamos chamar a policia? Eu não estava muito a fim de descobrir.


Assim que a maçaneta girou, parei de respirar, cerrei o punho e esperei que Telma não tivesse mudado de ideia e seguido o marido. Quando a pequena fresta de luz invadiu a biblioteca, só pude ver a mão branca e rechonchuda procurando o interruptor. Aproveitei minha chance. Esperei Juan enfiar a cabeça pela porta, afastei o braço e acertei a cara dele com tanta força que quase perdi o equilíbrio. Ele caiu gemendo, as luzes ainda estavam apagadas. Peguei a mão de Any, que assistia a tudo de olhos arregalados, pulei Juan e, na pressa de fugir, por pouco não atropelei Hector. Ele ficou tenso. O alarme começou a tocar, alto e insistente.


- Droga! – resmunguei. Eu havia me esquecido do botão na biblioteca, que alertava a companhia de
segurança, que por acaso também pertencia ao Conglomerado Lima, em caso de problemas.


- Corre! – ouvi a voz grave e familiar do outro lado da sala


Meu coração disparado quase entrou em colapso ao vê-lo ali, no meio daquela confusão.


- Chris! Por que você...


- Vai, vai, vai! – ele gritou, visivelmente preocupado, me empurrando em direção a saída.


Tentei alcançar a porta da frente, para assim escapar pelo portão. Tudo bem, eu tinha que admitir, não foi meu plano mais brilhante, mas naquela hora, com aquele zumbido irritante do alarme e a surpresa de ver Christopher ali, foi tudo que me ocorreu.


Dois seguranças parrudos, da largura de um ônibus, entraram pela porta da sala de arma em punho.


- Merda! – resmunguei, derrapando sobre o mármore branco, tentando parar.


Olhei para Any, tão pálida quanto eu devia estar. Christopher também parecia assustado. Hector estava de pé, o rosto ligeiramente pálido, e Juan cambaleou pela sala, a mão cobrindo o nariz, que jorrava sangue graças a meu soco.


- Meu Deus, amado, o que está acontecendo? – miou Telma, segurando uma bandeja com xícaras, o
açucareiro e o bule de prata.


- Não sei, querida – ele desistiu de deter o fluxo que escorria por seu rosto e se endireitou. Naquele
instante, vendo os olhos de Juan assumirem uma raiva homicida, tudo se encaixou. Eu quis chutar
minha bunda por ter sido tão cega, tão burra.


Ele sabia o que eu estava fazendo ali. Claro que sabia.


- Essa casa ainda é minha. Posso entrar aqui a hora que me der na telha - eu disse, avaliando a
possibilidade de golpear um dos seguranças e fugir. Só que ambos eram enormes e estavam armados. Eu não iria longe. E não podia deixar Any, Hector e Christopher para trás.


- E por que precisou entrar assim, sorrateiramente? – Telma exigiu saber.


- O Juan sabe por quê – retruquei.


- Estou perdida, amada. Por que não nos sentamos e ouvimos tudo com calma! – sugeriu Telma,
colocando a bandeja sobre a mesa de centro.


Olhei para Chris e tive a impressão de que ele estava preocupado. E furioso também, por eu ter mentido
sobre os riscos de meu plano. Droga!


- Obrigada, Telma, mas temos que ir – eu disse, tentando parecer mais calma do que realmente estava. 


- Ninguém sai até que eu permita – Juan anunciou. Os seguranças estufaram o peito, tentando parecer
ainda maiores, e se posicionaram em frente à porta. – Acho melhor você e eu conversarmos sobre isso a sós, Dulce María - ele sugeriu.


- Não fico um único minuto a sós com um pilantra como você – sorri.


Isso lhe causou uma reação. E não me pareceu boa.


- Me dê o documento – ele exigiu numa voz cortante.


E ali estava minha confirmação. Ali estava Juan assinando seu atestado de culpa. Mas, se ele pensava
que eu entregaria o testamento que acabara de encontrar, se achara que sairia ileso daquela história, era porque não me conhecia bem o suficiente.


- Que documento? – perguntei, inocente.


Juan sorriu. Era um sorriso cínico, quase louco. Eu me perguntei por que não vira isso a tempo e de
repente me dei conta de que aquela maldade, aquele veneno que corria de sua íris sempre estivera lá, e era isso que me fazia odiá-lo, mesmo quando tentei gostar dele.


- Ora, não se faça de boba, Dulce – disse ele. 


- Não sei do que você está falando. – Vai Dulce, pensa! Mas eu não conseguia pensar em nada. Estava
apavorada com a ideia de que algum dos meus amigos pudesse ir para a cadeia assim que ele decidisse chamar a polícia. Além disso, eu não tinha certeza se os seguranças que serviram meu avô por tantos anos atirariam em mim, ou em Hector que sempre fora presença cativa na mansão, e não estava disposta a descobrir. Não quando Any estava ali, dura feito pedra, assim como Chris, perplexo, os olhos cristalinos irradiando surpresa, medo e raiva. Não pude dizer qual das emoções o dominava naquele momento, mas seria capaz de apostar tudo no medo. Medo por mim.


- Não tem necessidade disso terminar mal, querida – Juan ameaçou numa voz gentil. – Eu só quero o
documento.


Respirei fundo, tentando me acalmar e, sem ter uma ideia melhor, decidi agir de improviso.


- Como você se sente, Juan, sabendo que traiu, enganou e manipulou um amigo de anos, um homem
idoso e doente? Um homem que confiou em você durante toda uma vida - eu disse. Minha voz tremeu um pouco, mas eu sentia algo se avolumando dentro de mim, e não era medo dessa vez. Algo na expressão do advogado me fez refletir sobre o conteúdo do testamento do vovô. O ultimo testamento do vô Narciso. Aquele que eu tinha em mão naquele momento. Aquele em que ninguém jamais chegara a por as mãos naquele momento. Aquele em que ninguém jamais chegara a por os olhos. Se ele não pôde fazer nada a tempo, eu podia. Eu faria. – Você consegue dormir sabendo disso tudo?


- Não sei do que você está falando – ele resmungou, fitando Hector de canto de canto de olho. 


- Ah, não – objetei. – Vamos deixar tudo bem claro aqui. Você me fez acreditar que era o Hector que tinha descoberto do meu casamento arranjado com o Christopher. Você me fez odiar o Hector por me obrigar a magoar o meu marido, pois seu eu não fizesse isso o Chris seria demitido e teria a carreira arruinada. – De canto de olho, vi o Christopher cerrar os punhos. – Mas foi você, Juan. O Hector nunca soube da existência do testamento até meu avô morrer, nem soube que o meu casamento era uma farsa. Foi pra você que a Belinda entregou as minhas conversas com o Chris no chat. Foi você que manipulou o meu avô para que eu fosse excluída do testamento, para que tudo ficasse nas suas mãos e ao mesmo tempo você pudesse ficar de olho em mim, já que seria o curador da minha herança. Foi você que cavou até encontrar o jornal com meu anúncio, minha fatura do cartão de crédito, tudo! E eu burra, acreditei em você mesmo quando os meus instintos gritavam que tinha alguma coisa errada. Você não quer que eu receba a herança. Nunca quis. Você quer ficar com o dinheiro. Foi você. Sempre foi você, seu pilantra!


Assim que Inês começara a me contar, dois dias antes sobre a discussão entre Hector e Juan a respeito do testamento, na sala da presidência da L&L, eu soube que havia algo de muito errado naquela história.



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Autor(a): Gabi

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Quando ela terminou o relato, eu já não tinha dúvidas. Lembrei-me de tudo que ocorrera, das conversas com Juan e das poucas vezes em que me encontrara com Hector. Ele sempre fora seco, mas esse era um traço da sua personalidade, não uma falha. Já Juan tentara me bajular de todas as maneiras possíveis, e o pior, conseguira me e ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 283



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  • wisley_da_silva_pereira Postado em 22/01/2021 - 13:10:53

    depois de muito tempo olha eu aqui de novo relendo a fic eu gostei muito e amei demais mais só que falto mesmo foi só o epilogo para termina a historia de amor dos dois

  • lukinhasmathers Postado em 15/07/2020 - 09:58:05

    E eu aqui novamente... Acabei debler de novo e como eu amo esse casal mano

  • lukinhasmathers Postado em 16/06/2019 - 12:20:47

    Que bom que a Dulce amadureceu nesta história... Só queria que tivessem um filho com o Christopher, porque eles ficaram sem camisinha né rsrsrs

  • lukinhasmathers Postado em 15/06/2019 - 15:14:26

    Gostei demais da história... espero volta a lê ela algum dia..

  • marimari17 Postado em 04/01/2016 - 12:00:03

    Se chorei? Ah como chorei, essa fanfic é tão linda. Gostei dela muito, mas especialmente por um motivo, tudo o que eu temia, tudo o que eu achava que ia acontecer, na hora do aperto, não aconteceu. Quer dizer, aconteceu sim mas não fazendo umbestrago tão grande como o esperado. E eu tava jun momento tão difícil que essa fanfic me mostrou um lado bom da vida. Desde sempre eu sabia que borboletas são pessoas que já se foram e sente nossa saudade. Mas eu sei que a fanfic é adaptada, porem mesmo assim eu quero agradecer tanto a quem criou, como a você. Essa fanfic me ensinou muito. Obrigada, por me fazer chorar as quatro da manhã! Beijo grande!

  • stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 20:36:18

    Muito linda! Amei

  • Livia Postado em 07/05/2015 - 19:51:25

    dê uma passadinha la http://fanfics.com.br/fanfic/44140/the-bad-boy-vondy-hot

  • gabysavinon Postado em 27/01/2015 - 00:29:33

    amei essa adaptação!!!

  • sher_vondy Postado em 31/03/2014 - 15:49:49

    AMORES, AQUI É A AUTORA DESSA WEB, SÓ TÔ PASSANDO PRA AVISAR QUE A NOVA WEB ''Soul Love'' foi cancelada!!! Mas entrem no meu perfil que encontrarão outras. Bsos. <33

  • anapvondy Postado em 22/03/2014 - 14:22:23

    Oi Gabi, passando aqui so para avisar que sua web foi divulgada na página do facebook Estórias de Gente Vondy!! Se a divulgação for indesejada nos avise e retiraremos o post.


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