Fanfic: Os Escolhidos

–Viu? Chegamos – disse Rose enquanto o táxi estacionava em frente ao hospital.

Ian sequer se deu o trabalho de responder, saiu do carro e andou em passos firmes para dentro do hospital. Rose suspirou enquanto apressava o passo para acompanhá-lo.

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Nick não teve muitos problemas para fugir do quarto sem que a enfermeira percebe-se. Calla tinha lhe dado cobertura puxando conversa com a enfermeira que era responsável por cuidar dele. Claramente, a mulher não estava muito afim de papo pois, parecia muito atarefada andando de um lado para o outro dando instruções aos outros enfermeiros aqui e ali enquanto Calla a seguia para todo canto.

Vendo que não notariam seu sumiço tão cedo, Nick caminhou sorrateiramente até o quarto onde Travis estava instalado. Esperava encontrar o amigo dormindo, mas surpreendeu-se a ver que Luna estava no quarto, e mais que isso, que não estava calma.

–Luna? – indagou Nick – o que está fazendo aqui?

A menina se assustou com a chegada repentina do menino e retrucou:

–Que isso Moslerdo! Quer me matar do coração ou o que?

Travis parecia visivelmente incomodado.

–Nick há quanto tempo você está aí?

–Acabei de chegar – respondeu Nick com sinceridade.

–O que você veio fazer aqui? – indagou Luna.- e porque você está fedendo a fumaça?

Nick parecia triste e Travis o encarou franzindo o cenho.

–Tem algo errado Nick?

–É que aconteceu uma coisa – disse o garoto procurando as palavras certas.

–O que aconteceu Nick? Você veio trazer a minha avó? Ela está aí? – perguntou Travis começando a se preocupar.

–A sua casa Travis – respondeu Nick – ela... pegou fogo.

As sobrancelhas de Luna subiram. Travis ficou alarmado.

–E a minha avó Nick? Onde ela está?

–Ela está recebendo cuidados médicos agora e...

Travis levantou-se da cama num salto se arrependendo logo em seguida ao perceber que estava meio tonto.

–Onde?

–Você não pode ir até lá agora Travis, não vão te deixar vê...– disse Nick tentando acalmá-lo.

Nick não terminou a frase. Uma enfermeira invadiu o quarto já dizendo.

–Ok, acabaram-se os cinco minutinhos está na hora de... ei!! O que você faz aqui mocinho? – disse ela percebendo a presença de Nick- caiam fora! Os dois!

Travis não deu importância as palavras da mulher e falou decidido.

–Preciso ver a minha avó.

A enfermeira andou em direção a ele empurrando-o de volta para a cama enquanto dizia.

–Nem pensar! Você vai ficar bem quietinho aí. Nada de esforços exagerados.

Travis tentou se manter firme mas não tinha forças para tirar a enorme mulher de seu caminho e acabou deitado novamente.

A enfermeira voltou-se para Luna e Nick que permaneciam bem ali e reclamou.

–Olha só o que fizeram! Esse menino tem que repousar! Não sabe a quantidade de sangue que ele perdeu?

Luna fez uma carranca.

–Não faça essa careta para mocinha. E vão embora já, antes que eu chame os seguranças!

Como não podiam discutir com a mulher, Nick e Luna saíram da sala.

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Calla esperava que seu esforço não tivesse sido em vão. Depois de tagarelar como nunca com aquela enfermeira, a mulher finalmente tinha se cansado e pedido gentilmente não incomodasse o seu trabalho. Sem graça, Calla havia voltado para a recepção para ver o seu pai, que estava cochilando numa dos sofás.

A menina sentou-se ao lado do pai e ficou observando o movimento do hospital. Várias pessoas, entre médicos, enfermeiro e visitantes andavam de lá pra cá. As expressões nos rostos eram quase sempre as mesmas: preocupação, dor, medo ,ansiedade...

A menina balançou a cabeça procurando afastar aqueles pensamentos. Foi então que ela viu duas figuras que chamaram sua atenção. Um homem, de aproximadamente vinte anos e uma mulher um pouco mais jovem que isso atravessaram a sala conversando por alguns momentos com a recepcionista. O homem estava visivelmente preocupado, mas não foi nisso que impressionou Calla, mas sim a semelhança com Travis. O mesmo cabelo muitos escuro, embora o de Travis fosse mais curto e bagunçado. A mesma pele, o mesmo ar convencido. Apenas uma coisa os diferia: enquanto Travis tinha os olhos muito escuros o homem tinha olhos castanhos.

Curiosa, Calla se aproximou um pouco para tentar ouvir o que o trio conversava.

–Sim, é verdade – afirmou a recepcionista – duas internações foram feitas com esse sobrenome. O senhor é o que das pacientes?

Dois pacientes?Calla prendeu a respiração esperando uma resposta.

–Sou neto e irmão – respondeu o homem firmemente.

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Nick retornou ao seu quarto acompanhado por uma Luna silenciosa, muito silenciosa. Intrigado o menino indagou.

–Luna, o que você e o Travis estavam conversando antes que eu chegasse?

–Nada que seja da sua conta, Moslerdo – respondeu Luna ríspida.

–Puxa, desculpa – disse o menino.

–De qualquer maneira não era nada importante então não tem que se preocupar.

–Eu fiquei meio curioso – explicou Nick – devia ser algo importante, para fazer você voltar aqui tão tarde.

–Não foi nada de mais – afirmou a menina – e para de insistir porque eu não vou dizer nada e pronto.

–Hum. Conseguiu descobrir algo com o seu anel? – perguntou Nick mudando de assunto.

–Não – disse Luna – quer dizer, eu não tentei.

–Você não viu nada quando o colocou pela primeira vez?

Luna pensou um pouco antes de responder,.

–Não. Porque?

Nick pensou em contar para Luna sobre suas visões com u dragão mas desistiu. Se ela não tinha visões como ele , não entenderia.Isso deveria ser algo apenas do guardião do fogo, concluiu.

–Nada, eu só achei que talvez pudesse ter visto a localização do próximo anel – mentiu o garoto.

Luna revirou os olhos.

–Deixa de ser burro Nick, a localização do anel só pode ser revelada se os guardiões estiverem juntos.

–Ahh é, - disse Nick – eu tinha me esquecido.

Luna ficou em silêncio.

–O que houve? – indagou Nick.

–O que aconteceu com a avó do Travis foi muito grave? – perguntou ela – ela corre risco de morrer?

–Infelizmente sim – respondeu Nick.

–Você acha que esse incêndio foi acidental?

Nick a encarou preocupado. Ele não tivera pensado nisso ainda.

–Eu...eu não sei Luna. É possível.

–Se não foi acidental, se foi mesmo alguém trabalhando para esse tal de Dante...

Ela não precisou completar. Nick sabia exatamente o que a menina queria dizer. Ninguém estaria seguro. Nem amigos , nem família. Eles tinham que se apressar pois, cada segundo perdido para eles era um segundo ganho para Dante Sartori.