Fanfic: Os Escolhidos

Travis estava impaciente. Já estavam sentados naquele escritório há um bom tempo e, Nick não tinha dito nada sobre a existência dos anéis ou sobre os magos. Apenas discutia sobre aquele trabalho bobo. Decidido a adiantar as coisas ele chama:

–Nick, posso falar com você um minuto?

–Agora? – disse Nick

Calla olhou para Travis e falou:

–Eu vou deixar vocês sozinhos – e saiu do ambiente.

–O que foi Travis? – indagou Nick curioso.

–O que foi? Bom, eu pensei que tínhamos vindo aqui com um objetivo. Mas você só quer falar desse trabalho idiota.

–Nós não podemos simplesmente cuspir toda a verdade de uma vez Travis, temos que ter calma.

–Calma? Não temos tempo para ter calma. Precisamos reunir os anéis e refazer logo o feitiço antes que o mago das trevas consiga sair e espalhar o caos pelo mundo.

–Então, o que faremos? –indagou Nick – Vamos apenas dizer, assim? E se ela não acreditar?

–Vamos convencê-la – respondeu Travis.

–Ah é? Como? Se a sua avó estivesse aqui poderia fazer aquele negócio com as correntes.

–Bom talvez você possa usar o seu poder - sugeriu Travis.

–Tá louco? Eu não sei usar os meus poderes. E se não funcionar? Aí sim ela vai acreditar que somos malucos. Além disso, porque você não tenta? De todos nós você é o que tem mais experiência.

Travis ia responder, porém a chegada de Calla encerrou o assunto.

–Nick, Travis se vocês tiverem algo para fazer, podemos deixar o trabalho ara outro dia ok? Não tem problema.

–Não Calla, o Travis só estava...

Nick não concluiu a frase, pois, seu celular começou a tocar. Ele olhou para a tela e disse:

–Só um minutinho.

Calla e Travis assentiram e ele atendeu curioso:

–Luna?

–Nick? Preciso que você venha até a minha casa agora. Meu irmão acabou de ter um troço!

–Como assim Luna, fala devagar – pediu Nick tentando acalmá-la.

–O Travis está com você?

–Ele está sim – respondeu Nick

–Então chama ele e vem logo droga! – gritou a menina.

–Esta bem, estamos indo. – e encerrou a ligação.

–O que aconteceu? – perguntou Travis.

–Temos que ir para a casa do Luna agora. Alguma coisa aconteceu com o Lucian.

–E ela quer que façamos o que? Não somos médicos. –reclamou Travis.

–Ela não deve achar que seja alguma doença – disse Nick lançando um olhar de cumplicidade para Travis que ergueu as sobrancelhas intrigado.

–Então vamos, eu sei onde fica. – concluiu Travis.

Nick olhou para Calla que os observava silenciosamente.

–Me desculpa, mas nós temos que ir, é muito importante. Conversamos depois esta bem?

E saíram os dois correndo sem esperar resposta, deixando uma Calla muito intrigada.

Nunca tinha conhecido uns garotos tão misteriosos como Nick e Travis, pensava Calla. Eles escondiam algo importante, isso ela sabia, mas, por alguma razão não conseguia enxergar muita cosa de suas mentes. Apesar disso, ela não sentia aquela desconfiança que sentia de July Manello . Talvez um pouco de Travis... Ele era sempre tão misterioso e falava tão pouco... Era muito bonito, mas, não era o tipo de garoto com quem uma garota inteligente se envolveria, disso tinha certeza. Já Nick era tão diferente... Gentil, apesar da aparência desleixada, era muito sério... Seu pai sabia alguma coisa a respeito daqueles garotos, ela pôde notar mas, não achava que ele lhe diria o quê.. Havia também os irmãos Bonacci com quem eles andavam desde que tinham chegado à escola. E para completar aquela estranha sensação na sala...

–Eu vou desvendar esse mistério – disse Calla para si mesma – custe o que custar...

******

Lucian não podia se mexer. Tudo o que sabia era que em um segundo estava na sala de sua casa conversando com a sua irmã e depois estava naquela caverna escura.

–Tudo bem – ele disse tentando se acalmar – respira fundo Lucian você só precisa se acal...

Não pôde concluir. Uma figura alta e silenciosa vinha em sua direção. Apavorado, Lucian tentou se mover, mas, continuava paralisado. Quando pensou que iria ser alcançado pela estranha figura, se surpreendeu. A criatura passou diretamente por ele como se o garoto simplesmente não existisse. Intrigado Lucian olhou mais atentamente para aquela figura. Parecia um homem alto, mas isso era a única coisa que ele conseguiu descobrir, pois, quem quer que estivesse ali, usava um manto escuro que o encobria completamente.

–Mestre – disse o homem ajoelhando-se em frente a uma parede.

–Já era hora de você aparecer servo – disse uma voz que parecia vir de dentro da parede.

–E então – continuou – conseguiu?

–Ainda não, mestre – respondeu a homem encoberto. – Azura não conseguiu pegar o garoto.

–E eu posso saber por que ela falhou em uma tarefa tão simples? – indagou a voz com uma nota de irritação.

Lucian notou que os ombros do homem se tencionaram.

–O garoto meu senhor. O neto de Rebekah acabou intervindo e os dois escaparam.

–Neto? Hora o tempo é mesmo implacável. Mas, essa é uma notícia muito útil... E quanto ao recipiente?

–Está tudo preparado meu senhor – respondeu o homem

–Ótimo. Fique atento aos movimentos de cada um deles e me mantenha informado.

–Sim mestre – disse a figura levantando-se.

–E servo? – chamou a voz.

–Sim – respondeu a figura voltando-se.

–Não falhe. Eu odiaria ter que castigá-lo pela sua incompetência.

–Não se preocupe mestre, não falharei – e saiu deixando apenas Lucian e a misteriosa voz.

–Ora, ora, ora Senhor Bonacci. Ouvindo conversa alheia?

Então tudo ficou escuro.