Fanfics Brasil - Capítulo 8 Procura-se um Marido - Finalizada

Fanfic: Procura-se um Marido - Finalizada | Tema: Vondy [Adaptada]


Capítulo: Capítulo 8

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Eu devia ter percebido que algo estava errado logo que entrei na mansão e vi Juan em pé, no centro da
sala de estar. Eu devia ter percebido.


- Pode me explicar o que significa isso? – ele disse num tom nada cordial, me mostrando o jornal do dia. Lá estava eu completamente bêbada sobre o balcão da danceteria.


Grunhi.


- Olha só, Juan. Eu bebi um pouco a mais ontem e alguém deve ter tirado essa foto e entreg...


- Então é isso que você anda fazendo quando passa as noites fora de casa?! – ele interrompeu, colérico – É a isso que você tem se dedicado, Dulce? Se sujeitando ao papel de uma... de uma garota de programa?


- Ei! Peraí! Quem você pensa que é pra falar assim comigo?


- Sou seu tutor! - Ele urrou, jogando o jornal no sofá de couro branco. – Como você pôde fazer isso,
Dulce? Não percebe o que a mídia fez? Eles vincularam o seu comportamento ao nome do seu avô, as
empresas do seu avô! Você acha que é essa a imagem que o Conglomerado Lima espera passar para os clientes? Acha que é para essa bêbada que os funcionários querem trabalhar? Acha mesmo que algum dia você vai ser capaz de cuidar de tudo que o seu avô deixou? Eu tenho sérias dúvidas.


Retraí-me ligeiramente.


- A culpa não é minha. A imprensa é livre para escolher o que quiser, você sabe disso.


- Se você não der motivos, eles não terão o que escrever. Eu proíbo você de se comportar dessa maneira.
Proíbo você de sair desta casa.


- Você não é meu avô! – retruquei. - Sou maior de idade, dona do meu nariz. Faço da minha vida o que eu quiser.


- Não enquanto estiver sob a minha custódia, morando debaixo do meu teto.


Foi então que tudo ficou vermelho à minha frente. Eu me aproximei dele até que nosso nariz quase se
tocou.


- É você quem mora debaixo do meu teto, não o contrario. Não estou sob a sua custódia. Os bens do meu avô estão, eu não. Meu avô pode ter deixado tudo nas suas mãos capazes, Juan, mas você não pode me controlar. Nem tente!


- Se for preciso, vou alertar os seguranças para que não deixem você sair dessa casa. Pelo menos assim vou saber que você não está se metendo em encrenca.


- Você realmente acha que pode me trancar aqui?


Ele empinou o queixo duplo, me confrontando com os olhos obstinados.


- Farei o que for preciso.


- Tudo bem – estreitei os olhos e o encarei por mais um minuto antes de me virar e subir as escadas
calmamente. Assim que fechei a porta do quarto, peguei meu celular. – Any, preciso de ajuda. – Relatei a
ela o que tinha acabado de acontecer.


- Que absurdo! Quem esse idiota pensa que é? – ela resmungou. – Pega tudo que achar necessário e vem pra minha casa. Você vai ficar aqui por uns tempos. Mais da metade das suas roupas já está aqui mesmo.


Respirei aliviada.


- Sabia que você ia me dizer isso. Obrigada! Mas sua mãe não vai se importar? – resmunguei.


- Dul, eu tenho 25 anos! A casa também é minha. – Porém ela hesitou. – Mas não custa avisar, né?


Assenti, ainda que ela não pudesse me ver.


Enquanto ouvia Any berrar para a mãe, me obriguei a entrar em meu closet e pegar o máximo de roupas
e sapatos que pudesse. Limpei também o banheiro, enfiando tudo na mochila.


- Tudo em ordem. Vamos ser colegas de quarto! – Ela disse ao telefone, animada.


- Que ótimo – respondi, menos animada. Eu sabia que seria um incomodo, mas não tinha alternativa
naquele momento. – Obrigada, Any.


- Vou poder cuidar de você agora. Vai ser o Máximo! Você nunca mais vai se atrasar pra nada, Dul!


- Ah, que maravilha – revirei os olhos. – Chego ai em 20 minutos.


Clóvis ainda estava na sala de estar quando desci com a mochila nos ombros, porém fiz o melhor que pude para ignorá-lo.


- Aonde você pensa que vai? – ele esbravejou.


- Não é da sua conta.


- Você não vai sair dessa casa!


Apesar da raiva que eu sentia, virei-me para admirar pela ultima vez o meu lar nos últimos vinte anos,
ignorando o homem rechonchudo e seu rosto arroxeado de raiva. Dirigi-me ao aparador no hall de entrada e peguei o porta-retratos.


- Vocês vão comigo – murmurei para o rosto sorridente de meus pais, vovô, eu ainda pequena em seu colo e Chantecle, meu gatinho siamês que fugira de casa depois que eu havia tentado dar banho nele. – E nem adianta sorrir, Sr. Narciso porque ainda estou furiosa com você.


- Dulce, você não vai sair dessa casa hoje! – Juan vociferou. – Volte aqui, menina teimosa!


Mas eu já estava do lado de fora, seguindo para a garagem, sentindo a brisa do início da noite acariciar
meu rosto, e, pela primeira vez desde que meu avô se fora, me senti feliz.
Admirei meu lindo Porsche vermelho e suspirei. Eu amava aquele carro. Any havia me deixado no
estacionamento perto da balada pouco depois de pararmos na banca de jornal. Ela voltara para casa e eu esvaziara os bolsos para resgatar meu cupê.


Fui obrigada a parar no posto de gasolina para abastecer antes de seguir para a casa de minha amiga.
Ainda estava remoendo a conversa com Juan, me perguntando se tinha excedido, mas cheguei à
conclusão de que eu agira corretamente. Nem meu avô tentara se impor a mim daquela maneira. Na
tentativa de cumprir sua função de tutor, Juan havia extrapolado, não eu. Bom... não muito.


Entreguei o cartão de crédito ao frentista e esperei um pouco impaciente que ele concluísse a transação.


- Recusado – falou o rapaz, me devolvendo o cartão com um sorriso complacente no rosto.


Franzi o cenho. Eu tinha certeza de que não havia excedido do meu Amex. Entreguei o Visa e esperei,
mas, quando seus olhos se voltaram para mim rápidos e desconfiados e seu sorriso desapareceu, percebi que eu estava com problemas.


- Não sei o que esta acontecendo – expliquei. – Deve ser um erro no sistema ou alguma coisa assim. Eu tenho limite nesses cartões.


- Que tal usar outra forma de pagamento? 


Qual? eu quis perguntar.


- Hã... Eu estava exatamente indo até o banco sacar dinheiro. Quer tentar o Mastercad?


- Escuta, moça. Se você não pagar o que deve, vai ser do meu salário que vão descontar o valor, então não  tenta me enrolar, tá?


- Ei! Olha pro meu carro! Tá na cara que é um erro do banco. Eu tenho cara de quem dá calote? 


- Pra falar a verdade, tem sim – disse ele, cada vez mais impaciente. – E esse carro é seu mesmo?


Era só o que me faltava.


- Você está sugerindo que peguei emprestado por aí? Isso aqui é um Porsche! Quem emprestaria um
Porsche?


Ele deu de ombros.


- Como você vai pagar, moça?


Vasculhei a bolsa em busca de algo que sabia que não encontraria. Só havia trocados.


Merda. Merda. Merda. 


- Tenta esse aqui, por favor – dei a ele o cartão-salário aberta pela empresa em meu nome, embora soubesse que estaria sem saldo até a meia-noite. Oh, Deus, como eu ia pagar a gasolina?


- Muito bem, moça. Recusado também. Saia do carro.


Suspirei, mas saí


- Tudo bem. Você pode chamar o gerente para eu explicar o que está acontecendo? – pedi.


- Com certeza. Mas vou ficar com a chave do carro como garantia – ele sacudiu meu chaveiro de porquinho de pelúcia.


- Mas não vai mesmo! – tentei pegá-lo de volta.


- O que está acontecendo? – perguntou outro frentista.


- A moça aqui encheu o tanque e não tem grana pra pagar – ele se contorceu, me impedindo de arrancar o chaveiro de sua mão. – E vai fugir se eu entregar a chave. Chama o Fernandes antes que ela escape!


- Parem com isso agora! – O outro frentista ordenou. – Vocês estão assustando os clientes.


- Não vou fugir – objetei, irritada. – Ele é que vai sair por aí no meu cupê – eu disse ao rapaz mais baixo
que assistia a tudo, incrédulo. Tentei novamente pegar a chave, mas o garoto se esquivou outra vez. Parei. – Me devolve minha chave e não me obrigue a te machucar.


- Pague o que deve e eu devolvo.


Avancei sobre ele. Mas uma voz profunda e grave me fez parar.


- Problemas, Dulce?


Oh, Deus, anjos, querubins, fadas, qualquer um com poderes aí em cima, permitam que não seja ele.
Permita que não seja Christopher!


Quando levantei os olhos por sobre o braço do frentista, vi que minhas preces não foram atendidas.


- Precisa de ajuda? – uma sobrancelha se arqueou. Ele tentava esconder o sorriso, mas estava lá, em suas palavras, em seus lábios e naqueles olhos castanhos irritantes.


Endireitei-me, alisando minha blusa, com o máximo de dignidade que conseguir reunir.


- Não. Está tudo sob controle.


- A moça encheu o tanque e não tem dinheiro pra pagar – disse o frentista. – Ela quer...Ai! – Meu cotovelo acidentalmente acertou as costelas do rapaz.


- Ah – exclamou Christopher, e o sorriso se tornou mais largo.


- Não é nada disso – comecei, constrangida, encarando seus sapatos negros. – Tem alguma coisa errada com os meus cartões. Deve ser um problema na central ou algo assim. É só isso. Vou falar com o gerente e explicar tudo.


- Quanto ela deve? – Christopher quis saber, se dirigindo ao frentista e me ignorando propositalmente.


Ergui a cabeça num estalo.


- Você não vai fazer isso, Christopher. É assunto meu! – reclamei, enquanto o frentista dizia o valor.


Ele sacou a carteira do bolso. 


- Agora entendo seu desespero hoje à tarde, quando você viu seu contracheque. Um terço do salário só
para abastecer o carro? – Antes que eu pudesse detê-lo, ele entregou o dinheiro ao rapaz.


O frentista me lançou um último olhar acusador antes de devolver minha chave e se afastar.


- Quanto tempo esse combustível vai durar? – Christopher perguntou.


- Uns quatro dias, mais ou menos, se eu andar na manha.


Ele assobiou.


Encarando o chão, mortificada, me forcei a dizer:


- Obrigada, Christopher. Não precisava ter interferido. Eu ia dar um jeito.


- Que jeito?


Dei de ombros.


- Eu ainda não tinha chegado a essa parte do plano.


Ele riu, e isso me fez erguer a cabeça e encará-lo.


- Não foi engraçado! – objetei.


- Ah, foi sim. Ver você pulando em cima do garoto foi muito engraçado – ele cutucou meu braço com o
indicador de maneira amigável. Uma descarga elétrica perpassou meu corpo. – Estaciona o carro e vem
tomar um café comigo.


- Não vou a lugar nenhum com você.


- Eu enchi seu tanque, Dulce. O mínimo que você pode fazer é me acompanhar num café.


Envergonhada e amaldiçoando o meu avô por todos os problemas que havia me deixado, entrei em meu
cupê e o estacionei em frente à loja de conveniência. Christopher me esperava na entrada.


- Não vai doer nada, prometo – ele zombou ao notar meu embaraço.


- Quer apostar? – resmunguei.


Ele sorriu e por alguma razão aquilo me perturbou profundamente. Era um sorriso cínico, ferino e, de
certo modo, cheio de segredos. Fiquei inquieta, me remexendo no banco alto ao lado de Max, esperando impaciente a porcaria do café para poder me mandar dali.


- Assim que o meu pagamento cair na conta, te devolvo o dinheiro – avisei.


- Não precisa. Considere isso como um pedido de desculpas formal.


- Christopher...


- Estou falando sério. Fiquei feliz em poder te ajudar – seus olhos castanhos eram límpidos, sinceros.


- E posso saber por quê?


Finalmente nossos expressos foram colocados à nossa frente.


Ele deu de ombros. Enquanto adicionava dois sachês de açúcar à bebida.


- Pode chamar de peso na consciência. Não fui legal com você quando nos conhecemos. Estou tentando compensar minha falta de tato.


- É o que parece. E isso me apavora um pouco.


Ele sorriu sacudindo a cabeça e experimentou o café. Fiz o mesmo, apenas para ter o que fazer além de admirar seu perfil. Por mais que eu não gostasse dele – e não gostava - , tinha que admitir que Christopher era um homem... apresentável e hã... meio que interessante. Havia algo de inquietante em seus olhos.


O silencio entre nós também era inquietante. Não entendi porque ele insistiu em me convidar para um
café se permaneceria calado. Engoli apressada a bebida escaldante, queimando a língua no processo, e
saltei da banqueta.


- Bom, obrigada pelo café e pela gasolina, mas preciso ir. Minha amiga está me esperando.


- Para mais uma noitada sobre o balcão, suponho.


Estreitei os olhos. Porque Christopher sempre dizia a coisa errada?


- Você é um imbecil, sabia?


- Foi bom te ver também, Dulce – ele deixou o dinheiro sobre o balcão e me acompanhou calado até o carro.


Christopher era muito alto, e todo aquele tamanho me intimidava um pouco. Eu me senti uma idiota ali, parada em frente ao carro, sem saber o que fazer ou onde colocar as mãos. Foi ele quem decidiu pôr fim aquela agonia.


- Te vejo amanhã. - Colocou as mãos nos bolsos da calça e começou a se afastar. 


Fiquei observando seu andar seguro, determinado, até que ele entrou em um SUV escuro e deu partida.
Só então me obriguei a entrar no carro e afastar da cabeça Christopher e seus olhos irritantemente hipnóticos, e me dirigi até minha nova casa.


Marichelo foi muito compreensiva e me recebeu com entusiasmo. Any estava um pouco preocupada.


- Por que demorou tanto, Dul?


- Problemas no posto de gasolina, mas já resolvi tudo.


Ela me levou até seu quarto depois de me obrigar a comer alguma coisa e ajudou a acomodar minhas
tralhas num canto. Conversamos um pouco sobre como Juan ultrapassara todos os limites e depois
caímos na enorme cama de casal. No escuro, tentei não pensar em quanto eu incomodaria Any e Marichelo. Em vez disso, concentrei-me no plano para reaver meus direitos de herdeira; com sorte, esperava me livrar daquele pesadelo e recuperar não só minha fortuna, mas um pouco de dignidade. Mal podia esperar o dia amanhecer para saber se tudo sairia conforme o planejado.


No entanto, isso foi tudo que pude conjeturar antes que uma imagem insistente se infiltrasse em minha
cabeça e, aos poucos, dominasse minha mente por completo. A última coisa que pensei antes de cair num sono pacifico foi em um belo par de olhos castanhos, que já não me pareciam tão hostis assim.




                               Comentem...


laayla: Hahahah ah, claro, uma chantagem emocional sempre ajuda... Como eu sou uma ótima pessoa e muito legal, postei.


JokittaVondy: Bom, então seja muuuito bem vinda e obrigada!


letavondy11: Putz, não sabia :(.. Mas a minha vai ter uma segunda temporada. =) Obrigada por avisar.


masoqdudan: Hahaha postado.


elofb: Postado!



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Autor(a): Gabi

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 283



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  • wisley_da_silva_pereira Postado em 22/01/2021 - 13:10:53

    depois de muito tempo olha eu aqui de novo relendo a fic eu gostei muito e amei demais mais só que falto mesmo foi só o epilogo para termina a historia de amor dos dois

  • lukinhasmathers Postado em 15/07/2020 - 09:58:05

    E eu aqui novamente... Acabei debler de novo e como eu amo esse casal mano

  • lukinhasmathers Postado em 16/06/2019 - 12:20:47

    Que bom que a Dulce amadureceu nesta história... Só queria que tivessem um filho com o Christopher, porque eles ficaram sem camisinha né rsrsrs

  • lukinhasmathers Postado em 15/06/2019 - 15:14:26

    Gostei demais da história... espero volta a lê ela algum dia..

  • marimari17 Postado em 04/01/2016 - 12:00:03

    Se chorei? Ah como chorei, essa fanfic é tão linda. Gostei dela muito, mas especialmente por um motivo, tudo o que eu temia, tudo o que eu achava que ia acontecer, na hora do aperto, não aconteceu. Quer dizer, aconteceu sim mas não fazendo umbestrago tão grande como o esperado. E eu tava jun momento tão difícil que essa fanfic me mostrou um lado bom da vida. Desde sempre eu sabia que borboletas são pessoas que já se foram e sente nossa saudade. Mas eu sei que a fanfic é adaptada, porem mesmo assim eu quero agradecer tanto a quem criou, como a você. Essa fanfic me ensinou muito. Obrigada, por me fazer chorar as quatro da manhã! Beijo grande!

  • stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 20:36:18

    Muito linda! Amei

  • Livia Postado em 07/05/2015 - 19:51:25

    dê uma passadinha la http://fanfics.com.br/fanfic/44140/the-bad-boy-vondy-hot

  • gabysavinon Postado em 27/01/2015 - 00:29:33

    amei essa adaptação!!!

  • sher_vondy Postado em 31/03/2014 - 15:49:49

    AMORES, AQUI É A AUTORA DESSA WEB, SÓ TÔ PASSANDO PRA AVISAR QUE A NOVA WEB ''Soul Love'' foi cancelada!!! Mas entrem no meu perfil que encontrarão outras. Bsos. <33

  • anapvondy Postado em 22/03/2014 - 14:22:23

    Oi Gabi, passando aqui so para avisar que sua web foi divulgada na página do facebook Estórias de Gente Vondy!! Se a divulgação for indesejada nos avise e retiraremos o post.


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