Fanfic: Procura-se um Marido - Finalizada | Tema: Vondy [Adaptada]
O convite varreu todas as minhas preocupações para longe. Senti-me quente e viva e ansiosa e faminta em questão de segundos.
- Claro – sorri. – Algum motivo especial?
- O jantar com a diretoria, lembra? – ele sussurrou.
- Hãã... claro! - O que mais seria? Um encontro com a própria esposa? – Ah, que inferno! Eu não tenho
nada bacana pra vestir. A maior parte das minhas roupas ficou na mansão.
Ele me mostrou um sorriso torto, dando um passo à frente e ficando a dez centímetros de distancia.
- Você fica linda com qualquer coisa.
Um arrepio delicioso se espalhou por todo o meu corpo, alcançando até os dedos dos pés. Naquele
momento, ele poderia ter dito “você fede” ou “tire a roupa” que o efeito teria sido o mesmo – se bem que,
se ele tivesse pedido que eu tirasse a roupa, eu provavelmente teria reagido de forma muito diferente. Não foi só o que ele disse que fez meu mundo virar por alguns instantes, mas a forma como disse. A voz rouca, quente, sussurrada, tão intima, doce e ao mesmo tempo imperiosa, me lançou numa espiral de sensações tão arrebatadoras que eu mal sabia dizer em que parte do planeta me encontrava.
Congelei quando vi sua mão se erguer para tocar meu pescoço. Meu coração desatou a bater como louco dentro do peito, e pensei que pudesse explodir com as pancadas urgentes. Lentamente, Christopher se inclinou até que seus lábios quase tocassem os meus. Àquela distancia, pude ver o caleidoscópio hipnótico em seus olhos mais uma vez, embora suas pupilas estivessem dilatadas e parecessem me engolir.
- Pensei que namoro no escritório fosse proibido! – arrulhou alguém.
Confusa, olhei para o lado e vi Belinda com uma das mãos no alto da parede e a outra na cintura, o rosto cínico contorcido num sorriso tão falso que quanto uma nota de quinze reais.
Christopher se endireitou num átimo.
- Sabemos disso – ele disse. – Só estávamos conversando.
- Não foi o que pareceu, - retrucou, venenosa. Belinda se demorou mais um segundo ou dois antes de se virar e sair rebolando, certamente tentando atrair a atenção de Christopher. Não funcionou. Seus olhos ficaram grudados nos meus o tempo todo.
- Acho melhor a gente voltar. A Belinda tem bastante assunto agora – ele falou, pegando minha mão e me arrastando de volta para o corredor que levava ao nosso departamento.
Uma onda de constrangimento fez desaparecer minha tontura. Era disso que se tratava. Encenação. O
coração dele provavelmente não estava acelerado como se ele tivesse subido cinco lances de escada
correndo, nem seus joelhos pareciam ter se transformado em gelatina. Christopher estava atuando. Eu... não.
- Almoça comigo? – ele pediu ao me deixar em minha mesa.
Apenas sacudi a cabeça, confirmando. Não tinha certeza se conseguiria responder sem deixar transparecer minha frustração.
- Ótimo – e delicadamente ele beijou minha mão, antes de soltá-la e se dirigir à sua mesa.
Fiquei observando ele se afastar com meus pensamentos em desordem. O que estava realmente
acontecendo? E seus ombros sempre foram assim tão largos? Quer dizer, ele era alto e já tinha dito que
malhava, e eu sabia de seu passado de nadador universitário, mas aquelas costas em V, a cintura estreita, o traseiro grande e benfeito, que parecia convidar minha mão a...
- Dulce.
Virei-me abruptamente, dando de cara com Maite.
- Hã... Oi. Eu... eu... estava... humm... meditando sobre... os novos hidrantes para as mãos e...
- Ãrrã – ela sorriu maliciosamente, aumentando meu constrangimento por ter sido flagrada olhando para
Christopher com... hã... interesse puramente físico. – Agora esqueça seu marido por algumas horas e se concentre no trabalho, porque dessa vez não pode haver erros. Preciso que você monte uma planilha com os contratos internacionais mais recentes. Clientes, datas, valores, percentual de contribuição total, custos e lucros, e tudo o mais que puder encontrar. Você tem até o fim do dia. Aqui estão os documentos – e jogou a pilha de papéis em meus braços paralisados. – Bom dia, querida.
Contemplei por um tempo a montanha cheia de números e nomes. Sentei-me na borda da mesa e examinei o calhamaço de papeis sem saber por onde começar e sem entender o que Maite queria que eu fizesse exatamente. Respirei fundo e me acomodei na cadeira, esperando que uma luz me iluminasse e milagrosamente tudo fizesse sentido. Porém a luz iluminou apenas um quadradinho em meu monitor.
Chris_Comex diz:
Pela sua cara, você precisa de ajuda.
Dulce María diz:
Não sei nem por onde começar.
Chris_Comex diz:
O que a Maite quer?
Dulce María diz:
Não faço ideia!
Algo a ver com percentual total e planilha, e para HOJE!
Chris_Comex diz:
Percentual de contribuição total?
Dulce María diz:
Acho que é isso.
Chris_Comex diz:
Certo.
Eu te ajudo.
Primeiro separe os contratos, de acordo com as datas...
Ele foi me orientando até que comecei a pegar o jeito. Quando chegou a hora do almoço, eu já tinha feito boa parte do serviço. Supus que o trabalho dele estivesse atrasado, já que ele não havia feito nada além de me socorrer e responder às minhas centenas de perguntas, mas ele nada comentou sobre isso quando veio até minha mesa e anunciou:
- Hora de parar um pouco. Você precisa comer.
Andamos lado a lado até o refeitório da empresa. Muitos olhares curiosos nos seguiam. Nós nos sentamos juntos a uma mesa mais ao canto.
- Credo! O que é essa gororoba? – perguntei quando olhei para a bandeja à minha frente.
- Honestamente, não faço ideia. Difícil identificar só pela aparência – ele cutucou a comida com a ponta do garfo. Ao menos ela não se moveu. – Parece risoto de alguma coisa.
- Decididamente isso não é risoto. Parece que alguém vomitou no meu prato.
- Quer comer em outro lugar? Estamos meio sem tempo, mas tem um boteco aqui perto que serve um...
- Não dá, Chris. A Maite pediu a planilha para hoje. Não posso perder nem um segundo. Vai ter que ser
essa gosma mesmo – suspirei pesadamente.
Ele me olhou divertido, então pegou o garfo, fechou os olhos, tapou o nariz com os dedos e enfiou aquilo na boca. Confesso que fiquei orgulhosa dele. Christopher não temia o perigo.
Ele mastigou algumas vezes antes de abrir os olhos.
- Humm... não é tão ruim – comentou.
Reprimi uma careta.
- O que é?
- Não faço a menor ideia, Dulce. Alguma coisa com frango... – Ele pegou mais uma pequena porção de
comida e aproximou o garfo da minha boca. Recuei um pouco. – Não seja covarde. Experimenta.
Um pouco receosa, abri a boca, já que havia sido desafiada. O gosto não era dos piores, mas a aparência era realmente repugnante. A textura lembrava um risoto que passara do ponto, havia um sabor suave de cogumelos e... talvez milho?
- Acho que pode ser cogumelo – anunciei.
- Mesmo? – ele arriscou outra garfada. – Pra mim parece frango.
- Talvez seja frango. Ou talvez seja... – gemi, - Ok, comida pela qual não preciso pagar – e comecei a
comer. – não acredito que meu avô não se preocupara com a qualidade da comida dos funcionários.
- Algumas coisas estão diferentes desde que os eu avô... hã... depois da mudança na presidência da L&L.
- Sério?
- E não foi só a qualidade da comida que caiu. Alguns setores estão um pouco perdidos. Acho que é normal acontecer esse tipo de coisa. A L&L, como várias outras empresas do seu Narciso, caminha sozinha, mas ele sempre fez questão de prestar atenção nos detalhes. O Hector está sendo um bom presidente, eu acho, mas não é o seu Narciso. Imagino que vai levar um tempo até que ele se adapte e tudo volte ao normal.
- Acho que você tem razão. – Eu me perguntei se ainda estávamos falando sobre os problemas da L&L.
Minha vida seguia em frente sem o meu avô, e, assim como suas empresas, eu também precisava de tempo para me adaptar.
- Sabe, você não é a garota mimada que pensei que fosse – ele comentou do nada, entre uma garfada e
outra.
- E você não é o idiota que eu pensei que fosse – rebati, tomando um pouco de suco. – Bom, não
totalmente.
- Obrigado – ele sorriu. – Dessa vez foi um elogio, certo?
- Ainda não – sorri de volta.
Ele riu. Mas logo seu rosto assumiu uma seriedade que fez minha comida ficar presa na garganta.
- Dulce, eu andei pensando se...
- Olá, Dulce. Christopher – cumprimentou Juan, aparecendo do nada. – Como têm passado?
Christopher reassumiu a aspereza habitual e não tocou mais na comida. Ou no que andava pensando, o que me deixou frustrada. Ele olhava vez ou outra para Juan de forma pouco amistosa.
- Estou bem, Juan – respondi. – E você? Se divertindo com a minha grana?
Ele fechou a cara.
- Você sabe muito bem que não estou fazendo isso – censurou. – estou cuidando do que é seu. E com a mesma dedicação que o seu avô teria. Como está a vida de casada?
- Nada do que reclamar – tomei um gole de suco.
- O Christopher sempre foi um funcionário exemplar – Juan disse. – Seu avô chegou a comentar comigo que tinha grandes planos para ele. Mas, pelo que ouvi hoje, parece que ele está se saindo muito bem por conta própria.
- O Chris está bem aqui na sua frente – apontei. – Pode falar direto com ele. Essa coisa de usar a terceira pessoa é irritante.
- Sempre arredia – Juan sorriu, mas não parecia satisfeito. – Pois bem. Vim aqui hoje para cumprir um
papel que me foi designado. Sei o que os eu Narciso gostaria de estar aqui para lhe dizer isso, Christopher. Como não é possível, eu mesmo o farei.
Autor(a): Gabi
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Lancei a Christopher um olhar agoniado, mas ele apenas encarava Juan desafiadoramente. - A Dulce foi o bem mais precioso do seu Narciso. Trate-a como ela merece ser tratada e não ouse magoar essa menina. - Eu preferiria tomar um tiro de fuzil a fazer a Dulce infeliz – Christopher disse calmamente. Espantei-me com a seriedade explicita em suas palavras. N&atild ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 283
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wisley_da_silva_pereira Postado em 22/01/2021 - 13:10:53
depois de muito tempo olha eu aqui de novo relendo a fic eu gostei muito e amei demais mais só que falto mesmo foi só o epilogo para termina a historia de amor dos dois
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lukinhasmathers Postado em 15/07/2020 - 09:58:05
E eu aqui novamente... Acabei debler de novo e como eu amo esse casal mano
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lukinhasmathers Postado em 16/06/2019 - 12:20:47
Que bom que a Dulce amadureceu nesta história... Só queria que tivessem um filho com o Christopher, porque eles ficaram sem camisinha né rsrsrs
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lukinhasmathers Postado em 15/06/2019 - 15:14:26
Gostei demais da história... espero volta a lê ela algum dia..
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marimari17 Postado em 04/01/2016 - 12:00:03
Se chorei? Ah como chorei, essa fanfic é tão linda. Gostei dela muito, mas especialmente por um motivo, tudo o que eu temia, tudo o que eu achava que ia acontecer, na hora do aperto, não aconteceu. Quer dizer, aconteceu sim mas não fazendo umbestrago tão grande como o esperado. E eu tava jun momento tão difícil que essa fanfic me mostrou um lado bom da vida. Desde sempre eu sabia que borboletas são pessoas que já se foram e sente nossa saudade. Mas eu sei que a fanfic é adaptada, porem mesmo assim eu quero agradecer tanto a quem criou, como a você. Essa fanfic me ensinou muito. Obrigada, por me fazer chorar as quatro da manhã! Beijo grande!
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stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 20:36:18
Muito linda! Amei
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Livia Postado em 07/05/2015 - 19:51:25
dê uma passadinha la http://fanfics.com.br/fanfic/44140/the-bad-boy-vondy-hot
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gabysavinon Postado em 27/01/2015 - 00:29:33
amei essa adaptação!!!
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sher_vondy Postado em 31/03/2014 - 15:49:49
AMORES, AQUI É A AUTORA DESSA WEB, SÓ TÔ PASSANDO PRA AVISAR QUE A NOVA WEB ''Soul Love'' foi cancelada!!! Mas entrem no meu perfil que encontrarão outras. Bsos. <33
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anapvondy Postado em 22/03/2014 - 14:22:23
Oi Gabi, passando aqui so para avisar que sua web foi divulgada na página do facebook Estórias de Gente Vondy!! Se a divulgação for indesejada nos avise e retiraremos o post.