Fanfics Brasil - Capítulo 16 [Parte 2] Procura-se um Marido - Finalizada

Fanfic: Procura-se um Marido - Finalizada | Tema: Vondy [Adaptada]


Capítulo: Capítulo 16 [Parte 2]

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Ele recuou um pouco, sobressaltado. Arrependi-me instantaneamente do comentário, mas era tarde para voltar atrás. Nós nos encaramos por um segundo interminável, seu olhos me fazendo perguntas, os meus tentando entendê-las.


Any sentiu a tensão.


– Gente, eu... vou nessa.


– Espera – Christopher se recompôs rapidamente, desviando os olhos para ela. – Preciso revisar uns contratos importantes. Vocês podem ficar mais à vontade sem a minha presença. Eu já terminei de comer mesmo. Aparece mais vezes, Anahí. Essa casa agora também é da Dulce. E, diferente da cadeia, aqui ela tem direito a visitas a hora que quiser – ele me lançou um olhar reprovador.


Fiquei observando-o se levantar com a elegância costumeira, apesar de todo aquele tamanho. Era como
observar um leão, poderoso e perigoso, que se movia com agilidade e força descomunal. Seu rosto ainda estava duro quando ele se trancou no quarto.


– Desculpa! – Any começou assim que a porta se fechou. – Eu juro que escapou sem querer!


– Não esquenta. O Chris ia acabar sabendo de uma forma ou de outra. Melhor que tenha sido por mim.
Não que faça alguma diferença, já que ele me considera uma garota mimada e irresponsável. Não entendi por que ele ficou tão surpreso ao saber dessa história. Ele devia imaginar que eu era capaz disso... – dei de ombros.


Ela me estudou por um momento.


– É impressão minha ou tá mesmo rolando alguma coisa? – e sorriu.


– O Christopher tem sido gentil e simpático na maior parte do tempo, mas nada além disso. Ele parece estar se esforçando para que a nossa convivência seja a melhor possível, dentro das possibilidades. E eu estou tentando fazer o mesmo, mas você me conhece. As coisas sempre dão errado quando eu tenho boas intenções.


– E é só isso? – ela questionou, os olhos verdes ligeiramente contraídos.


– Ah, eu fui promovida, sabia? – mudei de assunto rapidamente. Eu não queria me aprofundar nas
especulações sobre o que realmente estava acontecendo entre mim e Christopher. Não naquele momento.


– Não acredito! Me conta tudo! – ela pediu, entusiasmada. 


Ficamos conversando até tarde. Any quis saber todos os detalhes sobre minha promoção e gargalhou
quando constatou, assim como eu, que não havia promoção alguma. Depois foi minha vez de exigir
atualizações do romance dela com Alfonso, que avançava a passos largos. Ela ainda não admitia que estava apaixonada, mas não era necessário. Seu entusiasmo ao falar dele demonstrava isso, e ela não parecia capaz de se conter quando tocava nesse assunto. E continuou falando, falando, falando, inclusive enquanto ela me contava que, no último encontro, Alfonso a levara para o litoral, onde fizeram amor – isso mesmo, nada de sexo; fizeram amor, foi o que ela disse sorrindo – na areia da praia, e seu traseiro terminou todo esfolado.


Any se interrompeu e revirou os olhos ao analisar meu pijama, dizendo que Christopher nunca se interessaria por mim se eu me vestisse daquele jeito. Então, para que o efeito fosse ainda melhor, calcei minhas pantufas de patas de dinossauro e ela gargalhou. Insisti para que dormisse ali, mas ela recusou, alegando não querer levantar suspeitas dos vizinhos. Passava da meia-noite quando ela foi embora, feliz por ter me ajudado a guardar as roupas que eu havia esquecido em sua casa e por ver Max de volta à sala, agindo de modo mais casual quando se despediram.


Então sobramos ele e eu. Seu humor realmente havia melhorado, já que ele olhava para minhas pantufas e sorria sem parar.


– Que foi? – perguntei, olhando para baixo.


– Nada. Estou tentando entender que tipo de dinossauro teria patas azuis com unhas multicoloridas – ele riu. Aquele som rico, reconfortante, acariciou minha pele.


– Um dinossauro que curte balada? – sugeri.


– Provavelmente. Você sempre foi assim? – ele quis saber, enquanto eu recolhia as caixas de comida e
jogava tudo dentro da pia.


– Assim como? – perguntei cautelosa.


– A lixeira fica bem aqui do lado – ele explicou, pegando as caixas que eu acabara de jogar na pia e as
colocando no cesto de lixo, ao lado do fogão. – Com a Any, eu quis dizer. Vocês sempre foram tão amigas?


– Ah, sim! Desde que me conheço por gente. Eu conheci a Any no maternal, ela me salvou de uma
lagarta que me perseguia pelo parquinho. Estremeço só de pensar naquele bicho gosmento e peludo, que parecia sentir meu cheiro e me caçava por toda parte. Se não fosse a Any, sei lá, acho que eu teria
morrido. Somos inseparáveis desde então.


Ele sorriu.


– Isso explica a cena com a borboleta ontem de manhã. Você tem medo delas também.


– Não é medo – esclareci. – Só acho nojento.


– Eu pensei que você não tivesse medo de nada – ele comentou. – É sempre tão confiante.


– Até parece – eu ri, sem humor algum. – Eu sou normal, Christopher. Tenho meus medos, como todo mundo. Certas coisas me apavoram.


– Tipo o quê? – ele inclinou a cabeça, lavou as mãos melecadas de Shoyu, depois as secou num pano de prato e o jogou sobre a pia. Abriu o armário, pegou uma garrafa de vinho e serviu duas taças. Esticou uma delas para mim.


– Obrigada. Tenho medo de perder, por exemplo. Estou cansada de perder as pessoas que amo – respondi sinceramente, sem saber por que fiz aquilo. Algo no rosto dele me instigava a abrir a boca e despejar a primeira coisa que surgisse em minha cabeça.


– Está falando do seu avô?


– Dele também. Eu era pequena demais quando meus pais morreram naquele maldito atentado no Egito, mas não o bastante para não me lembrar deles.


Ele puxou um dos bancos altos para que eu me sentasse, depois se sentou ao meu lado, virando até ficar de frente para mim, e apoiou o cotovelo no balcão.


– Eu sinto muito – murmurou, os olhos repletos de solidariedade.


– Eu também. Sinto falta do que poderia ter sido, sabe? De como teria sido minha vida se eles não
estivessem no lugar errado na hora errada.


– Bom... com certeza não estaríamos casados – ele comentou, claramente tentando aliviar o clima.


– Provavelmente. E talvez eles tivessem me internado em um colégio de freiras. O meu avô bem que
tentou uma vez, mas pra minha sorte recusaram minha matrícula, alegando que o meu histórico escolar
era conflitante com os preceitos de ensino do colégio. – Tomei um gole do vinho Pinot Noir. – Adoro esse vinho.


– Você não pode ter sido tão... – ele parou e deliberou por um momento antes de continuar. Um sorriso
enorme se abriu em seu rosto perfeito. – Você deve ter sido impossível! Tem cara de quem já aprontou
muito.


Sorri também.


− Digamos que eu soube aproveitar a vida sempre que tive chance. – Tomei outro grande gole da bebida
revigorante.


– Eu nunca soube – ele soltou um pesado suspiro. – Sempre fiquei com a cara enfiada nos livros, nos
projetos, nos contratos... Mal tive tempo de pensar em me divertir.


– Por que isso não me surpreende?


– Eu bem que queria ter sido um adolescente normal, irresponsável, que pula de festa em festa. Meus pais até reclamavam. Chegaram a me obrigar a ir em algumas festas. Mas eu não curtia. Parecia errado. Eu tinha que dar o melhor de mim, ser o melhor que pudesse – ele sorriu com amargura.


Fiquei esperando que ele continuasse, mas, claro, ele não continuou, como sempre. Dessa vez, porém, não me atrevi a perguntar por que lhe parecia errado se divertir aos dezoito anos.


 



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Autor(a): Gabi

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Christopher sacudiu a cabeça levemente, esvaziou sua taça e perguntou: – Como era seu relacionamento com seus pais? – Não me lembro de muita coisa. Eu tinha cinco anos quando eles morreram, mas lembro que a minha mãe sempre brincava comigo, principalmente brincadeiras com maquiagem. E o meu pai lia histórias quando me colocava ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 283



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  • wisley_da_silva_pereira Postado em 22/01/2021 - 13:10:53

    depois de muito tempo olha eu aqui de novo relendo a fic eu gostei muito e amei demais mais só que falto mesmo foi só o epilogo para termina a historia de amor dos dois

  • lukinhasmathers Postado em 15/07/2020 - 09:58:05

    E eu aqui novamente... Acabei debler de novo e como eu amo esse casal mano

  • lukinhasmathers Postado em 16/06/2019 - 12:20:47

    Que bom que a Dulce amadureceu nesta história... Só queria que tivessem um filho com o Christopher, porque eles ficaram sem camisinha né rsrsrs

  • lukinhasmathers Postado em 15/06/2019 - 15:14:26

    Gostei demais da história... espero volta a lê ela algum dia..

  • marimari17 Postado em 04/01/2016 - 12:00:03

    Se chorei? Ah como chorei, essa fanfic é tão linda. Gostei dela muito, mas especialmente por um motivo, tudo o que eu temia, tudo o que eu achava que ia acontecer, na hora do aperto, não aconteceu. Quer dizer, aconteceu sim mas não fazendo umbestrago tão grande como o esperado. E eu tava jun momento tão difícil que essa fanfic me mostrou um lado bom da vida. Desde sempre eu sabia que borboletas são pessoas que já se foram e sente nossa saudade. Mas eu sei que a fanfic é adaptada, porem mesmo assim eu quero agradecer tanto a quem criou, como a você. Essa fanfic me ensinou muito. Obrigada, por me fazer chorar as quatro da manhã! Beijo grande!

  • stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 20:36:18

    Muito linda! Amei

  • Livia Postado em 07/05/2015 - 19:51:25

    dê uma passadinha la http://fanfics.com.br/fanfic/44140/the-bad-boy-vondy-hot

  • gabysavinon Postado em 27/01/2015 - 00:29:33

    amei essa adaptação!!!

  • sher_vondy Postado em 31/03/2014 - 15:49:49

    AMORES, AQUI É A AUTORA DESSA WEB, SÓ TÔ PASSANDO PRA AVISAR QUE A NOVA WEB ''Soul Love'' foi cancelada!!! Mas entrem no meu perfil que encontrarão outras. Bsos. <33

  • anapvondy Postado em 22/03/2014 - 14:22:23

    Oi Gabi, passando aqui so para avisar que sua web foi divulgada na página do facebook Estórias de Gente Vondy!! Se a divulgação for indesejada nos avise e retiraremos o post.


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