POV Dul
Eu procurava nas prateleiras do supermercado meu amor próprio, ou resquícios dele. Onde estava minha cabeça quando aceitei cozinhar para Christopher todo estranho?
Meu sábado estava indo tão normal, tão sem novidades quando ele me aparece me pedindo para cozinhar, e cozinhar para seus pais.
Medo. Está foi a primeira reação que eu tive. E se os pais dele fosse pior que Edward, seria apenas eles colocarem os olhos em mim para começarem a me odiar, assim como o filho deles.
Ane também não estava de acordo com este favorzinho, mas Christopher, numa atitude não tão nobre, me chantageou com suas atitudes heroicas.
Eu, agora, olhava Christopher vindo na minha direção com uma garrafa de vinho, a fila do caixa não estava muito grande, mas o suficiente para me deixar irritada. Ele também estava irritado, comigo com certeza. Hum, ele queria beber, pois vi outras garrafas em suas mãos, talvez ele fosse de fato um alcoólatra.
Enquanto ele caminhava pude perceber que seus olhos, ao contrario dos outros dias, estavam verdes vivo e sem o ódio e a raiva, mas também não tinha nada bonito ali, nem felicidade, nem simpatia.
Ele era realmente estranho, não gostava muito de seus pais, eu acho. Não gostava de falar sobre eles, e sempre que falava, Christopher adotava uma postura superficial, ele era bom em usar a lei menos é mais.
“Tudo comprado?” ele perguntou para se fazer presente, sua voz rouca me fez olhá-lo.
“Oh sim, consegui tudo que precisava!” Respondi averiguando a cestinha, ali tinha tudo para uma boa lasanha.
Eu não podia negar, eu estava infantilmente animada para cozinhar para seus ainda sem nomes pais.
“Como eu não sei o que você vai cozinhar, peguei um vinho cada tipo: seco, branco, tinto...” Christopher me listou outros tipos, eu o olhava com espanto.
“Hum, sua comida é melhor com espumante?” Ele me perguntou também assustado.
“Não, não... Mas você está comprando muita bebida, qualquer vinho iria combinar, não precisava comprar um de cada...” Falei meio envergonhada. “Acho que o tinto ficaria excelente!”
“Hmm, acho que vou levar todos... Estão com um bom preço!” Christopher disse lendo o rotulo do vinho, oh sim, ele era um alcoólatra.
“Bom dia senhor!” A funcionaria do caixa olhou lascivamente para Christopher, me ignorando por completo. Qual mulher não tinha babado por Christopher naquele supermercado?
Christopher acenou sem vontade com a cabeça e começou a despejar suas compras na esteira.
“Cento e vinte cinco dólares e quarenta e oito centavos, à vista ou no cartão?” Nossa, tinha ficado o olho da cara aquela comprinha, olhei para Christopher que tirava algumas notas altas de sua carteira.
“Tempos de crise!” Ele me disse baixinho e sorriu, sorriu de verdade, verdadeiro e bonito. E foi como voltar no tempo, semanas atrás quando ele sorriu daquele mesmo jeito para mim, e do mesmo modo que me aconteceu naquela noite, eu suspirei involuntariamente.
“Deixe que eu leve as sacolas...” ele já tinha as mãos sobre as minhas, um arrepio leve e gostoso invadiu minha pele.
“Hãn obrigada?” Falei e passei as poucas sacolas para ele.
Era um pouco complicado acompanhar o passo de Christopher, ele tinha pernas longas e um passo que beirava um metro, e eu, bom, eu praticamente corria atrás dele.
“Algum problema?” Ele olhou para trás e fitou meus olhos, ele estava um pouco impaciente.
“Hum não... Tudo em ordem...” Desviei de seu olhar, olhei para o outro lado da rua. Na calçada tinha uma banca de flores, e foi como voltar ao passado, ao meu passado bom, quando eu e minha mãe comprávamos flores para decorarmos a mesa de jantar.
“Christopher? Eu vou ali e já volto!” Falei e atravessei a rua, senti os passos longos de Christopher vindo atrás de mim, sua mão segurou forte o meu braço. Bem forte.
“Onde pensa que vai?” Ele me interrogou alto demais, desnecessária tanta força.
Olhei enfurecida para ele, meus olhos olhavam para seu rosto e meu braço sendo apertado por sua mão. Seus olhos fizeram o mesmo caminho. Ele, devagar, retirou sua mão de meu corpo. “Desculpe?” Christopher disse baixo demais, como se fosse humilhante pedir desculpas para mim.
“Você é louco!” Falei sem pensar, minha mão logo tampou minha boca. “Meus Deus, que vergonha, eu não quis dizer isso...” Tentei contornar a situação.
“Não quis dizer?” Ele repetiu meio seco e sem humor. “Não quis mesmo?”
Eu só queria um lugar para enfiar minha cara, eu tinha sido tão idiota por falar aquela verdade! Olhei para meus pés e pensei em alguma coisa decente para falar.
“Hãn, é serio, eu não quis dizer aquilo, mas você queria o quê? Eu ia apenas comprar um arranjo de flores e você praticamente agarra meu braço!” Defendi-me, eu não era a única culpada naquela história.
“Você iria comprar flores? Que merda que você faria com flores?” Ele me perguntou, ainda irritado, mas também um pouco curioso.
Senti o calor característico em minhas bochechas. “Hmm, pensei que seria bom decorar a mesa para seus pais comerem, sabe, o ambiente tem que está favorável para a refeição...” Falei encarando o botão da camisa Pólo de Christopher.
“Vai lá comprar então...” Ele disse sem vontade. “Quanto é?”
“Oh não, não, isso não é necessário...” Apontei para a nota que ele me dava. “Eu compro!” Sem esperar respostas terminei de atravessar a rua.