Fanfic: Passado Distorcido ( ADAPTADA ) | Tema: Vondy / Rebelde

POV Dul

O dia estava sendo estranho. Meu peito doía pela saudade, por não ter sido forte o suficiente para protegê-los, protegê-los dele. Eu tentava não pensar no nome, nem no rosto.

Em contra partida, tinha Christopher. Não sabia o que tinha dado em mim para contá-lo o que tinha acontecido. Era demasiado desconfortável contar tudo aquilo, principalmente, os detalhes. Ele, mantendo sua promessa, não me julgou e não fez nada do gênero, mas era impossível não perceber que ele tinha ficado inquieto com tudo aquilo.

“Um centavo por seus pensamentos!” Christopher disse divertido.

Sai de meu transe e voltei a calçar meus sapatos. “Você teria que ter uma pequena fortuna então!”

“Engraçadinha, você!” Ele disse e se sentou na ponta da cama, ao meu lado.

“Você é meio alucinada por salto alto, não é?” Christopher perguntou encarando a sandália azul marinho.

Eu corei com aquilo. “Eu sou baixinha e passar muito tempo com Ane dá nisso!”

Levantei e peguei minha bolsa, eu já estava muito atrasada para encontrar Alice. “Uh, eu já vou indo!”

“Divirta-se, mande saudações para Anahí!” Christopher disse correndo os dedos pelos cabelos.

“Eu não demoro, ok?” Falei antes de passar pela porta.

“Dul, não se preocupe comigo, aproveite seu almoço!” Christopher segurou meu olhar, os olhos verdes estavam bonitos demais.

Tinha tempo que eu não dirigia, a sensação era ótima, embora as avenidas de Nova Iorque fossem assustadoramente lotadas.

Antes de entrar no restaurante pude ver Ane sentada numa mesa afastada, ela estava sorrindo sozinha. Ane estava radiante, era notório.

“Conte-me o que te faz rir assim agora!” Falei assim que me coloquei em seu campo de visão.

“Dul, que saudade monstro de você!” Ane me abraçou forte, mas forte mesmo, quase como Christian.

“Eu também, Ane!” Falei e me desvencilhei de seus braços. “Tem tempo que você chegou?”

“Não, cheguei há pouco!” Ela disse e voltou para a cadeira, eu puxei uma para mim também.

Ane tinha os olhinhos brilhando, a felicidade estava exalando de seu corpo.

“Conte-me tudo, Ane!” Falei sorrindo, eu estava feliz por vê-la feliz.

“Eu amo Poncho, eu quero uma vida inteira com ele!” A intensidade das palavras me assustou, Ane parecia convicta.

“Dul, eu quero acordar todo dia ao lado dele; conversar sobre meu dia; fazê-lo sorrir... Eu quero tudo com ele!” Ane falou quase emocionada.

“Ane, isso é incrível!” Foram as únicas palavras que eu consegui pronunciar.

“Você vai me achar louca, mas eu quero me casar com Poncho e ter uma ninhada com ele!” Ane disse um pouco corada.

“Casar?” Eu repeti meio estupefata.

Ela sorriu genuinamente antes. “Eu o amo, Dul! Eu quero tudo que seja sobre mim e Poncho!”

Meu Deus, era completamente complicado assimilar tudo que Ane dizia! Minha melhor amiga iria se casar?

“Eu estou muito feliz, Ane; só não sei o que realmente dizer!” Falei sincera.

“Apenas diga que eu não estou sendo louca!” Ane disse sorrindo.

“Você não está sendo!” Respondi-lhe divertida.

“Uh, eu não vou me casar amanhã, nem semana que vem; mas Poncho já me propôs.” Ane disse e colocou sua mão sobre a mesa, o anel brilhava mais que o sol.

“Ane, é lindo!” Toquei o cristal delicadamente.

“Dul, eu estou tão feliz!” Ela me disse completamente extasiada.

“Essa que era a grande novidade?” Perguntei logo depois.

“Uh sim, mas temos que conversar outras coisas e principalmente sobre você!” Ane disse presunçosa.

“Não temos que falar nada sobre mim!” Coloquei rapidamente.

“Não senhora, temos muito que conversar sobre você!” Ela replicou com ar de desafio. “Mas primeiro temos que discutir outro ponto...”

“Qual seria?” Perguntei interessada.

“Nosso apartamento, acho que você pode ficar com ele. Poncho me convidou para morar com ele...” Ane disse meio receosa.

“Ane, você não pode fazer isso! Aquele apartamento é seu, é claro que eu vou te pagar o aluguel!” Falei séria.

“Dul, não seja boba! Eu quero que você fique com ele, você é minha melhor amiga, nada mais justo!” Ane disse mais séria ainda.

“Eu posso pensar sobre?” Perguntei meio rendida.

“Não tem o que pensar, Dul. Os documentos estão quase prontos, daqui a pouco aquele apartamento vai estar em seu nome!” Ela disse sorrindo vitoriosa.

“Você não presta!” Falei quase gargalhando.

Nossos pedidos chegaram rápidos, nós duas tínhamos optado por massa. A sobremesa logicamente seria torta de chocolate.

“Então, como Christopher está?” Ane perguntou depois de um silêncio confortável.

“Bem, praticamente recuperado!” Falei e voltei a atenção para o meu prato.

Ane riu baixinho. “Vou melhorar minha pergunta: Como você e Christopher estão?”

“Não seja idiota, Ane!” Falei simplesmente.

“Dul, quem você quer enganar? A cada ligação sua eu tinha mais certeza que você está completamente apaixonada por Christopher!” Ane disse me encarando.

Eu quase cuspi minha comida! Eu não estava apaixonada por Christopher. Não mesmo!

Deus, ela não sabe o que diz!

“Ane, não fale bobagens!”

“Dul, você sabe que dia é hoje, não sabe?” Ela me olhou fixamente. Eu acenei positivamente.

“Dul, eu juro que pensei que você chegaria aqui aos prantos, pedindo meu colo, mas não, você está feliz! Eu arrisco a dizer que tudo isso é por causa de Christopher!”

A explicação de Ane me deixou tonta, aquilo não fazia sentido.

“Anahí, eu não estou apaixonada por ele, eu só estou tentando me levantar e esquecer essa merda toda!” Falei enfática.

“Tudo bem, Dul!” Ane disse sorrindo. “Vamos dar tempo ao tempo!”

Ignorei aquela última fala. “Hmm, Christopher sabe sobre Thomas...” Coloquei vagamente.

“Sério, o que ele disse?” Ane perguntou interessada.

“Nada!” Falei rapidamente. Christopher não tinha esboçado nenhuma reação muito significativa.

“Como nada? Ele não ficou puto, enojado, querendo matar Thomas?” Ane parecia indignada.

“Uh, não! Eu também não contei muita coisa...” Falei e bebi do suco.

“Ele é de fato muito estranho!” Ela disse por fim.

“Ele é engraçado, Anahí!” Falei quase por reflexo.

Ane sorriu para mim. “Conte-me mais sobre as qualidades de Christopher Uckermann!”

Minhas bochechas queimaram com aquilo. Eu poderia dizer que ele era bonito com ou sem barba? Que ele era um exímio beijador de pescoço? Que ele tinha uma puta ereção? Que, quando bêbado, ele era a coisa mais quente e doce? Que ele fazia o melhor pão na chapa do mundo?

“Ele só é engraçado mesmo, ele é tão bobo!” Falei, minhas bochechas queimavam.

“Ele é tão bobo!” Ane fez uma imitação barata de minha voz. “Sabe como isso soa, Dul?”

“Não, Anahí; eu não sei!” Falei e esperei pela resposta.

“Isso soa como uma menininha apaixonada!” Ane disse triunfante.

Ela iria voltar naquele ponto?

“Que tal mudarmos completamente de assunto?” Propus.

“Uh, amanhã, Poncho e eu estávamos querendo fazer alguma coisa à noite. Venha conosco, poderíamos chamar MAi e Christian também!” Ane propôs animada.

“Estão pensando em ir onde?” Perguntei já interessada no programa noturno.

“Dançar, talvez! Um pouco de tequila também!” Ane sorriu abertamente para mim.

“Eu vou!” Falei por fim.

“Ah, convide Christopher, Poncho ficará feliz em vê-lo!” Ane colocou com avidez.

“Convido sim!” Falei, mas sabia que Christopher não iria.

Quando as tortas chegaram foi impossível não se deleitar com o chocolate. Era difícil dizer quem comia com mais vontade, eu ou Ame.

“Eu tenho que ir!” Falei olhando o relógio, já passava das três.

“Uh, eu também, Poncho está me esperando!” Ane foi a primeira a se levantar.

“Para quando está pensando em se mudar? Posso te ajudar a empacotar suas coisas, os móveis...” Perguntei disposta à realmente ajudá-la.

“Não se preocupe, pode ficar com eles também! Vou mobiliar todo o apartamento de Poncho!” Ela disse alegre.

Eu ri internamente quando imaginei Ane arrumando todas as roupas de Poncho por cor, trocando todos os móveis de lugar.

“Ligue-me para confirmar sobre amanhã!” Pedi depois de abraçá-la.

“Claro, Dul!” Ela beijou minha bochecha. “Até amanhã!”

A volta para o apartamento de Christopher fora tranquila, decidi pelas escadas para compensar as calorias do almoço. No final eu estava bufando como uma sedentária.

Christopher não estava na sala, procurei por ele na cozinha e também não o encontrei. O quarto parecia a última opção.

Quando passei pela porta tive a visão mais bonita dos últimos tempos. Eu queria fotografar aquilo.