Fanfic: Os Escolhidos
Travis estava confuso. Era nada menos impossível que aquela pessoa bem ali, de pé ao lado de sua cama o encarando com aquela carranca fosse Luna Bonacci.
Luna revirou os olhos:
–É claro que sou eu estúpido. Quem mais seria?
–Isso não é possível – disse Travis num resmungo – esse maldito remédio para dor deve estar fazendo com que eu veja coisas.
–Deixa de ser otário garoto – retrucou Luna –eu estou aqui!
Travis a olhou de lado.
–Pensei que você tivesse ido embora junto com os outros.
Luna se sentou na cadeira ao lado da cama antes de responder:
–Eu fui.
O garoto ergueu uma sobrancelha. De repente a porta se abre novamente e uma enfermeira baixinha e com o cabelo desgrenhado entra furiosa.
–Mocinha! Você não pode invadir o quarto de um paciente desse jeito. O horário de visitas acabou faz tempo.
–Será que dá para você não me atrapalhar? –retrucou Luna – eu preciso falar com ele.
–Bom, então volte amanhã! – disse a mulher.
–Enfermeira – disse Travis intervindo – eu sei que a senhorita é muito competente e uma respeitadora das normas mas... será que não poderia nos conceder cinco minutinhos? E ficaria muito agradecido- completou ele docemente.
A mulher olhou para Luna e depois para Travis, para quem retribuiu o sorriso:
–Cinco minutinhos ok? Só porque você é um menino muito educado.
–É muito gentileza de sua parte – disse Travis.
O sorriso da mulher se alargou e ela saiu, fechando a porta atrás dela.
–Como é que você faz isso? – indagou Luna .
–Charme, é claro – respondeu Travis orgulhosamente – mas, voltando para o que é importante. Porque você está aqui?
Luna o encarou séria:
–Eu preciso que você me responda algumas perguntas.
–Pergunte – disse Travis dando de ombros – talvez eu responda.
–Sabe Travis, quando você estava desmaiado no cemitério eu toquei você e vi algumas coisas – comentou a menina mexendo nervosamente no anel que estava no seu dedo.
Travis se mexeu desconfortável perguntando preocupado:
–Que coisas?
–Coisas sobre você – respondeu Luna – que você escondeu de todo mundo.
Tensão marcava o rosto cansado de Travis quando uma pergunta curta e grossa veio a seguir:
–É uma pergunta bem simples – disse Luna – porque você mentiu?
**********
Aquele dia definitivamente tinha sido o pior de todos, pensava Calla. Novamente, ela estava naquela recepção aguardando e torcendo por boas notícias.
–Vai dar tudo certo querida – disse Charles notando a aflição da filha.
Pela segunda vez naquela noite aquele mesmo médico que atendera Travis, caminhava na direção dos dois. O próprio homem se surpreendeu com aquela situação.
–Vocês estão com a senhora Turner – perguntou o homem confuso.
–Sim – respondeu Charles. E acrescentou – noite difícil, doutor.
–Eu lamento – disse o médico.
–Como ela está? – perguntou Calla sem conseguir conter a ansiedade.
–Ela teve diversas queimaduras pelo corpo – informou o doutor – mas o real problema é a quantidade de fumaça que ela inalou. Estamos fazendo tudo que está ao nosso alcance. Mas eu não vou mentir o quadro dela é bastante complicado.
–Eu compreendo – disse Charles.
–Bom, agora eu devo retornar – falou o homem acenando de leve e se afastando.
–Isso é horrível – balbuciou Calla – o Travis tem que saber.
–Ele está se recuperando Calla –disse Charles – talvez seja melhor dar um tempo para ele.
Calla franziu o cenho:
–Mas eu acho...
–Calla, por favor me obedeça – disse Charles – acredite, ele está ferido, não precisa se preocupar mais.
A contragosto a menina assentiu:
–Eu vou procurar notícias do Nick – e foi embora.
****************
–Chegamos – disse Rose.
–Finalmente – disse Ian exasperado – não aguentava mais ficar preso naquele maldito avião.
Depois de um voo que pareceu eterno, Ian estava cansado tanto física quanto mentalmente. Apesar disso, descansar estava fora de cogitação. Eles ainda teriam que alugar um carro e seguir para Arlenville, a procura de notícias.
–Alguma sorte ligando para a Rebekah? –indagou Rose, pouco esperançosa.
–Nenhuma – respondeu Ian – eu estou realmente intrigado com essa falta de notícias.
–Eu também – comentou Rose – estou cada vez mais certa que aconteceu alguma coisa.
–Vamos - disse Ian caminhando em direção a saída do aeroporto.
–Espera! – disse Rose – olha!
Ian se virou e olhou. Num televisor que ficava na cabine do segurança um noticiário informava que tinha havido um incêndio.
–Mas essa é... – disse Ian arregalando os olhos.
***************
Nick sabia que estava sonhando, o que ele não sabia era como despertar daquilo tudo e retornar a realidade. Ele estava num cenário que já conhecia. A mesma parede, a mesma pintura...o dragão, o temível dragão de olhos tão penetrantes que parecia o deixar totalmente vulnerável. Mas em uma coisa o sonho era diferente; ele podia se mexer e tinha consciência do seu próprio corpo mesmo que seus olhos ainda permanecessem fixos na parede, não de maneira forçada, mas por desejo próprio.
O garoto desviou o olhar da perigosa imagem.
–Porque me teme Nick? – disse uma poderosa voz.
A pintura não se movia mas, por alguma razão Nick sabia que era o dragão quem falava com ele.
–Eu não sei – respondeu Nick hesitante.
–Não sabe? Tem certeza? – indagou o dragão – ao que me parece você sabe exatamente a razão.
Nick balançou a cabeça negativamente.
–Entendo – disse o dragão – você ainda não está pronto ou, pelo menos não acredita que esteja. Mas lembre-se Nick: se você não fizer a pergunta certa, nunca encontrará a resposta que procura.
–Do que você está falando? - indagou Nick.
Mas já era tarde demais. As chamas lamberam seu corpo o conduzindo a escuridão.
Nick abriu os olhos espantado e viu a expressão de preocupação no rosto de sua mãe ir embora, dando lugar a um sorriso aliviado.
–Onde estamos? – perguntou o garoto.
–No hospital –respondeu Kira acariciando-lhe a face – está sentindo dor?
Nick piscou algumas vezes tentando se orientar. O cemitério, Travis ferido, o incêndio...
–A senhora Turner, como ela está? – indagou Nick recordando-se completamente.
–Eu não sei direito Nick. Os médicos estão fazendo o possível mas o quadro dela parece grave.
O jovem pôs as mãos no rosto. As luzes o incomodavam e estavam fazendo com que seus olhos lacrimejassem. Sentindo o peito apertar ele pensou em Rebekah e desejou profundamente que aquele não fosse o fim.
Autor(a): Tynna
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Calla caminhava rapidamente pelos amplos corredores do hospital em busca do quarto onde estava Nick Mosley. Enquanto andava ia pensando em qual decisão tomar e sinceramente, a cada minuto que passava ficava mais difícil escolher uma opção. Se por um lado ela sentia que devia ouvir o seu pai e não contar ao Travis sobre o acidente para prese ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 3
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vivondy13 Postado em 13/05/2014 - 20:33:44
To adorando sua fic, posta mais pf!
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bryan Postado em 27/02/2014 - 05:20:11
A fic está cada vez melhor! Nossa, o que houve com o Lucian? E no capítulo 8, qual será esse segredo do Travis e da Rebekah? Estou muito curioso!
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bryan Postado em 17/02/2014 - 04:35:15
Estou adorando! Continua postando!