Fanfic: Um Diário Nem Tão Querido | Tema: Fantasia,
Eu nem tinha reparado que estava prendendo a respiração até soltar um longo suspiro. Por alguns bons instantes (que me pareceram horas, por sinal) eu fiquei parada como uma estátua enquanto Vincent, digamos (farejava? Não acho que ele ia gostar que eu falasse assim, mas...espera aí? Quem liga para o que o Vincent gosta? Eu com certeza não) farejava o ambiente a procura do espião. E não ouvia nada, mas ele parecia ter absoluta certeza de sua afirmação e seus olhos continuavam percorrendo meticulosamente todo o espaço em que estávamos. Então ele sorriu. Não foi o seu sorriso: Muito prazer, meu nome é Vincent e eu vou te matar. Foi um sorriso genuíno que aqui para nós, até que era bem bonito. Ele parecia bem mais jovem quando sorria assim, quase como um adolescente comum e despreocupado.
A mão que ele mantinha em volta do meu corpo saiu rapidamente e ele disse para o nada.
–Ora, ora Ciprian. E eu que pensei que homens civilizados não espiassem a conversa alheia.
Eu segui os olhos dele procurando ver alguém. Nada além da arquibancada caindo aos pedaços ou as enormes árvores já do lado de fora. Será que o Vincent havia ficado biruta? Depois da Maggie eu já não duvidava mais de nada.
–Vincent? – eu chamei tentando trazê-lo de volta à realidade.
Mas então antes que eu pudesse me irritar com o fato de ter sido completamente ignorada uma sombra surgiu por entre as pilhas de equipamentos de esporte velhos. Logo, a sombra tomou forma e eu vi que era um rapaz. O mesmo rapaz que eu vira na porta da casa dos Darin enquanto escrevia no diário. E eu tinha razão ele era bonito mesmo. Mas bonito de um jeito diferente. Agora eu podia ver melhor: ele tinha uma beleza clássica, seus traços firmes e até um pouco rústicos, mas apesar disso eram extremamente elegantes. Pele clara embora não tão pálida quanto a de Vincent, olhos castanhos e calmos, queixo quadrado e uma longa cabeleira negra emoldurando o rosto.
–E não o fazem, meu amigo – respondeu o estranho, sua voz soando levemente divertida acima de seu forte sotaque (que não consegui identificar de onde era).
Acho que fiquei muito tempo admirando, quer dizer observando o recém chegado pois Vincent estava me encarando com uma expressão estranha no rosto. Sua testa estava levemente franzida e uma sobrancelha arqueada como quem diz: sério?
Eu senti o meu rosto esquentar enquanto eu desviava o olhar para o chão que me pareceu incrivelmente bonito de uma hora para a outra.
–Eu não queria incomodar Vincent, mas não tive opção – ele se virou para mim – peço desculpas senhorita.
Eu só pude acenar porque falar estava além do meu alcance. Aquele cara falava como um cavaleiro andante. Como não ficar admirada?
Vincent que ainda me olhava estranho fez as devidas apresentações.
–Susan este é Ciprian um amigo meu. Ciprian esta é Susan Armstrong a garota da qual eu falei.
Que? Ele tinha falado de mim? Provavelmente nada de bom. Estendi a mão para o senhor importante que a levou aos lábios e beijou suavemente.
–É um prazer senhorita Armstrong – disse ele – os adjetivos que Vincent usou para descrevê-la realmente não lhe fazem jus. É uma jovem extremamente bonita.
Mais uma vez eu estava corando.Pelo canto do olho eu pude ver Vincent revirar os olhos. Definitivamente, eu gosto desse Ciprian. Nada de “garota irritante”,mas sim “jovem extremamente bonita”. Porque todos os caras não podiam ser assim?
–Chega desse papo furado – disse Vincent – você disse que queria falar comigo certo?
Ciprian corrigiu a sua postura e encarou Vincent.
–Sim. Preciso que venha comigo agora. Eu conto no caminho.
Vincent passou a mão pelos cabelos e acenou concordando.
–Tudo bem, vamos – ele se virou para mim – falamos depois.
Eu não gostei nem um pouco de ter minhas respostas adiadas, mas acabei concordando. Que outra escolha eu tinha afinal?
–Vá para casa e não fique andando por aí sozinha – continuou ele.
–Mais uma vez foi um prazer senhorita Armstrong. Espero poder vê-la novamente em breve – disse Ciprian depois de fazer uma mesura.
–Hã... tchau – eu disse – e é Susan!
Fiquei observando os dois se afastarem rapidamente conversando algo que parecia importante. O que será que estava havendo?
Não voltei para a sala de aula depois daquilo. Fiquei ali mesmo naquela parte solitária da escola pensando na história que tinha ouvido há pouco. Ainda tinha muitas perguntas pairando na minha cabeça e me deixando intrigada e principalmente, muito preocupada.
Tentando afastar esses pensamentos eu peguei meu livro de história e resolvi estudar um pouco. Eu não iria aparecer tão tarde na aula da senhora Mactagget, então era melhor aproveitar o silêncio e me preparar para a prova do senhor Miller.
Quando olhei para o meu relógio notei que já estava quase na hora de ir para casa.
–Caramba! – disse surpresa enquanto juntava as minhas coisas.
–Não sabia que é perigoso andar por aí sozinha? – disse uma voz detestável que eu lamentei conhecer.
Levantei meus olhos e vi Amanda e seu amigo/capanga Roger me olhando com sorrisos macabros nos rostos.
Eu xinguei mentalmente. Devia ter ouvido o Vincent.
–O que vocês querem? – perguntei com raiva. Eles não iam me meter medo, de jeito nenhum.
Roger sorriu mais abertamente.
–Matar você.
–Sabe – disse Amanda – a sua tia pode ficar por aí mentindo dizendo que você não é um problema, mas cá entre nós eu sei muito bem que você não é tão frágil como parece. Então vou matar você e depois o coven inteiro vai me agradecer por eu ter me livrado da ameaça que você é.
Eles se aproximaram eu me afastei deles. Pensei em gritar por ajuda, mas de onde eu estava era provável que ninguém me ouvisse. Olhei para a saída. Se eu conseguisse correr até o pátio eles não iam tentar nada contra mim em público. Eu acho.
Amanda percebeu o meu olhar e falou alto.
–Vai correr? Não é uma ideia muito inteligente.
Roger se aproximou de mim e eu joguei a minha mochila nele para distraí-lo e comecei a correr. Péssima ideia. Eu fui atingida por uma lufada de ar que me arremessou longe fazendo com que eu caísse em cima de umas das pilhas de objetos usados. O choque foi tão forte que me fez ver estrelas e me deixou com um horrível gosto de sangue na boca. Mas aquilo não era o pior de tudo. Pelo dor que eu estava sentindo ao respirar eu tinha certeza que tinha fraturado algumas costelas.
Tentei me mover, mas não obtive nenhum sucesso. Eu pude notar que Amanda e Roger se aproximavam de mim calmamente como se tivessem saboreando a vitória iminente. Eu apenas lutava para me manter consciente enquanto me esforçava ao máximo para tentar me levantar.
–Vamos acabar com isso – disse Roger para Amanda.
Ela assentiu e esticou a mão direita na minha direção. Quando ela fez isso, vários fios luminosos saíram de sua mão e começaram a se entrelaçar no meu corpo, uma delas em torno do meu pescoço. Eu já os tinha visto antes quando ela os usou contra o Vincent. Parecia muito menos horrível naquela noite.
Eu comecei a me desesperar quando senti a ar faltar nos meus debilitados pulmões. Não havia mais nada para fazer. Eu estava acabada.
Não! Disse um voz que só depois eu reconheci como minha. Eu não iria morrer ali. Precisava fazer algo. Tentei me concentrar. Não fazia ideia do que eu estava fazendo, mas de alguma forma parecia muito natural para mim. Eu senti uma energia poderosa me encher e direcionei toda essa energia para a mão direita da Amanda que pareceu não notar o que eu estava fazendo até ser tarde demais: um estalo e logo depois ele recuou gritando de dor enquanto saia fumaça da sua mão.
Os fios desapareceram e eu senti o meu corpo livre. Roger me olhou espantado enquanto ia socorrer Amanda que ainda gritava. Quando ele chegou perto dela a garota rosnou irritada.
–Eu não idiota! Acabe logo com ela!
Ele pareceu um pouco indeciso, mas logo veio na minha direção com ódio em seus olhos semicerrados.
No entanto ele não conseguiu chegar muito perto, pois foi acertado com um golpe forte na cabeça e caiu zonzo.
Kate correu até mim ainda segurando o seu taco de beisebol e chamou, sua voz soando aflita.
–Sue? Sue responde!
July também estava com ela e ficou na nossa frente para nos proteger.
–Saiam daqui! – disse ela - agora!
–Você devia nos ajudar Nomura – disse Amanda com desprezo.
Roger se levantou e eu pude ver o filete de sangue acima da sobrancelha. Ele foi até Amanda e os dois se afastaram rapidamente.
Foi a última coisa que notei antes de apagar completamente.
Autor(a): Tynna
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 23
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saturnx_ Postado em 17/03/2016 - 20:42:44
OII, TO AMANDO SUA FIC
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4444cissi Postado em 08/10/2015 - 20:12:08
Continua
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4444cissi Postado em 11/09/2015 - 09:46:06
CONTINUA!!!!
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4444cissi Postado em 08/09/2015 - 22:48:42
FINALMENTE POSTO!!! ESSA HISTÓRIA E TÃO BOA EU TAVA COM MEDO DE VOCÊ NÃO CONTINUA!!!!
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Carolzinha_Vondy Postado em 22/07/2015 - 20:32:06
Continua pls *-*
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4444cissi Postado em 07/07/2015 - 01:23:27
Gostei estou curiosa!! Eu acho que o Artur gosta dela!!!! Continua!!!
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Uma_Dulcete<3 Postado em 04/07/2015 - 01:18:22
Mas como assim??? Ela atacou mesmo o Arthur??? G-zuis!!! Continuaaaa
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Uma_Dulcete<3 Postado em 11/06/2015 - 00:56:56
coonnttiiinnuuuuaaaaaaaaaaaa
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Tynna Postado em 09/06/2015 - 20:56:52
Agradeço a todos os comentários. Tenho demorado para postar mesmo sorry! Tbm percebi agora que tinha pulado um capítulo mas já fiz a correção. Um beijo a todos
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Uma_Dulcete<3 Postado em 04/06/2015 - 20:49:31
Postaaaaa Maaaaiiiissssss!!!! :)