Fanfic:  De Repente, O Amor ***Adaptada (Finalizada) | Tema: AyA

Quando o garçom saiu, Alfonso pousou a mão rapidamente sobre a mão de Anahi.

— Eu lhe fiz uma pergunta e acabou passando. Como foi pra você ser a segunda filha?

— Oh, Deus. — Ela abanou a mão, descartando. — Como acabamos falando nisso? Ninguém quer saber das histórias da minha família.

Droga, ela tinha voltado a se esquivar.

Antes que ele pudesse incitá-la, Maggie falou.

— É claro que queremos. O assunto da conversa dessa noite é pais e filhos. Pode contar sua parte.

— Eu realmente não sou tão interessante.

A forma como ela falou fez Alfonso se lembrar de como, no sábado anterior, ela tinha subestimado sua aparência, dizendo que não era bonita, mas aproveitava o que tinha.

Ele quis passar o braço ao redor de seus ombros, mas, em vez disso, pousou novamente a mão em sua coxa.

— Ora, vamos, Anahi.

— Bem, se vocês têm certeza. — Ela terminou seu vinho e pousou o copo. —

Acompanhar Theresa era difícil. Eu até que fui bem no colégio, mas jamais poderia me comparar.

Anahi era brilhante. Numa família normal, ela talvez fosse a mais inteligente.

— É injusto ser comparada a um gênio — disse ele.

A mão dela casualmente desceu até o colo, onde ele a pegou e enlaçou seus dedos.

— Se você tem uma irmã mais velha, é sempre comparada a ela — respondeu Anny.

— Verdade — disse Maggie. — Mas a mais velha pode levar o fardo de maior expectativa.

Experimentem ser o filho único, pensou Alfonso.

— Nossos filhos encontraram seus caminhos bem cedo — disse Tim.

— Nós também — disse Anny. — Theresa era um gênio acadêmico, mas não tinha muitas habilidades sociais.

— Então, você se tornou a Miss Social? — Alfonso se lembrou do apelido que ela usara antes.

— É. Eu me dava bem com todos. As crianças, os professores, os pais dos amigos. Essa era a minha área.

Ele vira a mesma coisa em Montreal. Só que nenhuma de suas amizades era profunda.

Nem mesmo com ele. De certa maneira, ele tinha descoberto mais de Anny nos últimos dois dias do que nos dois últimos anos. Era ele quem estava interpretando um papel, mas Anahi também era uma pessoa diferente. Ainda terna, amistosa e generosa, porém mais introspectiva e disposta a se abrir.

Essa era a mulher que ele sempre acreditou estar por baixo de sua fachada inteligente e ocupada. A cada verdade ou reflexão que ela compartilhava, ele se sentia mais próximo dela. E a amava ainda mais.

— Eu estava sempre fora, fazendo alguma coisa com os amigos — disse Anny. Sua mão soltou a dele para poder cortar uma fatia de queijo Camembert, que ela comeu com uma uva.

Maggie falava pensativa.

— Você obtinha seu respaldo, seu senso de valor, por ter muitos amigos.

Alfonso parou, enquanto fatiava queijo para si mesmo, e viu os olhos de Anahi se arregalar.

— Nunca pensei nisso dessa forma. — Ela deu uma risadinha nervosa. — Talvez você esteja certa. Por acaso, é psicóloga?

A outra mulher riu.

— Não, só uma mãe que ganhou alguma experiência ao longo do tempo.

— Os pais dela que deveriam ter lhe dado apoio — disse Alfonso, firmemente.

Anahi lançou um olhar assustado, depois ameaçou um sorriso.

— Imagino que eles tenham aprovado a sociabilidade de Anahi — disse Tim, baixinho.

— O que quer dizer? — perguntou Anahi.

— Eles se sentiam orgulhosos por você ser tão conhecida? — perguntou ele.

— Você está certo. Minha mãe dizia que eu era uma pessoa para lidar com gente,

como ela, e meu pai sempre admirou essa qualidade nela. Sim, eles ficavam felizes por eu ter muitos amigos e ser tão ativa, ingressando em associações escolares, participando do quadro

estudantil.

— Deixe-me adivinhar — disse Maggie. — Foi oradora do ensino médio?

Anahi corou.

— E rainha da formatura.

Alfonso ficou imaginando que garoto sortudo teria sido seu rei.