Fanfic: Os Escolhidos

Nick entrou no quarto preocupado. O rosto de Travis estava muito pálido e o ferimento envolto por uma bandagem. Nick se aproximou devagar.

–Eu sei que é você Mosley – disse Travis ainda de olhos fechados.

Nick notou que a voz do amigo estava fraca quase por um fio.

–Como está se sentindo? –indagou, sabendo que era uma pergunta boba.

–Como um cara que teve o ombro mastigado, eu acho – respondeu ele abrindo os olhos com dificuldade – e o resto do pessoal, estão todos bem? E... a Luna?

–Está todo mundo bem sim, ninguém se machucou. O pessoal está esperando lá fora. E... o pai da Calla salvou todo mundo.

–O que? –perguntou Travis surpreso, pois quando Charles havia chegado ele já tinha desmaiado.

–É, - respondeu Nick – também fiquei surpreso.

– Tá legal, pensamos nisso depois – disse Travis – cadê a minha avó? Ela sabe que eu estou aqui não é?

–Tentamos entrar em contato com ela, mas ao que parece não conseguimos. Ela não deve estar em casa.

–Claro que ela está em casa Nick. Onde mais ela estaria? – disse Travis apreensivo – tem alguma coisa errada.

As leves batidas na encerraram a conversa. Charles colocou a cabeça para dentro do quarto.

– Tudo bem aí? – perguntou ele.

–Estávamos conversando – disse Travis irritado.

Charles pareceu sem jeito.

–Me desculpem, mas é que eu estou indo deixar os Bonacci em casa e passar na casa da Rebekah para avisá-la do “acidente” com o Travis. Ela deve estar preocupada.

–Tudo bem – disse Nick.

–Você quer uma carona? – indagou Charles.

–Eu... – disse Nick debatendo se aceitava ou não – acho que vou aceitar.

–Então vamos – disse Charles depois virando-se para Travis – eu volto com a sua avó.

Travis não respondeu, apenas olhou para Nick que encarava Charles muito sério.

–Fique bem amigo - disse Nick por fim se dirigindo a porta.

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Ian e Rose conversavam baixo enquanto seguiam para o aeroporto de Roma. Ian contava os minutos nervoso, esperando chegar a tempo de evitar que o pior acontecesse.

Preocupado? – perguntou Rose.

–Um pouco – admitiu Ian – estava pensando nas coisas que a Rebekah disse. Se for tudo mesmo verdade, eles pedem estar correndo perigo. Muito perigo.

–Mais que um pouco quer dizer – corrigiu a mulher – se apertar anda mais esse volante creio que irá parti-lo.

–Só não quero chegar tarde demais – falou ele – eu nunca iria me perdoar.

–Tem razão em se preocupar, afinal é sua família – concordou ela – eu sei bem o que é sofrer por perder as pessoas que ama.

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Depois de deixarem Travis descansando no quarto, Charles e Nick seguiram para a recepção onde Luna, Calla e Lucian os aguardavam. Quando os dois se aproximaram Calla perguntou:

–E então ele está mesmo bem?

–É, ele está melhor – respondeu Nick – não se preocupa Calla vai ficar tudo bem.

Lucian suspirou aliviado.

–Ainda bem – disse ele estou mais tranquilo agora.

Luna que nada havia comentado, para o estranhamento de todos, falou:

–Temos que ir logo para casa. Já está tarde.

Nick franziu o cenho. Lucian falou:

–Calma Luna, nós já vamos.

–Porque está tão irritada? – perguntou Calla.

–Nada! – explodiu ela – só quero ir para casa!

Luna saiu pisando duro em direção ao estacionamento.

–O que deu nela? – indagou Nick confuso.

–Vai saber – respondeu ele – é minha irmã, e nem eu a entendo às vezes.

E seguiram todos para o estacionamento.

Viajaram o caminho todo em silêncio. Nick não conseguia suportar aquela sensação estranha sobre Charles Baker. Algo nele estava errado, ele sabia por mais que não soubesse como provar. Imerso em devaneios mal notou quando Charles estacionou o carro na porta da casa de Lucian e Luna, que saltou do carro sem dizer uma única palavra e entrou na casa.

Charles olhou para a casa e comentou.

–As luzes estão apagadas. Não tem ninguém em casa?

–Não - respondeu Lucian – nossos pais trabalham muito como o senhor sabe. Eles viajam muito.

–Entendo – disse Charles.

–Bom, obrigado senhor Baker – disse Lucian - Calla, Nick até amanhã.

–Boa noite Lucian. – respondeu Calla.

–Nos vemos amanhã Lucian – disse Nick.

Lucian caminhou para dentro e Nick, Charles e Calla retornaram para o carro.

–Então Nick onde você mora? – perguntou Charles.

–Se o senhor não se importar senhor Baker, eu gostaria de acompanhá-los até a casa da senhora Turner – disse Nick.

Charles o olhou e assentiu.

–Se você prefere.

Calla olhou para Nick e nada disse. Mas no seu íntimo a garota sabia o porquê de Nick querer ir também. Ele não confiava no seu pai, algo que ela não conseguia compreender. Charles os salvara mais cedo e nem mesmo isso havia mudado os sentimentos de Nick a respeito dele.

O carro de Charles deslizava suavemente pelas ruas da pequena cidade. No carro ninguém dizia uma única palavra, todos mergulhados em seus próprios pensamentos, até que o celular de Nick começou a tocar.

–Alô – disse Nick.

–Nick! Pode me fazer o favor de me dizer onde você está a essa hora? – gritava Kira do outro lado da linha.

–Desculpe mãe, aconteceram uns imprevistos e eu me esqueci de ligar para te avisar – respondeu Nick.

–Pode me dizer que imprevisto foi esse? – indagou a mulher furiosa.

–Bom é que... meu amigo foi atacado – gaguejou Nick.

–Atacado?! – disse Kira – como assim menino, me explica isso direito!

–Ele foi mordido por um... é...cachorro – mentiu Nick.

–Cachorro – perguntou Kira intrigada.

–É - disse Nick ignorando o olhar de Calla.

–E ele está bem? – indagou Kira.

–Sim, ele está no hospital mas já está melhor.

–Você não está com ele? – disse Kira.

–Não eu estou com o diretor do colégio, indo avisar a família dele – disse Nick. E completou – o diretor vai me deixar em casa depois disso, não se preocupe.

Kira ficou em silêncio pro alguns instantes, como se está decidindo o que fazer. Depois disse:

– Tudo bem. Não demore viu? E deixe o celular de prontidão.

–Entendido – respondeu Nick – tchau mãe.

–Tchau querido – disse Kira encerrando a ligação.

Nick mal colocara o celular no bolso quando a voz alarmada de Calla o fez levantar a cabeça assustado:

–Ai meu deus! – gritou a menina – aquilo por acaso é...

–Fogo! – gritou Nick.