Fanfic: Procura-se um Marido - Finalizada | Tema: Vondy [Adaptada]
- Dul, acorda – chamou Any, me sacudindo bruscamente.
- Eu quero dormir – murmurei, enterrando a cabeça sob o travesseiro.
- Temos que ir pra casa trocar de roupa e trabalhar. Pelo amor de Deus, levanta, garota!
- Eu estou em casa – virei-me de bruços quando ela tirou o travesseiro da minha cara.
- Não está. O Rodrigo está no banho e o Fábio está desmaiado no outro quarto. Vamos cair fora agora!
- Quem é Fábio? – murmurei sonolenta.
- O amigo do Rodrigo, que por acaso é o dono da cama em que você se encontra agora – ela puxou o
lençol.
- Ro-Rodrigo? – abri os olhos e me sentei num átimo, completamente desperta. Olhei para baixo. Minhas roupas haviam evaporado. – Ah, Deus! Não!
- Foi exatamente isso que eu quis gritar quando vi o Fábio peladão do meu lado no outro quarto – ela
jogou minhas roupas sobre a cama. – E foi ruim! Muito ruim! Eu não quero ter que fingir que lembro de
alguma coisa. Então vamos dar o fora agora!
- Ai meu Deus! Eu e o Rodrigo? – Aquela voz fina no meu ouvido, os gemidos de garota... – Eca!
- Da próxima vez vamos dispensar o absinto, certo? – sugeriu ela, procurando meus sapatos.
- Certo. – Eu me pus de pé e em três segundos estava vestida, saindo sorrateiramente do apartamento
arrumadinho de Fábio e Rodrigo com os sapatos nas mãos.
Assim que alcançamos a calçada, me dei conta de que faltava alguma coisa.
- Hã... Cadê meu carro?
- Dul! Você não lembra? – Mari parecia frustrada, batendo os saltos finos na calçada esburacada.
- Eu devia? – Minha cabeça começou a latejar. Algo em meu estomago se agitava ferozmente, minha
boca estava seca e achei que vomitaria a qualquer momento. Malditas enchiladas!
- Deixamos seu carro no estacionamento perto da balada. Viemos pra cá no carro do Rodrigo. Você não
tinha condições de dirigir nem carrinho de supermercado.
Estanquei, puxando-a bruscamente.
- Você estava sóbria? Você estava consciente quando me viu com o Rodrigo? – perguntei, chocada.
- Não! Claro que não! Quer dizer, eu não estava tão doida quanto você, mas estava bem alta. Você tomou todas...
- Não diga! – Voltamos a andar, nos afastamos do prédio deles o mais rápido possível. – Eu dei vexame?
Ela mordeu o lábio.
Ah, droga!
- Você subiu no balcão do bar e começou a dançar feito uma stripper
- Não! – gemi.
- Relaxa. Você não tirou a roupa dessa vez, mas comeu aqueles amendoins nojentos que ficam no balcão, onde todo mundo põe a mão.
- Por que você me deixou fazer isso? – perguntei horrorizada.
- Porque eu também comi – ela suspirou derrotada. – Você acha mesmo que, se eu tivesse em condições de alguma coisa, teria deixado aquilo chegar perto da minha boca?
- Era tão nojento assim? – a náusea aumentou.
- Ah, não! O amendoim até que era bom. Eu estava falando do Fábio. Não acredito que eu... Argh! Ele
tem namorada! Tem uma foto dos dois do lado da cama. Mas ele me contou isso ontem a noite? Não, claro que não! – Ela cobriu os olhos com uma das mãos. – Esse dia já está ruim o bastante. Vamos pegar um taxi.
- Como? Eu tô lisa!
Ela examinou sua bolsa e torceu o nariz.
- Isso não dá pra uma corrida. – Então me lançou um olhar piedoso. – Vamos ter que encarar o ônibus.
Desculpa.
- Pare com isso, Any – reclamei. – Eu já peguei ônibus muitas vezes.
- Isso aqui não é Oslo, Dul.
Não entendi bem o que ela quis dizer até entrar no ônibus lotado e ser literalmente amassada por todos
os lados. Não havia um único espaço vazio, nem mesmo no corredor. Ficamos em pé, pressionadas pelas pessoas ao redor. A cada freada brusca, eu era jogada para frente e depois ricocheteava para trás, onde um homem barbudo sorria satisfeito, mostrando um dente dourado, enquanto tocava minha cintura. E isso não era o pior. Seu odor era nauseante. Eu não tinha certeza se o cheiro vinha mesmo daquele homem, já que era cedo demais para alguém ter suado tanto.
Prendendo a respiração e tentando conter a náusea, suportei a viagem, distribuindo cotoveladas para
todo lado. Consegui um pouco de espaço, suficiente para que eu visse a primeira página do jornal nas
mãos de um senhor sentado a poucos centímetros.
- Ah, que inferno!
- Que foi? – perguntou Any.
Apenas apontei para o jornal, em que se estampava uma foto – eu sobre o balcão, pelo amor de Deus! –
seguida de letras garrafais: “PRINCESA DO CONGLOMERADO LUMA FLAGRADA EM MAIS
UMA NOITE DE BEBEDEIRA”.
Quarenta minutos depois, descemos a duas quadras da casa de Any. Examinei meu corpo e agradeci aos céus por estar inteira, mas o futum do barbudo havia se impregnado em mim. Any voou para o banheiro assim que chegamos. Esperei minha vez impaciente. Marichelo me recebeu com um bom-dia e um sermão por termos passado a noite fora durante a semana e sem avisá-la. De uma maneira doentia, foi reconfortante. Assim que Any assumiu meu lugar perante a furiosa Ana, corri para o banho – demorado e revigorante -, tentando me livrar do cheiro de cê-cê alheio.
- Estou indo – anunciou Any. – Quer carona?
Eu ainda estava com os cabelos empapados e sem maquiagem.
- Ah, quero! Nem pensar que eu vou entrar naquilo outra vez. Não mesmo! –Eu não pretendia repetir
tão cedo a experiência com o transporte público.
Engoli dois analgésicos e um antiácido e corri para o carro. Any dirigiu feito louca pelo trânsito caótico.
Eu ainda tentava arrumar os cabelos com os dedos quando ela encostou o carro meio-fio em frente a L&L Cosméticos.
- Mais tarde eu volto pra te pegar e vamos resgatar o seu carro. Passa alguma coisa nessa cara que você tá meio verde.
- Eu me sinto verde – objetei. – Eu transei com o Rodrigo! Eca!
- Você está carente. Ele ouviu pacientemente suas lamúrias e te consolou quando você começou a chorar. – Eu me lembrava vagamente de algo assim. Pisquei, sem querer reviver aquela cena constrangedora. Any continuou: - Eu é que não tenho desculpa, além do tradicional eu estava bêbada. Agora corre! – ela ordenou, me dando um beijo estalado na bochecha.
Obedeci, sabendo que estava atrasada. Chamei o elevador ao mesmo tempo em que tentava aplicar a
máscara nos cílios, mas a geringonça metálica parava de andar em andar, de modo que, assim que
terminei a maquiagem, decidi subir as escadas, afinal sete lances não eram muita coisa. De início, subi de dois em dois degraus, mas no segundo lance já estava exausta. Malhar nunca foi meu forte e, depois da quantidade de álcool que eu havia ingerido na noite anterior meu organismo estava mais lento. Na metade do terceiro lance, tropecei em algo grande e me espatifei nos degraus.
- Caramba! – exclamou o algo.
Tentei me livrar das pernas compridas e fortes enroscadas nas minhas.
- Christopher!
- Você nunca olha por onde anda? – ele perguntou confuso, me ajudando a ficar de pé.
- Já te ocorreu que a escada não é o melhor lugar para ficar sentado dando um tempo? – me endireitei um pouco, afastando-me de suas mãos quentes. Meu cotovelo começou a arder.
- Eu não estava dando um tempo. Estava...pensado – disse ele, dando de ombros.
- Lugar ideal para isso. Ai, inferno! – murmurei quando vi que um pouco de sangue havia escorrido do
braço para a barra imaculada de minha regata branca.
- Você se machucou? – ele perguntou numa voz suave que quase não reconheci.
- Não foi nada. É só um arranhão.
- Me deixa ver isso – ele pediu, ignorando o que eu havia dito.
- Você é médico agora?
- Me deixa ver, Dulce – e sem esperar ele se apossou de meu braço, virando-o para observar a ferida
rubra e gotejante no cotovelo. Não sei bem se eu estava fria demais ou se Christopher estava muito quente, mas os pontos em que seus dedos me tocavam me queimavam. Ele me surpreendeu ao retirar um lenço branco do bolso da calça e pressioná-lo contra meu cotovelo latejante. – Melhor lavar o machucado. Está sujo, pode infeccionar.
- Você ainda usa lenço de tecido? De que século você saiu? – indaguei para me distrair da súbita sutileza em seu rosto.
- Nunca se sabe quando pode acontecer uma emergência – ele sorriu. Por um momento, me senti
completamente zonza. Fiquei olhando para sua boca atônita. Era a primeira vez que eu o via sorrir tão
descontraído e despido de ironia. Era uma experiência e tanto. – Esta sendo útil, não está?
- Você é... estranho.
Ele riu.
Fiquei observando enquanto o mundo desacelerava ao som de sua gargalhada quente e rica. Acabei
sorrindo em resposta. Que coisa mais idiota de se fazer!
- Você costuma atropelar as pessoas desse jeito? Foi a segunda vez que você passou por mim feito um
trator. Estou pensando em te denunciar para as autoridades competentes – ele brincou.
Ali estava o Christopher que eu ainda não conhecia. Que era bem-humorado e sorria e cuidava do meu braço machucado. Meu estomago se revirou furiosamente, e desejei que o velho Christopher voltasse para que ele se aquietasse.
- Às vezes – respondi, um pouco atordoada. – Oque você estava fazendo aqui, afinal?
Ele se retraiu um pouco. O sorriso abandonou seus lábios.
- Pensando, eu já disse – e lá estava o velho Christopher outra vez. Graças a Deus!
- Você esta com problemas? – pressionei. – Eu... posso ajudar em... alguma coisa?
- Você esta disposta a me ajudar? – ele perguntou, com algo estranho cintilando em seus olhos.
- Bom... – dei de ombros. – Se eu puder fazer alguma coisa pra tirar essa expressão de dor de barriga da sua cara, vou ficar feliz.
Ele continuou me encarando.
- Por quê?
- Sei lá. Gosto de gente sorrindo, eu acho. Mas você precisa de ajuda ou não?
Um pequeno sorriso teimou em curvar os cantos de seus lábios.
- Eu... tive a impressão de que você estava atrasada.
- Caramba, é verdade! Tenho tentado chegar na hora, mas, cara, não é fácil, obrigado por... hã... – apontei para o lenço com a cabeça.
Ele assentiu.
- Disponha.
Comentem...
Autor(a): Gabi
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Genteeee, vocês viram as fotos que sairam da Dul na "Belleza Glamour"? CA-RA-CA, quando eu vi eu disse "Que mulher perfeita!" Como pode existir uma pessoa tão linda assim??? Ahhh. <3
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 283
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wisley_da_silva_pereira Postado em 22/01/2021 - 13:10:53
depois de muito tempo olha eu aqui de novo relendo a fic eu gostei muito e amei demais mais só que falto mesmo foi só o epilogo para termina a historia de amor dos dois
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lukinhasmathers Postado em 15/07/2020 - 09:58:05
E eu aqui novamente... Acabei debler de novo e como eu amo esse casal mano
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lukinhasmathers Postado em 16/06/2019 - 12:20:47
Que bom que a Dulce amadureceu nesta história... Só queria que tivessem um filho com o Christopher, porque eles ficaram sem camisinha né rsrsrs
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lukinhasmathers Postado em 15/06/2019 - 15:14:26
Gostei demais da história... espero volta a lê ela algum dia..
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marimari17 Postado em 04/01/2016 - 12:00:03
Se chorei? Ah como chorei, essa fanfic é tão linda. Gostei dela muito, mas especialmente por um motivo, tudo o que eu temia, tudo o que eu achava que ia acontecer, na hora do aperto, não aconteceu. Quer dizer, aconteceu sim mas não fazendo umbestrago tão grande como o esperado. E eu tava jun momento tão difícil que essa fanfic me mostrou um lado bom da vida. Desde sempre eu sabia que borboletas são pessoas que já se foram e sente nossa saudade. Mas eu sei que a fanfic é adaptada, porem mesmo assim eu quero agradecer tanto a quem criou, como a você. Essa fanfic me ensinou muito. Obrigada, por me fazer chorar as quatro da manhã! Beijo grande!
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stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 20:36:18
Muito linda! Amei
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Livia Postado em 07/05/2015 - 19:51:25
dê uma passadinha la http://fanfics.com.br/fanfic/44140/the-bad-boy-vondy-hot
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gabysavinon Postado em 27/01/2015 - 00:29:33
amei essa adaptação!!!
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sher_vondy Postado em 31/03/2014 - 15:49:49
AMORES, AQUI É A AUTORA DESSA WEB, SÓ TÔ PASSANDO PRA AVISAR QUE A NOVA WEB ''Soul Love'' foi cancelada!!! Mas entrem no meu perfil que encontrarão outras. Bsos. <33
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anapvondy Postado em 22/03/2014 - 14:22:23
Oi Gabi, passando aqui so para avisar que sua web foi divulgada na página do facebook Estórias de Gente Vondy!! Se a divulgação for indesejada nos avise e retiraremos o post.