Fanfic: Quando conheci você | Tema: game Amor doce

Foram 6 batidas na porta, Sr Hatters desistiu e gritou do lado de fora do quarto:

- Luara, ja pode sair da caverna! Estamos te esperando no carro.

O sol acabava de nascer e ja estavam todos prontos para a despedida, nao era uma despedida triste para o senhor e a senhora Hatters pois o psicólogo de Luara havia insistido que essa era uma situação provisória e eficaz para o problema que a garota levava desde seus 7 anos de idade: a comunicação com o mundo ao seu redor.

O problema de toda situação, era que Luara nao havia sido diagnosticada com nada, mesmo depois de seguidas visitas em diferentes hospitais, a garota era sozinha porque queria e gostava. Não fazia questão de companhia e muito menos de conversar e isso resultou na sua pouca vaidade e pouca receptividade.

Todos se encontravam no carro à espera da garota que agora saia da casa com uma pequena mala de viagem, os cabelos compridos e divididos ao meio cobriam os seus olhos negros, ela usava uma blusa gigante militar de cor marrom desbotado ( haviam alguns furos nela),  uma calça jeans e seus tenis estavam limpos, mas aparentemente velhos.

- Ela sabe que eu detesto esse casaco velho, Ben! Ja vai causar pessima impressão.. - Sr Hatters analisava a propria filha passando em frente ao carro e entrando sem dizer uma única palavra.

- Ela nunca causa impressão alguma. - Ele disse baixo para a esposa.

A relação de Luara com seus pais era complexa para qualquer familia convencional entender. Sua mãe Luna Hatters, apesar de doce, era uma mulher mesquinha que por azar ( ou não) do destino teve uma filha na qual nao podia produzir como queria ou exibir como uma barbie a todos ao seu redor. Essa decepção incondicionalmente a afastou de Luara. Não conversavam e também não discutiam, eram duas estranhas.

Mas Ben cativou a filha com um carinho e compreensão que só ele possuía sendo o único no universo que conseguia conversar com a menina, e mesmo com seu jeito quieto e inseguro ela o amava, ele podia sentir quando olhava em seus olhos. Pai e filha amigos deum jeito dificil de entender.

Quando digo "dificil de entender" me refiro ao jeito que os dois passavam o tempo juntos, quando Luara chegava da escola Ben não perguntava como fora a aula ou se ela havia feito amigos, não, apenas sentava com a filha na grama do quintal e dividiam um misto quente ao som de Dire straits.

- Eu adoro esse refrão! - Ben dizia balançando a cabeça, e ela sorria vendo os cabelos grisalhos do pai indo e vindo de um lado para o outro no ritmo da canção.

Mas esses momentos haviam acabado alí, na decisão de leva-la para longe. Eles iam pela estrada calados, talvez pensando nas palavras da despedida.

Depois de alguns quilometros, passando pela estrada com muitas arvores altas ao redor e o clima muito frio, entraram numa cidade pequena. Luara sabia que estava chegando e o começou a respirar fundo. Passado alguma ruas, o carro dobrou a esquina e ja dava pra ver um muro muito alto e comprido feito com tijolinhos laranjas, atras daqueles muros estava uma mansão bege muito bonita com aspecto antigo. O carro parou, na frente um portaç muito alto pintado de branco estava aberto dando caminho a jardins grandes com varios banquinhos de madeira. Luara observou os adolescentes conversando no jardim e fechou os olhos começando a contagem ate 50, era o conselho de seu pai pra quando ela se sentia acuada.

Sr e Sra Hatters, sairam do carro com a mala da garota e comprimentaram um senhora magra e palida, cabelos presos e escuros, vestia um terno roxo e havia um espesso bigode em cima do batom vermelho.

- Voces são Sr e Sra Hatters não é? - Ela falava como uma militar - estamos muito felizes em receber sua filha na nossa instituição, fique tranquila que ela se adaptara logo. Temos uma grande quantidade de alunos na faxa etaria dela, alimentação balanceada, um espaço amplo, atividades extra classe.Sera um bom tempopara ela.

- Espero que sim Sra...?

- Cruts, Bilma Cruts.

- Cruts, eu confesso que estava com muito receio de trazer minha filha e deixa-la aqui, mas essa instituição me pareceu muito séria e responsavel. Estou depositando minha confiança em vozes. Cuidem muito bem dela. - suplicou a mae à magrela do bigode.

Enquanto elas conversavam Luara observava o bigode movendo-se " Parece molhado", pensou ela, "Sera que ela passa gel?"

Seu pai se aproximou dela e dando um abraço forte cochichou em seu ouvido:

- Querida, vou sentir muito a sua falta.. Eu amo a sua companhia e vai ser duro pra mim. Voce tem 16 anos, está ficando independente e chegou a hora de aproveitar essa oportunidade. - e abaixando o tom de voz - se ficar sufocada corra pra um lugar onde possa ficar sozinha, arrume um lugar secreto seu, esse lugar é muito grande e voce vai encontrar. Não esqueça de contar até 50. Acho que ja fale muito, estou um pouco nervoso. - e riu de maneira ansiosa.

A garota acenou com a cabeça. Também ia sentir a falta do pai, e ele sabia.

A mãe também abraçou a garota e deu um beijo carinhoso em sua testa.

- Vá! É um novo Start. - Ben disse apontando para a senhora Cruts que a chamava para dentro dos portões.

Luara respirou fundo e foi

" Um, dois, tres, quatro ...cinquenta"