Fanfics Brasil - Capítulo 2 [Parte 3] Procura-se um Marido - Finalizada

Fanfic: Procura-se um Marido - Finalizada | Tema: Vondy [Adaptada]


Capítulo: Capítulo 2 [Parte 3]

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Atravessamos a sala de jantar, com a mesa e suas dezoito cadeiras imponentes, mas de extremo bom gosto, a passos lentos. Vi Peter no topo da escadaria da sala de estar e acenei com a cabeça, indicando que eu mesma atenderia a porta. Juan entrou, o rosto fechado como sempre, e seguimos em silêncio até a
biblioteca de vovô. Era a primeira vez que eu entrava ali sem que ele estivesse por perto. Parecia tão
errado...


- Como sabe, seu avô deixou um testamento – Juan começou.


- É, você disse.


Ele assentiu. Joguei-me no sofá de couro marrom ao lado da estante de livros. Any ficou examinando as
lombadas.


- Muito bem – ele abriu a maleta preta e retirou uma imensidão de papéis. – vou ler para você as
instruções que ele deixou.


- Isso é mesmo necessário? – me queixei.


- Sim – ele disse e começou a leitura, daquele seu jeito formal, como se estivesse diante de um tribunal.


Basicamente, vovô havia instruído que Juan cuidasse de tudo até que o testamento fosse aberto. Eu
queria ir para o quarto ouvir as histórias da Any, coisas que pudessem afastar aquela saudade que eu
sentia de abraçar meu avô, e mais que tudo, de suas broncas.


- Cumpridas as formalidades, vamos à leitura do testamento – Juan assentiu para si mesmo.


Dei de ombros. Já fazia ideia do que tinha ali. Eu era a única herdeira viva e, Peter e Neves, os
empregados mais antigos da casa, em bons lençóis. Os três trabalhavam para a família desde que eu me conhecia por gente. Uma vida de dedicação. Mereciam seja lá o que fosse que vovô tivesse deixado a eles.


Juan pigarreou antes de começar.


- Eu, Narciso Saviñón e Lima, encontrando-me em minhas perfeitas faculdades mentais e
emocionais, livre de qualquer coação deliberei fazer este meu testamento – ele iniciou naquela linguagem chatíssima de advogado – no qual expresso minha última vontade, tendo como única descendente viva a senhorita Dulce María Espinosa Saviñón, brasileira, solteira, curadora de artes, filha de Fernando Espinosa e Lima e Blanca Espinosa Saviñón – e blá-blá-blá.


Meu avô deixara poupanças generosas para seu trio de empregados fiéis, como eu suspeitara, e o restante, ao que parecia, seria destinado a mim. Não que isso tivesse importância. Eu não ligava para a fortuna.


Nunca liguei para grana. Eu só queria meu avô de volta. Trocaria sem pestanejar todo aquele dinheiro por mais um tempo com ele.


- Contudo, devido à incapacidade da herdeira de cuidar de si mesma, instituo como curador da totalidade de meus bens o senhor Juan Pereira Hernandez e, como presidente das minhas empresas, o senhor Hector Simione, até que a herdeira legítima esteja devidamente casada há mais de um ano.


Juan fez ma pausa para tomar fôlego.


Eu não sabia se havia entendido o que ele acabara de dizer.


- Hã... hein? – resmunguei estupidamente.


- Não terminei ainda, Dulce, se puder esperar até que eu conclua, poderei responder a todas as suas
perguntas. – E, voltando-se para o papel, ele continuou: - Disponho a minha neta um emprego vitalício
em uma das minhas empresas até que ela possa assumir o que é seu de direito. Se a herdeira tentar
contestar este testamento ,a doação do patrimônio a ela será anulada, assim, expressando este testamento particular minha última vontade, requerendo à justiça de meu país que o faça cumprir como este contém e clara... – e mais bla-blá-blá.


- que raio de conversa é essa? – reclamei. – o que todo esse papo quer dizer?


Juan respondeu calmamente.


- Que, até que você se case, não poderá tocar em nada que pertenceu ao seu avô.


- O quê? Isso é ridículo! – Any e eu gritamos juntas.


- Me deixa ver isso! – pedi, arrancando o papel das mãos do homem de estatura média em formato de
barril. Estava mesmo tudo ali, assinado e registrado. – mas... por quê?


- Seu avô temia que, se toda a fortuna ficasse em suas mãos incapazes, você acabaria numa...


- Vala como indigente – completei de maneira automática. – Ele cansou de me dizer isso.


- Então, decerto não é nenhuma grande surpresa, não é? – ele arqueou uma sobrancelha grossa. – Dulce, o seu Narciso sempre se preocupou com você. Esse testamento foi redigido no dia em que você foi presa na Holanda.


- Ah, pelo amor de Deus! Holanda outra vez, não! 


- Sim, Dulce. Holanda outra vez. Aquele incidente deixou seu avô apavorado. Não é segredo que você
sempre fez o que bem quis. E, apesar de fechar os olhos algumas vezes, seu Narciso sempre soube tudo que se passava com você. Assim, quando você telefonou de Amsterdã pedindo ajuda, ele compreendeu que seria necessária uma mudança drástica para fazer com que você entendesse os tipos de riscos a que se submete. Eu tentei argumentar com ele sobre essa cláusula do casamento, mas, acredite, ele estava irredutível. Você conhece seu avô.


Ah, sim, eu conhecia. Exatamente por isso estava tão chocada com o conteúdo do documento.


- Meu avô não faria isso. Ele nunca me obrigaria a casar.


- E não está obrigando agora – disse ele calmamente. – é uma imposição sem data. Você é quem decide quando, como e com quem.


- Quanta consideração – murmurou minha amiga.


- Isso não está certo! – exclamei. – Por que tenho que me casar? Eu só tenho vinte e quatro anos. Quem se casa nessa idade? Eu não quero me casar. Não vou me casar nunca.


- Você conheceu os princípios de seu avô. Ele achava que um marido talvez fizesse você adquirir um pouco de maturidade, de sensatez. E, caso você nunca venha a contrair matrimônio, eu serei para sempre o curador, o tutor de sua herança. Infelizmente, você não terá acesso ao dinheiro ou aos lucros. Deverá se manter apenas com seu trabalho.


- Eu não vou me casar – repeti teimosamente.


- Não agora, mas um dia, quem sabe... – ele deu de ombros. – Até lá, continuarei fazendo o que fiz nos
últimos anos. Cuidarei de seu patrimônio.


- E vou viver do quê, Juan? Como vou pagar as despesas dessa mansão?


Ele contornou a mesa e se sentou lentamente na beirada. Não gostei daquilo. Tive de me controlar para
não voar em seu pescoço. Aquela era a mesa do vô Narciso. Ninguém encostava a bunda na mesa do vô Narciso!


 


- Dulce, essa casa é parte da herança – ele disse num muxoxo.


- E...?


- E quer dizer que você foi despejada – concluiu Any, que assistia a tudo com os olhos muito abertos. 



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Autor(a): Gabi

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Olhei para Juan horrorizada. - É isso? Estou sendo expulsa da minha própria casa? Aquilo não podia estar acontecendo. Não depois de tudo que eu tinha passado nos últimos dias. - Não, claro que não – ele respondeu, ainda muito calmo. – Mas como seu tutor, eu vou cuidar de tudo, das despesas, dos empregados, j&aac ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 283



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  • wisley_da_silva_pereira Postado em 22/01/2021 - 13:10:53

    depois de muito tempo olha eu aqui de novo relendo a fic eu gostei muito e amei demais mais só que falto mesmo foi só o epilogo para termina a historia de amor dos dois

  • lukinhasmathers Postado em 15/07/2020 - 09:58:05

    E eu aqui novamente... Acabei debler de novo e como eu amo esse casal mano

  • lukinhasmathers Postado em 16/06/2019 - 12:20:47

    Que bom que a Dulce amadureceu nesta história... Só queria que tivessem um filho com o Christopher, porque eles ficaram sem camisinha né rsrsrs

  • lukinhasmathers Postado em 15/06/2019 - 15:14:26

    Gostei demais da história... espero volta a lê ela algum dia..

  • marimari17 Postado em 04/01/2016 - 12:00:03

    Se chorei? Ah como chorei, essa fanfic é tão linda. Gostei dela muito, mas especialmente por um motivo, tudo o que eu temia, tudo o que eu achava que ia acontecer, na hora do aperto, não aconteceu. Quer dizer, aconteceu sim mas não fazendo umbestrago tão grande como o esperado. E eu tava jun momento tão difícil que essa fanfic me mostrou um lado bom da vida. Desde sempre eu sabia que borboletas são pessoas que já se foram e sente nossa saudade. Mas eu sei que a fanfic é adaptada, porem mesmo assim eu quero agradecer tanto a quem criou, como a você. Essa fanfic me ensinou muito. Obrigada, por me fazer chorar as quatro da manhã! Beijo grande!

  • stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 20:36:18

    Muito linda! Amei

  • Livia Postado em 07/05/2015 - 19:51:25

    dê uma passadinha la http://fanfics.com.br/fanfic/44140/the-bad-boy-vondy-hot

  • gabysavinon Postado em 27/01/2015 - 00:29:33

    amei essa adaptação!!!

  • sher_vondy Postado em 31/03/2014 - 15:49:49

    AMORES, AQUI É A AUTORA DESSA WEB, SÓ TÔ PASSANDO PRA AVISAR QUE A NOVA WEB ''Soul Love'' foi cancelada!!! Mas entrem no meu perfil que encontrarão outras. Bsos. <33

  • anapvondy Postado em 22/03/2014 - 14:22:23

    Oi Gabi, passando aqui so para avisar que sua web foi divulgada na página do facebook Estórias de Gente Vondy!! Se a divulgação for indesejada nos avise e retiraremos o post.


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