Fanfics Brasil - Capítulo 46 - Noventa e nove não é cem. Passado Distorcido ( ADAPTADA )

Fanfic: Passado Distorcido ( ADAPTADA ) | Tema: Vondy / Rebelde


Capítulo: Capítulo 46 - Noventa e nove não é cem.

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POV Dul



Fazia tempo que eu não dirigia para o sul de Nova Iorque. Lá estava minha casa, era o único lugar onde eu queria estar naquele momento.


As últimas semanas tinham sido, talvez, as mais confusas de minha vida. Eu nunca conseguiria entender Edward, aquilo era mais que uma certeza. Ele estava me quebrando aos poucos, eu sentia cada pedaço de mim se desfazendo a cada mensagem que ele não respondia, a cada noite que eu fiquei no sofá esperando por ele. As ligações dizendo que ele não estava em casa. Tudo estava me dilacerando.


Estacionei perto de meu antigo apartamento, a chave dançava entre os meus dedos. Eu sorri completamente nostálgica quando vi o velho e simpático porteiro, o Sr. Collins tinha um sorriso grande também, porém surpreso.


“Dul Swan?” Ele disse quase sem acreditar que eu estava ali.


“Ei Sr. Collins!” Devolvi amavelmente. “Tempo que não te vejo.”


Minha relação com aquela casa tinha sido diluída assim que meus pais tinham morrido. Não fazia sentido eu ficar ali sem eles, o apartamento de Alice tinha sido o meu refúgio quando eu não estava nas mãos de Sebastian.


“Vocês mudaram sem ao menos nos avisar!” Sr. Collins disse chamando minha atenção.


Meus pais não eram as pessoas mais influentes do mundo, ninguém sabia o que tinha acontecido. “Eu estou morando no centro e meus pais faleceram há algum tempo!”


O rosto do velhinho caiu consideravelmente, a tonalidade clara deu espaço para um vermelho vivo, ele piscou algumas vezes. “Eu não posso acreditar!”


Quase sem eu perceber, ele me abraçou, tão forte quanto os abraços de meu pai. “Eu sinto muito, IsaDul!”


Devolvi o carinho, era bom aquele tipo de conforto. “Eu estou melhor, obrigada pela preocupação!”


Eu sabia que ele tinha mil perguntas para mim, meu estado não permitia formular boas mentiras, e eu não estava disposta a contar as verdadeiras causas que levaram meus pais a morte.


“Eu posso subir, ainda tenho as chaves!” Falei e balancei as duas chaves para ele.


“Claro, Dul!” Ele me acompanhou até o elevador. “Demore o tempo que precisar.”


Nada tinha mudado, o terceiro andar continuou a ter o vaso de árvore da felicidade no hall do elevador. Eu não hesitei ao abrir a porta.


Nada tinha mudado lá dentro também. Tinha uma camada espessa de poeira nos móveis, mas tudo estava intacto. Eu me sentia absurdamente bem naquele lugar, eu sabia que meus pais estavam ali, eles estavam ali comigo.


Corri meu olhar pela sala, as fotos mostravam o quanto nós éramos felizes juntos. Minha mãe parecia radiante ao lado do meu pai, não sabia ao certo a data da foto, mas pelas as espinhas em meu rosto, supôs que eu tinha quinze ainda.


As lágrimas rolaram timidamente por minhas bochechas, não fiz nenhum esforço para detê-las. O choro estava sendo intimamente libertador. Olhei as outras fotos que coloriam a sala, uma mais feliz que a outra. Meu corpo tremia sem motivo aparente. Ainda assim, peguei todas as fotos e coloquei dentro de minha bolsa.


O meu quarto estava com a porta encostada, eu sorri para a minha cama de solteiro coberta por uma colcha amarela. Minhas roupas estavam emboladas no armário, um hábito completamente adolescente. O computador estava coberto por poeira, ao lado, uma pilha de cadernos ocupava a mesa.


Folheie o primeiro caderno que vi, os diversos cálculos estampavam as folhas, olhei a data, aquilo tinha sido do meu segundo ano do colegial. Bons tempos.


Deitei em minha pequena cama, o tempo tinha passado, mas a sensação de bem estar continuou a mesma. O cheiro incomodava um pouco. As lágrimas não tinham parado, eu não poderia dizer se eu estava triste ou feliz. Feliz por estar aqui, mas imensamente triste por Edward. Por que ele tinha mudado tanto?


Procurei alguma coisa errada que eu tinha feito, ele disse que tinha gostado de nosso fim de semana em Chicago; nossa tarde no cinema, apesar de estranha, eu tinha gostado também. Mesmo procurando e não encontrando os erros, eu sabia que o problema estava comigo.


Sai do meu quarto sem olhar para trás, no fim do corredor estava o quarto de meus pais. Minha mão tremeu antes de girar a maçaneta. Era perturbador, mas eu podia jurar que era possível sentir a presença deles ali. Eu não era a pessoa mais religiosa do mundo, mas eu sabia que Deus tinha um propósito para mim, eu não tinha o direito de questionar a morte de meus pais. Eu estava aceitando, aos poucos.


A cama forrada por um edredom branco ocupava boa parte do quarto, o closet de Renée ficava ao lado. Tudo ali transmitia uma paz inigualável, minhas preocupações pareciam pequenas demais.


E então eu percebi que ali eu poderia desabafar, colocar tudo para fora. Eu não estava esperando respostas. Eu não esperava que a cada palavra minha, um travesseiro se movesse ou algum barulho fosse emitido.


“Eu sinto tanto a falta de vocês!” Minha voz saiu abafada por causa do choro, a forma que meu corpo tremia era quase desconhecida.


Caminhei para a cama, em cima do criado mudo estava a foto do casamento de meus pais, e outra com Renée me segurando no colo. Charlie tinha um sorriso inexplicavelmente gigante nas duas fotos. Nós éramos uma família perfeita, perfeita pelos menos para nós.


Eu tinha ótimas lembranças deles. Era fácil trazer a superfície imagens de Charlie assistindo os jogos domingo à tarde, minha mãe reclamando bobamente das idiotices que meu pai fazia. Renée e eu pulando de satisfação quando meu pai elogiava nossa comida, sempre dizendo. “Nossa, as mulheres de minha vida cozinham bem pra caralho!” O palavrão só se fazia presente depois de algumas cervejas.


Eu ri para o quarto vazio, eu sabia que minha mãe me daria os melhores conselhos. Talvez, ela soubesse o que me dizer sobre Edward.


“Mãe, você sabe sobre que eu estou pensando, não sabe?” Aquilo poderia soar idiota, mas eu sabia que eles estavam ali me ouvindo.


“Acho que vocês iriam gostar dele! O nome é Edward, e não pensem que ele é um velho, sei que o nome é meio antigo, mas ele só tem vinte e cinco!” Falei quando o choro diminuiu um pouco.


“Ah, ele é bombeiro! Charlie, lembra que seu sonho era ser bombeiro?” Perguntei baixinho. Meu pai era o posso da contradição, e acabou sendo administrador.


Rolei para ficar de bruços. “Ele me confunde tanto!” Aquilo era o que eu mais repetia nos últimos dias.


O nome de Edward trouxe mais um par de lágrimas, sequei-as antes de continuar o meu monólogo. “Uh, ele é tão doce e estranho ao mesmo tempo!”


Eu tinha outras mil coisas para serem ditas, mas em alguma hora eu dormi. Acordei por causa do pesadelo rotineiro, meu rosto estava completamente molhado e meu corpo um pouco rígido. Perguntei-me quando eu ficaria livre daquela cena e daquela ameaça.


Fiz o caminho de volta para a sala, olhei tudo minuciosamente outra vez. Eu não sabia se eu voltaria ali novamente.


Os minutinhos gastos no elevador serviram para eu me restabelecer. O Sr. Collins mantinha uma postura pacífica no hall de entrada.


“Dul?” Ele chamou com a voz enérgica.


“Você demorou, estava quase indo te buscar!” O comentário saiu mais divertido que preocupado. “Sei o que é inconveniente, mas tenho que tratar esses assuntos com você.”


Eu não sabia exatamente o que era. “Não se preocupe, sobre o que é?”


“O apartamento de vocês está vazio faz mais de anos, mas mesmo assim os impostos, as contas chegaram. Não sei se você percebeu, mas cortaram o abastecimento de energia, luz e gás!” O Sr. Collins disse pausadamente, ele continuou com sua postura pacífica.


“Eu sei dessa parte, pode me passar as dívidas! Uh, aquele apartamento é próprio, não é?” Perguntei, eu tinha quase certeza que meus pais não pagavam aluguel.


“É sim, ainda está no nome de seus pais, você é a única herdeira.” O porteiro disse com um tom amável.


“Eu preciso ir ao banco para resolver isso, né?” Eu estava descobrindo que eu precisava urgentemente de alguém para administrar minha vida.


“Presumo que sim!” O Sr. Collins disse por fim.


“Eu tenho que ir, estou muito atrasada para o meu emprego!” Falei já caminhando para a saída. “Foi bom te ver!”


Ele me abraçou de novo, ainda mais forte. “Fique bem, Dul!”


“Eu vou!” Falei e devolvi o aperto forte.

(...)

POV Edward



Eu não hesitei em parar no quarto andar, eu ainda estava dentro de meu uniforme. O plantão tinha acabado de terminar, o relógio já marcava nove e meia da noite.


Bati na porta e esperei Dul me atender. A porta rangeu antes de ela colocar o rosto para fora.


“Edward?” A voz dela evidenciava sua confusão.


“Oi, sei que não avisei que viria!” Falei sem me mover, talvez não tivesse sido uma boa ideia aparecer sem fazer uma ligação antes.


“Quer entrar?” Dul perguntou ainda só com o rosto para fora do apartamento. Eu podia ver um pouco de tristeza nos olhos marrons.


“Eu não quero te atrapalhar!” Falei procurando os olhos dela.


Dul abriu a porta por completo, o rosto corou logo em seguida. Dul estava dentro de uma saia jeans, um tanto curta e uma blusa que evidenciava o contorno de seu par de seios. Ela estava impressionantemente bonita naquelas roupas.


Depois expulsar meus devaneios, aproveitei a passagem que ela me deu. “Desculpe por não avisar, Dul!”


Ela me olhou um de jeito curioso, eu sabia que ela tinha ficado surpresa por me ver. “Eu vou tomar um banho, espere só uns minutinhos!”


Peguei-a pela mão, o contato foi novo para nós dois. “Você está tão bonita desse jeito!”


Dul piscou incrédula, brinquei com dedos curtos até ver que Dul tinha relaxado um pouquinho.


“Melhorou do resfriado?” Ela perguntou sem me olhar.


“O chá foi ótimo, estou realmente bem!” Falei quase em tom de agradecimento.


“Sente-se, eu não vou demorar no banho!” Dul disse e me puxou para o sofá.


“Dul, você está bem assim.” Eu realmente não via motivos para ela tomar banho, eu gostava do jeito que ela estava.


“Edward, eu estou me sentindo feia, sério! Deixe-me trocar de roupa!” Antes de minha resposta, ela já tinha se enfiado dentro de um dos quartos.


Joguei meu corpo no sofá confortável, dava para ouvir o barulho do chuveiro ao fundo. Não deixei meu cérebro pensar em Dul tomando banho. Eu não sabia muito bem o porquê de eu ter vindo. Eu apenas sabia que queria vê-la.


O apartamento de Dul era diferente do meu, era um pouco maior e tinha dois quartos. Andei um pouco para fazer um breve reconhecimento. No corredor tinha três portas, uma dava para o lavabo. Outra, para um quarto com algumas caixas, presumi que era o quarto de Alice. A porta mais ao fundo era a entrada do quarto de Dul. Ela estava entreaberta e, por impulso, decidi entrar.


Meus olhos saltaram quando eu entrei, era um quarto bonito. Os tons eram claros, e não tinha muita informação. A cama era colorida por uma colcha de florzinhas miúdas, as portas dos armários estavam perfeitamente fechadas. Uma poltrona estava debaixo da janela, ao lado tinha uma penteadeira cheia de coisas de mulher.


Sentei-me na cama, o colchão abaixou um pouquinho. Era uma cama gostosa no fim. As roupas de Dul estavam na ponta da cama, minha vontade era trazê-las contra o meu nariz e me inebriar com o cheiro gostoso de Dul. Mesmo de longe eu inferi que se tratava de uma calça e uma camisa de manga longa.


“O que você está fazendo aqui, Edward?” A voz de Dul ecoou atrás de mim.


Tão lento quanto uma tartaruga, me virei para encontrar Dul parada no meio do quarto, o rosto não estava apenas corado. O vermelho cobria-lhe o pescoço e eu arriscaria dizer que ele se estenderia até os braços.


Eu queria afundar minha cara nos travesseiros, procurei pedidos de desculpas, mas estes não vieram. O calor começou a queimar em minhas bochechas, meus olhos estavam adorando a imagem de Dul apenas de toalha. O cabelo dela estava preso no alto da cabeça, Dul também procurava as palavras, eu procurava cada pedacinho de pele dela.


“Eu preciso me trocar!” Dul disse quase sussurrando, os olhos marrons fuzilaram os meus.


Eu saí do quarto sem dizer nada. Sorri debochado para mim. Tudo estava dando errado, agora Dul estava me achando algum tipo de maníaco sexual.


Parei no meio da sala, eu estava visivelmente inquieto. Dul apareceu dois minutos mais tarde. Ela ainda estava corada, a vergonha estava estampada em seu rosto.


“Desculpe pelo o que aconteceu!” Falei quando ela parou perto de mim, eu realmente queria que ela me entendesse.


“Tudo bem!” Dul falou baixo e depois se sentou no sofá, ela não tinha me convidado, mas também me sentei.


Tinha um bom espaço entre mim e ela, eu queria diminuir a distância e trazê-la para os meus braços. “Uh, desculpe por ter te ligado de madrugada!”


Dul me olhou surpresa, os olhos brilharam um pouquinho. “Você se lembra? Pensei que você estava bêbado e resolveu brincar comigo!”


“Dul?” Eu chamei um pouco mais alto, minhas mãos seguraram o rosto delicado. “Você não tem ideia do quanto eu me preocupo com você!”


O calor das bochechas fluiu para as minhas mãos, Dul segurou o meu olhar até eu desviar. “Eu não quero fazer você sofrer, baby!”


Uma quantidade imensurável de emoções passou pelos olhos marrons, quando eu vi, ela já estava perto demais. Dul me olhou antes de me beijar.


O beijo tinha um gosto diferente, nós dois estávamos chateados e perdidos, eu me via em Dul. Talvez a intensidade fosse diferente, mas estava sentindo o que ela sentia. A pressa não se fazia presente, degustei calmamente o par de lábios, minhas mãos traçaram círculos calmos na nuca de Dul, ela fazia o mesmo em meu pescoço. Não tinha luxuria, tinha mil coisas que eu não entendia.


Quanto o contado terminou, Dul descansou a cabeça me meu peito, ninguém não falou nada. Duas respirações baixas e desreguladas eram ouvidas no meio dos pensamentos silenciosas.


“O que eu fiz de errado, Edward?” Dul perguntou quase inaudível.


A pergunta me surpreendeu. “Nada, Dul!”


Dul se ajeitou em meu colo, eu a segurava como um bebê. Ela correu o nariz por meu pescoço incontáveis vezes. A respiração quente me fazia cócegas.


“Por que você está me cheirando?” A pergunta saiu divertida, pedi que o clima estranho se esvaísse.


Ela não me respondeu, ela fez o caminho com seu nariz novamente. “Posso te pedir uma coisa?”


“Uhum!” Falei baixinho para ela, minhas mãos afagavam suas costas ternamente.


Dul puxou uma respiração profunda antes de me olhar. “Eu já sou acostumada a ver as pessoas saindo de minha vida, mas, por favor, deixe bem claro quando você estiver indo embora... Eu preciso me desapegar de você.”


A fala longa entrou calmamente em meus ouvidos, enquanto ela ia sendo processada meu peito se contorcia. A lamentação estava na voz, nos olhos de Dul.


“Eu sei que eu não sou a mulher que você sempre sonhou, sei que não sou a mais bonita, nem a mais inteligente!” A umidade se concentrou no canto de seus olhos, a piscadela fez as lágrimas rolarem bochecha abaixo.


Meus dedos correram para secá-las, eu odiava vê-la chorando. “Dul, apenas me escute. Você é maravilhosa, e isso ainda é pouco para você!”


“Edward, eu juro, eu nunca pensei em homem nenhum do jeito que eu penso em você! Eu nunca te trairia, seja lá que tipo de relação nós temos. Nunca, nem em pensamento!” Dul não segurou as lágrimas, elas desceram por seu rosto.


“Dul, você está me ofendendo!” Falei enquanto tentava, sem sucesso, secar as lágrimas gordas. “Eu nunca te faltaria com respeito!”


“Eu sei que você tem necessidades, Edward. Como qualquer homem!” Ela disse não me olhando diretamente. “Eu sei que você não quer satisfazê-las comigo!”


“Dul, que merda é essa que você está falando?” Eu não queria gritar com ela, mas ela estava distorcendo tudo.


“Edward não precisa mentir para mim! Você nunca está em casa, nunca responde minhas mensagens...” Dul não alterou a voz, mas seus olhos estavam expressivos e penetrantes.


Eu levantei o rosto dela até ela ver a sinceridade que eu queria transmitir. “Eu nunca te trairia. Não existe a mínima chance disto acontecer!”


“Por que você não quis me ver nessas últimas semanas?” A pergunta saiu baixinha, Dul fungava entre as palavras.


“Eu estava andando por ai...” Falei superficialmente.


“Você poderia me chamar para andar por ai com você, eu iria gostar.” Dul apoiou novamente a cabeça em meu peito, ela afagou timidamente meu nome bordado na camisa do uniforme.


“Você já é capitão?” Ela perguntou sorrindo.


“Pois é, talvez eu chegue a ser coronel um dia.” Eu não queria desviar nosso assunto. “Eu não estou mentindo quando eu disse que tenho andando por ai...”


Dul apenas subiu o rosto um pouquinho, ela queria minhas explicações.


“Eu voltei a correr, malhar o braço...” Falei tranquilamente. “Pode tirar a prova, meu braço está mais durinho!”


A mão de Dul subiu até meu bíceps, ela apertou quase sem usar força. “Parece uma pedra de tão duro!”


Eu ri abertamente para ela. “Minha barriga também deu um salto de qualidade!”


“Sua barriga sempre foi malhada Edward!” Dul disse quase indignada.


Deixei meu sorriso escapar novamente, meus dedos entraram nos cabelos cor de mogno. “Eu adoro o cheiro de seu cabelo.”


Eu ouvia Dul respirando contra o meu corpo, ela estava perdida em pensamentos. “Nós nos dávamos melhor quando nós éramos apenas amigos...”


Eu sabia exatamente o que ela queria dizer, tudo era mais fácil antes. “Arrepende de ter me beijado?”


Ouvi um sorriso abafado. “Nenhum pouco, Edward.” Ela me olhou por um breve instante. “Era melhor quando eu não tinha expectativas.”


“Expectativas?” Repeti apenas.


Dul não tirou os olhos dos meus, as bochechas coraram um pouquinho. “Eu acreditei quando você disse que nada era mais certo que nós dois!”


As palavras sumiram, eu queria dizer a Dul estava cometendo o maior erro da vida dela. Algumas pessoas depositam a esperança e fé em coisas grandes, como, por exemplo, em um deus, em uma entidade. Outras, depositam em coisas pequenas, uma folha seca, por exemplo. Dul escolheu nada muito grande ou muito pequeno, ela tinha depositado fé e esperança em mim. Eu não merecia nenhuma das duas.


“Eu não quero parecer uma mulher louca, mas eu realmente preciso saber por que você foge de mim.” Dul apenas colocou.


“Você não é louca, Dul!” Falei sincero para ela, eu não tinha as respostas que ela queria.


“Eu estou sentindo falta do Edward que eu conheci, que me fazia sorrir por nada, que conversava comigo...” Ela disse beirando a nostalgia.


“Desculpe por te deixar tão infeliz.” Aquilo era a única coisa que eu poderia dizer, nada mais que um pedido de desculpas.


Dul mudou de posição em meu colo, ela parou com o rosto na frente do meu. Eu podia ver o semblante cansado, ela não tinha tido um dia bom, pelo jeito. As bochechas coraram, os olhos estavam fixos nos meus. “Você é a melhor parte do meu dia, Edward!”


“Eu não gosto de ficar sozinha nesse apartamento, eu fico contente quando você aparece aqui, claro, seria melhor se você viesse com seu sorriso grande e com suas idiotices, mas você, pelo menos, me respeita, me dar um pouco de carinho... Eu gosto disto em você!”


O pequeno discurso encantadoramente bonito e simples fez o meu coração saltar, de um jeito bom. “Você é importante para mim, Dul; apenas saiba disso!”


Quase fiz bico para beijá-la, Dul apenas deixou um selinho demorado em mim, ela sabia me deixar com vontade.


“Desculpe por ter desconfiado de você.” Dul disse sobre meus lábios, o hálito fresco soprou devagarzinho contra meu rosto.


“Eu também preciso me desculpar.” Beijei-a novamente, dessa vez, o beijo durou mais.


“É difícil acreditar que você não saiu com ninguém durante esse tempo.” Ela disse sem me olhar, Dul tinha colocado a cabeça na curva de meu pescoço.


“Eu ficaria mais feliz se você confiasse mais em mim, eu juro que não procurei ninguém.” Falei contra seus cabelos.


“Posso te contar uma coisa?” Dul perguntou baixinho perto de meu ouvido, meu corpo tremeu pela proximidade.


“Sempre.” Devolvi abafado, tirei seu rosto de meu pescoço, eu queria vê-la.


Dul estava completamente corada, ela parecia uma criança prestes a contar um segredo muito segredo. “Amanhã é o meu aniversário!”


“Sério?” Falei por reflexo, eu sabia que todo mundo fazia aniversário, mas Dul tinha me pegado de surpresa.


“Infelizmente!” Dul disse me encarando, ela não parecia muito animada.


“Dois patinhos na lagoa?” Se minha memória não estivesse falhando, Dul estava prestes a completar vinte e dois anos.


Dul riu verdadeiramente pela primeira vez na noite. “Muito velha, já?”


“Vou ter que repetir que você tem carinha de menina de colegial?” Falei também sorrindo. “O que você quer de presente?”


Dul me olhou sob os cílios. “Você não vai precisar gastar dinheiro comigo.”


“Eu quero te dar alguma coisa, Dul!” Vasculhei todas as opções de presente que eu conhecia, nada parecia bom o suficiente para Dul.


Ela mordeu os lábios, eu via a hesitação em cada gesto dela. “Apenas volte a ser o Edward idiota, o homem que me olha nos olhos. Vai ser o melhor presente que você poderá me dar.”


Eu faria aquilo por ela, era o mínimo que eu poderia fazer. Deitei o rosto de Dul novamente me meu pescoço, ela já estava com sono.


“Dul, se eu não tivesse vindo aqui hoje, você teria me avisado de seu aniversário?” Perguntei por pura curiosidade.


“Você costuma ignorar minhas ligações, Edward!” Dul disse baixinho, ela parecia pensar. “E também não é uma data muito importante para mim.”


“É o seu aniversário, claro que é importante!” Respondi-lhe convicto.


“Meus últimos aniversários foram uma droga, passar esse sozinha não faria muita diferença!” Ela disse sem emoção. A simples menção de meu irmão fez meu corpo se remexer um jeito ruim.


“Você parece com sono, é melhor eu deixar você dormir!” Nossa noite tinha acabado, no fim, não tinha sido tão desastrosa.


“Edward, você pode ficar essa noite aqui comigo?” Dul disse e levantou os olhos para mim, a timidez cobria-lhe o rosto.


“Eu não tive um dia muito bom. Eu queria, pelo menos, uma noite menos cansativa.” Dul parou os olhos nos meus, ela estava realmente cansada.


“Claro que posso!” Respondi sem pensar, eu ganhei um sorriso grande por parte de Dul.


“Quer comer antes de dormi?” Ela perguntou e saiu do meu colo.


“Não, eu estou sem fome.” Levantei-me também, nós caminhamos para o quarto tranquilamente.


“Eu só vou colocar meus pijamas.” Dul disse e procurou as peças no armário, depois ela sumiu para dentro do banheiro.


Sentei-me na ponta da cama, tirei a carteira, a chave e o celular do bolso e os coloquei em cima do criado mudo. A lâmpada do abajur piscou duas vezes. Joguei meus sapatos para fora também.


Dul voltou dentro de um pijama lilás, estranhei o fato de ele ser um pijama de frio. “Quer deitar agora?”


“Eu estou sem banho e vou ficar sem escovar os dentes, isso não te incomoda?” Perguntei-lhe divertido, Dul deveria ficar a uma distância segura de meu hálito.


“Apenas venha se deitar, Edward!” Dul sorriu abertamente e deu um tapinha ao seu lado da cama.


Dei a volta na cama e me deitei, vale dizer que eu estava me sentindo estranho por aquilo. Era diferente dormir na cama dela, o cheiro de Dul era muito mais concentrado ali, era quase como uma invasão.


Escorreguei para debaixo do lençol, a noite estava quente, mas achei melhor ficar com minha camisa. “Dul, posso te fazer uma pergunta?”


“Uhum.” Ela sussurrou para mim.


“Por que você está com esse pijama de frio? Eu não sabia que você gostava de calça jeans e camisa de manga longa!” Perguntei querendo uma resposta plausível.


“Estou deixando as coisas mais fáceis para você!” Ela disse sem me olhar.


“Não entendi.” Dul deveria elaborar mais aquela resposta.


Dul virou para o meu lado, o abajur ainda estava ligado, então eu via o leve rubor em suas bochechas. “Eu sei que meu corpo é cheio de defeitos, e você pediu para eu me cobrir. Estou apenas deixando seus olhos longe de minhas falhas.”


Eu não estava ouvindo aquele absurdo, eu estava queimando de raiva por dentro. “Dul, olhe para mim.”


Independente do que acontecesse com nós, eu deveria falar abrir os olhos de Dul. “Nunca, Dul; mas nunca mesmo deixe qualquer homem controlar suas ações, você é maior que qualquer cara!”


Descansei minha mão em sua bochecha. “Nunca se menospreze, baby! Você tão incrível!”


Os olhos de Dul vidraram nos meus, as emoções sambavam no par de chocolates derretidos. “Seu corpo é de tirar o fôlego, eu fico sem juízo quando você está tão perto, mas, acredite, eu adoro suas coxas e qualquer pedaço de pele de seu corpo!”


“Você é linda, Dul! Linda em todos os sentidos da palavra linda.” Escovei meus lábios contra os dela, os lábios dela tremeram timidamente. “Você não faz ideia do quanto você é incrível, baby!”


Dul aprofundou nosso beijo, o frescor do creme dental bateu contra minha língua. Levei minhas mãos para a cintura dela e a puxei para mim, ela veio sem relutar. Apenas para provar, minha mão massageou a coxa tonificada. Apertei até Dul gemer baixinho, eu gostava de como um sussurro saia completamente rendido.


As mãos de Dul passearam por meu pescoço e nuca, não era desesperado, mas era intenso. Do jeito que eu gostava. Nós dois ofegamos, sem saber onde pararíamos.


“Você é o meu melhor beijo, sabia?” Falei ainda com meus lábios pressionados contra o dela. Soava um tanto teen fazer aquele tipo de revelação, mas era verdade.


“Fico lisonjeada!” Ela me beijou de novo. “Boa noite, Edward!”


“Eu tenho mais uma pergunta, Dul.” Eu disse e segurei mais firme em sua cintura.


“Faça.” Dul disse sorrindo.


“Quando eu cheguei aqui, você estava me cheirando para saber se eu estava com cheiro de outra mulher, não é?” Perguntei calmamente.


“Como você sabe?” Ela disse um tanto surpresa.


“Descobri muitas coisas sobre você enquanto você estava bêbada. Eu sei que você odeia homem com cheiro de outra mulher!” Falei contra o rosto novamente corado.


“Você está com cheiro de creme de barbear, sabonete e desodorante!” Dul disse depois de afundar o rosto em meu pescoço e puxar uma respiração profunda.


“Nada de suor?” Lancei-lhe divertido.


“Só um pouquinho, é gostoso também!” Ganhei um beijo no pescoço e uma risada quente.


“Eu preciso fazer você dormir, baby!” Colei ainda mais nossos corpos e passei minha perna sobre as dela.


“Eu não estou com muito sono!” Dul disse perto de minha boca.


“Quer me contar sobre o seu dia?” Eu sabia que não tinha sido um dia bom para ela.


“Eu fui à minha antiga casa hoje pela manhã.” Ela falou baixinho, o semblante estava rondando a nostalgia.


Eu não falei nada, dei tempo para ela falar primeiro. “Está tudo uma bagunça, vou arrumá-lo semana que vem e, talvez, vendê-lo.”


“Vender?” Perguntei de supetão.


“Eu gosto de lá, mas eu não conseguiria viver naquele lugar sem meus pais e eu estou bem aqui.” Ela disse com o mesmo tom.


“E ai eu cheguei atrasada no jornal, o meu novo chefe, que já me odeia, disse que sou irresponsável, não sei cumprir horários...” Dul falou meio debochada.


“Você deveria sair daquele jornal...” Eu disse quase sem pensar, Dul não merecia aquele emprego idiota.


“Eu também acho!” Ela aconchegou contra o meu corpo. “Boa noite!”


“Boa noite!” Desejei-lhe e passei meus braços pela cintura dela.


Eu tinha dificuldades em dormir em camas desconhecidas, então tentei deixar minha cabeça livre e aproveitar a primeira onda de sono que aparecesse.


“Edward?” Dul chamou baixinho contra o meu rosto, estranhei o fato de ela não ter dormido.


“Você foi o primeiro homem que disse que eu sou realmente linda, obrigada por isso.” As palavras saíram pausadas, mas Dul não estava hesitante. A sinceridade estava em cada sílaba.


“Os outros caras são idiotas, eles não sabem o que desperdiçaram!” Falei com a mesma sinceridade.


E depois de muito tempo, eu não me senti mal ou culpado por incluir o meu irmão naquela lista de homens idiotas.


Em meus pés, só pra ver como é ser como eu,

Serei você, vamos trocar os sapatos

Apenas pra ver como será sentir sua dor, você sente a minha,

entrar na mente um do outro apenas pra ver o que acharemos,

e olhar merda entre nossos olhos

Mas não deixe que digam que você não é linda

Eles podem todos ficar fodidos, basta que seja verdadeira consigo

Mas não deixe que digam que você não é linda

Eles podem todos ficarem fodidos..

continua


** GENTE RESOLVIR VOLTAR COM 5 CAPITULOS GRANDES P VCS,


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Autor(a): smileforvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 108



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  • lari_oliverr Postado em 08/01/2015 - 16:33:13

    o ultimo capitulo nao tem nada

  • lari_oliverr Postado em 08/01/2015 - 16:32:54

    estou amando

  • lari_oliverr Postado em 08/01/2015 - 16:32:44

    leitora nova

  • lari_oliverr Postado em 08/01/2015 - 16:32:26

    qual é o nome do livro que vc adaptuo a fic ?

  • keziavondy Postado em 19/11/2014 - 09:23:36

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH VOCE VOLTOU... EU AMO VC, EU AMO ESSA FIC, EU TUDO AI CARA QUE EEMOÇÃO

  • bianca_sd Postado em 11/08/2014 - 16:40:05

    Você vai voltar a postar ou você abandonou??? POSTA MAIS!!!!

  • dyas Postado em 01/08/2014 - 15:18:39

    Abandonou?

  • kelly001 Postado em 24/07/2014 - 15:15:12

    também estou esperando que vc continue a postar... vamo lá galera: continua, continua, continua, continua, continua...

  • babar_slon Postado em 12/07/2014 - 18:34:41

    Você nunca mais voltou, você abandonou a web???

  • nandafofinha Postado em 11/07/2014 - 15:56:20

    To esperando vc voltar ate hoje


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