Fanfic: Procura-se um Marido - Finalizada | Tema: Vondy [Adaptada]
- Pelo menos agora eu sei que você mudou de ideia em relação a me deserdar.
Ele inspirou profundamente.
- Eu nunca quis te deserdar. Não de verdade. Só estava furioso demais quando o Juan redigiu aquele
testamento ridículo. Aquele documento não devia ter validade, não devia ter sido registrado, mas o Juan
fez isso sem que eu soubesse. Você me conhece, Dulce. Você achou mesmo que eu seria capaz deser tão rígido com você? Eu nunca consegui!
- Mas e as cartas? Como o Juan conseguiu aquelas cartas?
Ele sacudiu a cabeça.
- Foi um golpe de sorte do Juan. De fato, eu pretendia ver você nos corredores da L&L, sempre quis ver
minha neta em uma das empresas, você sempre soube disso. Eu pretendia estar lá para te auxiliar, mas, por causa do aneurisma, não sabia quanto tempo tinha. Eu já estava velho – ele deu de ombros. – Tive medo de não poder te ajudar como gostaria e deixei algumas cartas com a Inês, caso eu faltasse. Ela entregou ao Juan logo que parti, sem saber que com isso estaria ajudando aquele homem a enganar você.
- Então ainda vou receber algumas? – perguntei, animada.
Ele sorriu, e um brilho de diversão surgiu em seus olhos.
- Quando chegar a hora certa, Dulce.
- Você insistiu para eu contar tudo ao Chris porque sabia que ele ia enxergar o que eu estava deixando
escapar, não foi? Porque sabia que ele é um Sherlock Holmes disfarçado de administrador de empresas.
Vovô riu.
- O Christopher é muito perspicaz. Um rapaz de ouro! Você não poderia ter escolhido um homem melhor.
Suspirei.
- Pensei que nunca mais fosse ver você – murmurei.
- E perder seu primeiro discurso? Que tipo de avô acha que eu sou? – ele fingiu indignação.
Sorri um pouco. De alguma forma, eu sabia que aquela era a última vez que o veria. Talvez fosse o brilho
em seus olhos, ou a pequena ruga na testa, que demonstrava apreensão, mas ele estava me deixando. Para sempre dessa vez.
- Não sei como te dizer adeus – balbuciei, lágrimas obstruíam minha visão.
Os olhos azuis se tornaram ainda mais gentis.
- Não é definitivo, Dulce. Eu sempre estive ao seu lado, e sempre estarei.
- Ah, vovô! – me estiquei em sua direção, me abraçando em sua cintura e enterrando a cabeça em seu
peito. Então ele sorriu, estendeu a mão, que dessa vez era quente como antigamente, quase em chamas,e tocou meu rosto. E eu senti seu toque. Senti as dobras de sua pele, seu calor adorado. Ele deslizou o dedo sobre meu nariz, me obrigando a levantar a cabeça, como costumava fazer quando eu era criança, depois pousou a palma em minha bochecha.
- Não existe amor maior do que o de um pai por sua filha, ainda que ela não seja biologicamente sua – ele sorriu. Um sorriso pleno, feliz. – Eu te amo, Dulce, como avô, como pai. Um amor absoluto, que não
morre nunca, nem quando o corpo se extingue.
- Eu te amo, vovô – solucei.
- Não é o fim, Dulce. É apenas um recomeço. O começo de um novo tempo. Estarei por perto. Nunca se
esqueça disso! Estarei ali, perguntando: “O que será que ela vai aprontar hoje?”
Eu ri em meio às lágrimas.
- Você sempre foi minha maior riqueza – ele sorriu. – Procure ficar longe de confusão e tente ser feliz.
- Prometo – cobri a mão que descansava em minha bochecha com a minha, absorvendo tudo que ele me oferecia. Paz, conforto, amor. Eu estava repleta de amor puro naquele instante – vou fazer o impossível para te deixar orgulhoso, vovô. Eu juro!
- Mas, Dulce... – ele abriu um sorriso enorme e beijou minha testa, e os lábios eram quentes e macios,
como sempre foram – eu já estou! – Como uma explosão de estrelas, uma luz quente me envolveu, me
obrigando a fechar os olhos, aquecendo meu corpo e meu coração antes de se dissipar, deixando a mais cálida paz em seu lugar.
Quando abri os olhos ainda úmidos, eu estava sorrindo. Eu sabia que não havia ninguém ao meu lado,
mas eu não estivera sozinha. Dessa vez, eu não tinha dúvidas. Meu avô estivera ali. Fosse um sonho ou
qualquer outra coisa incompreensível, pouco me importava. Eu sabia que ele estivera ali comigo, e isso me bastava.
Eu me sentia bem, feliz, mais experiente, mais vivida. Adulta! Naquele momento eu me sentia pronta
para qualquer coisa, sentia que aguentaria seja lá o que fosse que a vida estivesse me reservado. Sorri, me levantando para voltar para a festa e procurar por Chris, porém não fui muito longe. Ele atravessou a porta da cozinha a passos largos e se pôs a correr assim que me viu.
- Rápido! Vamos fugir antes que alguém perceba a sua falta – e enlaçou minha cintura, afundando a
cabeça em meu pescoço. – Você estava incrível em cima daquele palco.
- Acho que eu estava verde. Coisa horrível de se ver. Mas, como não vomitei em ninguém, acho que me saí bem.
Ele interrompeu as carícias em meu pescoço e levantou a cabeça.
- Você estava muito verde. E indescritivelmente linda! Mas já vou avisar. Se o nosso casamento for
parecido com essa noite, as pessoas levando você pra longe de mim o tempo todo, vou ser obrigado a te
sequestrar e nos casaremos, só nós dois, sem ninguém para atrapalhar, em uma ilha isolada em algum
lugar do mundo. E pouco me importa o que os outros vão pensar!
- Ah, Chris. Você diz as coisas mais lindas... mas a Any e a Amaya iam me matar se a gente fugisse. As duas estão enlouquecidas com a festa. Elas me enchem o saco porque eu nunca quero opinar sobre nada, a cor dos guardanapos, o tipo de flor que eu prefiro...
- Espero que esse desinteresse não seja sinal de que você mudou de ideia – sua testa franziu.
- Eu tenho coisa melhor para me ocupar – passei os braços em seu pescoço - E você acha mesmo que eu ainda tenho essa alternativa? Depois de tudo, você acha mesmo que dá pra ser feliz sem você por perto?
- E pensar que a felicidade estava num anúncio de jornal... – ele sacudiu a cabeça, fingindo consternação.
- E eu, que só queria a minha vida de volta, acabei essa história com dois casamentos nas costas. Quem poderia imaginar que eu ia encontrar o amor dessa forma...?
- Ah, eu soube desde o começo. Eu sabia que você era a mulher que ia amar até o fim dos meus dias quando vi aquela cópia da sua b/unda – ele brincou, me mantendo segura em seu peito musculoso. – Como não me apaixonar por uma garota atrevida como você? Só se eu fosse louco!
Era difícil descrever meu estado de euforia. Era como sentir tudo ao mesmo tempo, só que multiplicado
por dez. Eu olhava para Chris, que sorria apaixonado, me fazendo promessas silenciosas de uma vida
plena. Eu havia acabado de prometer a vovô que faria o possível para ser feliz, e ali estava eu, agarrada à
minha chance.
Nesse momento, talvez porque eu ainda estivesse pensando nele, vindo do nada, uma pequena borboleta – azul – flutuou ao nosso redor. Uma vez, duas, três voltas completas antes de descansar em meu antebraço. Chris a olhou fascinado, e eu... bom, eu a olhei com outros olhos. Eu não tinha mais medo. Acabei rindo ao pensar como fora desatenta. “Eu sempre estive ao seu lado”, vovô dissera. Agora eu entendia.
- Não estou aprontando nada – sussurrei para ela.
A borboleta abriu as asas azuis, e – se isso não fosse impossível – eu poderia apostar que ela estava rindo. Então ela voou, tocou a testa de Chris, em seguida a minha, como se estivesse nos abençoando, e sumiu na escuridão dos arbustos.
- Isso foi um sinal – disse Chris. – Não é a primeira vez que uma dessas cruza o nosso caminho.
- Nem vai ser a última. – Eu sabia que ela voltaria. Muitas e muitas vezes! – Agora me explica melhor seu plano para me tirar daqui – e afundei os dedos em seus cabelos macios.
O brilho em seus olhos me ofuscou por um ou dois segundos.
- Você esta falando sério? Porque, assim que eu colocar o plano em ação nada vai poder me deter – ele
ameaçou.
Colei minha testa à sua.
- Estou ouvindo, camarada...
Ele sorriu enormemente, alcançou meus sapatos, que estavam esquecidos no chão, calçou-os em meus pés – seus dedos se demoraram um tantinho em minhas pernas – e se endireitou, passando um braço em minhas costas e outro em meus joelhos, me aconchegando em seu colo.
- Primeiro, vamos sair daqui de fininho. Eu deixei o meu carro já embicado na garagem. Não sei por que
pressenti que talvez a gente precisasse sair correndo – ele sorriu, malicioso. – Então, quando estivermos em segurança no nosso apartamento, eu te mostro o resto do meu plano fenomenal.
Passei os braços ao redor de seu pescoço, me prendendo a ele, e ri, mas alguém gritou, chamando por mim.
- Chris, solta a Dulce. Agora – ordenou Amaya. – Ela tem que falar com os jornalistas. Eles estão
esperando há horas!
Ele a ignorou, apertando o passo. Minhas pernas sacudiam, frouxas, no ar. Um dos meus sapatos caiu.
- Meu sapato... – resmunguei.
- Compro uma dúzia deles pra você – ele prometeu, acelerando ainda mais.
- Christopher! – Amaya tentava nos alcançar. – Preciso dela só por mais um minutinho! Coloca a Dulce no chão, por favor!
- Desculpa, Amaya. Mas eu preciso da Dulce nesse momento. É caso de vida ou morte! – ele continou
apressado pelo gramado, rumo a garagem.
- Você já tem a Dulce para o resto da vida, pra que tanta pressa? Chriiiiiis!
Ele riu, me acomodando melhor em seu peito largo, olhando em meus olhos com adoração.
Para o resto da vida. Que destino mais cruel o meu – e, ainda sorrindo, se inclinou para me beijar.
Fim!
Autor(a): Gabi
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 283
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wisley_da_silva_pereira Postado em 22/01/2021 - 13:10:53
depois de muito tempo olha eu aqui de novo relendo a fic eu gostei muito e amei demais mais só que falto mesmo foi só o epilogo para termina a historia de amor dos dois
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lukinhasmathers Postado em 15/07/2020 - 09:58:05
E eu aqui novamente... Acabei debler de novo e como eu amo esse casal mano
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lukinhasmathers Postado em 16/06/2019 - 12:20:47
Que bom que a Dulce amadureceu nesta história... Só queria que tivessem um filho com o Christopher, porque eles ficaram sem camisinha né rsrsrs
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lukinhasmathers Postado em 15/06/2019 - 15:14:26
Gostei demais da história... espero volta a lê ela algum dia..
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marimari17 Postado em 04/01/2016 - 12:00:03
Se chorei? Ah como chorei, essa fanfic é tão linda. Gostei dela muito, mas especialmente por um motivo, tudo o que eu temia, tudo o que eu achava que ia acontecer, na hora do aperto, não aconteceu. Quer dizer, aconteceu sim mas não fazendo umbestrago tão grande como o esperado. E eu tava jun momento tão difícil que essa fanfic me mostrou um lado bom da vida. Desde sempre eu sabia que borboletas são pessoas que já se foram e sente nossa saudade. Mas eu sei que a fanfic é adaptada, porem mesmo assim eu quero agradecer tanto a quem criou, como a você. Essa fanfic me ensinou muito. Obrigada, por me fazer chorar as quatro da manhã! Beijo grande!
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stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 20:36:18
Muito linda! Amei
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Livia Postado em 07/05/2015 - 19:51:25
dê uma passadinha la http://fanfics.com.br/fanfic/44140/the-bad-boy-vondy-hot
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gabysavinon Postado em 27/01/2015 - 00:29:33
amei essa adaptação!!!
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sher_vondy Postado em 31/03/2014 - 15:49:49
AMORES, AQUI É A AUTORA DESSA WEB, SÓ TÔ PASSANDO PRA AVISAR QUE A NOVA WEB ''Soul Love'' foi cancelada!!! Mas entrem no meu perfil que encontrarão outras. Bsos. <33
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anapvondy Postado em 22/03/2014 - 14:22:23
Oi Gabi, passando aqui so para avisar que sua web foi divulgada na página do facebook Estórias de Gente Vondy!! Se a divulgação for indesejada nos avise e retiraremos o post.