Fanfic: Os Escolhidos

Nick não estava entendendo coisa alguma. Num momento tinha três bichos enormes prestes a atacá-lo e em outro, as criaturas simplesmente haviam desaparecido sem deixar vestígios. Tudo isso diante dos olhos arregalados de Azura que berrou:

–Mas com mil diabos! Como você ousa verme!

Nick ficou mais confuso ainda. Calla,Luna e Lucian o olhavam espantados, como se não acreditassem no que estavam vendo. Travis estava caído.

–Eu não fiz nada – balbuciou Nick - eu...

Mas Azura não estava olhando para ele. Seus olhos negros estavam fixados num ponto atrás de Nick. Lucian olhou para Nick assustado:

–O que foi que você fez?

–O que eu fiz? – disse Nick – nada, eu acho.

O grito de Calla chamou a atenção dos dois:

–Pai!

Estava explicado. Se aproximando num andar firme e calculado, Charles Baker passou pelos três jovens até ficar próximo a Azura.

–Acabou para você criatura. Vá embora e nos deixe em paz.

Azura lançou um olhar cheio de veneno e correu para a escuridão, desaparecendo logo depois. Calla abraçou a pai.

–Pai! Como você sabia que nós estávamos aqui?

–Eu usei um feitiço simples de localização – Charles respondeu sério – vocês não deviam ter vindo aqui sozinhos.

Nick abaixou a cabeça. Lucian e falar mais Luna o interrompeu:

–Gente o Travis!

Correram todos para o lugar onde o garoto havia desabado no chão. Apesar da pouca iluminação, era possível se notar uma boa quantidade de sangue no chão.

–O ferimento parece grave – disse Charles – temos que levá-lo imediatamente para o hospital. Venham, eu estacionei aqui perto.

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–Eu tenho direitos Rebekah, eu sou o tutor. Eu devo decidir esse tipo de coisa – disse a voz do outro lado da linha soando aborrecida.

–Eu sei disso, mas muita coisa aconteceu por aqui e...

–Me desculpe Rebekah mas, isso não me interessa – disse a voz cortante.

–Ele é um dos guardiões Ian, sabe o que isso significa? – afirmou Rebekah de uma vez só com medo de que fosse interrompida novamente.

–Você tem certeza? – disse a voz incerta.

–Tenho.

–Se isso for mesmo verdade, é mais um motivo para ele estar comigo. Você não pode protegê-lo como eu posso. E você sabe.

–Eu sei – admitiu Rebekah a contragosto.

–Eu estou pegando um avião e indo até aí.

O bip do telefone confirmou que ele havia desligado.

Rebekah estava se sentindo muito aflita. Aquela sensação incomoda retornara e dessa vez ela não conseguia fazer com que fosse embora. Isso sempre acontecia depois que ela conversava com o seu com aquele homem. Ian era um jovem teimoso, acostumado a ter tudo que queria. Ela sempre soube que, mais cedo ou mais tarde ele acabaria jogando tudo para o alto e aparecendo na sua porta qualquer hora dessas. Aquele dia havia chegado.

Mal havia colocado o telefone no gancho, Rebekah ouviu um barulho estranho. Levantando-se rapidamente ela olhou ao redor preocupada.

–Quem está aí? – ela gritou.

–Adivinha.. – disse uma voz.

–Azura! Como você entrou aqui?! – murmurou a mulher agitada.

–Isso importa? – retrucou a criatura – acho que não. O que realmente importa é o porque de eu estar aqui.

–Eu não tenho medo de você Azura. Sou mais poderosa – disse Rebekah.

–Você era a mais poderosa – corrigiu Azura – não mais. O mestre se fortalece e com isso nós, os seus servos também.

Rebekah ergueu a mão para aprisionar Azura, mas o ar lhe faltou e ela caiu de joelhos.

–O que há Bekah? Não consegue respirar?

–O que... voc... fez? – arfou Rebekah

–Nada, comparado ao que farei – foi a resposta de Azura que riscou um fósforo e jogou na cortina que imediatamente começou a queimar.

–Não se preocupe com seu netinho, cuidaremos bem dele, como fazemos com todos que são como nós.

–Ele...não é... como vocês – disse Rebekah desmaiando.

–Você não sabe como está errada velha amiga – sorriu Azura antes de partir deixando Rebekah caída em meio às chamas.

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–Qual é o problema Ian? – disse Rose - você parece preocupado.

–Eu estou indo para Arlenville Rose – respondeu ele – se quiser vir comigo arrume as suas coisas.

Rose mordeu o lábio.

–Está na hora de enfrentar o passado - decidiu ela – eu vou arrumar minha mala agora mesmo.

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No hospital, os todos aguardavam impacientes por notícias de Travis, que estava recebendo atendimento médico.

–Que demora! – disse Luna

Será que foi grave? – indagou Calla.

–Parece que sim – respondeu Nick – ele perdeu muito sangue.

–Seja como for – comentou Lucian – isso serviu para nos mostrar a quanto essa história é séria. Podíamos ter morrido, todos nós.

Charles suspirou:

–Vocês podiam ter me contado isso. Eu os teria ajudado.

–A culpa foi do Nick e do próprio Travis – bradou Luna.

–Luna, fala baixo – reclamou Calla -estamos num hospital.

–Não enche meu saco patricinha – retrucou Luna.

–Porque não me contaram? – perguntou Charles – não confiam em mim?

Nem um pouco. Pensou Nick.

–Não é isso pai – Calla tentou explicar – é que meio que nem pensamos nisso direito. Estávamos ansiosos para pegar o anel.

–Tudo bem – disse Charles – falamos disso depois.

–Devíamos ligar para a Rebekah – lembrou Nick – ela deve estar preocupada.

–Tem razão – disse Lucian.

–Eu ligo – se ofereceu Charles pegando o celular do bolso e discando uns números.

–Estranho – falou Charles – ninguém atende.

–Onde ela poderia estar a essa hora? – indagou Lucian.

–Pensei que os velhinhos dormiam cedo – resmungou Luna

Após uns breves momentos uma enfermeira se aproximou do grupo:

–Vocês são os parentes de Travis Turner?

–Sim, eu sou o responsável pelos jovens – respondeu Charles calmamente.

–Ele passou por uma transfusão de sangue e está descansando. Se quiser pode ir vê-lo. Apenas uma pessoa, é claro.

–Obrigado – agradeceu Charles.

Nick disse:

–Eu vou. Se vocês não se importarem.

Luna só o olhou e não disse nada. O resto assentiu.

Nick atravessou os corredores sem olhar para trás.