Fanfic: Passado Distorcido ( ADAPTADA ) | Tema: Vondy / Rebelde
POV Dulce
O dia estava ensolarado lá fora, e o apartamento, aqui dentro, estava abafado e tedioso. Eu estava sem fazer nada por causa daquele bendito atestado, que me impossibilitava trabalhar, honestamente, meu emprego não era dos melhores, mas ficar em casa sem fazer nada é incomparavelmente chato.
Já tinha se passado quatro dias desde minha ida ao hospital, os machucados já estavam praticamente sãos, e Ane tinha me comprado uma pomada para cicatrização; segundo ela, o produto me livraria de manchas, e eu contava com esta eficácia.
Não tinha nada muito interessante para se fazer numa quinta à noite, era perto das seis quando Ane passou animada pela porta.
“Dul, cheguei!” Ela disse depois que jogou sua bolsa no sofá.
“Jura?” Repliquei com humor. “Hmm, cozinhei uma massa, ainda está quente...” Propus seu jantar.
“Hãn, tava pensando... Porque não alugamos um filme? Posso chamar Poncho para assistir conosco!” Ane se sentou ao meu lado e me olhou em expectativa.
Ponderei primeiro, eu gostava de filmes, e ter Poncho conosco seria divertido. “Eu posso escolher o filme?” Pedi me rendendo à proposta.
Ane bateu palmas efusivamente. “Claro, claro! Mas pelamor de Deus, sei que Mr. Darcy é seu amor platônico, mas eu não aguento mais assistir Orgulho e Preconceito”
Ela tinha conseguido jogar água fria em meus planos! “Ah não Ane, é o filme mais perfeito! E céus, o Mr. Darcy é estupidamente quente!” Tentei argumentar.
Ane me olhou divertida com o telefone na mão, possivelmente estava prestes a ligar para Poncho. “Dul bobinha, você não é páreo para Miss Bennet!”
Rimos juntas. Anahí falava amenidades com Poncho pelo telefone quando peguei a chave do carro para ir até a locadora.
“Cuidado!” Ane abafou o telefone e falou baixo comigo. A proteção de Ane era quase sufocante; às vezes, meio maternal.
“Pode deixar!” Sorri e acenei para ela.
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Em minha frente havia tantos filmes que era impossível escolher apenas um. Caminhei indecisa entre as prateleiras. “A senhora precisa de ajuda?” Um menino, ele não tinha nem dezessete, me perguntou.
Sorri educadamente. “Hum, estou em dúvida sobre qual filme escolher...”
Ele parecia eufórico por ter conseguido minha atenção. “A senhora prefere qual gênero?” Apesar de tudo, ele ainda era um funcionário, era divertido ver o quão embaraçado ele estava.
“Eu vou assistir com meus amigos, estão acho que uma comedia cairia bem, certo?” Desviei minha atenção para os DVDs que estavam na altura de meus olhos.
“Comedia é uma excelente pedida!” Ele disse tirando da prateleira alguns exemplares.
Eu estava me desconhecendo, eu nunca daria tanta trela para alguém como eu estava dando agora. “Você pode me recomendar algum?” Pedi.
Juro que seus olhos brilharam. Ele suspirou. “Eu prefiro os romances...”
“Oh! Eu também!” Deixei escapar, o calor em minhas bochechas veio rápido.
Ele sorriu sem jeito. “Pelo jeito você gosta de coisas sutis e bonitas, certo? Então, por que não assistir Orgulho e Preconceito?”
Não contive um sorriso. “Hmm, serei crucificada quando chegar em casa, mas acho que vou mesmo assistir!”
Ele pegou o DVD em outra prateleira enquanto eu escolhia outros filmes; peguei filmes que iriam me fazer chorar e outros que iriam me fazer rolar de rir.
“Hãn, eu sei que é muita intromissão, mas a senhora é comprometida? Sei lá, talvez pudéssemos nos encontrar qualquer dia...” O atendente falou ao mesmo tempo em que ma dava o troco em moedas.
Ok. Eu tinha sido demasiada educada com ele, e até muito agradável, mas sair com um adolescente já era pedir demais. “Desculpe, mas sou comprometida” Menti sem dificuldades. “Ele, a propósito, está me esperando lá fora!” Disse pegando as sacolas e rumando para o estacionamento.
“Eu quem peço desculpas, ele é um homem de sorte; a senhora é tão agradável e bonita!” O atendente falou meio envergonhado. “Tenha uma boa noite!”
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Eu estava parada num semáforo quando remexi nas sacolas e peguei o cupom fiscal, e sorri quando vi que atrás do papel amarelo tinha um nome; Peter.
Joguei o papel dentro da sacola, e registrei mentalmente que não seria eu quem devolveria aqueles filmes, Ane estaria encarregada de fazer tal ação.
O rádio estava ligado numa estação qualquer, eu também cantava uma canção qualquer quando vi Poncho andando calmamente pela calçada, ele estava a algumas quadras do edifício onde eu e Ane morávamos.
Abaixei o vidro e estacionei devagar. “Ei, Poncho, prefere ir caminhando no seu passo tartaruga, ou prefere vir comigo?” Falei alto para ele perceber meu chamado.
Ele sorriu e entrou no banco do carona. “Então, como vai?”
“Hum, muito bem! Estou em casa sem fazer nada e acabei de quebrar o coração de um adolescente cheio de espinhas!” Sem tirar os olhos da avenida, conversamos.
Poncho ria enquanto eu contava sobre o atendente. “Dul, você sabe que foi muito má, não sabe?” Ele lançou para mim sorrindo.
“Poncho!” Eu disse exasperada. “Ele tem dezessete, e tem um corte de cabelo estranho!”
As risadas ocupavam o espaço dentro do automóvel, logo chegamos à garagem do prédio. Estacionei e ganhei elogios de Poncho. “Como assim? Você sabe fazer baliza melhor que qualquer homem!”
O comentário tinha sido meio machista, mas ignorei; eu, sem querer soar esnobe, sabia que dirigia bem.
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Quando o elevador chegou ao térreo poucas pessoas entraram, e quem eu não queria ver entrou também.
Christopher estava de cabeça baixa esperando os outros entrarem, de bermuda e regata e com o rosto cansado, quase dormindo em pé.
Praguejei boa parte do mundo quando ele me viu, eu não iria cumprimentá-lo, nem acenar com a mão; estava bem claro o que eu representava para ele. Simplesmente nada.
Ele também me ignorou. Mas ainda tinha Poncho para estragar tudo.
“Christopher, que cara é essa? Nosso dia nem não tão pesado assim!” Poncho, num desses cumprimentos bem masculinos, balançou o ombro de Christopher.
“Eu estou bem, não se preocupe!” Ele disse ajeitando algumas sacolas em suas mãos, olhei rapidamente, eram de supermercado; pude ver através do plásticos todos os tipos de comida congelada. “Veio visitar sua namorada?” Christopher perguntou sem interesse.
“Vamos assistir um filme, foi Dul quem escolheu, por que não assiste com a gente, você precisa de um pouco de convivência social...” Eu estava com a cabeça baixa até aquele instante, mas foi impossível não olhar atônica para Poncho. Christopher o homem que me odiava sem motivos, não iria entrar em minha casa.
“Não sei se seria uma boa ideia...” Christopher olhou diretamente para mim, aproveitei para analisar seus olhos, eles não estavam enfurecidos, se tinha uma palavra para descrevê-los, esta palavra só poderia ser dúvida.
“Cara, pare de ser idiota! Claro que é uma boa ideia, não é mesmo Dul?” Poncho me perguntou animado.
E agora? O que eu falava? Que eu não queria nunca mais vê-lo, ou mentir, e dizer que seria um prazer te-lo como companhia?
“Por mim, tudo bem!” Optei por mentir. Falei sem emoção, se eu externasse minha opinião, Poncho ficaria evidentemente desconfiado.
O quarto andar nunca chegava, Poncho e Christopher falavam coisas sobre o batalhão. Quando ouvi meu nome saindo da boca de Poncho quis sumir do planeta terra.
“Acredita que Dul quebrou o coração de um moleque agora há pouco? Coitado, ele deve estar se remoendo até agora...” Nem preciso dizer que meu rosto estava vermelho sangue.
Christopher me olhou e soltou um sorriso que eu não soube identificar, não fora seu sorriso bonito e verdadeiro, fora um sorriso beirando a falsidade e o sarcasmo. “Talvez ela seja boa em quebrar corações!”
Até Poncho olhou confuso para Christopher. O clima dentro daquele elevador tinha ficado denso apenas com aquela colocação de Christopher, ele falava com propriedade, como se me conhecesse, como se soubesse de minha vida, como se tivesse direito de me magoar daquele jeito. Quem era ele para dizer um disparate daqueles?
Talvez ele devesse ficar ciente que meu coração era um bocado de cacos.
Quando a porta se abriu nós três saímos. Eu não podia negar, Christopher tinha uma presença imponente. Macho alfa, eu pensei.
Anahí recebeu Poncho com beijos e abraços, ela cumprimentou Christopher com educação e me olhou interrogativamente, meneei com a cabeça na direção de Poncho, e ela entendeu, vi em seus olhos um pedido de desculpas pela atitude falha de seu namorado.
“Então Dul, o que vamos assistir?” Ane deixou o clima mais ameno. “Eu já fiz alguns aperitivos para comermos...”
“Não me mate, mas não resisti, veremos pela enésima vez Orgulho e Preconceito!” Minhas bochechas coraram pelo olhar que ganhei de Christopher, ele me analisava curioso, e com certeza me achando uma garotinha.
Ane bufou e se jogou no sofá levando consigo Poncho, eles ocuparam o sofá maior; logo eu dividiria o sofá de dois lugares com Edward. Droga!
Quando eu disse que a presença de Christopher era imponente que esqueci te dizer que era muito imponente; sentei-me acanhadamente ao seu lado, ele, por sua vez, se retraiu me dando um pouco mais de espaço.
Não demorou muito para eu esquecer Christopher e focar apenas no filme, Ane e Poncho trocavam carinhos discretos no outro sofá, era fácil saber que daqui a pouco eles sairiam da sala buscando mais privacidade.
Não sei se pelo hábito, ou pela paixão pelo filme, mas não demorou para eu estar falando as falas dos personagens.
“Você gosta bastante do filme né?” A voz de Christopher me tirou de meu mundinho. Ele estava mesmo tentando começar uma conversa?
“Muito!” Eu queria deixar bem claro que eu não estava inclinada a diálogos naquele momento.
“Se eu soubesse que iria te incomodar tanto não teria vindo...” Christopher falou, e eu não me virei para encará-lo, mas eu sentia seus olhos em mim.
“Você, mais que ninguém, sabe o quanto você não queria estar aqui!” Devolvi ainda sem encará-lo.
Nessa altura Ane e Poncho já tinham se retirado, restando na sala, apenas eu e Christopher.
“Você não comeu os chocolates que eu te dei!” Christopher falou chamando minha atenção. Não entendi como ele descobriu esse fato.
“Como sabe?” Perguntei olhando de soslaio, ele estava com a postura rígida, incomodado também. Seus olhos, sem emoção.
“Hmm, eles estão bem ali, intocados!” Ele apontou para a cozinha, a caixinha com laços estava em cima da mesa, e como ele disse, intocada.
“Se quiser, pode comê-los, eles não foram envenenados e não estão estragados!” Christopher falou quase com humor, não entendi. Ele não estava sendo desagradável e muito menos, agradável. Ele estava sendo tão indiferente.
Voltei para o filme, Mr. Darcy estava se declarando para Lizzie naquele campo aberto com o sol nascendo:
“You have bewitched my body and soul. I love you, I love you, I love you!” (“Você enfeitiçou meu corpo e minha alma, eu te amo, te amo, te amo”)
E eu apenas queria alguma coisa perto daquilo, alguém que me amasse de corpo, alma e coração, alguém que me prometesse que, dessa vez, tudo daria certo e que eu não passaria por aquilo de novo.
Quatro anos atrás.
“Ane, se você não for eu também não vou!” Bati o pé em sinal de birra.
“Dul, você está sendo idiota! É a melhor festa do ano, você tem que ir; e só porque eu vou está viajando não significa que você não pode se divertir!” Ane falou e se jogou na cama.
“Não é isso Ane, eu quero ir, mas sem você não tem graça; com quem eu vou dançar? Quem vai controlar minha bebida? Porque você cancela esta viagem com seus pais?” Minhas perguntas deixaram Ane ainda mais irritada.
“Meus pais já disseram que eu tenho que ir, você realmente acha que eu quero perder a primeira festa da universidade?” Ela lançou em desafio.
“Eu sei que não Ane, mas você sabe que minha única amiga é você, e queria que na minha primeira festa como caloura você estivesse comigo!” Sorri para ela, aquela briguinha já estava ficando idiota.
“Calouras! É tão engraçado estar na faculdade! Eu cursando moda e você, jornalismo!” Ane divagou um pouco sobre nossa nova fase.
“O que estas jovens tanto discutem?” Meu pai apareceu no quarto de forma repentina, ele sorria alegremente.
“fernando, sua filha é muito tapada! Ela não que sair hoje à noite só porque eu não vou poder acompanhá-la!” Ane falou e me mostrou a língua.
“Dul, qual é o problema? É a primeira festa, e aproveite porque eu estou lhe dando permissão para ir!” papai piscou para mim e eu quase não acreditei por sua flexibilidade.
“Sério pai? Eu posso mesmo ir?” Perguntei subitamente animada.
“Filha, eu posso ter nascido no século passado, mas eu sei que o quão animada você está com seu período de caloura!” Ele disse e saiu pela porta. Oh! Como eu amava meu pai, eu nunca poderia reclamar dele e de minha mãe.
Falando nela, não demorou muito para ela aparecer no quarto também. “Filha, pare de brigar com Ane, se ela não vai nesta, ela irá às próximas festas.”
“Tá vendo Dul? Porque você não vai tomar um banho para eu poder te arrumar?” Ane praticamente me empurrou para o banheiro.
O banho foi demorado; pensei no vestido que eu usaria e se o comprimento não estava inapropriado, e se nesta festa teria gente interessante.
“Eu prefiro seu cabelo solto.” Ane falou primeiro. “Acho que preso de lado fica melhor!” Blanca também deu sua opinião.
As duas estavam me fazendo de Barbie, e eu sorria para elas.
No final, o resultado ficou bom; o vestido verde oliva deixava minhas pernas de fora, e segundo Blanca, eu tinha que mostrá-las enquanto podia. O cabelo ficou decido que ficaria solto, e o rosto praticamente sem make-up, Ane ainda estava irritada pelo último fato.
“Dul, você está maravilhosa! Espero que todos babem por você, mas agora eu tenho que ir, meus pais devem estar uma fera comigo!” Ane beijou minha bochecha correu para a porta.
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“É para eu te buscar quantas horas?” pai me perguntou antes d’eu descer do carro.
“Hmm, pode ser perto das três?” Falei vacilante, sabia que estava abusando de meu pai.
Ele me olhou e olhou para minha mãe que estava sentada ao seu lado. “Vou estar aqui às duas e meia!”
O horário estava bom, daria para eu aproveitar. “Filha, cuidado e juízo, lembre-se de tudo que já te falei e, por favor, escolha bem quem você vai beijar esta noite!” Minha mãe falou sem vergonha, olhei para Fernando e ele tinha uma cara de nojo para as palavras de minha mãe, Blanca sabia como ser inconveniente.
“Certo, mamãe!” Fui beijada na testa por meus pais e logo entre no salão.
A festa de recepção dos calouros estava cheia, os convidados, em sua maioria, eram veteranos; e isso era perfeito.
No inicio fiquei meio deslocada, sem ninguém para conversar, a solução foi entrar na pista de dança e dançar até dar bolhas nos pés.
Eu gostava das músicas, letras sem sentido e batida boa, os pés movimentam-se sem pedir minha autorização.
Para tal desinibição tive que beber um pouco, uma dose de vodka já era o suficiente. Eu sabia que alguns olhares estavam fixos em mim. Hora e outra algum cara vinha e dançava comigo, falava alguma coisa em meu ouvido e buscava um beijo, as palavras de Blanca surgiam em minha mente, e eu sorria em desculpas e saia sorrateiramente do enlaço daquele cara qualquer.
Eu não estava aqui para beijar todos, nem tinha este propósito. Eu queria me divertir apenas. Felicidade me preenchia, tudo estava dando certo. A música tocou um pouco mais alta e eu intensifiquei meus movimentos.
“Garota, você deveria saber que eu estou ficando louco em apenas te ver dançar...” Uma voz surgiu no meu ouvido, continuei dançando sem olhar para trás.
“Ignorar não é a melhor solução! Se você não quer conversar é só falar que não quer!” E dessa vez eu tive que olhá-lo, e bom, ele não era de se jogar fora, era bonito, uma beleza comum.
“Desculpe, não te escutei!” Falei bem mais alto, vi um ar de vitória em seu rosto.
“Eu só disse que você está me deixando pirado com seu corpo balançando...” Ele, sem pedir, colocou as mãos em meus quadris. “Quer sair daqui, beber alguma coisa?”
“Pode ser...” Falei e ele me puxou pela mão.
Então, estava eu e ele esperando nossas bebidas, eu estava me arrependendo de ter o acompanhado. Poucas palavras, e quando estas saiam, nada de muito interessante era dito.
“Veterano de qual curso?” Perguntei e beberiquei um pouco do drink docinho.
“Eu não me formei aqui, mas fiz economia, graduei no último semestre...” Ele também deu um gole grande em seu uísque.
“Você tem que idade?” Questionei, pois, ele deveria, então, ter cerca de vinte e dois.
“Vinte e três, e você?” Ele perguntou e parou os olhos em meu colo.
“Dezessete!” Falei envergonhada por seus olhos em mim, ele não estava sendo nenhum pouco discreto.
“Você não parece uma garotinha!” Eu pude absorver toda malicia de sua fala.
“Você não me disse seu nome...” Coloquei vagamente.
“Thomas, e o seu? Hmm, por favor, não invente um nome como todas as outras garotas fazem!” Ele sorriu um pouco.
“Dulce Maria, e não é um pseudônimo!” Bebi um pouco e olhei o relógio, meu já estaria vindo me buscar. “Acho que eu tenho que ir...”
“Pedir um beijo seria muito?” Thomas voltou com as mãos para meu corpo, pensei um pouco, seria apenas um beijo.
Acenei timidamente e ele entendeu meu consentimento. No início, abrupto, e no final, sem graça. Me perguntei quando um beijo iria realmente me deixar de pernas bambas e com borboletas no estômago.
“Tenho que ir, meu pai teve estar me esperando...” Caminhei entre a multidão.
“Ei, espere! Me dê seu número, eu gostei de você, podemos fazer alguma coisa depois!” Ele segurou meu braço e seus olhos nos meus.
“Tudo bem!” Passei meu numero, sabia que ele não ligaria e queria iria aproveitar muito o resto daquela festa.
“Eu vou ligar mesmo, pode esperar!” Então, ele me beijou de novo, e de novo. Todos do mesmo jeito.
Fernando já estava me esperando. “Demorei?” Perguntei assim que assentei no banco de carona.
“Perfeitamente aceitável... Aproveitou a festa?” Ele deu partida no carro.
“Uhum, estava boa!” Se está pergunta fosse feita por minha mãe e teria respondido sobre Thomas, com ela eu não vergonha desses assuntos, mas com meu pai seria demasiado estranho.
“Bebeu muito?” Meu pai me olhou pelo espelho e arqueou a sobrancelha.
“Quantidade perfeitamente aceitável!” Sorri quando respondi, ganhei um sorriso dele também.
“Muito assedio por parte destes caras?” Fernando apontou para a quantidade de rapazes que estava nos arredores da festa.
Céus! Como eu corei! “Não!” A mentira saiu tão estrangulada!
“Você nunca vai aprender a mentir!” Meu pai sorriu e ligou o rádio.
“Eu não me importo Dul, eu sei quando um cara for bom o suficiente para você, você irá me contar, e pelo visto não foi o caso do menino desta noite...” Fernando divagou um pouco, e ele estava certo.
Mal percebi que estava chorando, odiava me lembrar daquele dia e de todos que o sucederam. Odiava me lembrar dele, e a saudade que eu sentia de meus pais me matava.
Os créditos do filme já subiam quando me dei conta que o filme já tinha terminado, Christopher me olhava sem saber o que fazer, por um instante pude acreditar que ele não me odiava. Chorei baixinho e sequei minhas lágrimas em minha camisa.
“Dulce Maria?” Christopher inclinou o rosto para o meu. Ele parecia tão confuso. “Aconteceu alguma coisa?”
Não respondi, ainda havia resquícios de meu choro compulsivo. “Fui eu quem te fiz chorar?” Christopher insistiu.
Tive que olhá-lo, sim, ele já tinha feito me chorar algumas vezes, mas agora, eu estava num turbilhão de emoções; raiva, saudades, medo... E a última coisa que iria causar um choro seria Edward. “Você, definitivamente, não é o centro do meu mundo!” Fui grossa, eu sei.
“Eu posso fazer alguma coisa por você?” Ele falou baixo, quase com medo de minha resposta.
“Está tarde, acho melhor você ir embora...” Levantei do sofá indicando para ele fazer o mesmo.
Ele se levantou e pegou suas sacolas de compra. “Desculpe se te incomodei...” Christopher rumou para a porta. “Dulce?” Ele me chamou.
“Hãn?” Respondi meio perdida.
“O filme, bom...” Sua voz vacilante evidenciou sua vergonha. “... bom, o filme é interessante!”
“É por isso que eu o aprecio tanto!” Respondi, desejei boa noite, recebi um agradecimento e tranquei a porta.
Naquela noite eu chorei mais e mais, e devo dizer que o pesadelo foi terrível; a cena e a ameaça me causaram calafrios.
Bem vida minha leitora nova, obrigada pelos comentarios e elogios, capitulo dedicado a vocês...
até breve , bjs
Autor(a): smileforvondy
Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
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POV Christopher Dias depois.. Eu não era um adolescente louco por sexo. Louco por sexo, mas não um adolescente. Eu sabia que precisava transar urgente, selvagem e sem escrúpulos. Não, eu não estou jogando meu corpo contra uma gostosa qualquer, neste momento eu estou me tocando, como a merda ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 108
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lari_oliverr Postado em 08/01/2015 - 16:33:13
o ultimo capitulo nao tem nada
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lari_oliverr Postado em 08/01/2015 - 16:32:54
estou amando
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lari_oliverr Postado em 08/01/2015 - 16:32:44
leitora nova
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lari_oliverr Postado em 08/01/2015 - 16:32:26
qual é o nome do livro que vc adaptuo a fic ?
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keziavondy Postado em 19/11/2014 - 09:23:36
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH VOCE VOLTOU... EU AMO VC, EU AMO ESSA FIC, EU TUDO AI CARA QUE EEMOÇÃO
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bianca_sd Postado em 11/08/2014 - 16:40:05
Você vai voltar a postar ou você abandonou??? POSTA MAIS!!!!
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dyas Postado em 01/08/2014 - 15:18:39
Abandonou?
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kelly001 Postado em 24/07/2014 - 15:15:12
também estou esperando que vc continue a postar... vamo lá galera: continua, continua, continua, continua, continua...
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babar_slon Postado em 12/07/2014 - 18:34:41
Você nunca mais voltou, você abandonou a web???
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nandafofinha Postado em 11/07/2014 - 15:56:20
To esperando vc voltar ate hoje