Fanfic: *Just Friends* (Terminada)

Pov Gabe:

Desci as escadas rindo, ela retribuiu o beijo, então quer dizer que sente algo por mim. Abri a geladeira e peguei uma latinha de cerveja, caminhei até a porta e sai encontrando Jake sentado sobre o capô de seu carro.

-Então você não desiste? – perguntei tomando um gole da latinha.

-O que faz aqui? – perguntou me olhando.

-Simples... Acabei de beijar tua namorada! – tomei outro gole mais longo da latinha e percebi que já estava acabando. A bebida gelada e áspera desceu pela minha garganta – Vai fazer o quê? – provoquei.

-Nada, porque sei que é mentira sua!

-Não é não! Você sabe que ela seria bem capaz disso, não sabe? – bebi o resto da cerveja e joguei a lata no chão.

-Não tenho ciúmes, até porque sei que ela está louca por mim. E se ela ficar com você não vai me contar, porque vai achar que está me magoando ou me traindo.

-Pois é então não fique bravo quando eu transar com ela! – falei sorrindo.

-Ela te acha um cretino! E pelo pouco que a conheço seu orgulho é maior que tudo! Aliás, tenho tudo planejado nos mínimos detalhes.

-O que vai fazer com ela? – perguntei engolindo minha própria saliva.

-Um bom jogador não conta os seus truques...

-E se esse jogador estiver trapaceando? Sempre existe alguém que descobre. Ela não tem culpa pelos seus pais.

-Mas os pais dela sim. E o que afeta a vida de um pai ou mãe? A segurança e a vida dos filhos!

-Eu vou acabar com você! –gritei o puxando pelo colarinho da camisa, joguei-o contra o capô do carro e me inclinei sobre ele – Se alguma coisa acontecer com ela, eu não vou me arrepender de te matar. Seu merda.

Meu olhar cheio de ódio encontrou o dele, que estava totalmente despreocupado diante a minha ameaça. Ele sorriu, só para me provocar.

-Experimenta! – disse ele.

Levantei uma das mãos e fechei os punhos, pronto para lhe acertar a cara. Ouvi um grito e quando minha mão ia pra seu rosto, acabei batendo no carro. Doeu mas fingir estar com raiva.

-BATE! –continuou ele.

-PAREM! – gritou Penélope.

Soltei Jake e me afastei, Penélope veio até nós e me encarou. Ela estava de pijama. Sei disso, porque estava usando uma calça jeans que era minha e uma camiseta do super-homem.

-Peh!- Jake a olhou e sorriu.

-Eu não vou mais a lugar nenhum! – ela parou seu olhar sobre mim – E você o que ainda faz aqui?

-A rua é pública fico aonde eu quiser! – respondi.

-Pois é, mas você esta na minha casa então, por favor, se retire? – ela apontou pra minha casa no outro lado da rua.

-Ta senhorita educação! – falei me afastando. Atravessei a rua e entrei em casa.

Corri até a sala e me aproximei da janela observando os dois do outro lado da rua. Os dois começaram a discutir e Penélope começou a gritar, Jake entrou no carro e saiu antes de terminar de ouvir Penélope que ainda ficou gritando enquanto o carro dele se afastava. E eu que via tudo tive que sorrir.

Na manhã seguinte, fiz o de sempre. Subi para a cozinha e bebi meu leite. Não encontrei Natacha. Resolvi que precisava separar urgente Jake e Penélope, eu o conhecia muito bem para saber que aquele cara não é de confiança. Fazemos faculdade juntos, e ele já se envolveu em várias brigas no campus, e vivia matando aula para cheirar cocaína com os “amigos” dele. E suas tatuagens eram contornos de símbolos de gangues. Eu não podia deixar minha Penélope, sim só minha, se envolver com ele. Ele deve ser capaz de matá-la... E eu não me perdoaria se isso acontecesse.

Peguei meu celular e disquei o número de Peter, o ex da Penélope. Se ela não queria minha ouvir, ela iria ouvir a sua segunda família, os garotos do skate park. Peter atendeu no terceiro toque.

-Alo?

-Peter... É o Gabe. Sabe o cara da moto...

-Sei quem você é! – ele pareceu tossir – O que você quer?

-Penélope!

-Você quer a Penélope?

-Não! – balancei a cabeça – Preciso que você e todos os garotos da pista de skate me encontrem na Prisma (a lanchonete mais badalada da cidade desde os anos 70).

-Por quê?

-Penélope está em perigo. Mas ela não sabe e não se eu contar a ela não vai acreditar. Precisamos ajudá-la, mas sem ela saber.

-Ok! Eu aviso os meninos, afinal Penélope é nossa segunda mãe por lá. E temos que cuidar da nossa família!

-Valeu cara! A gente se vê. Eu explico toda essa história lá!- desliguei sorrindo. Eu tinha conseguido.