Fanfics Brasil - 106° Capítulo A Aposta (Trendy e Barken)

Fanfic: A Aposta (Trendy e Barken) | Tema: RBD/Trendy/Barken


Capítulo: 106° Capítulo

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Capítulo 106


A verdadeira história de Dulce.


– Primeiramente, por que você ficou ouvindo atrás da porta, Anny? – a olhou com uma expressão um pouco decepcionada.


– Eu sinto muito, Dulce. Eu não queria, mas a curiosidade falou mais alto. E também, eu só quero ajudar.


– Você não pode me ajudar. Ninguém mais pode me ajudar.


– Mas então, me fale! Pra eu saber se realmente não dá pra te ajudar, confie em mim.


– Anny, eu...


– Dulce, por favor, eu me preocupo com você. Quero saber o que aconteceu. Eu prometo que não vou falar pra ninguém.


Dulce suspirou.


– Tudo bem. – se sentou melhor, pra conseguir encarar Anny. – Você nunca achou estranha essa história de eu ter vindo pra cá por causa da bipolaridade? Por que meus pais "não me aguentavam mais"? Aquilo era mentira. Mas, pra explicar melhor isso, preciso explicar desde o inicio de tudo, desde a minha infância. Meu pai bebia demais. Sempre voltava em casa caindo de bêbado, de início, pelo o que lembro, ele só quebrava as coisas, lembro que o interruptor de luz da nossa casa ficou quebrado durante anos, por uma vez que ele chegou bêbado em casa. Depois de um tempo, ele passou a bater na minha mãe. – Anny prendeu a respiração. – Meu irmão sabia, mas ele era uma criança. O que poderia fazer? Sempre que aconteciam essas coisas, eu estava dormindo, então não via nada. Mas eu era criança, não burra. Minha mãe usava maquiagem pra esconder, mas um dia eu peguei ela passando a maquiagem, era um hematoma horrível. Lembro que cheguei e perguntei o que era aquilo e ela respondeu que aquilo não era problema para criança, mas um dia eu entenderia. Mas o dia em que entendi não demorou muito pra chegar depois que ela disse aquilo. Fiquei acordada escondia até tarde um dia, era a véspera do aniversário do meu pai, e, sabe, comigo ele não era uma pessoa agressiva. Pelo menos até aquele momento. Como eu disse, fiquei acordada até mais tarde pra fazer uma surpresa pra ele, estava fazendo um desenho e pretendia dar pra ele quando chegasse do "trabalho". Assim que ele chegou em casa, eu me escondi do lado do sofá. Ele chegou mancando. – Dulce começou a chorar ao lembrar-se daquela noite. – Minha mãe estava dormindo no sofá, ele chegou na sala, olhou pra ela e derrubou ela do sofá pra acordá-la. Logo depois começou a socar e chutar ela, dizer que ela não tinha que estar dormindo, devia esperar por ele. – Dulce soluçou um pouco, Anny abraçou ela de lado, chocada com a história. - Eu resolvi me meter no meio, saí de trás do sofá e me coloquei entre eles, meu pai parou de bater nela durante alguns minutos. Olhou pra mim, pareceu se controlar, mas durou pouco. Logo começou a bater em mim também.


– Meu Deus! – falou, horrorizada com tudo aquilo. – Quantos anos você tinha?


– Cinco. – Anny ficou boquiaberta. Dulce enxugou as lágrimas e voltou à história. – Ele falava que eu deveria estar dormindo, que criança não era pra estar acordada, minha mãe se meteu no meio, tentando me proteger, mas isso só fazia ele empurrá-la para longe. Em um momento, ele acabou empurrando ela tão forte, que ela acabou batendo na estante, e se machucando de verdade. Ele parou de me bater, ao ouvir o barulho do impacto que aquilo fez. Olhou pra ela, mas não se aproximou, eu saí de perto dos pés dele e corri até minha mãe, vendo se ela estava bem. Estava com o rosto sangrando. Lembro daquilo como se fosse hoje. Foi muito traumatizante. Meu pai pegou uma garrafa de bebida que ficava na sala e se sentou na mesa da cozinha, colocando um pouco da bebida em um copo. Eu peguei o desenho que tinha feito pra ele, mesmo tendo acontecido tudo aquilo, ainda sim, era o aniversário dele. Mas eu entreguei pra ele, ele rasgou dizendo que não tinha tempo pra bobeiras e me arrastou pelo cabelo, até o meu quarto. - Anny fez uma cara de dor só de imaginar. - Nem consegui dormir direito naquela noite, chorei até tarde. Achei que no dia seguinte tudo iria melhorar, meu pai seria o mesmo de sempre, que ele iria no meu quarto e falaria que errou, pediria perdão, mas não foi assim. A cada dia só ia piorando, tinha dias que ele ia até o meu quarto enquanto estava dormindo pra me acordar só pra me bater. Ele começou a bater no meu irmão também. Foi horrível. Passei dos cinco, até os doze anos assim. Até que cansei daquela vida e fugi de casa. O nome da minha filha não foi dado em homenagem à minha tia à toa. Ela me hospedou. Contei tudo que estava acontecendo, ela me apoiou, disse que estava do meu lado. Fiquei meses com ela. Meu pai foi atrás de mim, mas ela se negou a deixá-lo me levar, disse que eu precisava de um tempo afastada. Meu pai não gostou nem um pouco, ameaçou processá-la, mas minha mãe conseguiu convencê-lo do contrário. Pode parecer egoísta da minha parte deixar minha mãe e meu irmão sozinhos nessa, mas pense que eu tinha doze anos e estava desesperada! - Dulce respirou fundo. - Em dois meses que eu estava lá, minha tia percebeu alguns comportamentos estranhos em mim. Mudava muito de humor e era muito explosiva. Ela resolveu me colocar num psiquiatra, e foi assim que eu descobri que tinha bipolaridade. Eu desenvolvi isso por causa dele, a culpa é toda dele! - ela disse com raiva. – Bipolaridade geralmente acontece por genética, ou por algum acontecimento muito traumático. Não tinha registro nenhum de bipolaridade na minha família. – Dulce olhou no fundo dos olhos de Anny. – Minha mãe e meu irmão iam quase todos os dias me visitar, quando descobriram isso, se tocaram que aquilo tinha que ter um basta. Meu pai acabou com a minha saúde mental! Aquilo precisava acabar. Eles acabaram internando meu pai em uma clínica, internaram na marra, porque ele não queria. Mas era necessário. Ele ficou meses naquela clínica. Perdeu a formatura do ensino médio do meu irmão. Igor foi pra faculdade, se mudou de casa. E eu voltei a morar com a minha mãe. Passamos meses sozinhas, até meu pai voltar. Ele realmente voltou mudado. Era uma outra pessoa. Depois daquilo, passamos anos bem, ele não tinha mais recaídas. Até o início do ano passado. Ele voltou a beber, com a minha mãe, graças a Deus, ele não fazia mais nada, mas vivia me agredindo verbalmente, dizendo que eu era uma fraca por ter desenvolvido bipolaridade, que eu deveria ser mais forte, não devia ter fugido de casa. Por um tempo foram só agressões verbais, mas daí eu conheci Pablo. Ele era o sonho de todas as meninas da minha escola, todas eram caidinhas por ele, e claro que eu também era. Me apaixonei por ele. Ele começou a me dar bola, e eu, ingênua, fui na onda dele. Foi ele quem tirou a minha virgindade, e ele me usava só pra isso, sabe? Descobri que ele ficava comigo e mais cinco meninas! Ele me enganava. Enganava a todas nós. Descobri porque uma das meninas veio falar comigo, e me mostrou provas de que ele era aquilo que estava falando mesmo. Me senti destruída, minha mãe me pegou chorando no dia em que eu descobri, contei tudo pra ela. E meu pai ouviu toda a conversa, ficou muito bravo comigo por eu ter me deixado enganar daquele jeito e ainda ter perdido a virgindade com um cara daqueles. Ele me bateu um monte naquele dia. Eu tentava me defender, mas ele é homem. Ele tem muito mais força. Minha mãe tentava impedí-lo, mas claro que não adiantava. Me vi naquele mesmo dia, quando eu tinha cinco anos, quando ele me bateu pela primeira vez. Vi que começaria todo aquele inferno de novo. Fugi de casa antes que aquilo piorasse. Fui pra casa do meu irmão naquela vez. Mas não fiquei nem um dia lá direito. Meu pai chegou lá no dia seguinte em que eu cheguei. Disse que eu era uma covarde e que já que eu gostava tanto de fugir, ia me ajudar a fugir de uma vez por todas. Então, ele me mandou pra cá. Pra morar com os meus tios. – Dulce enxugou as infinitas lágrimas que estavam em seu rosto e se encostou na cabeceira da cama, fechando os olhos, tentando se controlar do choro.


Anny não sabia o que falar, estava simplesmente horrorizada! Percebia que Dulce escondia muitas coisas, mas nunca pensara que eram coisas tão sombrias assim. Olhando para o pai dela também, ninguém nunca diria isso. O pai dela não tinha cara de ser assim. Em histórias desse tipo que você vê como não dá pra julgar pela aparência.


– Dulce... Eu nem sei o que dizer. – abraçou ela. – Eu... Que horror! Nem sei como você aguentou isso tudo. As duas foram interrompidas por uma enfermeira com chegou com Heloísa nos braços.


– Oi, mamãe! Olha quem chegou. – fazendo voz de bebê.


Dulce enxugou as últimas lágrimas que tinham em seu rosto e sorriu ao ver sua filha sendo levada até ela. Esqueceu toda aquela sua história de vida em um instante, só de ver sua filha.


Anny saiu de cima da cama e ficou do lado, esperando levarem a criança até Dulce. A enfermeira levou ela até Dulce que pegou-a no colo e fez um leve carinho na cabeça de sua filha.


– Precisa de alguma ajuda? – perguntou a enfermeira.


– Não, não. Já sei me virar sozinha. – Dulce colocou o seio pra fora, e aproximou Heloísa pra ela alcançar.


– Tudo bem então. Vou saindo, qualquer coisa me chame! – a enfermeira falou, Dul assentiu e ela se retirou.


Anny ficou ainda mais encantada quando viu sua sobrinha mamando. Que graça!


– Awn, meu Deus. Que coisa mais lindinha! – puxou o pézinho dela. – Não dá vontade de morder??


– Sim. – sorriu. – Anny, voltando ao assunto de antes. – ficou séria, deixando Anahí séria também. – Só a minha mãe, minha tia e meu irmão sabem disso. Os pais de Ucker desconfiam, sabem que tem alguma coisa a mais no papo de meu pai me trazer pra cá, mas não sabem a história inteira. Quando meu pai foi internado na clínica, nós inventamos que era por outros motivos, uma doença difícil de curar e que era contagiosa, por isso ele estava isolado em um clínica, sem poder receber visitas até se curar. Ninguém duvidou da gente. Então, isso é uma coisa sigilosa. É o meu "ponto fraco", aliás, não só meu, mas da minha mãe e do meu irmão também, então por favor, não fale pra ninguém. Nem mesmo pro Poncho. Eu pretendo contar isso pra ele, mas agora não é o momento.


– Tudo bem, Dulce. Não vou contar pra ninguém. Já até esqueci. – deu um tapa de leve na boca.


Dulce sorriu e voltou a olhar pra sua filha, que já tinha até dormido.


– Vamos falar sobre uma coisa boa então! Esses dias eu e Poncho estávamos conversando sobre quem seriam os padrinhos da Helo e eu acabei escolhendo você. – Anny soltou um gritinho e deu um pulo. – Não queria chatear a May, mas você é um pouco mais próxima de mim e...


– Sim! Sim!! Aah, que notícia maravilhosa!!! E quanto à May, deixa pro próximo filho de vocês. Eu sou mais importante mesmo, né? – jogou o cabelo, convencida.


– Próximo filho o cacete! Vai ser só a Heloísa, ninguém mais. Você não tem noção do quanto dói essa p/orra. Dói demais! Vale a pena, mas dói demais. Tirando o decorrer da gravidez, né? Que me obrigou a casar, e quase me deixou louca! Não sei se quero isso de novo.


– Ah, Dulce, não fala assim! Eu quero mais sobrinhos!


Dul revirou os olhos.


– Tá, voltando ao assunto principal... Apesar de você ter adorado a notícia e tal, tem uma coisa que eu sei que você não vai gostar.


– O quê?


– Eu e Poncho combinamos que eu escolheria a madrinha, e ele escolheria o padrinho, sem precisar eles realmente serem um casal. E, bom, você já deve saber quem ele escolheu, né? Eu escolhi minha melhor amiga, é lógico que...


– Não! Por favor, não me diga que é o Uckermann. – Dulce fez uma expressão como se aquilo fosse óbvio, e era mesmo. – Aff, sério? Que merda!


– Calma, amiga. Vocês só vão levar a criança até o altar da igreja. Não é como se vocês fossem obrigados a ficarem grudados pra sempre ou alguma coisa assim.


–Mas eu não o suporto! Até poucos minutos perto dele me incomodam.


Poncho apareceu no quarto.


– Desculpa incomodar a conversa de vocês. – se aproximou de Dulce, deu um selinho nela e um beijo na cabeça de sua filha.


– Alfonso, que história é essa de o Christopher ser o padrinho da Heloísa?


– Ah, Dulce já te contou?


– É! Eu não gostei nem um pouco disso!!


– Anahí, ele é meu melhor amigo há anos...


– Mas é um idiota! - falou um pouco mais alto.


– Mesmo sendo um idiota, continua sendo meu melhor amigo. E sempre esteve do meu lado, desde que somos muito pequenos, então, nada mais justo.


– Eu não acredito! Quero que saiba que eu não apoio nada isso, ok?


– Você apoiando ou não, já está decidido, sinto muito. – deu de ombros.


Anny bufou e saiu dali furiosa. Dulce fez uma cara de preocupada, mas Poncho negou com a cabeça.


– Relaxa, isso passa. É frescura. Logo ela se acostuma com a ideia. – deu mais um selinho nela e passou a admirar a filha que ainda dormia profundamente, enquanto ainda estava agarrada ao seio de Dulce.


 



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Autor(a): str4dlin

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Capítulo 107 Hora de descansar. – Eu sei. Eu conheço Anny também, ok? Mas não quero que ela fique chateada por isso. – Ela não vai ficar chateada não, relaxa que amanhã ela já não reclama mais disso. Aliás, você parede destruída. Não tinha dado uma dormida antes? – ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 144



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  • mimprincess Postado em 04/11/2015 - 12:06:53

    Muito linda a história da sua familia contt

  • barken_vondy Postado em 18/10/2015 - 13:24:18

    Muito linda a historia da sua familia ;) ainda bem que ele se arrependeu uma pena sua avó ter morrido antes. Continuaaaa tadinha da dul

  • MillaAlmighty Postado em 12/10/2015 - 14:16:18

    Continuuuuuuuuuuuuuuuuuaaaaaaaa

  • MillaAlmighty Postado em 10/10/2015 - 15:06:54

    Continuaaaaa

  • barken_vondy Postado em 09/10/2015 - 19:25:21

    CONTINUAA

  • mimprincess Postado em 09/10/2015 - 14:52:53

    contt

  • MillaAlmighty Postado em 08/10/2015 - 17:56:58

    MEU DEUS SERÁ Q VAI NASCER? CONTINUA

  • barken_vondy Postado em 28/09/2015 - 21:11:37

    Vc voltou :)) nao demora muito pra voltar, pf. Continua

  • MillaAlmighty Postado em 28/09/2015 - 18:16:49

    CONTINUAAAAAAAAAAAA

  • nathilimarbd Postado em 19/09/2015 - 18:19:47

    VOCÊ VOLTOUUUUU!!!!!!!!!!! Dei uma pulinho quando vi haha. A-D-O-R-O Percy Jackson! Vou dar uma olhada nessa fic. Fique conosco. Não nos abandone! Beijo


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