Fanfic:  De Repente, O Amor ***Adaptada (Finalizada) | Tema: AyA

— Ele é criativo, inteligente, generoso — disse Maggie. — Se ao menos aplicasse todos esses talentos.

— Parece minha irmã Jenna — disse Anny.

— Ela também é a caçula? — perguntou Maggie. — Sempre me preocupa que tenhamos relaxado com o Adam. Talvez seja nossa culpa por ele ser tão sem foco.

— Sem foco? — Anny deu um sorriso torto. — Isso que meus pais diziam de mim, e eles certamente não relaxaram comigo. Se é que serve de consolo, eu me aquietei e encontrei uma profissão que adoro.

— Isso já tranquiliza — disse Tim.

— Para responder sua pergunta — disse Anny, recostando para que o garçom pudesse tirar seu prato de sopa vazio. — Nós éramos três, nascemos em seguida, com um ano de diferença entre cada uma. Jenna foi a mais nova durante oito anos até que para surpresa dos meus pais, veio Dulce. Acho que eles deram uma aliviada com Jenna. Às vezes, ela exagera para chamar atenção, às vezes faz as coisas de seu jeito.

Enquanto ela estava falando, Alfonso gesticulou para que o garçom trouxesse outra garrafa de vinho.

— Ainda bem que ela e Adam não se conhecem — disse Maggie. — Detesto pensar na confusão que os dois arranjariam.

— Ela é o espírito aventureiro da família, com certeza — disse Anahi.

— Sua família também faz isso? — Maggie se inclinou à frente, com os cotovelos na mesa. — Vocês se dão apelidos?

— Claro. Theresa é a mente brilhante. Eu sou a Miss Social.

— E sua irmã caçula?

— Dulce era a bebê até que conheceu um garoto meigo, o Christopher, no segundo ano do Ensino Fundamental. Eles se tornaram D&C. E os seus filhos?

— Quais são os apelidos?

— John é o salvador do mundo — disse Tim, enquanto o garçom servia o jantar e enchia os copos com uma nova garrafa de vinho. — Bronwyn é a caseira. Adam é nosso cigano. Atualmente está no Vietnã. Ou, talvez, na Tailândia. Como mochileiro. — Ele e

Maggie trocaram um olhar.

A mulher estremeceu.

— A gente se preocupa, mas o que se pode fazer? Até parece que eles ouvem o que os pais dizem.

Cortando sua costelinha suculenta – e feliz por não ter feito Dhiraj vegetariano –, Alfonso ouviu a preocupação na voz dela. Ele pensou em como sempre bateu cabeça com os pais.

— Acho que há uma tensão inevitável entre as gerações — disse ele, lentamente.

Maggie assentiu.

— Quando são pequenos, os filhos dependem de nós inteiramente e os protegemos.

Conforme ficam mais velhos, eles querem ser independentes e ainda queremos protegê-los, mesmo sabendo que eles precisam se separar de nós.

— É duro quando essa separação significa rejeitar tudo que os pais acreditam — disse Tim, tristonho.

— O que os pais acreditam pode não ser certo pra eles — disse Alfonso.

Maggie ergueu os olhos pra ele, fixamente.

— Parece uma observação pessoal, Dhiraj.

— Você não disse que trabalhava na empresa da família? — perguntou Anny, com um brilho provocante no olhar. — Imagino que é isso que seus pais quisessem de você, não?

Droga, ela o flagrara. Ele estava agindo como Alfonso, não como Dhiraj. Ele mastigou lentamente uma garfada de carne suculenta, com sabor de alecrim, demorando enquanto pensava no que dizer. Essa conversa o interessava, então ele resolveu dar a Dhiraj um irmão como Poncho.

— Sou o mais velho e, sim, em termos de apelido, sou o bom filho. — Como, na verdade, Alfonso tinha sido até rejeitar os planos dos pais. — Meu irmão é a ovelha negra.

Ele nunca tinha contado muita coisa sobre sua criação à Anny. Se ela soubesse que ele tinha deixado a fortuna e o privilégio para ser, essencialmente, um artista pobretão talvez o achasse maluco. Ou sentisse pena dele. Mas, agora, como Dhiraj, ele podia contar a história de fora, através de um irmão inventado.

— Ele não concorda com o que seus pais querem? — perguntou Maggie.

— Por um tempo, ele concordou. É difícil não concordar, pela forma como fomos criados. O respeito pelos pais é uma tradição forte. Mas as coisas em que nossos pais acreditam não são aquilo com que ele se identifica. Comércio, riqueza, poder, status.

Não se admira que Alfsoo antes pensasse ter sido adotado; ele era tão diferente dos pais.

Anahi assentiu, com uma expressão pensativa.

— É difícil quando eles querem que você siga o caminho deles se você não se identifica.