Fanfic: Os Escolhidos

Calla estava desconfortável com os olhares espantados que recebia. Suspirando, ela reafirmou:

–Sim eu sei de toda a verdade – disse ela.

–E porque você não disse isso logo? – indagou Luna revoltada – teria nos poupado uma baita caminhada até aqui!

Ignorando os protestos de Luna, Travis perguntou:

–Desde quando você sabe?

– Desde sempre – respondeu Calla - meu pai é um mago e minha mãe também era.

–Era? – disse Nick.

–Sim, ela desapareceu há muito tempo.

–Eu lamento – disse Nick.

–Todos nós – completou Lucian.

–Obrigada – disse Calla.

–Então - interveio Luna – já que ela sabe de tudo, qual é o nosso próximo passo?

–Calma Luna – disse Lucian - temos que fazer as coisas com muito cuidado.

–Se já estamos aqui – considerou Nick – não tem porque não tentar encontrar o próximo anel.

–Você sabe a respeito dos anéis não é? – indagou Luna.

–Sim, já ouvi muitas histórias sobre eles – respondeu Calla.

–Podemos tentar – disse Travis.

–Tentar o que exatamente? – reclamou Luna – a gente não sabe o que fazer. Devíamos falar com aquela coisa antiga que o Travis chama de avó.

–-Se não fosse pela “coisa antiga” você nem estaria aqui hoje sua aberração de circo – disse Travis irritado.

Calla resolveu intervir:

–Eu não sei como descobrir a localização dos anéis, mas eu posso pedir ajuda ao meu pai se quiserem.

–Eu não acho uma boa ideia – respondeu Nick rispidamente, para a surpresa de todos.

–Que bicho te mordeu Moslerdo? – indagou Luna.

Travis olhou para Nick e nada disse. Lucian falou:

–-Tem algo errado Nick?

–Não é nada – disse Nick passando a mão pelos cabelos, num claro sinal de nervosismo.

Calla o olhou pensativa:

–Porque você não gosta do meu pai Nick? – indagou a menina.

–Eu não disse que não gostava – disse Nick sem graça - só disse que não achava que era uma boa ideia, só isso.

–E porque não seria uma boa ideia?- insistiu Calla.

–Por que... Bem – disse Nick tentando se explicar – é melhor manter sigilo absoluto sabe, para não chamar muita atenção.

–Mas precisamos de ajada Nick – tentou Lucian.

–Eu concordo com o guri – afirmou Travis.

–Desde quando você concorda com alguém? – perguntou Luna.

Lançando um olhar nada amigável para Luna, Travis continuou:

–Minha avó pode nos ajudar, não precisamos de mais de ninguém se metendo.

–Mas o que há com vocês afinal? – indagou Luna.

–Nada – respondeu Nick – já disse.

–Disse, mas ninguém acreditou – retrucou Luna.

–Olha, chega de papo – interferiu Travis – já está decidido. Não vamos pedir ajuda desse cara e pronto. Assunto encerrado.

–Você não decide as coisas por aqui garoto – disse Luna.

–E quem decide? – debochou Travis – você?

–Eu sugiro uma votação – disse Lucian – quem está a favor de pedir ajuda ao senhor Baker levanta a mão.

Calla e Luna levantaram suas respectivas mãos.

–E quem é contra? – continuou Lucian.

Nick e Travis ergueram as mãos.

–Bom está empatado – constatou Calla – Lucian você é quem vai decidir.

Lucian permaneceu calado. Luna bateu o pé:

–Qual é mano! Responde logo!

–Tenha paciência Luna – reclamou Lucian –bom nem o Nick nem o TRavis apresentaram nenhuma razão para recusarmos a ajuda do pai da Calla, sendo assim eu sou a favor de falarmos com ele.

Calla sorriu e Luna deu um tapinha amigável nas costas de Lucian:

–Isso aí mano.

–Se é isso que querem ótimo, vão em frente. Agora não contem comigo para isso – disse Nick levantando-se com cara de poucos amigos.

–Nick – disse Calla tentando acalmá-lo – também não precisa ficar assim.

Nick a fitou respondeu:

–Você não entende.

E dizendo isso rumou para porta sem olhar para trás.

–Ei garoto deixa de fazer charme – disse Luna segurando o braço de Nick – você...

No momento em que Luna tocou o braço de Nick, várias imagens surgiram diante de seus olhos. Ela se viu num lugar que, a princípio não sou qual era, mas aos poucos começou a reconhecer. Neste mesmo lugar repousava um anel semelhante ao que Nick usava sendo que a única diferença estava na pedra que era verde como uma esmeralda.

–O que deu nesses dois? – disse Lucian.

A voz de Lucian cessou as visões como que por mágica. De volta a realidade, Luna, que ainda segurava o braço de Nick sussurrou:

–Caramba!

Nick indagou:

–Então dessa vez você também viu?

–Do que você estão falando? – disse Calla.

–Vão ficar aí de segredinho ou vão nos contar o que viram? – reclamou Travis.

Luna, se dando conta do que acontecia, soltou rapidamente o braço de Nick. Travis, observando o gesto, ergueu uma sobrancelha. Luna o fitou e disse com voz firme:

–Faça algum comentário estúpido e você vai dar um passeio de ambulância.

–E então o que houve? – disse Lucian mudando de assunto.

–Vimos o outro anel – respondeu Nick.

–Viram? Onde? – indagou Travis.

–Eu não sei dizer onde era – disse Nick.

–Eu sim – interveio Luna – no cemitério da cidade.

–Cemitério ? – falou Lucian.

–O que estamos esperando? – disse Travis – vamos lá pegar.

–Agora? –perguntou Calla.

–Claro, porque não? –disse Nick

–Mas... já vai anoitecer – explicou ela.

–E daí? Não me diga que a patricinha tem medo do escuro – provocou Luna.

–Não é por isso! – se defendeu Calla.

–Não tem porque ter medo dos mortos – disse Travis – muito pelo contrário é mais fácil a Luna assustar os mortos do que eles nos incomodarem.

Nick e Calla riram e Lucian tentou esconder um sorriso.

Luna avançou na direção de Travis pronta para socá-lo, porém não pode com´letar o movimento porque o garoto segurou os seus braços.

–Calma guria, eu só estava brincando.

–Deixa isso para lá Luana – disse Lucian.

Luna puxou seus braços para se soltar de Travis e disse irritada:

–Vamos logo para esse cemitério. Eu estou com uma leve sensação que vamos deixar algo por lá.