Fanfics Brasil - Capítulo 54 [Parte 1] Procura-se um Marido - Finalizada

Fanfic: Procura-se um Marido - Finalizada | Tema: Vondy [Adaptada]


Capítulo: Capítulo 54 [Parte 1]

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A partir daí, tudo se tornou um borrão. O resgate estava ali, assim como a polícia e a equipe de segurança. Eu não prestei muita atenção em nada. Chris era tudo que eu podia pensar. Os socorristas fizeram os primeiro procedimentos em seu ombro ali mesmo, na enorme sala de estar na mansão, tentando deter o sangramento. E, em todo esse tempo, era Chris quem me confortava, dizendo:


- Vai ficar tudo bem. Estou bem. Só preciso de um curativo.


Eu queria ser forte, queria poder lhe dar a mesma segurança que ele me dava, mas, caramba, ele sangrava à beça e eu não conseguia parar de chorar.


Rapidamente o levaram para a ambulância. Eu o acompanhei, segurando sua mão o tempo todo, não que ele precisasse disso. Era eu quem precisava. Não sei quanto tempo levamos para chegar ao hospital. Para mim, pareceu uma eternidade. Chris tentava sorrir vez ou outra, deitado na maca da ambulância, com a intenção de me acalmar, provavelmente. Eu não era capaz de sorrir.


Fomos todos para o pronto-socorro. Telma havia voltado a si, mas estava histérica, Hector precisava ser
examinado, Any decididamente precisava de um calmante, e Chris ainda sangrava muito. Não faço ideia
de como Poncho soube e conseguiu chegar ao hospital antes que nosso pequeno grupo, mas, assim que descemos das ambulâncias, lá estava ele preocupado e de braços abertos para receber minha amiga, que não falava coisa com coisa. Juan também precisou de atendimento, embora àquela altura eu não me importasse.


Chris foi levado imediatamente para ser examinado, mas não me permitiram acompanhá-lo. Fiquei no
corredor, com as roupas e os braços sujos de sangue, e fui dominada por uma crise histérica ao imaginar que Chris seria arrancado de mim, como todos os que eu amara na vida. Pouco depois uma enfermeira me comunicou que ele estava sendo levado para a sala de cirurgia para que extraíssem a bala e que tudo ficaria bem. Não acreditei nela nem por um minuto.


Para tentar fazer o tempo passar maus depressa, dividi-me entre Any e Hector, que felizmente não havia
se machucado gravemente na queda.


- Como está se sentindo? – perguntei a ele assim que sua esposa, Suzana deixou o quarto.


- Com um pouco de dor nas costas, mas nada sério. Já não tenho mais vinte anos, sabe? Ser jogado
daquela maneira pode ser bem ruim para um homem da minha idade – ele sorriu, se remexendo na cama.


- Hector, você não sabe como estou envergonhada – abaixei os olhos para o lençol azul que cobria seu
corpo. – eu pensei o pior de você. O Juan me fez acreditar que era tudo culpa sua. O testamento, a
chantagem...Eu odiei você. Me perdoa – e estiquei o braço para segurar sua mão morena e macia. Ele não recuou.


- Não há nada a perdoar. Você foi tão vítima quanto o resto de nós. E, na verdade, acho que sou eu quem deve lhe pedir desculpas. Eu não fiz nada para te ajudar, Dulce. E me arrependo muito disso. Eu suspeitei do Juan logo após a morte do Narciso, quando soube do testamento. Tivemos uma discussão terrível, e a partir disso, da falta de argumentos plausíveis da parte do Juan, comecei a desconfiar que tinha algo errado. Eu devia ter procurado você e falado a respeito. Mas eu estava tentando reunir provas contra ele para então tentar destituí-lo de curador da herança. Não fui rápido o bastante e permiti que você corresse perigo. – Ele se sentou mais ereto e gemeu baixinho. Parecia mais dolorido do que demonstrava. – Mas agora posso te ajudar. O Juan vai ser preso. Assim que eu for liberado, vou à delegacia para formalizar a queixa. Você e o Christopher devem fazer o mesmo.


Ele me explicou tudo que ocorrera depois que Chris fora atendido na mansão e eu saíra do ar. Em poucos minutos, a polícia estava na sala de estar colhendo depoimentos e colocando Juan, semiconsciente, numa ambulância. Ele ficaria no hospital a noite toda em observação, com dois policiais do lado de fora guardando a porta, e de lá seguiria direto para uma sala especial na delegacia – já que tinha formação acadêmica e conhecia bem seus direitos -, sob a acusação de tentativa de homicídio. Todos seriam intimados a depor. Eu não poderia estar mais feliz.


Bom, poderia, se Chris não estivesse naquela maldita sala de cirurgia.


- Tudo bem – assenti. – Sem problemas. Eu faço o que for preciso pra ver aquele canalha preso pelo resto da vida. – Enfiei a mão no bolso da calça e entreguei os papéis a ele. – Será que você pode me ajudar com isso quando estiver melhor?


Ele estendeu a mão, pegou o verdadeiro testamento de vô Narciso e abriu um sorriso cheio de rugas.


- Claro, querida. Obrigado por confiar em mim. – Ele examinou o documento com calma e disse o que eu já sabia. Eu, e apenas eu – e os três fiéis empregados da mansão, claro, isso não havia mudado -, era a herdeira de tudo que vovô tinha, sem cláusulas ou tutores. – Esse testamento invalida qualquer outro com data anterior. Amanhã mesmo vou apresentá-lo ao juiz responsável pelo caso. Provavelmente em dois ou três dias vai estar tudo resolvido.


- Ainda bem. Fico feliz que ninguém mais vai roubar a fortuna do vovô. 


- A sua fortuna – ele corrigiu. – Dulce, sobre o seu casamento...


Mordi o lábio, corando um pouco.


- Foi armação no começo – admiti. – Mas depois, quando o Chris e eu nos conhecemos melhor, a gente
acabou se apaixonando de verdade. O Juan percebeu. E se aproveitou disso. Ele ameaçou demitir o Chris se eu não pedisse o divórcio. O Chris tinha responsabilidades com a família, Hector. Ele tem um irmão que está lutando para voltar a andar. Eu não podia permitir que o Juan destruísse uma família inteira.


Ele assentiu. 


- O Christopher estava certo, afinal.


- O Christopher? – indaguei, surpresa.


- Ele me procurou. Disse que suspeitava que o Juan estava chantageando você. O Christopher estava tentando encontrar alguma coisa ilícita nas contas das empresas de seu avô. E acabou encontrando. Esse rapaz é brilhante.


- Ele encontrou provas conta o Juan? – meus olhos se abriram tanto que pensei que saltariam das
órbitas.


- Sim. Grandes depósitos num paraíso fiscal em nome da Telma.


- Nããão! A Telma está nisso também? Como... Quando o Chris começou a investigar? – perguntei,
atônita.


- Não sei dizer ao certo. Ele apareceu, na primeira hora hoje de manhã com vários contratos suspeitos.
Acho que ele estava investigando o caso desde o fim de semana. Os desvios de dinheiro que o Christopher encontrou nas empresas dos Emirados Árabes para uma conta num paraíso fiscal em nome de Telma são enormes. Parece que o Juan vai ter mais a explicar do que podíamos imaginar – sua testa vincou. Eu até entendia. Hector, assim como vovô, tinha em Juan um amigo. Devia ser estranho ver o amigo na posição do culpado. – Enfim, o Christopher pediu permissão para averiguar mais a fundo e consenti, claro. – Mas então Chris desconfiara de Juan antes mesmo que eu? Quando me abordou na sala da copiadora mais cedo, naquele mesmo dia, ele já sabia?


Oh, Deus! Foi isso que vi em seus olhos quando ele fora me buscar na galeria no último domingo! Aquela sombra sinistra. Ele dissera que o dia fora produtivo. Pensei que fosse por causa da mudança de quarto, mas levar meus pertences para o quarto ao lado não levaria muito tempo, tomaria? Foi por isso que ele me beijou daquela forma ensandecida na sala treze naquela tarde? Ele sabia que eu estava sendo manipulada?


- Acho que o Juan não vai sair da cadeia tão cedo – continuou Hector, me desviando das especulações. –Tentativa de homicídio vai pesar muito no processo. A Suzana quase não acreditou em tudo que aconteceu hoje. – Ele gemeu um pouco, se acomodando melhor na cama. – E, pra dizer a verdade, nem eu.


- Isso tudo é sórdido demais para parecer real. Fico feliz que tenha terminado. – Ou quase, já que Chris 
ainda estava sendo operado. – Preciso ir agora. Até amanhã, Hector.


Assim que consegui falar com a enfermeira outra vez, fiquei fora de mim. Chris ainda estava na sala de
cirurgia. Aquilo já durava quanto tempo? Quarenta e cinco minutos? Quarenta e oito horas?
Quatrocentos e doze anos?


- Assim que terminar, venho te avisar. Quer tomar alguma coisa? Talvez um ansiolítico seja uma boa
ideia – ofereceu ela.


- Não quero remédio nenhum. Só quero ver meu marido!


Procurei Any, que chorava copiosamente nos braços de Poncho. Ele a cobria de beijos e carícias. A cada palavra dela, se segui um soluço desolado. Engraçado como não havia lágrimas em seu rosto


- Any, desculpa – me sentei na beirada da cama, abraçando-a desajeitadamente, já que Poncho se recusava a soltá-la. – Eu sabia que não era uma boa idéia te levar comigo. Como você está?


- Péssima! Todo mundo fica me olhando. Essa calça não está ajudando nada.


Eu ri. Ela também.


- E o Christopher? – ela perguntou preocupada.


- Ainda está na cirurgia.


- Que droga! E você, como está se sentindo?


- Péssima, Any. Aconteceu tanta coisa... desculpa não ter ficado com você.


- Imagina, Dul! Você tinha que ficar com seu marido. Ele levou um tiro, eu só... pirei um pouquinho. Eu
liguei pro Poncho assim que entrei na ambulância. Ele ficou comigo o tempo todo.


- Dulce, se tiver qualquer coisa que eu possa fazer para ajudar... – ofereceu Alfonso.


- Cuida da Any por mim. Vou ficar com o Chris até ele ser liberado.


- Vou cuidar – ele proferiu, solene. E, voltando-se para Any, disse: - Vamos pra casa em breve, mozinho.


Mozinho?


Lancei um olhar interrogativo para minha amiga, que sorriu descaradamente, radiante, mas, quando
voltou os olhos pra o namorado, estes assumiram uma tristeza de partir o coração.


- Tá bom – ela fez biquinho.


- Vou te colocar na cama e preparar um chá.


- Bem docinho... – ela pediu, com o rosto desolado. 


Ele sorriu, colocando uma mecha de cabelo dela atrás da orelha com extremo cuidado.


- Tão docinho quanto meu mozinho...


Ok, eu já tinha tido minha dose de glicose por um ano! Despedi-me dos dois e voltei para a sala de espera, andando de um lado para o outro, como um animal enjaulado. Passei uma eternidade indo e vindo naquele espaço até que alguém viesse me dar notícias de Christopher.


- A bala foi extraída. Por sorte não atingiu a escápula. Foi um ferimento limpo, sem fragmentos. Correu
tudo bem – disse o médico alto e magro, com um enorme bigode negro pendurado embaixo do nariz. – Mas ele precisou de uma transfusão de sangue. Vai ficar aqui por um tempo.


Depois de insistir muito, lavar os braços e me livra de parte do sangue de Chris, o médico me permitiu
entrar no quarto ao qual ele fora levado. Ele estava recostado na cama hospitalar reclinada, com um
daqueles camisolões de hospital azul-claro, mas mesmo assim o ombro esquerdo enfaixado era visível. O braço descansava num tipoia, os olhos estavam fechados, a cabeça solta contra o colchão. Parecia tão fraco, tão pálido, tão frágil... Alcancei sua mão, um pouco fria, para me assegurar de que ele estava vivo.


- Ei, você – ele disse numa voz engrolada. – Você não imagina como é chato ficar aqui sem ter nada pra
fazer.


Tentei sorrir.


- Posso imaginar – acariciei seu braço, tomando cuidado para não esbarrar na mangueira fina ligada ao
braço direito. – Vou ficar com você.


- Não devia – ele disse com os olhos pesados, mas entrelaçou os dedos aos meus. – Eu sei que você não gosta de hospital. Nossa, o que foi que colocaram nesse soro?


- Morfina. Você vai dormir um pouquinho. 


- Isso explica porque está tudo meio borrado. – Ele tentou firmar os olhos em meu rosto e acabou sorrindo. – Você é linda mesmo toda desfocada, sabia?



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Autor(a): Gabi

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 283



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  • wisley_da_silva_pereira Postado em 22/01/2021 - 13:10:53

    depois de muito tempo olha eu aqui de novo relendo a fic eu gostei muito e amei demais mais só que falto mesmo foi só o epilogo para termina a historia de amor dos dois

  • lukinhasmathers Postado em 15/07/2020 - 09:58:05

    E eu aqui novamente... Acabei debler de novo e como eu amo esse casal mano

  • lukinhasmathers Postado em 16/06/2019 - 12:20:47

    Que bom que a Dulce amadureceu nesta história... Só queria que tivessem um filho com o Christopher, porque eles ficaram sem camisinha né rsrsrs

  • lukinhasmathers Postado em 15/06/2019 - 15:14:26

    Gostei demais da história... espero volta a lê ela algum dia..

  • marimari17 Postado em 04/01/2016 - 12:00:03

    Se chorei? Ah como chorei, essa fanfic é tão linda. Gostei dela muito, mas especialmente por um motivo, tudo o que eu temia, tudo o que eu achava que ia acontecer, na hora do aperto, não aconteceu. Quer dizer, aconteceu sim mas não fazendo umbestrago tão grande como o esperado. E eu tava jun momento tão difícil que essa fanfic me mostrou um lado bom da vida. Desde sempre eu sabia que borboletas são pessoas que já se foram e sente nossa saudade. Mas eu sei que a fanfic é adaptada, porem mesmo assim eu quero agradecer tanto a quem criou, como a você. Essa fanfic me ensinou muito. Obrigada, por me fazer chorar as quatro da manhã! Beijo grande!

  • stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 20:36:18

    Muito linda! Amei

  • Livia Postado em 07/05/2015 - 19:51:25

    dê uma passadinha la http://fanfics.com.br/fanfic/44140/the-bad-boy-vondy-hot

  • gabysavinon Postado em 27/01/2015 - 00:29:33

    amei essa adaptação!!!

  • sher_vondy Postado em 31/03/2014 - 15:49:49

    AMORES, AQUI É A AUTORA DESSA WEB, SÓ TÔ PASSANDO PRA AVISAR QUE A NOVA WEB ''Soul Love'' foi cancelada!!! Mas entrem no meu perfil que encontrarão outras. Bsos. <33

  • anapvondy Postado em 22/03/2014 - 14:22:23

    Oi Gabi, passando aqui so para avisar que sua web foi divulgada na página do facebook Estórias de Gente Vondy!! Se a divulgação for indesejada nos avise e retiraremos o post.


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