Fanfic: Os Escolhidos

Travis observou a criatura se mover lentamente, feito uma cobra prestes a dar o bote. Ele sacou a faca diante dos olhos estupefatos de Luna que estava parada diante da estátua. Recuando, Travis puxou consigo na direção oposta.

–Vai tentar fugir? – sibilou Azura notando a movimentação dos jovens – péssima ideia, dessa vez eu estou bem preparada.

Dito isso, outras três figuras surgiram da escuridão. Eram parecidos com cães porém eram enormes, com dentes muito afiados e de aparência medonha. Eles fizeram um círculo ao redor do casal.

Travis, sem tirar os olhos de Azura falou:

–Luna, ponha o anel e fique perto de mim.

Luna assentiu e pôs o anel no dedo. Nada aconteceu.

Notando a frustração no rosto pálido da menina Azura riu divertida:

–O que foi pequenina? Você parece desapontada. Algum problema com o seu anel?

–Problema? Comigo? - disse Luna irritada – Você realmente não tem se olhado no espelho ultimamente.

O sorriso deixou os lábios de Azura que gritou irritada:

–Chega de conversa! – berrou acenando para as criaturas – peguem eles!

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Nick estava cada vez mais chateado. Ao lado de Calla já havia procurado por toda a área que lhes coube e nem sinal do anel.

–-Talvez os outros tenham encontrado – disse tentando acalmar a si mesmo

–Acho que não – disse Calla – se tivessem mesmo encontrado eles teriam nos avisado.

–Talvez – ponderou Nick – ou talvez eles estejam apenas discutindo demais para lembrar de nos avisar.

–Você acha? – indagou a menina.

–É bem possível – respondeu Nick – acredite em mim, quando juntamos Luna e Travis num mesmo lugar nunca dá certo. Nem mesmo o Lucian aguentou.

Calla deu uma risadinha.

–Pensando bem, você pode ter razão.

–É melhor irmos procurá-los – decidiu Nick – de qualquer forma, não há nada aqui mesmo.

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Lucian estava aborrecido. De uma hora para outra sua vida havia simplesmente virado de cabeça para baixo. Como se já não fosse o bastante cuidar a sua irmã sem juízo agora ele tinha que ir atrás de anéis mágicos, enfrentar magos das trevas e salvar o mundo. Tudo porque uma velha com cara de doida que sabia uns truques de circo tinha dito isso. Agora ele estava à noite num cemitério procurando uma coisa que sua irmã “viu” quando tocou no novato. Era o fim da picada. Se tivessem dito isso a ele dois dias antes ele simplesmente riria do absurdo. Lucian Bonacci sempre fora um rapaz cético e ponderado, que fazia de tudo para ganhar o reconhecimento de seus pais, sempre tão frios e distantes.

–Mas o que você está fazendo Lucian –resmungava – como é que você foi se meter numa dessas. Só a Luna mesmo.

De repente um vento frio alcançou seu rosto causando-lhe um arrepio.

–Luna – disse ele num sussurro.

E saiu correndo pela escuridão afora.

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Travis ergueu a faca pronto para receber o ataque. Uma das criaturas saltou sobre o garoto que não teve tempo de fazer nada além de empurrar Luna para fora do caminho enquanto caía no chão com a fera em cima. Luna empalideceu quando viu o sangue no chão:

–Travis!!!

Para o alívio da menina Travis empurrou a criatura morta de cima dele e ficou de pé num salto erguendo a faca ensanguentada com um sorriso triunfante no rosto. Porém ele não teve tempo para cantar vitória, pois uma outra criatura atrás dele vinha a toda velocidade.

Apesar de ter visto a fera se aproximando Travis não se virou, apenas olhou fixamente para Luna , ergueu a faca e lançou-a na direção da menina que arregalou os olhos surpresa.

A faca cravou certeira no peito da terceira criatura que tentava sorrateiramente pular na menina. Luna olhos para trás e viu o corpo inerte do monstro, porém o som de um baque fez com que ela voltasse seus olhos para Travis novamente. Sem chance de se defender o garoto havia caído de bruços enquanto o monstro afundava os dentes no ombro esquerdo do garoto.

Luna gritou apavorada.

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Lucian corria desesperadamente entre os túmulos daquele lugar frio e sem vida. Medo apertava o seu coração. Alguma coisa havia acontecido com sua irmã, ele tinha a mais absoluta certeza mesmo que não soubesse explicar como. De repente um grito cortou o silêncio fazendo com que Lucian parasse ofegante.

–Luna! – ele gritou preocupação tomando conta do seu ser.

–Lucian! – uma voz gritou chamando atenção do garoto.

Calla e Nick vinham correndo na direção de Lucian.

–Vocês ouviram isso? – perguntou Lucian.

–Ouvimos sim – respondeu Nick – foi a Luna. Não foi?

–Foi - disse ele - temos que encontrá-la.

Os dois jovens assentiram. E foram os três correndo o mais rápido que podiam.

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Luna correu na direção de Travis para tentar ajudá-lo. Porém Azura segurou seu braço com suas garras ferindo a menina que arfou de dor.

Azura disse:

–Calma bichinho, não machuque o garoto. Muito, afinal precisamos dele vivo.

A criatura saiu de cima de Travis que fez um esforço para tentar se levantar. Sangue banhava a sua camisa:

–Solta ela Azura. – ele disse sua voz por um fio

Azura o ignorou e se voltou para Luna:

–De você eu não sei se preciso.

–Deixa ela em paz! – gritou Lucian que vinha correndo seguido por Calla e Nick.

–Ou o que? – retrucou Azura fazendo um gesto positivo com a cabeça.

A criatura que estava de afastada levantou-se e avançou rosnando na direção dos três jovens, que recuaram assustados.

–Ma s o que é isso? – disse Lucian espantado.

–Gostou? – disse Azura – é a minha habilidade mais poderosa. Evocar Wendigos, as bestas devoradoras.

As criaturas que estavam mortas levantaram indo se juntar a outra contra os garotos.

Calla segurou o braço de Nick.

–O que faremos? – disse ela.

Nick não respondeu. Olhava fixamente para o anel que tinha no dedo.

–Bom – disse ele esticando o braço cuja mão carregava o anel – está na hora da mágica.

Nada aconteceu. Azura gargalhou.

–Você são uns pândegos. Nunca me diverti tanto com alguém antes.

Mas então algo aconteceu. Um estrondo fez com que a risada de Azura morresse em sua garganta.

– Não é possível... – balbuciou ela de olhos arregalados