Fanfic: Victoria Angel e o Anel de Prata | Tema: Originais
Nunca tive muito o que dizer sobre mim. Sempre fui a garota discreta que passava despercebida. Nunca tive mais que dois amigos, que a muito tempo já me distanciei deles. E nunca me importei com nada desde o acidente. Há, eu bem que queria que tudo tivesse sido um acidente de fato. O caso é que perdi minha mãe, Jessica Angel, faz 7 meses em um “acidente”. A propósito meu nome é Victoria Angel, tenho 17 anos, moro em Londres, tenho olhos azuis, cabelo longos pretos e bla bla bla.
O tal do acidente foi dois homens sequestrarem nós duas depois de sairmos do cinema, a ocasião que eu tanto vinha pedido á ela e quando nós finalmente íamos era raro, pois éramos muito pobres. Dois homens, um alto e o outro um pouco mais baixo apontaram armas para nossas cabeças dizendo que se não entrássemos no carro que estava estacionado na esquina iriam nos matar ali mesmo. Sem escapatória entramos no carro e logo depois colocaram sacos pretos em nossas cabeças, eu estava apavorada e nem queria imaginar como minha mãe estava se sentindo.
Minha mãe era uma mulher alta, cabelo curto loiro, e com olhos escuros. Em todo lugar que passava arrancava olhares de desejo dos homens, e as vezes até de algumas mulheres. Meu maior medo era perder ela, ela sempre me apoiou em tudo que eu fizesse, ela era minha melhor amiga, a única pessoa no mundo que eu me importava. Nunca entendi porque ela tinha se casado com o meu pai, aquele cafajeste nos abandonou quando eu tinha 5 anos, por causa de várias dividas que tinha adquirido ao longo dos anos. Minha mãe sempre disse que ele nos deixou para nos proteger, mesmo não dizendo do que exatamente.
Quando percebi estávamos em uma fazendo no meio do nada. O que eu consegui ver antes de colocarem o saco preto em minha cabeça foi uma floresta a esquerda de uma cabana velha que obviamente estava abandonada a muito tempo, e vi um rio a direita. Eles nos arrastaram para a velha cabana e amarraram nossos pulsos e calcanhares. Eu não estava entendendo por que estavam fazendo aquilo, se estavam planejando pedir resgate não tínhamos quase nada de dinheiro, e não tínhamos parentes. Minha mãe não tinha amigos e trabalhava como costureira em casa, o que eu sempre achei um desperdício, pois ela era a pessoa mais inteligente que eu já avia conhecido. Me lembro de um dia eu perguntar para ela porque ela não podia trabalhar em algo que valesse a sua inteligência, ela só me respondeu que tinha tido complicações com seu antigo trabalho e preferia trabalhar em casa. Nunca soube qual foi o antigo trabalho dela, ela nunca quis me contar. – Não se preocupem, vocês irão morrer antes do sol nascer. – Disse rudemente o homem mais alto– Francamente Jessica, nunca imaginei que chegaríamos a esse ponto. Minha mãe conhecia aqueles caras? Mas como? – Francamente Marco, nunca achei que você fosse tão estúpido ao ponto de cair na conversa de sua querida chefinha – minha mãe retrucou com um sorriso sarcástico. O homem deu um tapa no seu rosto. Naquele momento eu senti uma raiva que nunca imaginei que sentiria, eu queria acabar com esse Marco.
– Vai ficar tudo bem – sussurrou Jessica. Eu não sabia se deveria acreditar naquilo ou não. Também não entendia porque estavam esperando até o amanhecer para nos matar, afinal, o que queriam conosco?
– A chefe falou que horas iria chegar? – o homem mais baixo murmurou.
– Ela deve chegar logo.
Uma mulher? O que uma mulher iria querer comigo ou com minha mãe? Por que queria nos matar? Tantas perguntas sem respostas, estava ficando confusa demais. Marco saiu da sala deixando no com o homem mais baixo. Ele tinha uma faca apontada pra gente. – O que espera ganhar com isso, Jason? – minha mãe falou de repente – Ela vai te trair de qualquer jeito, como fez com todos. Terminando a frase minha mãe deu um sorriso tão maligno que cheguei a ter medo. – Mãe, pare. – sussurrei com medo que Jason fizesse algo – Não vai adiantar. Ela fingiu me ignorar.
– Sabe Jason, eu posso morrer quando Susan chegar, mas eu juro que no final disso tudo, vocês todos vão morrer.
Os próximos segundos foram tão rápidos que demorei para processar tudo. Minha mãe tinha conseguido se soltar das amarras, e quando Jason foi atacar ela com a faca ela fez um movimento tão rápido que os meus olhos quase não conseguiram acompanhar. Ela pegou a faca da mão de Jason e fincou-a em sua garganta. Ele estava morto.
De uma maneira estanha isso não me afetou. Eu gostei de ver ele morrer. Ele mereceu.
Mamãe cortou as amarras das minhas mãos e calcanhares. Nisso, ela me abraçou, colocou suas duas mãos no meu rosto e disse nervosa:
– Victoria, preste atenção no que eu vou te dizer, a alguns quilômetros do outro lado do rio tem uma velha casa pequena amarela, você vai precisar ir sem mim, entre no quarto e olhe embaixo da cama ,você vai achar um cofre, os números são “15, 11, 16, 15”, não esqueça esses números.
Ela não podia estar falando serio, ela queria que eu fosse ate essa casa sozinha? Eu não ia conseguir. – Mãe, m-mas não, eu não vou conseguir, você tem que vir comigo, e-e-eu – Eu estava começando a gritar e entrar em pânico.
– Victoria! Você precisa ir! Você precisa ir sem mim filha, é a sua única chance.
Um barulho. Um reflexo. Sangue. Tiro.
Marco havia atirado nas costas da minha mãe, mas ela ainda teve força para um ultimo reflexo, e de uma facada na barriga de Marco, que caiu no chão gemendo de dor. Logo depois minha mãe também cai. Não podia ser verdade. Ela não podia morrer. Eu corri a tempo de não deixar a sua cabeça cair no chão. Comecei a pressionar o ferimento deixando lagrimas caírem no rosto de minha mãe.
–Não, não, não!!! Não me deixe sozinha mamãe. E-eu – Era difícil falar com o nó que estava na minha garganta.
–Não confie em qualquer um Vic, – minha mãe falou em uma voz rouca e fraca – eles vão te perseguir, Susan vai vir atrás de você. Tome cuidado filha. E-eu te amo.
Assim minha mãe cambaleou para o lado e seu coração parou.
Minhas lagrimas eram tantas que eu não conseguia ver nada por um tempo, abracei minha mãe pela ultima vez, e um gemido me chamou a atenção. Marco ainda não tinha morrido. Eu olhei para ele com nojo e peguei a faca das mãos da minha mãe.
– Bem-vindo ao inferno.
Esfaqueei ele mais de 10 vezes no peito, mas deixei intacta a barriga, para a tal de Susan ver o recadinho que fiz com prazer por toda a sua pança nojenta.
“Me aguarde.
– V”
Autor(a): isabellimaciels
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