Fanfic: De Repente, O Amor ***Adaptada (Finalizada) | Tema: AyA
Capítulo. 4
A Estrada Ferroviária Via Rail, que ia de Montreal a Toronto, era uma velha amiga. Eu a pegava pelo menos uma vez por mês, a negócios, pelo Le Cachet. Ao me acomodar numa poltrona confortável, junto à janela, tomei um gole do café expresso que eu tinha trazido da Central Station e dei uma bela espreguiçada. Sim, haveria estresses de família ao longo das duas semanas seguintes. Mas o principal era que minha irmã caçula estava se casando e eu tinha duas semanas de férias.
Eu tinha mudado de roupa no Le Cachet, deixando minha personalidade profissional para trás, no escritório. Agora, eu estava vestindo meu jeans predileto, Miss Sixty, com um corpete rosa choque e, por cima, uma blusa de gaze, sem mangas.
Olhei pela janela, vendo o movimento da estação subterrânea, imaginando quem sentaria ao meu lado.
Engraçado como irmãs podiam ser tão diferentes. Teresa preferia textos acadêmicos a seres humanos, Dulce ficava praticamente só com Matt, e Jenna e eu éramos realmente extrovertidas.
Eu torcia para que essa tarde eu tivesse um companheiro de viagem que estivesse afim de conversar, pelo menos por parte das quatro horas e meia até chegarmos em Toronto.
Talvez um homem bonito e charmoso? Não. Não fazia nem três semanas que Jean Pierre tinha me dispensado. Meu coração não se recuperava tão depressa.
Pensar em relacionamentos me fez lembrar minha conversa com Alfonso, no sábado à noite. Ele tinha razão quanto à minha tendência de me apaixonar perdidamente. Era como ver um lindo vestido que eu precisava ter. Com homens, eu tinha visto o campeão olímpico, ou o campeão da Nascar, lindos, sensuais e fascinantes, e se um deles realmente se sentiu atraído por mim, como eu não me apaixonaria por ele?
Claro que se tratando do vestido adorável, depois de experimentá-lo, eu sabia se caria bom, e a etiqueta era uma garantia de qualidade. Com um homem, talvez eu falhasse em olhar além da superfície, checar a verdadeira qualidade e compatibilidade, em termos de personalidade e valores. Talvez esse fosse o motivo para que tantos homens acabassem me decepcionando.
Em outros casos, eu que temia decepcioná-los. Eu não era suficientemente bonita, empolgante e sexy para prender a atenção deles. Eles seguiam adiante, arranjavam outra mulher, como Jean-Pierre tinha feito.
Uma ideia depressiva. Porém, sendo uma mulher de ação, eu não caria pensando nisso. Na verdade, eu precisava de um plano de ação para não repetir o mesmo erro.
O que eu precisava fazer era evitar a parte de me apaixonar perdidamente. Atração era legal, mas eu tinha que dar um tempo para o amor, até que conhecesse o cara por... Ah, talvez, um mês. É isso fazia sentido. Depois de quatro semanas de namoro, eu me concentraria em conhecer o homem por trás da fachada e, com sorte, poderia identificar qualquer falha importante. E também, se ele estivesse se cansando de mim, até essa época, provavelmente haveria sinais.
Satisfeita pela minha abordagem proativa, eu concentrei minha atenção para fora da janela, apreciando o fervilhar de atividade na estação movimentada.
Meu olhar parou numa mulher com cara de passarinho, pele morena e cabelos brancos, enrugada como uma noz-pecã, embrulhada com um lindo sári vinho e dourado. De frente para ela e de costas para mim, havia um homem que, pelo menos de trás, valia uma segunda olhada. Seu jeans – eu reconheci o logo da 7 For All Mankind – e a camisa branca estavam ótimos num corpo de ombros largos, quadril estreito e pernas compridas. Ele tinha cabelos pretos brilhosos, compridos e caprichosamente puxados pra trás, e meu palpite era que fosse indiano, como a mulher.
Atrás do par havia duas malas de rodinhas; uma em pé e a outra emborcada. A mulher carregava um bolsão bordado e o homem tinha duas bolsas pretas penduradas no ombro, que ele tentava segurar ao abaixar para pegar a bagagem caída. Bela bunda, eu notei.
Quando endireitou a mala, ele virou ligeiramente e vi seu perfil. Uau. Eu prendi o ar, que gato, com feições bem talhadas e pele cor de canela, realçada pela camisa branca.
Bonito, másculo, simplesmente UAU! Havia algo familiar nele. Será que eu o conhecia? Não, eu certamente me lembraria desse homem.
Os dentes brancos reluziram num sorriso enquanto ele conversava com sua acompanhante. Ah, era isso. Ele me lembrava Alfonso, ligeiramente, com seu porte atlético, sua cor, a forma como ouvia atentamente.
Ele gesticulou para a mulher, provavelmente sua avó, em direção à bilheteria, depois foi atrás, arrastando as malas de rodinhas. Eu estreitei os olhos, torcendo para que ele olhasse em minha direção.
— Bonjour. — Uma voz masculina me deu um susto. Um homem distinto, de cabelos grisalhos e terno cinza impecável, estava no corredor. Em francês québécois, ele disse — Acredito que estou sentado ao seu lado.
— Bonjour. — Eu estendi a mão. — Je m’appelle Anahí Portilla.
— Philippe Martineaux. Enchanté.
Ele sentou na poltrona do corredor, depois nós batemos aquele papinho “quem é você, e por que está nesse trem”. Philippe era advogado, a caminho de Toronto para uma série de reuniões sobre uma fusão corporativa. Eu estava pronta para começar o papo, mas ele me deu um sorriso educado e disse que precisava trabalhar. Quando o trem deixou a estação, abri minha maleta e tirei uma pasta de arquivo.
Matar o tempo conversando, já era. Era melhor ir entrando no clima do casamento. Abri e liguei meu laptop.
Dulce estava ocupada, recompensando o semestre na faculdade depois de perder aulas por ter adoecido. Minha mãe estava se preparando para apresentar um caso na Suprema Corte do Canadá na semana seguinte, e meu pai, cientista pesquisador, era inútil quando se tratava de assuntos de garotas. Então, o trio – como nossa família chamava Teresa, eu e Jenna, nascidas com um ano de diferença entre cada uma – se ofereceu para organizar o casamento.
Autor(a): hadassa04
Este autor(a) escreve mais 8 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Eu duvidava que Jenna fosse ajudar em alguma coisa. Ela nem acreditava em casamento, sem mencionar que era terrivelmente desorganizada. Teríamos sorte se ela conseguisse vir a tempo para o evento, de Santa Cruz, onde estava catalogando falcões-peregrinos e surfando. Portanto, tudo estava por conta de Teresa e de mim. Tínhamos muito a faz ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 100
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
al.andrade Postado em 07/03/2015 - 22:10:50
espero ler outra fic sua. =)
-
al.andrade Postado em 07/03/2015 - 22:10:27
adorei o epílogo q vc postou. Adorei o rumo e o desfecho da historia.
-
al.andrade Postado em 07/03/2015 - 22:09:36
menina eu adorei a fic.
-
edlacamila Postado em 05/03/2015 - 22:09:15
Janaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa AMEI ESSA FIC. <3 Postaaaaaaaaaaa <3
-
hadassa04 Postado em 05/03/2015 - 21:57:12
Fran eu que amei sua participação, alias que é mais que especial, obrigada por acompanhar fic que escrevo, obrigada pelo carinho, pelo incentivo, vc passou da categoria de leitora para categoria de amiga, e assim mesmo longe estás bem guardada no meu coração.
-
franmarmentini Postado em 05/03/2015 - 21:32:00
Minha lindaaaaa amei muito essa fic* e amei vc ter escrito tao lindamente o capitulo especial!!!!!! Muitos bjussssssssssssssssssss
-
anyloveaya4ever Postado em 04/03/2015 - 20:10:03
Posta o último capito logo amore por favor bjs !!!!!
-
franmarmentini Postado em 03/03/2015 - 10:19:18
porre é elogio meu deus que pais mais chatos dios mioooooooo me irritou!!!!!
-
franmarmentini Postado em 03/03/2015 - 10:15:20
meu deus que familia mais loka!!!!!!!!!!!!! isso é um pai e uma mãe santo deus!!!!
-
franmarmentini Postado em 03/03/2015 - 09:33:56
*.*