Fanfics Brasil - 2 - Primeiro Dia da Primeira Semana. O Cão da Sala 1-3.

Fanfic: O Cão da Sala 1-3.


Capítulo: 2 - Primeiro Dia da Primeira Semana.

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Os próximos dias não foram bem o que eu gostaria que fossem.
Talvez eu tenha me tornado mais amiga do John, talvez não, só sei que com certeza estávamos mais próximos.

Aquele professor vagabundo de Artes deve ter ouvido os boatos sobre eu e o John, pois nos colocou juntos em um trabalho sobre artistas renascentistas. Deus, nem quero pensar no quanto aquele porre vai me importunar nos próximos dias.
Então, SEM NENHUM AVISO, ele apareceu com sua mesa colada na minha, suas coisas a menos de 10 centímetros das minhas, eu podia ouvir o barulho de seus suspiros.
— Pelo jeito o destino odeia nós dois, não é?— Disse ele, com voz baixa, calma como uma pedra. Mas com um tom visível de lamentação.
Fiquei vermelha de novo.
— PODIA PELO MENOS AVISAR QUANDO QUISER FAZER O TRABALHO, SEU IMBECIL!
Talvez eu não estivesse tão brava quando aparentei.
Mas COM CERTEZA estava com tanta vergonha quanto aparentava.
— Relaxe garota, só vou fazer o trabalho com você e saio depois, vai ser mais rápido do que você pensa. 
Ele parecia esperar a minha reação, provavelmente estava se divertindo com a situação.
Cretino.
Então começamos a escrever, com um silêncio de morte. Não conseguia manter a compostura e parar de ficar vermelha. Fica meio difícil quando alguém fica olhando pra você e rindo quando você percebe (esse alguém era o John).
— Então, o que você faz , ahnn... Laurie, não é?


Deus do céu, ele sabe o meu nome.
Teve o trabalho de decorar meu nome.
Certeza que foi só pra tirar onda de mim.
Cretino.

— Sim, meu nome é Laurie. Laurie Winter.
—Ainda está brava pelo primeiro dia?

CLARO que sim, imbecil.

—Nããão...Isso já passou. Relaxe, não estou brava com você.
— É, não me importei com isso mesmo.
CRE-TI-NO.
— Imagino que tenha sido convidada pra festinha da Bruna, não é?
—Claro que sim, eu sou a melhor amiga dela.
—Uhum, uhum...— Disse ele, o tom dizia para que eu calasse a boca. — Terminei!
Fiquei REALMENTE pasma.
Ele tinha terminado um trabalho completo sobre a Renascença só de cabeça e em menos de 15 minutos, tudo isso enquanto conversava comigo.
— Hey Cão, vem cá um pouco, tô precisando de uma ajuda aqui... — Gritou uma voz do outro lado da sala.
— Já estou indo Craig, não consegue andar com as próprias pernas? — Ele disse rindo, em alto e bom som para que o garoto ouvisse.
E quando ele se levantou, ela notou o quanto o Cão se movia bem.
Ele não só andava, sentava ou levantava da cadeira.
Parecia que treinava o dia inteiro pra realizar esses movimentos com perfeição.
Envolta em meus pensamentos, não tinha notado que ele estava com a cara MUITO PERTO de mim.
Do mesmo jeito que tinha feito no primeiro dia de aula.
– Você REALMENTE gosta de me encarar, não é?
Fiquei vermelha de novo.
– Eu não vou ficar esperando pra sempre, John! – Gritou Craig do outro lado da sala mais uma vez.
E enquanto ele se levantava, ele disse, em um volume que só eu poderia ouvir:
–E só pra constar, você fica linda enquanto tá com vergonha.
Não achei que fosse possível ficar MAIS vermelha.

Mais tarde, eu voltei pra casa.
O meu trajeto é bem simples, eu saio do colégio, dou uma volta por trás do colégio, passo na padaria que tem por lá, compro um bombom de chocolate, passo na frente da casa da Bruna, de jeito que eu consigo sentir a maresia e ainda ver a floresta que tem a lado do sobrado enorme e velho no qual a Bruna mora.
É um lugar legal pra festas por causa da paisagem, porque se fosse só a casa...
De qualquer jeito, eu continuo seguindo reto pela parte residencial da cidade, até chegar na minha casa, tudo isso com o céu alaranjado das 6 horas sobre a minha cabeça. É bem bonito, todos os dias. 
Estava passando pela casa da Bruna, dando um tempo pra admirar o mar, que estava lindo hoje. O vento oceânico balançava o meu cabelo. Sempre gostei do mar, era calmo, mas poderia destruir qualquer embarcação sem muito esforço. Me identifico com ele. Resolvi atrasar um pouco, não dava pra ignorar aquela paisagem tão extraórdinária.
E ,sem eu perceber, lá estava ele de novo, ao meu lado.
Já devia ter em acostumado.

– Sorte que ninguém percebeu o quanto você estava vermelha aquela hora. Ficou com TANTA vergonha assim? Não deve ser a primeira vez que te elogiaram.

Ele tinha trocado de roupa desde a aula. Dessa vez estava usando chinelo e um moletom cinza. Os cabelos molhados repousavam na sua nuca.

–Você sabe que eu fiquei...– Disse, com a voz meio baixa.
–A Bruna mora naquele casarão, não é?
– Ali mesmo.
–Você me odeia, não é?

Ele tinha me pegado.
Realmente não sabia se gostava da companhia dele ou não. Era realmente irritante,sabia disso e também sabia que eu não gostava. Mas algo nele fazia-me acreditar que ele não estava fazendo por mal. Talevz só quissesse extrair algumas risadas de mim.

– Não, não te odeio. Só te acho irritante.

"Eu te disse, Cão! Ela te ama, só não quer admitir!"Lilith, a pequena voz feminina que habitava a cabeça de John gritava em deboche.

–Que bom. Porque eu não quero que você me odeie. Vamos nos encontrar aqui daqui a  uma semana, certo? Pra festa?
–Sim, bem provável.
–Vai pra casa depois daqui?
–Aham, fica mais pra área residencial, sabe? Perto da mata que tem por lá?
–Ah sim, eu fico por aquelas partes da cidade Nessa hora, ele levantou, limpou a areia de suas costas e extendeu a mão pra mim. – Vou pelo mesmo caminho, e já está ficando tarde. É perigoso você sair andando sozinha a essa hora. 
Então, eu segurei a mão dele demonstrando a maior cara de desgosto que pude, e ele riu em resposta.

Chegamos na minha casa. Era um sobrado grande e branco, uma clássica casa de família norte-americana.

–Bom, tenho coisas pra fazer agora, então se a senhorita me dá licença...
–Espera!

Eu o chamei de volta, enquanto estava quase saindo de minha vista.
Ele olhou por cima do ombro.

–Quer ir embora mais vezes depois do colégio?


Ele fez um sinal de positivo com a mão.
O meu cérebro gritava o quanto eu era burra por querer ter ele do meu lado. Na verdade foi bem espontâneo, nem seu tinha certeza que realmente queria. Mas eu não poderia estar mais feliz.

Eu entro em casa, subo os mesmos degraus, dou oi pra minha família, e caio na cama.
Ele ainda é irritante, e tudo mais, mas eu acho que eu gosto dele sim.



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Autor(a): niaa

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Ainda não entendi o porquê do "Cão".Sei lá, eu pareço um cachorro? Acho que não, ia ser muito óbvio.Acho que essa nem a Lilith, a voz de consciência sarcástica pode responder essa pergunta. Não tenho a mínima ideia de onde ela surgiu. Sei que no meu aniversário de 13 anos eu simplesmente senti ...


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