Fanfic: Passado Distorcido ( ADAPTADA ) | Tema: Vondy / Rebelde
POV Christopher
Dirigir com Dul ao lado era uma experiência boa demais para ser esquecida. Ela era particularmente uma graça. Eu adorava irritá-la, era isso. Eu fazia tudo para ter suas bochechas coradas ou vê-la mordendo os lábios.
Ela tinha dormido durante boa parte da manhã, o rádio ligado embalava seu sono. Ela acordava, me perguntava onde estávamos, trocávamos alfinetadas e depois ela tombava seu rosto contra a janela.
Perguntei-me se ela teria seu rotineiro pesadelo, a tarde veio e ele não. Eu não poderia ficar mais feliz. Quando o relógio marcou uma da tarde decidi que deveríamos comer. Quilômetros depois encontrei um posto. A próxima tarefa era acordar Dul.
“Dul?” Chamei assim que estacionei. “Acorde!”
O sono dela estava leve, pois não precisei chamá-la mil vezes. “Mmm, chegamos?” Ela disse esfregando os olhos.
“Indiana ainda!” Falei e abri a porta do volvo. “Nós precisamos comer!”
O simples fato de falar sobre comida fez Dul abrir definitivamente os olhos. “Eu estava sonhando com Milk Shake!”
Eu sorri pela confidência. “Aqui deve ter, vou lá comprar.”
“Fique, você parece cansado! Quer o que comer?” Ela perguntou calçando os chinelos e arrumando os cabelos.
“Pode trazer refrigerante e hambúrguer!” Tateei meu bolso até encontrar a carteira.
“Deixe eu comprar?” Dul pediu sem me olhar diretamente, eu deveria negar-lhe, mas o leve morder de lábios fez-me ponderar.
“Hmm, tudo bem!” Respondi-lhe; Dul pareceu surpresa, ela não esperava uma resposta tão positiva.
“Não arranque esse carro sem mim, sim?” Dul disse assim que bateu a porta, ela tinha usado força demais com meu carro.
Por qual motivo eu a deixaria num posto no meio do nada?
Esperei Dul voltar, aumentei um pouco o som sem me concentrar na letra arrastada da música desconhecida, olhei para o lado apenas para tentar assimilar tudo que estava acontecendo. O travesseiro, o cobertor, o celular jogado. Tudo era dela; os dois primeiros estavam impregnados com o cheiro doce. E o último tinha como proteção de tela o sorriso que eu gostava. Grande e verdadeiro.
Deitei minha cabeça no volante buscando elucidar meus pensamentos, nada veio. Quando olhei pela janela foi como querer ter uma máquina fotográfica para apenas registrá-la. Por que, céus, ela estava tão Dul. Estava tão ela.
Ela caminhou sem tirar os olhos dos meus, eu desviei apenas para observar o quanto ela sorria. O refrigerante iria derramar a qualquer momento, pois ela tropeçou algumas vezes também; deixei meus olhos correrem pelo corpo esguio, eu gostava do jeito que a camisa de caveira caia sobre o jeans claro e, estranhamente, eu apreciava os pés apenas protegidos por um chinelo. Ela era a simples e, definitivamente, encantadora.
“Christopher, experimente isso!” Ela passou o copo com Milk Shake. “É o melhor que já tomei!”
Sorvi do liquido gelado e viscoso, era bom; eu não tinha muita experiência com Milk Shake para saber se era o melhor dos últimos tempos. “Parece bom.” Deixei um sorriso rápido no final.
“Eu trouxe o hambúrguer e seu refrigerante.” Dul disse e me deu o pacote, o cheiro era Fo-- didamente comestível. Bem sinestésico, eu sei!
A primeira mordida sempre vinha com apreensão. A segunda, a terceira vinha com deleite, eu estava criando grande inclinação para aquela lanchonete no meio do nada.
Dul também comia com certo deleite, apesar da combinação estranha, Milk Shake e batatas fritas. “Quer que eu dirija um pouco?” Ela disse depois de comer.
A verdade era que eu estava cansando, precisando esticar as pernas e com sono. “Você sabe chegar a Chicago?”
Dul rolou os olhos para mim. “Eu sei ler placas, Christopher!”
“Não maltrate meu carro, sim?” Pedi e sai do carro para trocarmos de lugar.
“Não me subestime, Christopher!” Ela disse fingindo irritação. “Falta quanto tempo para chegarmos?”
“Umas duas!” Falei depois de conferi o relógio.
Ela riu abertamente, me olhou, bateu os cílios. “Que tal em uma hora e meia?”
Ela deveria parar de fazer aquela combinação perfeita e, principalmente, me instigar.
“Eu conto com isso, Dul!” Falei, minha voz saiu nervosa igual à de um adolescente cheio de espinhas.
“Ei, não coma minhas batatas fritas!” Dul disse quando percebeu que eu estava acabando com nossa reserva de energia.
“Você quer um pouco?” Falei e dei-lhe uma batata na boca. Atitude impensada, completamente instintiva.
O ato tinha nos pegado desprevenidos, Dul corou e eu fiquei sem saber o que falar. Apesar do constrangimento, eu tinha gostado. Ela também, eu tinha certeza.
Sem saber o que falar ou fazer, deitei minha cabeça no banco e deixei o travesseiro em minhas costas, o cobertor estava embolado entre mim e a porta. “Vai ser falta de educação se eu dormir?”
“Claro que não! Você parece realmente cansado, sem contar que eu dormi a manhã inteira.” Dul disse sem tirar os olhos da pista.
Busquei o sono, mas ele parecia fugir a cada vez que eu fechava os olhos. “Isso não vai dar certo!” Falei meio irritado.
“Falou comigo?” Duul perguntou repentinamente.
“Oh não, eu apenas não consigo dormir!” Ajeitei-me no banco, minhas costas me dizendo que eu precisava de um relaxante muscular.
Dul riu baixinho. “Você está parecendo um pouco mal humorado!”
“Como um velho?” Perguntei-lhe.
“Não como um velho, mas ainda assim, mal humorado!” Ela disse e me olhou de lado. “Ainda tem batata?”
“Algumas. Querem-nas?” Peguei a embalagem em cima do painel. “Parecem um pouco murchas!”
“Não tem problema, pode me dar assim mesmo!” Dul falou tranquilamente, mas o rubor se fazia presente em suas bochechas.
‘Pode me dar assim mesmo?’ Que infernos estava acontecendo?
Puxei uma respiração pesada, processando as palavras. “Vire para cá então!” Falei já com uma batatinha murcha em mãos.
E assim fomos até não restar nenhuma batata. Dul sorria envergonhada a cada batata, e eu ficava cada vez mais zonzo a cada sutil roçar dos lábios dela em meus dedos. Era um toque inocente, mas aquilo estava dando muita asa para minha imaginação.
“Chicago!” Dul leu alta a placa de boas vindas. “Sua casa, Christopher!”
Certa inquietude me acometeu, eu amava Chicago e estar aqui com Dul era estranho e certo, tudo ao mesmo tempo.
Quando a cidade começou a se formar com ruas e prédios, Dul parecia fascinada. “Christopher, esse lugar é incrível!” Ela tinha uma voz quente e sincera.
“Posso te mostrar um pouco mais amanhã!” Dei-lhe a sugestão, Dul me olhou completamente perdida.
“Esqueceu que minhas roupas são de ficar em casa?” Perguntei-me o motivo dela ter sido tão irônica.
“Dul, suas roupas de ficar em casa são melhores que as minhas!” Falei olhando-a, não que eu soubesse o nome das grifes que Dul usava, a única coisa que eu sabia era que sutiã era La perla.
“Vamos discutir isso?” Ela me perguntou me encarando.
“Não.” Falei e peguei meu celular para ligar para casa.
“Mãe, estamos chegando!” Falei assim que Mamãe atendeu.
“Christopher, você não foi imprudente, certo? Vocês chegaram rápido demais!” Ela disse, a preocupação de Alexandra era algo de outro mundo.
“Mãe, é Dul quem está dirigindo agora!” Olhei para Dul, ela segurava um sorriso quente. “Vejo-te logo, mãe!”
Assim que desliguei Dul virou-se para mim. “Você já foi um motorista imprudente, não já?”
“Aos dezesseis eu bati o carro de Victor!” Falei desconcertado, era incrível como Dul era tão intuitiva para certas coisas.
“Estava bêbado?” Ela continuou incisiva.
“Eu não sabia dirigir direito. Você fala como se eu fosse um alcoólatra!” Coloquei pausadamente.
Dul me olhou envergonhada, ela procurou as palavras. “Desculpe-me, eu não queria dizer isso. Hmm, você só bebe um pouquinho a mais!”
Relevei aquilo. “Segunda à esquerda!” Falei quando estávamos nos aproximando do bairro residencial.
“Eu não posso acreditar que você morava numa casa branca com grama verde na frente!” Dul disse animada. “Sempre foi o meu sonho!”
“Sempre morou em apartamento?” Perguntei apenas para confirmar.
“Sempre!” Ela disse e continuou olhando as casas pelo vidro.
Morar em apartamento era uma droga. Não tinha espaço, não dava para ter um cachorro e a piscina nunca seria exclusivamente sua.
“É a primeira casa depois da esquina!” Falei assim que tive um vislumbre de minha casa. Branca e com a grama aparada e verde.
Mamãe e Papai estavam parados no jardim. Meu pai tinha as mãos sobre os ombros de minha mãe. Quando meu olhar pegou os deles eles sorriram tão abertamente que foi impossível não fazer o mesmo.
Não deixei Dul estacionar corretamente, eu só queria abraçá-los e nada mais.
Dul sorriu para mim antes de sair do carro. “Obrigada por ter me convidado, Christopher!” Ela disse baixinho, nos olhos, um bocado de emoções diferentes.
“Sinta-se em casa!” A intensidade de minhas palavras chocou até a mim.
O abraço que dei em minha mãe a deixaria dolorida mais tarde. “Saudades de você!” Eu disse enquanto ela pairava seu olhar de mãe sobre mim.
“Eu também estava, filho!” Ela beijou minha bochecha. “Você parece ótimo!”
“Eu estou!” Devolvi-lhe o afago. “Dul cuidou bem de mim!”
A menção do nome de Dul fez mamãe me olhar de um jeito diferente, ela sorriu quando nos voltamos para Dul e Victor, eles conversavam animadamente.
“Seu pai ainda vai te roubar essa menina, ele simplesmente a adora!” Dul disse baixinho, nós dois rimos. Eu ignorei completamente o teor do comentário.
“Alexandra!” Dul disse calorosamente. As duas se abraçaram por um bom tempo, no final, as bochechas de Dul saíram coradas como dois grandes tomates maduros.
“Ei pai!” Abracei Victor. “Senti sua falta!”
“Nós ficamos preocupados, filho!” Meu pai disse me encarando. “Fico feliz por te ver tão bem!”
“O que dizem sobre entrar? Vocês precisam descansar e comer!” mamãe disse e nos puxou pelos pulsos.
Dul parecia encantada por tudo, ela observava cada detalhe. Eu sorri quando ela sorriu ao ler na porta Família Uckermann!
“Dul, querida, fique a vontade, sim?” Ale disse afagando as costas de Dul.
Quando a porta foi aberta a sensação de acolhimento me preencheu, os móveis estavam no mesmo lugar, senti falta do meu piano na sala. E do mesmo modo que a sensação boa tinha me preenchido uma ruim também se apossou de mim. Era o medo. Era o medo de Dul descobrir tudo.
Como eu não tinha pensado naquilo?
Thomas e eu tínhamos diversas fotos juntos, de quando pequenos e até pouco antes dele sumir no mundo. Elas estavam por toda casa, meu quarto era um mar delas. Dul não podia vê-las. Não podia.
Meu estômago revirou um pouco, eu saberia o que fazer se Dul descobrisse tudo.
“Aconteceu alguma coisa, Christopher?” Dul perguntou baixinho.
Então eu tive que olhá-la, intensamente. Por um momento me perguntei se era correto trazê-la para a casa onde meu irmão viveu. “Tudo vai ficar bem, Dul!”
Praticamente juntos nós entramos. Corri meus olhos pela sala, os portas retratos estavam por todos os lugares, em nenhum deles havia Thomas. As fotos tinham mudado, me vi em uma porção delas. Eu estava em todas, ele não estava em nenhuma.
A sensação boa voltou a me preencher, mas dessa vez era o alívio. Olhei ao redor, minha mãe tinha mudado alguma coisa na cozinha, mas eu não saberia dizer o que era, a geladeira talvez.
“Eu preparei um lanche para vocês.” Mamãe disse guiando-nos para a cozinha.
“Está com um cheiro incrível, Ale!” Dul disse aparentemente envergonhada.
“Espero que goste, esse é o preferido de Christopher!” Minha mãe disse e nos serviu. Eu quase gemi quando senti o gosto do molho barbecue em minha boca.
“Mãe, eu amo você!” Falei ainda de boca cheia, mamãe praticamente quis me esfaquear.
“Christopher, seja educado, pelo amor de Deus! Espero que você tenha sido mais cavalheiro com Dul durante o tempo que ela ficou com você!” mamãe disse irritada.
“Ele foi, Alexandra!” Dul disse cheia de rubor.
Obrigado por ajudar, Dul!
“Christopher, mostre seu quarto à Dul, ela parece com sono!” Minha mãe disse depois de tirar os pratos da mesa.
“Claro!” Levantei-me da mesa e Dul fez o mesmo. Busquei sua mala no carro, ela caminhava ao meu lado.
“Sua casa é linda!” Dul disse baixinho, ela parecia extremamente feliz.
“Não ria do meu quarto, sim?” Pedi enquanto subia as escadas.
“Devo ficar preocupada com o que vou ver?” Ela disse mastigando o lábio inferior.
“Não tem pôster da Playboy nem edredom do Batmam!” Falei sorrindo também.
Meu quarto ficava no final do corredor. Ao lado, tinha o de Thomas. Meu corpo tremeu e gelou.
“Entre!” Falei assim que abri a porta, e assim como no primeiro andar, as fotos de meu quarto não tinham Thomas. Nenhum vislumbre dele.
Autor(a): smileforvondy
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 108
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lari_oliverr Postado em 08/01/2015 - 16:33:13
o ultimo capitulo nao tem nada
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lari_oliverr Postado em 08/01/2015 - 16:32:54
estou amando
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lari_oliverr Postado em 08/01/2015 - 16:32:44
leitora nova
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lari_oliverr Postado em 08/01/2015 - 16:32:26
qual é o nome do livro que vc adaptuo a fic ?
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keziavondy Postado em 19/11/2014 - 09:23:36
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH VOCE VOLTOU... EU AMO VC, EU AMO ESSA FIC, EU TUDO AI CARA QUE EEMOÇÃO
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bianca_sd Postado em 11/08/2014 - 16:40:05
Você vai voltar a postar ou você abandonou??? POSTA MAIS!!!!
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dyas Postado em 01/08/2014 - 15:18:39
Abandonou?
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kelly001 Postado em 24/07/2014 - 15:15:12
também estou esperando que vc continue a postar... vamo lá galera: continua, continua, continua, continua, continua...
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babar_slon Postado em 12/07/2014 - 18:34:41
Você nunca mais voltou, você abandonou a web???
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nandafofinha Postado em 11/07/2014 - 15:56:20
To esperando vc voltar ate hoje