Fanfic: Procura-se um Marido - Finalizada | Tema: Vondy [Adaptada]
- Lado direito ou esquerdo? – Christopher perguntou, apontando para a grande cama no quarto
assustadoramente masculino.
- Tanto faz – dei de ombros. – Acho que esquerdo.
- Você sumiu a tarde toda. Onde esteve? – Ele perguntou, jogando o meu travesseiro do lado esquerdo da cama. Depois se virou de costas e começou a abrir a camisa.
Estanquei no lugar, os olhos colados à sua figura.
- Hã... O que você está fazendo?
Ele olhou por sobre o ombro.
- Acho que a minha família ia estranhar se eu tivesse que me trocar no banheiro.
- Quer dizer que eu também vou ter que... – Oh, Deus! Por que não vesti o pijama logo depois do banho?
Ele riu.
- Que tipo de pervertido você acha que eu sou, Dulce? Não vou olhar, fica tranquila – e se desfez da
camisa. Suas costas eram largas, os músculos recobertos pele dourada e macia. Obriguei-me a desviar os olhos. Foi preciso muito, muito esforço.
- Tá, mas eu não peguei meu pijama – Constatei com a boca seca.
Ele pendurou a camisa no mancebo, abriu o guarda-roupa e, sem se virar, me atirou uma camisa puída.
- Pode ficar com essa. Você é tão pequena que provavelmente vai cobrir suas canelas finas – zombou.
- Eu não tenho canelas finas.
- Tem sim.
Assim que ele começou a desabotoar a calça, virei de costas, me livrando de minhas roupas, com uma
pressa insana. Vesti a camisa cinza de faculdade. Era grande o bastante para cobrir meus joelhos e
cotovelos. Nada sexy. Mas eu não queria ser sexy, então foi ótimo.
- Você não vai mesmo me contar onde esteve? – Ele inquiriu mais uma vez.
Christopher havia colocado um short curto e uma regata branca. Suas coxas musculosas prenderam minha atenção completamente. Sentei-me na cama com cuidado, me sentindo como uma granada cujo pino fora arrancado. Eu devia ter me casado com Mauro. Suas caspas sebosas certamente bloqueariam qualquer pensamento a respeito de rasgar suas roupas e jogá-lo na cama.
- Você está parecendo um marido de verdade – ri nervosa, tentando botar os pensamentos em ordem.
Max sorriu sem graça.
- Desculpa, não foi minha intenção. Mas você sumiu, não atendeu o telefone e voltou com essa cara triste. Só fiquei preocupado – deu de ombros. Sentou-se na cama e o colchão cedeu ligeiramente.
Tudo bem, respira. Só respira.
Deliberadamente, Christopher alcançou a minha mão esquerda e, antes que eu pudesse piscar, já deslizava a aliança em meu dedo anelar. Em seguida, abriu a mão e me ofereceu a sua aliança. Entendendo que ele queria que eu fizesse o mesmo, peguei o anel e o acomodei em seu dedo pela segunda vez, um pouco constrangida.
- Eu posso ajudar em alguma coisa, Dulce? – Ele perguntou, preocupado. – Você esta com problemas?
Pode confiar em mim para o que precisar. Eu nunca trairia sua confiança ou te colocaria em problemas.
Foi nesse instante que algo se quebrou dentro de mim e tudo extravasou. Comecei a chorar. Chorar
mesmo, com soluços e lagrimas – e não eram falsas. Meu caos emocional deixou Christopher apavorado. Pelo desespero estampado em seu rosto e pela forma hesitante e meio apatetada com que me abraçou, deu para notar que ele não sabia o que fazer quando uma garota chorava perto dele.
- Ei! Não chora – Pediu completamente alheio aos meus sentimentos e ao problema que pendia sobre a
cabeça dele como uma guilhotina.
Ele me segurou em seus braços até que parei de soluçar e pareceu relutante ao me soltar, examinando
atentamente minha expressão para ter certeza de que não voltaria a abrir o berreiro.
- Desculpa – eu disse sinceramente. Eu jamais quis lhe trazer problemas.
- Me conta o que está acontecendo, por favor. Me deixa te ajudar – ele pediu num sussurro.
Essa era minha chance. Ele estava pedindo. Eu só tinha que abrir a boca e deixar sair o que se passara
duas horas ensaiando.
Christopher, o Juan disse que você ta ferrado. Sua carreira promissora já era. Você nunca mais vai arrumar um emprego nesse planeta. A culpa é toda minha e lamento muito. Me passa o vinho? Ops! Corrigindo: Me passa o travesseiro?
Mas, por alguma razão que eu desconhecia... Tudo bem, eu conhecia bem os motivos que me impediram de lhe dizer a verdade. Eu não queria que Christopher me odiasse. Estava gostando demais daquele novo estágio de nosso relacionamento e não queria perdê-lo.
- Eu fui... Visitar meu avô – me ouvi dizendo. Claro que ocultei o motivo que havia me levado até lá.
- Ah, Dulce – ele voltou a apertar os braços ao meu redor, num abraço sufocante e, beijou minha testa. Era tão bom ficar ali, protegida por seu abraço... Realmente fazia com que tudo o mais perdesse a importância. Ou quase tudo. – Você foi sozinha?
- Claro – resmunguei, agarrada a sua regata. – com quem mais eu iria?
- Você podia ter me pedido para te acompanhar, ou para a Anahí, ou qualquer outra pessoa. Você não
visitava o cemitério desde que seu avô... Se foi. Não devia ter ido sozinha.
- Eu precisava ir sozinha. Eu briguei com o vovô depois que ele morreu. Disse um monte de coisas que não era verdade. Precisava me desculpar.
- Eu podia ter ficado do lado de fora, te esperando no estacionamento - ele sussurrou.
- Vou lembrar disso da próxima vez. Estou bem agora – sequei o rosto com as costas das mãos.
- Tem certeza? – Ele perguntou, inseguro. Seu indicador alcançou meu queixo e inclinou meu rosto até
que nossos olhos se encontraram. Estávamos tão próximos que eu podia sentir seu coração batendo forte e ritmado.
Assenti.
- Acho que ter passado a noite ouvindo meu irmão fazer gracinhas não ajudou muito – ele sorriu um
pouco e me soltou.
- Na verdade ajudou sim. O Rafael é legal.
- Não estamos falando da mesma pessoa, eu acho. Estou falando do moleque que te azarou a noite toda.
Sorri e Christopher pareceu satisfeito.
- Ele só fez isso pra te provocar – eu disse. - Seu irmão te adora. Só queria chamar sua atenção. O Marcus pensa que você é louco por mim.
Esperei que ele negasse, que fizesse piada ou algum comentário ácido como de costume, mas ele não abriu a boca. Em vez disso, estendeu a mão, secando as últimas lágrimas do meu rosto com o polegar. Meu coração latejou.
- Desculpa pelo transtorno de hoje. Tudo bem mesmo dividirmos a cama? – indagou a voz mais rouca que o habitual.
- Não me importo, Chris – murmurei encarando-o.
Com um movimento lento, ele alcançou uma mexa dos meus cabelos, afastando-a de meu rosto e
prendendo-a em seus dedos com delicadeza.
Comecei a ofegar.
Então meu celular tocou. Christopher recuou imediatamente.
- É melhor você ter um bom motivo pra ter me deixado plantada no shopping hoje à noite! – esbravejou
Any. – E me bajular muito até que eu te perdoe.
- Any! Caramba, eu esqueci!
- EU NÃO ACR... – tive que afastar o aparelho do ouvido ou meus tímpanos explodiriam com seus
berros.
- Any, eu posso exp... – mas ela continuava a berrar, com toda a razão de estar furiosa.
Christopher já tinha dado a volta na cama e se deitado. Observou-me com as sobrancelhas arqueadas.
- Problemas? – sibilou.
- A Any vai me matar – tapei o bocal com a mão. – a gente tinha combinado de ver uma cortina para o
meu quarto hoje depois do trabalho. Acabei esquecendo. Ela tá furiosa comigo. Ouve só! – coloquei o
celular perto de seu ouvido, mas nem precisava, dado o tom histérico dos gritos dela.
Ele se encolheu um pouco e sorriu.
- Posso? - Indicou o aparelho.
- Hã... Tudo bem...
Pegando o celular, ele o aproximou corajosamente da orelha. Christopher realmente não tinha medo do perigo.
- Anahí, é o Christopher. – O ruído cessou do outro lado. Ele colocou o aparelho no ouvido. – eu queria me desculpar. Preparei um jantar para a Dulce. Minha família está aqui, vieram conhecê-la, mas eu não sabia que vocês tinham outros planos. A Dulce é sempre muito educada – ele fez uma careta divertida. – meus pais encheram ela de perguntas e meu irmão passou a noite toda se insinuando pra ela... Acho que isso deixou a Dulce nervosa, por isso ela esqueceu de cancelar com você.
Mordi o lábio, apreensiva. Eu podia imaginar a cara que Any devia estar fazendo.
- Talharim à carbonara e vinho – continuou ele. – Comprei uma mousse de chocolate, mas não descobri
ainda se ela gostou. Ah, fico feliz em ouvir isso. Não. – As sobrancelhas dele se arquearam e um pequeno sorriso brincou em seus lábios. – Foi, é? Ela não me disse nada.
Comecei a ficar tensa. O que Any estaria dizendo a ele?
- Mesmo? Eu nunca teria imaginado – ele riu. – Sabe, acho que eu ia gostar muito de conversar com você sem a Dulce por perto. Assim eu poderia aprender mais sobre ela. Combinado. É, meus pais ainda estão aqui. Vão passar a noite com a gente. Claro, no quarto da Dulce, e meu pai vai dormir no sofá. Ela vai... Ficar comigo essa noite.
Prendi a respiração. Christopher esperou. E esperou. E esperou.
- Anahí você ainda está ai? Ah, claro. Eu digo pra ela. Boa noite – e desligou. Voltando-se para me
entregar o telefone, disse: - acho que ela ficou mais calma...
- Ela não quis falar comigo? – Oh, Deus!
- Disse que não queria interromper. Pediu para avisar que remarcou as compras para amanhã.
- Ai! – enterrei o rosto entre as mãos. Any devia estar imaginando uma noite mágica, romântica. Isso
seria péssimo de explicar. – Você não devia ter feito isso, Christopher. Ela vai imaginar coisas.
Autor(a): Gabi
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- Ela me pareceu bastante curiosa. - Não me diga! – falei, levantando a cabeça e o encarando. – A mente da Anahí já criou um milhão de fantasias sobre nós dois sem você insinuar que estamos dormindo na mesma cama. Ela vai pirar! - Não estou insinuando, Dulce. Vamos mesmo dormir na mesma cama – ele riu ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 283
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wisley_da_silva_pereira Postado em 22/01/2021 - 13:10:53
depois de muito tempo olha eu aqui de novo relendo a fic eu gostei muito e amei demais mais só que falto mesmo foi só o epilogo para termina a historia de amor dos dois
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lukinhasmathers Postado em 15/07/2020 - 09:58:05
E eu aqui novamente... Acabei debler de novo e como eu amo esse casal mano
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lukinhasmathers Postado em 16/06/2019 - 12:20:47
Que bom que a Dulce amadureceu nesta história... Só queria que tivessem um filho com o Christopher, porque eles ficaram sem camisinha né rsrsrs
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lukinhasmathers Postado em 15/06/2019 - 15:14:26
Gostei demais da história... espero volta a lê ela algum dia..
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marimari17 Postado em 04/01/2016 - 12:00:03
Se chorei? Ah como chorei, essa fanfic é tão linda. Gostei dela muito, mas especialmente por um motivo, tudo o que eu temia, tudo o que eu achava que ia acontecer, na hora do aperto, não aconteceu. Quer dizer, aconteceu sim mas não fazendo umbestrago tão grande como o esperado. E eu tava jun momento tão difícil que essa fanfic me mostrou um lado bom da vida. Desde sempre eu sabia que borboletas são pessoas que já se foram e sente nossa saudade. Mas eu sei que a fanfic é adaptada, porem mesmo assim eu quero agradecer tanto a quem criou, como a você. Essa fanfic me ensinou muito. Obrigada, por me fazer chorar as quatro da manhã! Beijo grande!
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stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 20:36:18
Muito linda! Amei
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Livia Postado em 07/05/2015 - 19:51:25
dê uma passadinha la http://fanfics.com.br/fanfic/44140/the-bad-boy-vondy-hot
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gabysavinon Postado em 27/01/2015 - 00:29:33
amei essa adaptação!!!
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sher_vondy Postado em 31/03/2014 - 15:49:49
AMORES, AQUI É A AUTORA DESSA WEB, SÓ TÔ PASSANDO PRA AVISAR QUE A NOVA WEB ''Soul Love'' foi cancelada!!! Mas entrem no meu perfil que encontrarão outras. Bsos. <33
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anapvondy Postado em 22/03/2014 - 14:22:23
Oi Gabi, passando aqui so para avisar que sua web foi divulgada na página do facebook Estórias de Gente Vondy!! Se a divulgação for indesejada nos avise e retiraremos o post.