Fanfic: O poder das Palavras (adaptada) | Tema: Vondy

CAPÍTULO 1

Dulce vagou pela cidade sem saber para onde ir. Pensava aonde poderia se esconder de forma que não a achassem.

Pensou em ir para a casa dos pais, mas não seria bom. Não queria envolvê-los tanto assim em seus próprios problemas.

Pensou em Victor e Alexandra, mas eles não mereciam sofrer junto com ela.

Talvez Anahí e Alfonso... Mas Dulce os amava demais para envolvê-los nisso também.

Continuava vagando pelas ruas de carro e lembrando-se de tudo o que passara até hoje.

Lembrou-se do dia em que sua mãe avisou que ela se casaria com o filho dos Uckerman. Na hora, sua alegria quase a sufocou. Ela o amava desde pequena, desde que o conheceu em uma festa da família Uckerman.

Inocentemente, pensara que seria feliz ao lado dele. Maldita hora que concordara com aquele casamento! Foi tudo muito rápido. Num dia descobriu que se casaria... Na semana seguinte já estava casada.

Na noite de núpcias, Edward fora um ótimo marido. A carregou para dentro de sua nova casa em seus braços; a deitou na cama de casal e lhe proporcionou todo o prazer que ela jamais sentira com qualquer outro homem.

Na manhã seguinte, ele se revelou. Fora frio, indiferente, insensível... Um  perfeito brutamontes!

Dulce chorava ao lembrar-se de todos os detalhes. Lembrou-se das outras duas vezes em que pertenceu a ele intimamente. Uma delas, praticamente foi forçada a ceder. Ela ainda o amava, disso não tinha dúvidas. Mas naquela noite, ele chegou raivoso por um motivo que ela preferia que fosse desconhecido para ela, mas não era. Seu divertimento com alguma vagabunda tinha dado errado.

Entrou em seu quarto sem bater, arrancou suas roupas e se deitou sobre ela. Ela não queria, tentou afastá-lo, mas foi em vão. Ele era homem e bem mais forte do que ela. Arrancou as roupas dela em segundos e, contra os protestos dela, a possuiu ferozmente como não havia feito antes.

Doía lembrar-se disso, mas essas lembranças jamais a deixariam. Carregaria isso consigo o resto da vida.

A terceira vez fora quando ele estava doente. Ela não podia deixá-lo sofrer sem tentar ajudá-lo. Ainda o amava incondicionalmente para deixá-lo sofrer sozinho. O obrigou a ir ao médico e cuidava para que tomasse toda a medicação prescrita pelo médico. Não era nada de mais, apenas um resfriado. Mas ela temia por ele. Não queria vê-lo piorar.

Cuidou amorosamente dele por dois dias. Em dado momento, ele a puxou pelo braço e a fez deitar-se sobre ele na cama em que estava. Começou a passar a mão pelo rosto dela, pelos cabelos... E uma coisa levou a outra. Ela o desejava, o queria mais do que necessitava de ar ou água para sobreviver... Dessa vez, não disse que não, não negou, nem tentou fugir de seus braços; cedeu de livre e espontânea vontade apesar de tudo.

O que ela lembra nitidamente depois disso, foi que o resfriado dele passou para ela também. Diferentemente do que ela fizera por ele, Christopher nem sequer a levou ao médico, precisou ir sozinha no próprio carro.

Em meio a essas tristes lembranças, Dulce decidiu para onde iria. Lembrou-se de seu amigo, Pedro Damián. Ele se casou com Lupita pouco antes de Dulce casar-se com Christopher. Eram amigos desde crianças. Resolveu ir até a casa deles. Talvez o amigo e sua esposa pudessem ajudá-la sem estarem tão envolvidos como os outros familiares estavam.

A casa deles era ali mesmo em Nova York poderia topar com Christopher por aí, mas precisava ficar por perto para decidir o que faria de sua vida. Não poderia ficar sofrendo para sempre.

Sentiu um alívio ao pensar que estaria com pessoas que a amam de verdade e com quem poderia conversar sem se preocupar. Lembrou que durante dois anos, o único que sabia de tudo era seu diário...

Seu diário! Parou o carro abruptamente ao lembrar que deixar Christopher a o diário em casa!

Até pensou em voltar e pegá-lo. Mas a essa hora da noite, já devia estar lá. E a última coisa que ela queria era outra discussão.

‘Que se dane o diário!’ – ela pensou – ‘Ele nunca o achará em meu quarto!’

Seguiu pela estrada até a casa do seu amigo e lembrou-se com lágrimas nos olhos das palavras do seu médico há dois dias:

‘Senhora Uckerman, parabéns! A senhora está grávida de quatro meses!’