Fanfic:  De Repente, O Amor ***Adaptada (Finalizada) | Tema: AyA

Como o tempo estava bom, nós pusemos a mesa no quintal. Estava agradável lá fora,

com canteiros de gerânios, lobélias. Como sempre, o jardim estava bem cuidado pela

jardinagem e daria um ótimo cenário para a recepção de D&C.

— Em sua homenagem, meu bem — disse meu pai, ao transferir os filés de salmão da

grelha para o prato que eu estava segurando. — Espero que ainda seja um de seus favoritos,

embora eu ache que você se acostumou à comida bacana daquele seu hotel.

— Eu ainda adoro seu salmão, pai — eu disse a ele, contente por meus pais terem

planejado algo especial para me receber em casa.

Quando estávamos todos sentados em volta da mesa do pátio, Alfonso entregou uma das

duas garrafas de Dom Pérignon que tinha comprado.

— Quer fazer as honras?

Meu pai ergueu as sobrancelhas, depois devolveu a garrafa.

— Vá em frente. Se você está tentando nos impressionar, esse não é um mau começo.

Enquanto Alfonso abria a garrafa com sua destreza habitual, disse:

— Com que frequência uma de suas filhas fica noiva? Imagino que isso seja digno de

um brinde com um bom champanhe. — Ele me deu uma piscada e eu sorri para ele.

Quando todos nós estávamos com nossas taças na mão, minha mãe disse:

— Alfonso, você trouxe o champanhe, faça o brinde.

Eu sabia que era um teste.

Ele ergueu sua taça.

— A Dulce e Christopher. E ao amor, ao casamento e aos finais felizes.

Minha mãe assentiu e todos nós tilintamos nossas taças.

Droga, como era difícil ficar quieta sobre meu noivado. Eu mesma me sentia como

champanhe, com borbulhas de empolgação subindo por dentro, me incitando a estourar a

rolha e despejar tudo. Mas, ao mesmo tempo, minha barriga se contraía de ansiedade,

enquanto eu esperava que meus pais interrogassem Alfonso.

Respirei fundo e dei um gole no champanhe excelente, torcendo para que acalmasse meus nervos.

Theresa disse:

— Novidades excelentes. Agora, temos um fotógrafo para o casamento. — Ela parou

até que todos estivessem olhando pra ela. — Tchã-nã. Poncho vai tirar as fotos. É seu presente

para D&C.

Dulce deu um gritinho, depois levantou e foi correndo jogar seus braços em volta do pescoço dele.

— Você é tão legal. Muito obrigada, Poncho.

Christopher sorriu.

— É, valeu, cara. Isso é muito legal da sua parte.

O som da minha mãe limpando a garganta chamou nossa atenção. Ela estava franzindo o rosto.

— Isso é muito gentil, Alfonso, mas você tem experiência fotografando casamentos?

Eu contive um gemido.

Antes que Alfonso pudesse responder, Theresa interferiu.

— Mãe, ele é brilhante. Dê uma olhada no site dele. Ele tem um jeito de... como posso

dizer? Capturar a essência de cada casal. — Ela me deu uma olhada. — Como a Anny fez com

os convites virtuais de D&C. As fotografias serão maravilhosas.

Fiquei ligeiramente perplexa, não somente pelo apoio de Theresa a Poncho, mas também

por seu elogio aos meus convites. Não éramos muito de trocar confetes.

— Obrigada — eu fiz mímica com a boca, erguendo minha taça pra ela, que deu um rápido sorriso.

Ocorreu-me que, da forma que Poncho me fez ter uma nova perspectiva quanto à minha

família, talvez Damien tivesse feito o mesmo por Theresa. A professora engessada certamente tinha amolecido.

— Há quanto tempo você está no ramo da fotografia? — meu pai perguntou a Poncho.

— Uns dois anos, desde que me formei na Laval.

— Mas você tem... quantos anos?

— Vinte e oito.

— É três anos mais jovem que Anny — minha mãe comentou. — E começou tarde em

sua carreira. — Ela usava um tom casual, mas eu sabia que não aprovou.