Fanfic: # My Heart is Yours

- Na...Não! – Inacreditavelmente... Eu gaguejei. Céus, onde ficou todo aquele controle do qual eu tanto me orgulhava? – Por favor, entre! – Dei-lhe passagem, e novamente seu perfume ficou para trás, me torturando á cada inspiração.

- Espero não estar incomodando, mas como hoje é sábado e durante toda a semana estamos  tão atarefados, pensei que pudéssemos fazer algo juntos... claro, se quiser e se estiver disponível!?– Ele colocou as mãos no bolso.

- Me parece ótimo! Mas antes preciso colocar uma roupa apresentável – Soltei um sorriso sem graça, ao notar seus olhos passeando pelo meu corpo, checando se estava tão ruim.

- Oh, não seja boba! Está perfeita! – Ele sorriu gentil, mas nós dois sabíamos que um short jeans e uma camisa larga não eram trajes perfeitos. – Mas se quer assim, estarei á sua espera!

- por favor, sinta-se em casa! – Falei enquanto á passos longo seguia até o meu quarto.

Não pude ouvir sua resposta, me apressei em vestir o vestido florido esticado sobre a cama... Realmente o universo conspirava ao meu favor hoje!

Deixei que meus cabelos seguissem soltos e retornei a sala. Seu cenho franzido e a expressão concentrada me fez querer saber o que ele trazia em suas mãos. Ao me aproximar, conclui que era meu porta-retrato, há anos tenho tentado tirá-lo dali, para ocasiões como essa, mas já era tarde demais.

- É você? – Ele indagou prendendo um sorriso zombeteiro. Pensei em mil e uma mentiras á contar, talvez poderia ser do meu irmão falecido... ou do meu primo que há anos não vejo, enfim, seria constrangedor demais admitir que a criança vestida com um pano sujo e uma chupeta enorme na boca seja eu!

- Não ria, mas sim sou eu! – Tomei-lhe o porta-retrato. Não tive coragem de mentir, afinal nunca sabia o que poderia custar aquela mentirinha.

- Por que acha que eu iria rir? – Ele me fitou intensamente, esperando uma resposta coerente, que por um acaso eu não o tinha!

- Não sei, talvez por eu estar seminua e com um objeto não-identificado na boca? – Olhei novamente o retrato, céus, onde será que mamãe arrumou chupeta daquele tamanho? Provavelmente ela queria que minha boca permanecesse ocupada, sem chances de chorar ou gritar.

- Oh, não seja boba! Se visse os retratos da minha infância então, nunca mais olharia na minha cara sem zombar! – Ele sorriu dócil.

- Duvido muito que exista algo mais constrangedor que isso! – Ergui o retrato em minhas mãos. Ele sorriu.

- Tenho certeza de que há, mas então vamos ou não vamos? – Ele esfregou as palmas de suas mãos. Só então lembrei de que não fazia menor idéia de pra onde estávamos indo e fazer o que lá.

Ele insistiu que fossemos em seu conversível vermelho, que perto do meu o fazia parecer um velocípede.

Como um perfeito cavalheiro, abriu a porta para que eu entrasse e assim deu partida.

Era surpreendente como seu perfume tomou conta de todo o carro, não existia oxigênio ali dentro... Apenas seu perfume.

- E então, como foi sua semana? – Ele perguntou, provavelmente a primeira pergunta que lhe veio em mente.

- Comum, eu diria! E a sua? – Voltei minha atenção para ele. Refletindo bem, minha semana não havia sido tão comum assim...

- Exaustiva, eu diria! – Ele riu ao repetir a ultima frase. – Sabe, não há nada de interessante em ficar sentado em uma cadeira, ouvindo velhos egoístas que só sabem pensar em formas variadas de ganhar dinheiro ou ouvir funcionários reclamando de seu salário mensal! – Ele finalizou, soltando um longo suspiro. Estava apenas desabafando, e eu me imaginei em seu lugar... Talvez ser presidente de uma empresa não seja tão fácil assim!

- Tente passar uma semana numa sala de aula com um bando de jovens cheios de hormônios, que você verá! – Apenas sorri. Apesar da dificuldade, era um emprego digno de respeito e orgulho!