Fanfic: O Último Suspiro. (Laliter - Original) | Tema: Casi Angeles, Laliter, Quase Anjos, Dulce Maria.

     A brisa gelada do mar fazia os cabelos da jovem Mariana Espósito voar, enquanto ela olhava para o céu, segurando seu copo de cappuccino da Starbucks, e perguntando-se o porquê aquilo estava acontecendo com ela. Era tão injusto! Mas desde pequena, ela aprendera com sua mãe que na vida nada era justo. Sempre haveria um empecilho que destruiria a nossa felicidade, por menor que fosse. E isso acontecera com ela.

     Mariana – ou Lali como sua mãe e seus amigos a chamavam – era uma jovem com seus 17 anos recém-cumpridos que morava em uma cidadezinha chamada Sabadell, situada na Espanha. Sabadell era próxima de Barcelona, cerca de uma hora e meia de viagem, e era lá onde ela trabalhava de noite no “Matuttini”, um restaurante Italiano. Ela também estudava e estava no começo do terceiro ano. As aulas tinham começado já há uma semana e ela ainda não tinha assistido a nenhuma delas, infelizmente pelo mesmo motivo que ela achava injusto. E era, era muito injusto.

– Lali... Vamos, o papai já tem que voltar a trabalhar. – disse Stéfano, colocando a mão no ombro da menina.

– Já estou indo. – disse virando-se e tentou sorrir, mas não obteve sucesso. – Mas, por favor, não me chame assim...

– Tudo bem, te esperamos lá no carro.

     Ela virou-se e viu Stéfano caminhando pela areia da praia deserta do mês de inverno. Ele estava vestido todo de preto assim como ela. Seus olhos também estavam inchados e pôde ver Camilo de longe os olhando. Stéfano era irmão de Lali e tinha apenas 14 anos, mas ele tinha mais juízo do que muitos homens que ela conhecia. Camilo era o padrasto de Mariana e pai de Stéfano, mas ambos eram filhos da mesma mãe. O pai de Mariana sumira quando sua mãe estava grávida dela e nunca soube nada do mesmo. Diferente do que as outras pessoas diziam, o seu padrasto era como um pai para ela. Sempre a cuidou, foi em festas organizadas pela escola quando ela era mais jovem, trabalhava e nunca deixou que nada faltasse para eles. Ele fizera um papel de pai muito bem, e ela gostava dele.

     Uma coisa que sempre estranhou em Camilo era que ele nunca falava de sua família. Ele não gostava de falar sobre isso. Sempre que puxava assunto que envolvia qualquer familiar, ele se retirava e ia para outro lugar. Mariana pensava que talvez ele não tivesse, ou que seus familiares o abandonaram ou também que nem ele mesmo sabia realmente da existência deles, mas enfim, ela respeitava as decisões dele, assim como ele respeitava as dela.

– Mariana! – gritou Camilo desde o carro – Vamos querida, está fazendo muito frio e você vai pegar um resfriado ai na beira do mar. Vem pra cá. – disse chamando-a com a mão.

– Já estou indo! – gritou forte o bastante para que ele escutasse.

– Tudo bem, mas não demore que daqui uma hora tenho que voltar ao trabalho.

– Está bem. Já vou.

     Ela olhou ao céu mais uma vez e lágrimas deslizaram por sua face. Ela queria poder impedi-las, mas era impossível. A dor que sentia em seu coração era tão forte, era como se uma mão atravessasse seu peito e lhe tirara o coração.

     Ela tirou o celular e o auricular que estavam no seu bolso, conectou o auricular no celular e colocou na orelha. Começou a tocar a música “Let it be” dos Beatles. Ela colocou as mãos no bolso olhou para o carro e começou a caminhar.

“When I find myself in times of trouble

Mother Mary comes to me

Speaking words of wisdom

Let it be...

And in my hour of darkness

She is standing right in front of me

Speaking words of wisdom

Let it be…

Let it be, let it be

Let it be, let it be

Whisper words of wisdom

Let it be…

Ela chegou e viu Stéfano apoiado no carro com seus óculos escuros e o abraçou forte. Mais forte. A dor era tanta para ambos. Logo sentiu Camilo os abraçar também. Era tão difícil tudo aquilo! Ela pôde escutar o choro de Stéfano que parecia precisar tanto daquele abraço assim como ela. Eles se abraçaram tão forte! Mais forte. Choro. Dor. Angustia. Medo. Tudo estava misturado sobre um sentimento só. Eles entraram no carro ainda com lágrimas pela face. Camilo dirigia, Stéfano estava no banco do passageiro e ela atrás, com a cabeça apoiada no vidro.

– Let it be... Let it be... – cantou ela enquanto lágrimas caiam e em seguida Camilo e Stéfano a acompanhou.

– There will be no sorrow… – cantou Camilo.

– Let it be… – finalizou Stéfano.

Sim, o sofrimento é difícil. Ainda mais difícil é passar pelo sofrimento quando se perde alguém da família, ou no caso de Lali e Stéfano, era a perda de uma mãe. Mas quando há amor, é mais fácil passar pelo sofrimento.

Oi meninas! Essa é minha primeira fanfic e espero que gostem!

O que acharam do primeiro capítulo? Comentem!

Laliterislove e Rcidinha, muito obrigada pelos primeiros comentários!