Fanfics Brasil - Capítulo 42 - Primeiro elogio, dama de azul? parte final Passado Distorcido ( ADAPTADA )

Fanfic: Passado Distorcido ( ADAPTADA ) | Tema: Vondy / Rebelde


Capítulo: Capítulo 42 - Primeiro elogio, dama de azul? parte final

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POV Christopher


 


 


 


Onde estava meu piano, onde estavam as fotos de Thomas. Eu tinha mil perguntas, mas, por hora, aquelas eram as mais relevantes para serem feitas aos meus pais.


 


 


Eu buscava por essas respostas desde a hora que eu tinha entrado em casa. Meus pais pareciam felizes demais com Dul, ou, simplAlexandrante, estavam ignorando minha inquietação.


 


 


“Eu não toco muito bem!” Dul disse me olhando por debaixo dos cílios.


 


 


Eu me identifiquei com a resposta. “Eu também não, mas é uma boa distração!”


 


 


“Charlie adorava!” Dul disse baixo, seus olhos vagaram por um instante. “Ele tocava bem!”


 


 


“Hmm, quer subir? Preciso arrumar algumas coisas!” Falei um tanto repentino, levantei-me da cadeira e esperei Dul fazer o mesmo.


 


 


Eu a olhei interrogativamente, Dul me olhava do mesmo jeito. “Dul, venha!”


 


 


Deixei que ela subisse a escada primeiro. Dul estava bonita de um jeito diferente. O vestido caia tão solto pela cintura, quase esvoaçante. O cabelo preso no alto deixava a pele de seu pescoço exposta e o mais importante, ela parecia extremamente feliz.


 


 


“Christopher, esse quarto é de quem?” A voz de Dul ecoou na minha frente. Seu corpo estava parado em frente ao quarto de Thomas, a mão pronta para girara a maçaneta.


 


 


“Não entre!” Eu falei alto demais, evidenciando meu estado de espírito. “Por favor!”


 


 


Dul me encarou por muito tempo, ela sorriu abertamente no final. “É aqui onde estão guardados seus pôsteres da Playboy?”


 


 


O alívio foi preenchendo cada parte de meu ser. “Não, mas não precisa entrar ai!”


 


 


Dul colocou um sorriso atrevido nos lábios e rodou a maçaneta. “Deu sorte, Christopher; está trancado!”


 


 


Muita sorte!


 


 


 


“Pare de ser curiosa e venha me ajudar!” Segui para o meu quarto, encontrei a cama arrumada e as coisas de Dul também organizadas em cima da poltrona.


 


 


“Dormiu bem?” Perguntei de supetão. O pesadelo parecia ter afligido-a mais que das outras vezes.


 


 


“Eu gritei mais esta noite?” Ela devolveu envergonhada.


 


 


“Um pouco mais que o normal!” Falei para ela. “Você nunca me disse sobre o que esse pesadelo é!”


 


 


Dul sentou-se na ponta da cama, visivelmente pensativa. “É nada demais, Christopher!”


 


 


Coloquei meu corpo ao lado do dela. “Eu sei que você sofre toda noite, eu quero te ajudar!”


 


 


Ela subiu os olhos para o meu, o marrom estava um tanto cheio de emoções. “Eu não quero te deixar preocupado, é bobeira de minha cabeça!”


 


 


Tracei a bochecha quente dela. “Quando quiser, conte-me!” Eu sabia que ela não iria me contar agora.


 


 


“Obrigada, Christopher!” Ela disse baixinho com os olhos ainda nos meus.


 


 


Eu sorri para ela, sinalizando que o assunto ruim tinha acabado. “Eu preciso levar alguns agasalhos para Nova Iorque, quer me ajudar escolher?”


 


 


Dul abriu seu sorriso quente. “Claro!”


 


 


Meu armário estava perfeitamente organizado, coloquei todos os moletons e jaquetas para fora.


 


 


“Ainda não está fazendo frio, o outono é daqui dois meses!” Dul disse no meio do quarto.


 


 


“Eu não sei quando vou voltar aqui, eu vou ter que trabalhar sem parar para recompensar o tempo que fiquei em casa!” Respondi-lhe.


 


 


“Você ama ser bombeiro, não é?” Dul me perguntou enquanto tirava minhas roupas dos cabides.


 


 


“Eu amo!” Minha voz saiu quente e convicta. Do jeito que deveria ser.


 


 


Dul sentou no meio da cama entre minhas roupas. “Quais você prefere levar?”


 


 


“As que esquentem mais!” Eu não tinha muitos critérios para escolher minhas roupas.


 


 


“Você precisa de roupas para sair na neve, hmm, neva em Chicago?” Dul perguntou um pouquinho corada, ela mastigou os lábios no final.


 


 


“Ano passado nevou um pouco, Alexandra e Victor gostam!” Eu disse sorrindo, meus pais eram encantados com os flocos de neve.


 


 


“Uh, eu também gosto!” Dul disse com rosto vermelho. “Você prefere calor ao frio?”


 


 


“Não tenho muita preferência!” Falei quase indiferente.


 


 


“Eu gosto do calor, mas não gosto do sol. Adoro a neve, mas não gosto de sair toda empacotada!” Dul disse gesticulando e sorrindo um pouco confusa.


 


 


“Meio difícil de entender, sim?” Joguei para ela sorrindo.


 


 


Ela riu abertamente, vi ruguinhas se formando no canto dos olhos. “Você nunca me entende, Christopher!”


 


 


“Um dia a gente chega lá!” Respondi-lhe e sorri sem minha permissão.


 


 


“Conto com isso!” Ela disse com as bochechas rosadas.


 


 


Ouvi meus pais entraram no andar debaixo. “Meus pais chegaram!”


 


 


“Vou ver se Alexandra precisa de mim para alguma coisa!” Dul disse e saiu da cama. Arrumou o vestido que tinha amassado um pouco. “Depois eu volto!”


 


 


Continuei dobrando minhas peças, seguindo o conselho de Dul, peguei roupas de neve, luvas e gorros. No final, minha cama estava cheia de pilhas de roupas, eu precisaria de caixas para levá-las.


 


 


Dul não voltou, eu sabia que ela tinha se entretido com Alexandra na cozinha. Deixei meu quarto, o cheiro da comida estava me matando. Antes, quando passei pelo corredor, girei a maçaneta do quarto de Thomas apenas para conferir. Perfeitamente trancada.


 


 


Do meio da escada vi Alexandra e Dul na cozinha. A visão era bonita, minha mãe eela cozinhando.


 


 


“Isso cheira à rondeles!” Falei mais alto para elas notarem minha presença.


 


 


“São rondeles, Christopher!” Dul disse sorrindo, o sarcasmo saiu divertido por seus lábios.


 


 


Eu sorri também. “Ei mãe!”


 


 


Alexandra tirou a atenção do fogão para me olhar e me lançar seu sorriso sincero. “Bom dia, filho!”


 


 


“Bom dia, cadê meu pai?” Perguntei, mas logo supôs que ele estaria na garagem ou no jardim.


 


 


“Deve estar lá fora!” Ela disse e voltou a fixar sua atenção nas panelas.


 


 


Fiquei ali as vendo cozinhar. Dul sempre me pegava a olhando, como reposta ela corava e sorria pequeno. Minha mãe via tudo, ela sorria sozinha.


 


 


Quarenta minutos mais tarde o almoço estava na mesa. A comida estava duplamente boa, afinal tinha as mãos de minha mãe e de Dul ali. Eu estava em casa, então comer duas vezes não seria muita falta de educação.


 


 


“Muita fome?” Dul disse baixinho ao meu lado.


 


 


“Está delicioso!” Eu disse igualmente baixo.


 


 


Ela sorriu para mim. “Um adorador de massas, então?”


 


 


“Pode dizer que sim!” Comi mais um pouco. Era impossível não se deleitar com a massa e o molho.


 


 


“Eu não sei como você consegue comer tanto!” Dul disse depois tomar um pouco de suco de laranja.


 


 


“Homens comem muito, Dul!” Eu disse simplAlexandrante.


 


 


Dul, para variar, corou e corou.


 


(...)


 


“Eu estou com sono!” Dul disse quando eu olhei para ela. Nós estávamos ouvindo minha mãe falando há uns bons vinte e cinco minutos, o que eu mais queria era tombar minha cabeça no sofá e dormir durante a tarde inteira.


 


 


“Pode dormir se quiser, depois eu te levo para o quarto!” Ela teria que fazer leitura labial para me entender.


 


 


Dul curvou os lábios em aprovação, ela deitou a cabeça em meu ombro e continuou ouvindo minha mãe, o assunto era sobre um novo projeto de decoração, até Victor bocejava um pouco.


 


 


“Eu falo muito, não é mesmo?” Minha mãe disse um pouco ultrajada. “Desculpe, eu sei que vocês querem descansar!”


 


 


“Christopher, leve Dul para seu quarto. Ela vai dormir a qualquer momento!” Minha mãe disse docemente.


 


 


Dul se remexeu desconfortavelmente ao meu lado. “Quer vergonha, Christopher!”


 


 


“Não se preocupe!” Eu disse baixinho para ela. “Minha mãe não liga para isso, quer subir?”


 


 


“Uhum!” Saiu como um sussurro.


 


 


Coloquei-a de pé e guie-a pelas escadas. Dul tropeçava algumas vezes então decidi passar meu braço por sua cintura.


 


 


“Sua mãe está achando que eu sou a pessoa mais grossa desse mundo!” Ela disse assim que nós caímos na cama.


 


 


“Você é a pessoa mais adorável que minha mãe conhece!” Falei cheio de certeza.


 


 


“A segunda mais adorável, certo? A primeira é o filho dela!” Dul falou sem me olhar, as bochechas tingiram-se de vermelho rapidamente.


 


 


“Obrigado, Dul! Esse é o primeiro elogio que você me faz!” Eu sabia que aquilo a faria corar, era o que eu mais queria no momento.


 


 


“Primeiro e último!” Ela disse divertida, o sono estava deixando-a completamente leve.


 


 


“Quanta gentileza!” Eu falei fingindo irritação.


 


 


“Por que não dormimos?” Dul disse sorrindo.


 


 


“Como você quiser, segunda pessoa mais adorável!” Devolvi para ela. Rolei para o lado, minha cama parecia o melhor lugar do mundo naquele momento.


 


 


Dul rolou também até nossos joelhos se tocarem. “Não me deixe dormir muito!” Ela disse já letárgica.


 


 


Ela estava tão perto, minhas mãos queimaram para envolver-lhe a cintura, ou, simplAlexandrante, tocá-la. Para minha completa surpresa e felicidade, Dul pegou minha mão com as suas e a colocou sobre sua cintura. Era o aval que eu queria, enlacei sua cintura e puxei seu corpo ainda mais para o meu. Rosto com rosto.


 


 


A respiração calma soprou em meu rosto, o que me fez sorrir e fechar os olhos e dormir logo depois.


 


(...)


 


Se fosse com qualquer outra, eu estaria reclamando por meu braço estar totalmente dormente. O simples fato de ser Dul a mulher que dormia em sobre meu braço fez-me sorrir, não praguejar metade do mundo.


 


 


Ela estava realmente com sono, já se passava das quatro e ele ainda não tinha acordado. Deixei minha mão vagando por suas costas, me policiei não descer muito o toque. Dul tinha a cabeça apoiada em meu braço, aquilo doía e incomodava. Meu braço não me obedeceria pelos próximos trinta minutos.


 


 


Observei as feições delicadas, ela parecia sonhar. Eu poderia supor que ela estava feliz no sonho, um leve sorriso teimava em se desenhar em seus lábios. O cabelo tinha se soltado e caia pelos ombros, uma pequena bagunça.


 


 


Desci meu olhar para seu corpo delicado, o vestido tinha subido muito. A visão era uma das melhores, contra a vontade de meu instinto, desci a barra do vestido até cobrir a coxa descoberta. O decote também tinha saído do lugar, não o suficiente eu ver a curva de seus seios arredondados. Se eu fosse um pouquinho mais canalha, eu poderia enviar minha cabeça no decote discreto.


 


 


Lembrei-me da manhã e daquela ereção inoportuna. O jeito que ela me olhou e corou não tinha me ajudado. Movi discretamente minha pélvis para encontrar com a de Dul, não tinha nada de erótico na proximidade, era bom apenas estar perto dela.


 


 


O sonho parecia estar cada vez melhor na cabecinha de Dul, fiquei feliz por aquilo. Eu gostava de quando ela sonhava. O sorriso cresceu em seus lábios e uma ruguinha apareceu na testa. Delicadamente, tracei os lábios vermelhos com a ponta de meus dedos. Minha pele queimou um pouco pelo contato.


 


 


Quando a porta rangeu baixinho gemi em frustração. Alexandra tinha apenas a cabeça para dentro do quarto. “Eu não queria incomodar vocês!”


 


 


“Entre, não está atrapalhando nada!” Falei, não me mexi para preservar o sono de Dul.


 


 


“Eu trouxe doce para vocês!” Alexandra disse sorridente e entrou.


 


 


“Dul adora doces, ela vai gostar!” Eu falei quando vi o pedaço de torta.


 


 


“Ela é tão adorável!” Alexandra falou baixinho, observando também o sono de Dul.


 


 


“Eu sou mais, certo?” Perguntei sorrindo.


 


 


Minha mãe parou os olhos nos meus. “Você é!”


 


 


O jeito que Alexandra me olhava beirava a emoção, eu sabia que ela me amava, mas tinha muito amor naquele olhar. “Mãe, eu posso conversar com você mais tarde?”


 


 


Alexandra piscou antes de responder. “Claro, Christopher!”


 


 


Ela saiu logo depois deixando o prato com a torta para trás, para Dul. Eu não sabia o que exatamente esperar daquela conversa, pedi internamente que, pelo menos, metade de minhas dúvidas sanassem.


 


 


“Mmm.” Dul ressonou baixinho, seu corpo remexeu de um jeito engraçado.


 


 


Quando ela pendeu a cabeça para o lado aproveitei para tirar meu braço. Ele parecia pesar uns oitenta quilos. As mãos de Dul subiram por minha camisa, ela falava coisas desconexas.


 


 


“Dul?” Chamei em seu ouvido, eu ri feliz quando os pelinhos de sua nuca se eriçaram.


 


 


“Hum?” Ela disse meio rabugenta. Ela jogou seu corpo para o meu.


 


 


“Acorde, sim?” Massageei suas costas. Depois de muito tempo ela decidiu abrir os olhos.


 


 


“Quantas horas?” A voz saiu um pouco estrangulada.


 


 


“Quatro e meia, quer dormir mais?” Tirei os cabelos que caiam em sua testa.


 


 


Dul me olhou surpresa e irritada. “Christopher, eu disse para não me deixar dormir muito!”


 


 


Eu sorri para ela. “Você estava sonhando, não pareceu certo te acordar!”


 


 


Dul esticou os braços, ouvi um sorriso baixo. “Eu estava sonhando com meus pais, eu acho!”


 


 


“Está vendo? Ainda bem que não te acordei!” Falei para ela, sai da cama para deixá-la mais a vontade.


 


 


“Onde você está indo?” Dul perguntou atropelando as palavras.


 


 


“A lugar nenhum na verdade!” Voltei para cama, parecia certo ficar com ela.


 


 


“Minha mãe trouxe torta para você!” Eu disse e peguei o prato com o doce.


 


 


Eu juro que Dul salivou quando viu o que eu tinha nas mãos. “Posso comer sozinha?”


 


 


“É todo seu!” Passei o prato para ela. Os olhos de Dul brilharam.


 


(...)


 


“Dul, nós temos um presente para você!” Alexandra disse amavelmente para Dul.


 


 


“Para mim?” Dul perguntou surpresa. Eu também estava.


 


 


Alexandra saiu por um segundo e voltou com uma caixa branca enfeitada com laços. “Bom, eu quero muito agradecer o que você fez por Christopher!”


 


 


Dul piscou algumas vezes, sua expressão era o retrato da timidez. “Alexandra, não precisa agradecer!”


 


 


Alexandra apenas sorriu. “Dul, apenas aceite!”


 


 


Minha mãe passou a caixa para Dul. Ela tinha as mãos um pouco trêmulas e um semblante envergonhado e cheio de emoções. “Posso abrir?”


 


 


“Faça isso, espero que goste!” Alexandra disse sorrindo, eu podia ver um traço de expectativa também.


 


 


Dul sentou-se no sofá para tirar as fitas. A caixa era grande e cheia de papeis de seda. Os olhos de Dul saltaram um pouco quando ela viu o que tinha dentro.


 


 


Eu também tinha ficado curioso, seria feio eu espiar o presente dela, mas eu queria ver o que deixava Dul tão sem palavras.


 


 


“Alexandra, é tão lindo!” Dul disse encarando minha mãe.


 


 


“Você gostou mesmo?” Alexandra ainda não tinha conseguido tirar a ansiedade de sua expressão.


 


 


Dul então resolveu liquidar com minha curiosidade, ela puxou o vestido para fora da caixa, um sapato também veio junto.


 


 


“Eu adoro azul e, céus, esse sapato é incrível. Obrigada de verdade!” Dul abraçou minha mãe com fervor, as duas ficaram enlaçadas por um bom tempo.


 


 


“Qualquer coisa, podemos trocar amanhã antes de vocês irem!” Minha mãe disse pausadamente.


 


 


Dul colocou o vestido na frente do corpo. Pude observar que não tinha decote na frente, mas as costas ficavam completamente despidas e, claro, era curto! O sapato tinha o salto fodidamente alto, do jeito que Dul gostava.


 


 


“Eu vou tomar banho e experimentar!” Dul disse para ela.


 


 


“Conte-me amanhã, querida! Victor e eu estamos indo nos deitar!” Minha mãe disse sorrindo.


 


 


“Alexandra, eu não sei como agradecer!” Dul a abraçou novamente. “Boa noite para vocês!"


 


 


Dul se virou para mim. “Boa noite, Christopher!” A voz saiu engraçada; eu sorri baixinho, afinal aquilo era completamente desnecessário para nós dois. Eu iria dormir com ela mesmo.


 


 


“Boa noite, Dul!” Eu falei sorrindo.


 


 


Quando eu ouvi Dul trancando a porta de meu quarto soube que era a hora de fazer as perguntas que eu tanto queria. “Mãe, eu posso conversar com você?”


 


 


Alexandra me deu um sorriso grande. “Claro, Christopher!”


 


 


Sentei no sofá sem saber realmente por onde começar. “Roubaram meu piano?”


 


 


Eu analisei cada reação de minha mãe, cada atitude suspeita. “Victor o levou para ser afinado!”


 


 


“Mãe, meu pai sabe afinar piano!” Eu odiava fazer o que eu estava fazendo, mas eu sabia que e pressão era necessária.


 


 


Alexandra apenas afagou meu ombro, delicadamente. “Tirar as manchas, um pouco de brilho e, por que não, afiná-lo corretamente?”


 


 


Aquela era a menor das preocupações, dei um voto de confiança a ela então. “Uh, as fotos de Thomas sumiram do meu quarto!”


 


 


Não tirei os olhos dos olhos de minha mãe, eles estavam calmos e um tanto indiferentes. “Eu as tirei daqui debaixo também, eu preferi mudar um pouco!”


 


 


“Mãe, ele é o meu irmão e seu filho!” Tentei deixar minha voz normal, sem transparecer a indignação que me dilacerava.


 


 


“Eu sei disto, Christopher! Ter ou não as fotos não muda nada!” Alexandra disse ainda afagando meu ombro.


 


 


Por um breve instante cogitei contar tudo que Dul tinha me contado, dizer-lhe o que, supostamente, Thomas fez em Nova Iorque. Porém, aquilo era uma história de Dul, não era justo contar para todos.


 


 


“Por que o quarto dele está trancado?” Perguntei por fim.


 


 


“Vou reformá-lo, tem muita poeira lá!” Alexandra disse sem inflexão. Era de espantar o tamanho da indiferença.


 


 


“Vocês nunca irão me dizer o porquê de tanta frieza, não é?” Perguntei-lhe conciso.


 


 


Alexandra me analisou por uma fração de tempo. “Eu posso te fazer apenas uma pergunta?”


 


 


“Uhum!” Falei superficialmente.


 


 


“Você não foi para Nova Iorque apenas por causa daquela transferência, não é?” A pergunta saiu calma.


 


 


Eu odiava mentir, enganar as duas pessoas que eu amava mais que tudo nesse mundo, mas, contar a verdade estava fora de meus planos. “Mãe, eu fui transferido, não poderia deixar de ir!”


 


 


Minha mãe tocou minha bochecha sem me olhar. “Christopher, eu te conheço mais que você possa imaginar! Eu sei que você nunca largaria essa casa, você nunca deixaria Chicago por causa de uma transferência!”


 


 


“Talvez você não me conheça muito bem!” As palavras foram absorvidas em doses homeopáticas por minha mãe. Eu tinha me arrependido brutalmente por escolhê-las.


 


 


“Eu sei que você está mentindo, Christopher! Só diga que sua ida para Nova Iorque não tem nenhuma relação com Dul!” Alexandra afagou minha bochecha maternalmente.


 


 


“Dul não precisa entrar nessa discussão!” Eu falei alto demais, quase irritado.


 


 


“Dul é o centro dessa discussão, Christopher!” Minha mãe disse me fuzilando com os olhos. “Porque se eu descobrir que você machucou esta menina, pode ter certeza, Christopher, eu vou ficar inexplicavelmente decepcionada!”


 


 


As palavras vieram como pequenos golpes, machucando cada parte de mim. “Por que você se preocupa tanto com Dul?”


 


 


“Ela gosta de você, Christopher!” A fala saiu quase cantada. “E você não fica atrás!”


 


 


“Você está falando besteira!” Soltei de qualquer jeito.


 


 


“Ela pode não gostar de você, mas eu sei que ela está feliz. E você é o culpado por essa felicidade!” Alexandra levantou meu rosto para eu olhá-la.


 


 


“Você não percebe o jeito que ela te olha, o jeito que ela cuida de você?” Alexandra sorriu um pouquinho. “Os olhos dela brilham quando eles estão parados nos seus!”


 


 


“Christopher, apenas me escute, sim? Eu não conheço Dul do jeito que te conheço, mas eu sei que ela está feliz. Ela parece radiante quando está ao seu lado! Lembra quando almoçamos juntos semanas atrás?” Alexandra me perguntou.


 


 


Era fácil lembrar. Eu tinha sido um primata com Dul. A discussão, o aperto forte demais em seu braço delicado, a gritaria. Era tudo muito nítido.


 


 


“Lembro, o que tem?” Falei quase inaudível.


 


 


“Dul só foi chorar no banheiro por que ela estava confusa e estranhamente feliz!” Alexandra sorriu sozinha; aparentemente lembrando da conversa. “Ela disse que só queria que você parasse de olhá-la torto e que você deixasse de gritar com ela. Sabe o que ela disse mais?”


 


 


Acenei negativamente com a cabeça. Meu cérebro estava uma confusão, nada parecia linear ou racional.


 


 


A mão de Alexandra amassou meus cabelos, um carinho que ela fazia desde minha infância. “Ela disse que estava feliz por você a ter deixado almoçado comigo e com Victor, por que tinha muito tempo que ela não tinha um almoço de família!”


 


 


E tudo veio como um espiral, sem começo ou fim. Dul chorando por causa da morte dos pais, ela contando como foi vê-los mortos, eu gritando com ela muito tempo atrás.


 


 


“Eu sei que pode parecer loucura, mais eu sei que seu peito esquenta quando Dul está por perto!” Minha mãe disse sorrindo baixo. “Christopher, você nunca cederia sua cama tão facilmente, você nunca traria uma mulher para passar o fim de semana conosco, você nunca ficou tão bobo na frente de uma mulher como você fica na frente de Dul!”


 


 


Eu ouvi a fala longa sem encarar minha mãe, talvez por que eu não quisesse ver o sorriso vitorioso de Alexandra, ou, talvez, eu não quisesse me encontrar com a realidade.


 


 


“Eu nunca te vi tão feliz Christopher, nunca! Eu poderia supor que a parte mais feliz da noite é quando você sobe para o seu quarto, certo?” Alexandra riu um pouco mais alto no final.


 


 


No mesmo momento senti o que Dul sempre sentia. O calor interminável nas bochechas, porra, aquilo realmente queimava.


 


 


“Você deveria ser mais discreto ao subir as escadas, Christopher!” Alexandra sorriu abertamente para mim. “Eu preciso me deitar, filho. Boa noite!” Ela deixou um beijo em minha bochecha.


 


 


Sem saber o que exatamente pensar ou fazer, vaguei pela sala. Subir para encontrar Dul soava como uma péssima ideia, e ficar caminhando como um idiota também não soava muito inteligente.


 


 


 


 


Continua...



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Autor(a): smileforvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 108



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  • lari_oliverr Postado em 08/01/2015 - 16:33:13

    o ultimo capitulo nao tem nada

  • lari_oliverr Postado em 08/01/2015 - 16:32:54

    estou amando

  • lari_oliverr Postado em 08/01/2015 - 16:32:44

    leitora nova

  • lari_oliverr Postado em 08/01/2015 - 16:32:26

    qual é o nome do livro que vc adaptuo a fic ?

  • keziavondy Postado em 19/11/2014 - 09:23:36

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH VOCE VOLTOU... EU AMO VC, EU AMO ESSA FIC, EU TUDO AI CARA QUE EEMOÇÃO

  • bianca_sd Postado em 11/08/2014 - 16:40:05

    Você vai voltar a postar ou você abandonou??? POSTA MAIS!!!!

  • dyas Postado em 01/08/2014 - 15:18:39

    Abandonou?

  • kelly001 Postado em 24/07/2014 - 15:15:12

    também estou esperando que vc continue a postar... vamo lá galera: continua, continua, continua, continua, continua...

  • babar_slon Postado em 12/07/2014 - 18:34:41

    Você nunca mais voltou, você abandonou a web???

  • nandafofinha Postado em 11/07/2014 - 15:56:20

    To esperando vc voltar ate hoje


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