Fanfic: Os Escolhidos

Nick abriu os olhos quando sentiu a claridade adentrar no seu quarto. Realmente ele não estava acostumado com esse negócio de fusos horários e, desde que havia deixado sua cidade natal há dois dias não conseguia ter um sono tranquilo. Ainda por cima era o seu primeiro dia no colégio novo e não estava nem um pouco animado. Estava prestes tentar dormir de novo quando ouviu batidas na porta.

– Nick,levanta logo e vai se arrumar! Eu não quero que se atrase logo para o primeiro dia!

–Puxa vida mãe! Só mais cinco minutinhos ok? Aposto que ninguém vai sentir a minha falta!

–Nick eu não vou falar de novo!

Nick bufou e jogou as cobertas de lado, sabia que quando se tratava dos estudos Kira Mosley não brincava. Se arrumou rapidamente e desceu as escadas para encontrar sua mãe na cozinha terminando seu café da manhã e lendo o jornal como de costume.Ainda sem tirar os olhos da leitura ela diz:

–Bom Dia Bela Adormecida! Achei que ia ter que te resgatar da cama!

–Haha ,muito engraçado!

–Olha eu já estou indo pro trabalho tá? Se quiser uma carona come rápido. Eu não quero me atrasar no meu primeiro dia.

–Não precisa, eu não quero te atrapalhar, além do mais eu prefiro ir a pé e fazer o reconhecimento da área.

Na verdade, pensou Nick, eu não quero que ela faça uma cena na porta da escola com direito a beijinho e tudo.Iam me achar um mané logo de cara, não que ele precisasse de ajuda pra isso, afinal esse era o nome pelo qual ele era conhecido em todos os colégios pelos quais passou.

–Bom se você diz... Mas tome cuidado tá? Você pode se perder já que não conhece a cidade.

–Mãe, relaxa o colégio é logo ali a dois quarteirões e além disso eu não sou mais criança tá?

–Tá bom eu entendi meu garotinho virou um homem maduro. Agora eu já vou, tchau pipinho!

–Mãe! eu já disse pra não me chamar disso!

Kira saiu rindo.

Terminando seu café Nick pegou sua mochila e tomou o caminho do colégio. Ia devagar prestando atenção nos nomes das ruas e em outros detalhes no caminho quando uma solitária construção imponente e misteriosa no final de uma rua chamou sua atenção.

–Nossa, dar de cara com a casa monstro no primeiro dia que bizarro!

Apressou o passo para sair daquele lugar que lhe causava arrepios quando algo brilhando no jardim da casa o fez parar novamente .

–Mas o que é aquilo?

Mesmo com medo resolveu ir até o lugar. Jogou a mochila no chão e pulou o muro baixo, se aproximando com cautela até a fonte do brilho.Era um anel com uma pedra vermelha parecida com um rubi incrustada com uma inscrição na parte interior que ele não conseguiu entender mesmo olhando atentamente. Estava tão concentrado que não viu a figura que o observava da janela.

–O que você está fazendo aí ,moleque!

Nick não pode ver que era o dono daquela voz e assustado saiu correndo, parando somente na porta do colégio arfando.

–Tá atrasado!

Nick virou-se assustado para dar de cara com uma mulher idosa com cara de poucos amigos.

–Me desculpe é que...

–Sem desculpas já para a sala do diretor!

Sem outra alternativa seguiu aquela mulher até o interior do colégio.Era uma enorme construção cheia de salas que parecia bem antiga.Parou em frente a uma delas e olhou para dentro.Tinha uma pessoa lá, uma garota e muito bonita por sinal. Seus cabelos eram castanhos mel e seus olhos azuis cor de gelo estavam voltados para o livro que estava lendo.Como que percebendo que era observado ela levantou os olhos o olhou de volta.

–Posso saber por que parou de andar mocinho?

Era aquela velha ranzinza de novo. Constrangido por ser pego espiando ele apressou-se para acompanhar a mulher olhando fixamente para o chão até chegar a uma sala com uma placa na porta escrita Direção.Então a mulher se virou para ele e disse.

–O que está esperando? Entre logo!

Nick suspirou cansado.Seu primeiro dia não estava sendo nada do jeito que tinha imaginado. Pensando no azar que tinha ele entrou na sala.Era um ambiente simples com apenas algumas prateleiras cheias de livros, algumas cadeiras e uma mesa de mogno que parecia bem rústica.Atrás da mesa estava um homem imponente sentado de maneira descontraída numa poltrona antiquada. Devia ter uns quarenta anos mas tinha aparência jovial e um sorriso bastante contagiante no rosto quando levantou-se para cumprimentá-lo.