Fanfic: Quando conheci você | Tema: game Amor doce

Luara assistia ao jogo com tédio estampado na face enquanto sua amiga gritava como louca na cadeira ao lado, não conseguia se divertir com nada e a unica coisa que pensou por aqueles dias foi a tal maconha escondida em seu quarto. Não contou a ninguém e também não pretendia, mas algumas questões assolavam sua mente:

"Sammy era traficante? Usuária? Seria esse o motivo do rompimento entre ela e Castiel?"

A garota morrendo em tédio observou os jogadores em campo por alguns segundos e lá estava ele, Castiel, dando seu melhor para manter a bola nos pés, desviando dos carrinhos de Kim. O placar já marcava 1x0 para os Dráculas, isso fazia com que Judy enlouquecesse em gritos e ofensas aos jogadores de seu próprio time, naquele momento Luara desejara não ter cativado a garota.

– Sabe, eu acho que vou dar o fora! - Luara tentava dizer à ruiva em meio aos berros da torcida e da própria amiga.

– Mas por quê? Você está ganhando - Judy dizia indignada sem tirar os olhos do gramado - Esse goleiro é um verdadeiro pé-de-galinha!

Foi marcado o segundo gol de Castiel seguido por gritos eufóricos e uma dança sensual ensaiada das Líderes de Torcida. Aquele barulho estava perturbador, Luara foi saindo aos poucos sem Judy perceber e quando se viu fora da arquibancada correu para longe.

Caminhando pelo predio residencial completamente deserto, pegou uma maça no refeitório e sentou em uma mesa com vista da janela para o jardim, ficou ali admirando o silencio e os raios de sol que aqueciam seu rosto, sentiu uma paz interior consumir seu corpo, mas alguém sentou ao seu lado:

– É bom saber que não sou o único nesse lugar que não dou a mínima para essa porcaria de jogos. Enquanto todo mundo perde tempo lá fora, aqui os professores investem pesado nas provas avaliativas.

Luara fitou, meio impaciente, o garoto que interrompeu o seu sossego, já havia o visto talvez pelos corredores, cabelos negros arrepiados com gel, olhos castanhos e finos como se desse um sorriso constante, tudo isso escondido atrás de um óculos pequenos para leitura. Tinha um jornal em mãos, roupas engomadas demais para um dia sem aula e sem visitas.

– Seu nome é Lua? A garota do quarto da Sammy? - ele dizia com simpatia tal que a rispidez de Luara não chocou seu humor.

– Lua não, Luara.

– Não deixa de ser um belo nome - E seus olhos fechavam ainda mais com o sorriso.

Luara deu de ombros. "Tanto faz, desde que não me incomode".

– Sabe - o menino continuou - Eu leio todos os dias o jornal, é uma maneira de saber o que esta acontecendo do lado de fora dessa prisão.

"Prisão", Luara nunca definiu o Instituto com essa palavra, claro que uma prisão era muito pior do que o isolamento dos alunos, mas aquela maneira tão revolucionária de pensar interessou a menina porque ela notava todos os dias a alegria de cada aluno por morar ali. Sem perceber, a menina já dava atenção ao rapaz.

– Considero uma desonestidade da parte de um pai isolar o filho do mundo como se ele fosse um prisioneiro, obrigando-o a viver assim: com gente desconhecida. É como se eu morasse num hospício.

– Exato - Luara soltou a resposta tão rápido, "Sábias palavras", pensava ela.

– O que me consola é saber que estarei fora daqui dentro de um ano.

Observando bem o rapaz, percebia-se mesmo uma cara de maduro e palavras com eloquência.

– Pra você que ficará aqui por mais 2 anos desejo muita sorte, tem males que vem para o bem. Correto? - e chegando mais perto da garota, disse com voz muito baixa - eu vejo você entrando sozinha na sala de artes pra se isolar, esse lugar deve te deixar louca.

Louca talvez não seria a palavra certa, mas pensativa a respeito da vida e de tudo. mas o garoto era pertinente em suas palavras.

– Aliás, meu nome é Bruce! - Ele ofereceu um sorriso terno à ela que, sem perceber, retribuiu.

Um garoto culto e aplicado aos estudos, parecia entende-la. Luara estava encantada.