Fanfics Brasil - Capítulo 9 - Te salvar não significa te querer viva. Passado Distorcido ( ADAPTADA )

Fanfic: Passado Distorcido ( ADAPTADA ) | Tema: Vondy / Rebelde


Capítulo: Capítulo 9 - Te salvar não significa te querer viva.

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POV Christopher


 


 


 


Eu tentei manter o controle, a cabeça no lugar. A necessidade de quebrar qualquer coisa, ou simplesmente extravasar minha raiva estava insuportável.


 


 


 


As palavras dela ainda estavam frescas, seu nome me causou ânsias violentas de vômito, todos os pensamentos doces e até um pouco sujos que eu tinha tido sobre ela durante o fim de semana esvaíram por completo. Ela não era nada daquilo, nada de doce e tímida, nada de inteligente. Ela era a causadora de tudo, de tudo que destruiu meus pais e eu.


 


 


 


Meus passos foram apressados para o batalhão, eu não podia deixar minha cabeça vazia, pois se eu o fizesse teria certeza que eu correria Nova Iorque de norte a sul para encontrar aquela mulher e fazê-la pagar por tudo.


 


 


 


O tráfego de pedestres me irritava, e as buzinas estridentes deixavam as ruas um local quase insalubre. E tudo isso combinado com um corpo invadido pela raiva não daria bons resultados.


 


 


 


Lembrei da carta, e meu irmão não poderia estar mais certo. As palavras póstumas de Thomas vieram rápidas: “A pequena víbora, assim como uma cobra ela te enfeitiça e depois dá o bote.” Eu estava convicto sobre a parte do enfeitiçar, ela tinha esse dom; de um modo estranho meu corpo sofria uma atração sem igual para o dela.


 


 


 


Eu odiava o quanto a sorte não andava comigo. Procurei por esta mulher um mês, e por um acaso eu a encontro numa avenida pouco movimentada e a salvo, alguma coisa mágica e desconhecida acontece entre nós, penso nela durante dois dias ininterruptos, e agora eu descubro que ela é quem tem todas as respostas que preciso e é ela o alvo de minha vingança.


 


 


 


Cheguei ao batalhão antes do previsto, meus colegas estavam num estado permanente de sono, não vi Poncho nem Christian. Os turnos seriam trocados em alguns instantes e eu usei estes minutos livres para organizar os fatos que ocorreram poucos instantes atrás.


 


 


 


Duas coisas roubaram minha linha de pensamento. Primeiro; ela não se mostrou triste hora nenhuma, ela estava até bem contente para quem tinha perdido o namorado. Lembrei de seus olhos, eles não brilhavam, mas eu não via tristeza, eu via um lampejo de medo. Segundo, ela não teve nenhuma reação inesperada quando soube meu nome. Se ela namorou Thomas com certeza tinha conhecimento de mim e de meus pais.


 


 


 


Era fácil saber que eu estava nervoso, a sudorese deixou meu rosto molhado e meu coração martelava. Eu deveria estar feliz por, finalmente, encontrar Dulce Maria, mas não, eu não estava confortável com isso. Tinha alguma coisa estranha comigo, eu estava com raiva dela e de mim. A raiva que eu sentia por ela tinha motivos e eu seria capaz de matar Dulce para realizar o pedido de meu irmão, ela merecia a morte. A raiva que eu sentia de mim já não tinha motivo concretos, meu cérebro era uma gelatina. Humilde e honestamente, eu sabia que sentia uma atração estranha e forte por aquela mulher e o fato de saber que ela namorou meu irmão me causou uma onda de raiva ainda mais intensa.


 


 


 


“Que cara é essa, Uckermann?” Poncho perguntou assim que me viu sentado num canto do batalhão.


 


 


 


“Nada!” Meu humor estava ácido e externar tudo que eu sentia estava fora de meus planos.


 


 


 


“Isso é cara de quem comeu e não gostou!” Christian fez sua participação inteligente, ignorei completamente sua malícia.


 


 


 


Minha vontade era mandar todos para o inferno e me deixarem quieto, mas como eu estava em meu ambiente de trabalho e nada poderia interferi em minhas atividades, decidi deixá-los sem resposta e me apresentar ao tenente.


 


.


 


.


 


Para minha sanidade, participei de diversos chamados de urgência. Acidentes em auto-estradas, pequenos incêndios e acidentes domésticos. O saldo do dia sido positivo; todas as vítimas envolvidas sobreviveram e estavam estáveis no hospital. Eu realmente gostava de minha profissão, ser bombeiro me satisfazia por completo e saber que eu responsável por fazer pessoas saírem do perigo me deixava orgulhoso. Ri sarcasticamente e lembrei-me de Dulce; eu tinha a salvado três dias atrás e agora eu não mediria esforços para fazê-la sofrer. Definitivamente, ir para a cama com ela já estava fora de meus planos, simplesmente por ser ela. Thomas queria que eu quebrasse o coração dela, mas eu faria pior. Ela não merecia mais viver.


 


 


 


O pensamento me trouxe outro, fiz uma conta rápida. Dulce e Thomas tinham seis anos de diferença, não era gritante, mas imaginado que eles começaram a namorar assim que ele saiu de casa então ela tinha apenas dezessete e ele vinte e três. Dulce também não era o tipo de mulher de Thomas, ela era apenas uma adolescente e ele não gostava de pirralha.


 


 


 


O horário de almoço trouxe conversas mais leves, Poncho falava de sua namorada; salvo engano, seu nome era Anahí. Christian contava uma piada escrota qualquer.


 


 


 


“Christopher, pelo menos ria por educação!” Christian pediu depois de sua enésima piada pornográfica.


 


 


 


“Ha Ha Ha Ha Ha!” Juntei toda minha ironia e coloquei em minha pseudo gargalhada.


 


 


 


“Que bicho te mordeu? Sério, você está bem?” Poncho perguntou preocupado, até Christian estava estranhado meu comportamento.


 


 


 


“Eu não tive um bom fim de semana!” Menti com facilidade.


 


 


 


“Hum... Qualquer problema pode conversar com a gente, sei que você nem nos conhece direto, mas somos bons ouvintes pelo menos!” Christian falou num momento de sabedoria.


 


 


 


Foi sincera a proposta, mas eu nunca poderia falar com ninguém quais planos rondavam minha mente.


 


.


 


O resto do dia passou como um borrão; era perto da seis e meu dia de trabalho logo acabaria e eu poderia ir para minha casa tomar um banho e, finalmente, pensar com calma. Minha cabeça era um turbilhão de idéias e sentimentos, o último deveria estar associado ao coração, mas a partir de agora eu não seria nada além de um ser racional.


 


 


 


Rumei para o vestiário para trocar minhas roupas, Christian e Poncho já tinham desistido de conversar comigo. Antes d’eu chutar minhas calças com meus pés uma sirene alta ecoou. Era um sinal claro, alguma tragédia tinha acontecido nas ruas de Nova Iorque.


 


 


 


Ainda era meu turno, então eu tinha a obrigação de desistir de ir para e casa e exercer minha profissão. Meu uniforme foi colocado de qualquer jeito.


 


 


 


As primeiras noticias não eram promissoras, fora um colisão entre dois ônibus e ainda tinha pedestres envolvidos, e o que me deixava mais alarmado: não era rotineiro o Corpo de Bombeiros ser acionando para esse tipo de resgate, situações assim eram sempre feitas por serviços médicos de urgência.


 


 


 


O transito já estava caótico, sabíamos que teríamos muito trabalho. O acidente ocorreu numa avenida movimentada e isso transformou a cidade num inferno.


 


 


 


O local já estava isolado e sem risco de incêndios, o que era uma boa noticia. Nosso trabalho seria restringido a retirar as diversas vítimas que estavam presas nas ferragens.


 


 


 


Nessas horas ter sangue frio era fundamental, era triste, mas tinha diversos corpos sendo cobertos com sacos plásticos e outros agonizando. Era desolador. As ferragens retorcidas estavam por toda parte, e por toda parte tinha pessoas gritando e pedindo socorro. Nosso dever era prestar o primeiro socorro, imobilizar, e encaminhar as vítimas para as ambulâncias que já estavam a postos.


 


 


 


“Christopher, você fica com o ônibus da direita, é onde tem mais sobreviventes, Christian vai com você!” Nosso superior falou com seu tom responsável e autoritário.


 


 


 


Christian e eu fomos prontamente, o ônibus estava com a parte da frente completamente destruída e ainda estava parcialmente tombado na pista.


 


 


 


Assim que conseguimos acesso checamos quem, ali, ainda não tinha morrido. A maioria estava desacordada e com grandes ferimentos. Christian correu o olhou por todos e logo gritou meu nome:


 


 


 


“Christopher, nos fundos...” Ele apontou com o rosto. “Tem uma menina perdendo os sentidos, mas ela ainda não desmaiou. Ela esta presa entre os bancos.”


 


 


 


Corri para onde ele tinha falado, tinha outros bombeiros cortando as ferragens e tentando fazer os resgates. Eu estava a um passo da menina que Christian tinha mencionada quando meu corpo simplesmente parou.


 


 


 


Era ela quem estava entre um tanto de ferro retorcido, jorrando sangue de sua testa, e com olhos pedindo piedade. Era ela quem estava pedindo uma nova chance para a vida, e infelizmente, eu era a única chance dela.


 


 


 


Seus olhos já estavam desfocados e sua pele pálida e suando frio me indicavam que ela logo desmaiaria. Seus lábios tremiam levemente.


 


 


 


Eu tinha ali a oportunidade de minha vida. Eu não poderia pensar assim, eu não poderia misturar minha vida com minha profissão, mas se eu quisesse aquela mulher sofreria por longas horas, ou até mesmo poderia morrer.


 


 


 


“Droga, Christopher! Faça alguma coisa!” Qualquer um gritou atrás de mim, olhei e vi que era Tyler colocando uma senhora numa tábua de resgate.


 


 


 


Olhei de novo para DUlce, ela me olhava sem dizer nada. Ela só esperava meu socorro. Sabia que ela não corria risco de vida, ela tinha um corte na testa e isso não traria muitas complicações, mesmo se eu a deixasse sem socorro ela não morreria, e isso seria contra todas as regras de uma Corporação. Nunca deixe de socorrer ninguém.


 


 


 


Minha falta de ação me deixava zonzo, eu a queria morta. Ela tinha que pagar por tudo que fez.


 


 


 


“Por favor?” Uma voz desesperada pediu baixinho.


 


 


 


Ousei olhá-la de novo, Dulce parecia a pessoa mais indefesa do mundo. E de novo eu estava salvando aquela que não era digna de nenhuma compaixão.


 


 


 


Tirei de minha mochila faixas e curativos para estancar o sangramento, ela estava realmente presa entre os ferros e eu iria precisar de sua ajuda para ter êxito em minha missão.


 


 


 


“Eu preciso de você me ajudando ok?” Falei. Limpei seu machucado e o cobri com gases pequenas. Dulce não me respondia e tê-la inconsciente tornaria tudo mais difícil.


 


 


 


“Não feche seus olhos, e converse comigo.” Pedi.


 


 


 


A situação era tão estranha. Eu não queria de modo algum salvá-la, ao contrário, eu queria vê-la sofrendo e sentindo uma fração da dor que ela me fez sentir quando fez meu irmão se matar.


 


 


 


“Acho que você é o meu herói! Você deve estar cansado de salvar minha pele!” Ela disse num tom meio grogue e mesmo assim vi uma pontada de divertimento.


 


 


 


“Cala a boca, por favor!” Pedi sem paciência, ela estava me deixando atordoado. Ouvi sua voz doce não estava fazendo bem para meu cérebro. Olhei em seus olhos, o brilho realmente não era presente em seus orbes. Meus pensamentos eram confusos, imaginei o que ela fez com meu irmão e me perguntei se eles foram felizes juntos, e eu sabia que a resposta era negativa. Minha raiva aumentou consideravelmente e a vontade de vê-la morta subiu na mesma proporção.


 


 


 


“Desculpe!” Ela pediu deixando suas pálpebras cobrirem seus olhos, o movimento fez algumas lágrimas descerem por sua bochecha coberta de sangue.


 


 


 


“Tem alguma coisa doendo?” Fiz as perguntas padrão, as melhores vítimas eram aquelas que cooperavam.


 


 


 


“Não!” Ela disse sem vontade, agora, as lágrimas foram mais intensas e é claro que ela estava num turbilhão de sensações.


 


 


 


“Então por que está chorando?” Perguntei enquanto puxava seu corpo para fora dos bancos quebrados. Descobri alguns ferimentos em seus braços e na parte de trás de sua cabeça.


 


 


 


“Estou com medo de morrer!” Ela revelou por fim.


 


 


 


Sua resposta me deixou aflito, tudo que eu queria era que ela sofresse, nem precisava morrer, talvez agonizar um pouco.


 


 


 


“Você não vai morrer!” Soltei todo meu ar e falei.


 


 


 


Nós dois permanecemos em silêncio, eu não queria olhar para seu rosto indiscutivelmente bonito nem encarar seus olhos tremendo em desespero. Eu sabia que meus olhos transmitiam toda a raiva que me consumia.


 


 


 


“Já estamos terminando ok?” Coloquei seu corpo na prancha de plástico. Eu não tinha muito espaço e precisei de ajuda para retirá-la de dentro do ônibus.


 


 


 


“Christian?” Gritei.


 


 


 


Ele veio ligeiro para minha direção. “Eu preciso tirá-la daqui!” Falei para ele.


 


 


 


Com ajuda de Christian e Dulce foi colocada no asfalto e recebeu os cuidados médicos necessários. Não fiquei ali para saber o que aconteceria com ela.


 


 


 


Sem olhar para trás corri para o outro ônibus, naquele instante me arrependi da profissão que tanto eu tinha orgulho, eu preferia qualquer coisa a ter salvado aquela mulher.


 


 


 


 


Continua...


 


 


 



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Autor(a): smileforvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 108



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  • lari_oliverr Postado em 08/01/2015 - 16:33:13

    o ultimo capitulo nao tem nada

  • lari_oliverr Postado em 08/01/2015 - 16:32:54

    estou amando

  • lari_oliverr Postado em 08/01/2015 - 16:32:44

    leitora nova

  • lari_oliverr Postado em 08/01/2015 - 16:32:26

    qual é o nome do livro que vc adaptuo a fic ?

  • keziavondy Postado em 19/11/2014 - 09:23:36

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH VOCE VOLTOU... EU AMO VC, EU AMO ESSA FIC, EU TUDO AI CARA QUE EEMOÇÃO

  • bianca_sd Postado em 11/08/2014 - 16:40:05

    Você vai voltar a postar ou você abandonou??? POSTA MAIS!!!!

  • dyas Postado em 01/08/2014 - 15:18:39

    Abandonou?

  • kelly001 Postado em 24/07/2014 - 15:15:12

    também estou esperando que vc continue a postar... vamo lá galera: continua, continua, continua, continua, continua...

  • babar_slon Postado em 12/07/2014 - 18:34:41

    Você nunca mais voltou, você abandonou a web???

  • nandafofinha Postado em 11/07/2014 - 15:56:20

    To esperando vc voltar ate hoje


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