Fanfic: # My Heart is Yours

- Ah, aquele velho foi comprar uma peça do carro que estragou! Não sei se agüento seu pai filha, ele anda muito rabugento! – Emburrou.

- Tenha paciência com ele mamãe, sabe como papai é, em falar nele, o que pretende fazer para o seu aniversário? – Eu me sentei á mesa.

- Nada Dul, aniversário de velho não tem que ter festa não!

- Não fale isso mamãe! Papai está muito novo, alias não sei por que! Temos que fazer algo pra ele!

- Ok, depois nós nos falamos disso amor, mas conta como anda o trabalho? - Ela mexia a panela enquanto falava.

- Ah mãe, sempre na mesma! – Disse soltando um longo suspiro. – Está cada dia mais difícil a convivência com a senhorita Perroni! – Eu sorri ao lembrar do seu falatório e de sua empolgação ao falar em Guido. Mai é jovem e muito bonita, mas se apega fácil aos seus relacionamentos e acaba sofrendo no fim. Já perdi as contas das inúmeras vezes em que ela chegou chorando á porta do meu apartamento.

- Maite é uma boa moça, querida! Ela apenas sente-se sobrecarregada, ela é muito jovem e já tem tantas responsabilidades...

- Eu sei disso como ninguém mamãe, Mai é uma pessoa incrível! Hm... que cheiro é esse? – Mamãe sempre disse que meu olfato era como de uma raposa faminta, até hoje eu nunca entendi o por quê!

- É uma receita nova que peguei com a vizinha nova!

- E desde quando há vizinhos novos nessa rua? pensei que os moradores daqui fossem os mesmos veteranos de sempre mamãe - comentei divertida, e ela me olhou por baixo dos óculos de grau.

- O senhor Smith ficou muito depressivo depois da morte da senhora Smith, então foi morar com seu filho mais velho na Espanha! – Ela explicou pausadamente.

- Hm... E essa senhora, de onde ela é?

- Pelo seu sotaque, ela me parece ser italiana! Pegue seu prato amor! – Ela pediu, apontando com o olhar para o armário bege.

- E mora sozinha? – Indaguei enquanto me levantava para apanhar os pratos.

- Oh querida, ela tem um filho, de dezessete! O marido ficou pela Itália para resolver alguns problemas! – Quando mamãe se interessava pela historia de vida de alguém, ela se aprofundava nela. Sabia responder qualquer que fosse a pergunta. Entreguei-lhe os pratos e voltei a me sentar.

- E já ficaram tão amigas á ponto dela te contar praticamente todos os detalhes de sua vida pessoal?

- Sabe que sou uma pessoa carismática não sabe amor?Papo vai, papo vem e logo sabemos tudo uma da outra! Temos que ser amigas dos vizinhos aprenda isso Dul! – Ela sorriu e colocou o prato cheio á minha frente. Logo me lembrei do meu adorável vizinho, Alfonso. Realmente mamãe tinha razão, é inevitável e necessária a amizade com nossos vizinhos. – Coma tudo, estás pálida! Sabia que quando saísse de casa não iria se alimentar direito! Não quero filha minha anorexica Dulce!

- Não seja exagerada mamãe! Também não quero ficar obesa! – A comida estava com uma cara ótima.

Ela pegou seu prato e sentou-se ao meu lado. Dona Blanca era conhecida por sua tagarelice aguda, logo eu estava sabendo de todas as novidades da rua.

Apesar da imensa vontade de me sentar e continuar a conversa extremamente agradável com minha mãe, meu dever me chamava, e agudamente.