Fanfics Brasil - Capitulo 6 Um estranho Divórcio

Fanfic: Um estranho Divórcio


Capítulo: Capitulo 6

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Naquele momento soou o alarme do forno, avisando que a comida estava pronta.


— O jantar — ele murmurou, ainda abraçando-a, e beijou-a no nariz, afastando-se. — Vou buscar o seu leite.


— Não precisa. Eu me sinto bem melhor agora — Dulce falou. — Será que dá tempo para eu trocar de roupa?


Ele fez que sim, e Dulce dirigiu-se para o quarto.


Enquanto procurava por algo confortável para vestir, estava consciente de que alguma coisa estranha acabara de acontecer. Minutos atrás, estava furiosa e, agora, não sentia mais qualquer raiva, embora não estivesse totalmente convencida da inocência de Christopher.


Porém, pensava que, se ele tivesse lhe enviado o dinheiro, era porque se importava com ela. Talvez fosse esse pensamento que diluíra sua raiva, trocando-a por um forte e perigoso desejo.


Mas não podia ceder ao desejo, naquele momento. Isto poderia levá-los a um falso senso de harmonia, e tinham ainda muito o que fazer a fim de reconstruir seu relacionamento.


Procurando entre as roupas, achou o que desejava: um cafetã longo, de mangas compridas, que a cobria do pescoço até os pés. Nada poderia ser mais adequado.


Quando retornou à sala, Christopher havia posto a mesa com todo o capricho.


— Está muito bonito — ela elogiou, sorrindo.


— E você também. Sempre gostei dessa sua roupa.


Um silêncio se manteve durante toda a refeição, fazendo Christopher pensar no que acontecera à conversa animada que ele planejara. Porém, não sabia o que falar, a mente repleta da imagem encantadora de Dulce à sua frente. O tecido macio do cafetã colava-lhe nos ombros e nos seios, evidenciando seus mínimos movimentos e deixando-o quase hipnotizado. Se ela decidira deixá-lo maluco, estava se saindo muito bem.


— Temos sorvete para sobremesa — ele informou, quando terminaram. — E posso fazer um café, se quiser.


— Não, obrigada. Estou mais que satisfeita. Tudo estava uma delícia e eu comi demais. — Empurrou a cadeira para se levantar, a fim de levar os pratos para a cozinha, mas Christopher a deteve com um gesto.


— Fique aí, eu tiro a mesa. Quero que você descanse agora. Deite no sofá e espere um pouco, que logo vou lhe fazer companhia. Aluguei um bom filme para assistirmos.


Ela enviou-lhe um sorriso grato e fez o que ele dizia.


Depois que arrumou a cozinha, colocando os pratos na máquina de lavar, Christopher voltou para a sala. Encontrou a tevê ligada e Dulce deitada no sofá. Dormindo profundamente.


Desapontado, fez um grande esforço para não acordá-la. Afinal, estava exausta, depois de todos os acontecimentos daquele dia. Com um suspiro, pegou-a no colo e levou-a para o quarto de hóspedes.


No meio do caminho, lembrou-se de que teria de abrir o sofá-cama, antes de deitá-la e murmurando um "esqueça" levou-a para o seu quarto. Sabia que ela ficaria furiosa, quando acordasse e percebesse que estava ao lado dele, mas, naquele momento, não se importou.


 


Dulce acordou com a agradável sensação de ter Christopher ao seu lado. Deitada de costas, recostada a seu peito, sentia o braço dele em torno de si, a mão descansando sobre um de seus seios e a pressão inconfundível da firme ereção em seus quadris.


— Christopher? — perguntou baixinho. — O que estou fazendo aqui? Era óbvio que ele estava sonolento demais para responder, mas passou a mordiscar-lhe a nuca.


Não importava, ela pensou, estremecendo de prazer com aquela carícia delicada. Já imaginava o que teria acontecido: provavelmente dormira no sofá e, em vez de levá-la para a solidão daquele quarto de hóspedes, ele achara melhor deitá-la na confortável cama de casal.


Ficou mais alguns minutos deitada, imóvel, aproveitando as carícias deliciosas e o calor do corpo dele junto ao seu. Porém, ao olhar para o relógio viu que passava das sete horas. Já devia estar pronta há muito tempo.


Resoluta, pegou-lhe a mão e retirou-a de seu corpo, para que pudesse se levantar. Ele gemeu, em protesto.


— Volte para cá — pediu, meio dormindo.


— Nada disso, Christopher — ela falou, sorrindo ante o replay de suas famosas batalhas matinais. — Está na hora de levantar, dormimos demais. — Afastou-se depressa, antes que cedesse à tentação de voltar para a cama e esquecer todas as suas obrigações, e foi para a cozinha preparar o café.


Normalmente ela ia primeiro ao banheiro, mas desta vez ele foi mais rápido. Dulce tomou uma xícara de café e recostou-se no batente da porta do banheiro.


Não teve de esperar demais. Minutos depois, ele saía do banheiro enfumaçado, usando apenas uma toalha em volta da cintura. Gotas de água escorriam-lhe dos cabelos loiros, e Dulce reprimiu um impulso de pegar a toalha e enxugá-los.


— Oi! — ele cumprimentou, sorrindo. — Dormiu bem? — Parou, esperando a resposta para ver se ela estava de bom humor.


Dulce pensou em tornar-lhe as coisas difíceis, zangando-se com ele por tê-la levado para a cama sem o seu consentimento. Porém, Christopher parecia tão esperançoso, para não dizer sexy, que ela não teve coragem.


— Dormi quase doze horas seguidas — respondeu. — E você?


— Não dormi muito bem.


—    Sua consciência o incomodou muito?


Ele sorriu:


— Não. Diria que foram os hormônios que me incomodaram. Dulce tentou disfarçar o quanto se sentia atraída por aquele sorriso malicioso e pelo corpo quase nu à sua frente. Seus próprios hormônios andavam pregando-lhe peças ultimamente.


— Você está brava? — ele perguntou, ante seu silêncio. Ela fez que não, um pouco surpresa consigo mesma. Devia agir com tanta tolerância mais vezes, pensou ao entrar no chuveiro. Perdia a paciência com muita frequência e, quase sempre, Christopher era o alvo de seu mau humor.


Quando foi para a cozinha, mais tarde, encontrou Christopher falando ao telefone.


— Sim, ela está aqui — ele disse, entregando-lhe o fone. — É sua mãe.


Dulce sentiu que a culpa a invadia, quando cumprimentou a mãe. Desde que voltara da Europa, falara apenas rapidamente com ela, prometendo-lhe ligar mais tarde. Porém, havia esquecido.


— Espero que não se incomode de estar ligando tão cedo — Blanca Saviñón falou. — Mas neste horário as tarifas de interurbano são mais baratas. Sabe como seu pai fica, quando vem a conta do telefone.


Sim, ela sabia.


— Tudo bem, mamãe — respondeu. — Também posso ligar para você na hora do almoço, assim eu mesma pago a ligação.


— Ah, não — Blanca retrucou, parecendo horrorizada. — Pelo jeito que vão os seus negócios, acho que não deve estar esbanjando.


— Quer dizer que está sabendo.


Christopher aproximou-se com uma xícara de café quente e lhe entregou. Ela agradeceu com um sorriso.


— Sua prima Marsha leu a notícia no jornal e me contou. — Fez uma pausa. — Querida, por que não nos disse nada?


— Não queria incomodá-los — Dulce respondeu, incerta. — Além disso, é um problema meu.


— Mas nós queremos ser incomodados. Seu pai está muito preocupado e também um pouco triste por você não ter confiado em nós. Está prestes a pegar o carro e ir para Nova York.


— Ele não faria isso, não é, mamãe? — Dulce perguntou, quase em pânico. A ideia de ter seu pai por perto fazia seu estômago revirar, pois comparada à dele, a interferência de Christopher não era nada.


— Não, consegui convencê-lo de que não iria adiantar nada a presença dele aí. Mas, querida, se precisar de dinheiro, sabe que pode contar com seu pai.


— Posso ficar sem a ajuda dele — Dulce respondeu.


— Sei o que quer dizer — a mãe afirmou.


— E deve saber mais do que ninguém. É claro que papai adoraria me ajudar, contanto que fosse conveniente para ele. E, no momento oportuno, ele se aproveitaria para cobrar. — Dulce percebeu que Christopher a observava atentamente. — Nem vou considerar a oferta — concluiu.


— Acha mesmo que seu pai é assim tão duro? — Blanca perguntou, a voz embargada.


— Pode não ser duro, mas é egoísta e manipulador — Dulce desabafou, sem sentir a menor ponta de culpa. Amava seu pai, mas sabia reconhecer-lhe os defeitos.


— Você era apenas uma criança, naquela época — Blanca retrucou, e ambas sabiam o que "aquela época" significava. — Não tinha capacidade de compreender o que acontecia.


— Eu tinha dezesseis anos, mamãe. E pude ver e ouvir o suficiente para entender que ele lhe puxou o tapete. Papai destruiu seu sonho.


Houve uma longa pausa.


— Meu sonho era casar e criar uma família — Blanca falou, afinal.


Leal até o fim, Dulce pensou. Talvez sua mãe estivesse certa: ela nunca compreenderia.


— Por que não vem nos visitar? — Blanca juntou, impulsiva. — Talvez pudesse conversar com seu pai.


— Gostaria muito, mamãe, mas... — Dulce pensou numa dezena de desculpas, porém não forneceu nenhuma. — Talvez daqui a algumas semanas. Mas não vou mudar de opinião a respeito de papai. Além disso, estou indo bem, vou conseguir sair desta. Não preciso de ajuda.


Blanca suspirou.


— Ótimo, se é como você diz. Só mais uma coisa: se você e Christopher estão divorciados, por que ele atendeu o telefone?


— É uma longa história. Conto tudo quando for visitá-la. Blanca riu baixinho.


— Tudo bem, não precisa me contar, se não quiser. Mande um beijo para ele. Mesmo não sendo mais meu genro, ainda gosto muito dele.


— Eu lhe direi. — Dulce consultou o relógio, enquanto se despedia da mãe. Estava realmente atrasada.


— O que aconteceu? — Christopher perguntou.


— Mamãe mandou-lhe um beijo — ela respondeu, bebendo um último gole de café e pousando a xícara na pia.


— Não, quero saber sobre aquela conversa a respeito de seu pai — ele insistiu, impedindo-lhe a passagem para fora da cozinha.


Ela fez um gesto com a mão.


— Ah, aquilo... Não é nada, apenas uma história de família, bem antiga. Nada importante.


— Pois eu acho que é importante — Christopher discordou, com um estranho brilho no olhar.


— Christopher, estou atrasada para o trabalho. — Mal acabou de falar e o telefone tocou. — Oi, Annie.


— Aconteceu alguma coisa? — A secretária indagou.


— Não, só estou atrasada. — Dulce lançou um olhar significativo para Christopher. — O que é?


— Liguei para avisá-la que o dono de uma agência de propaganda quer falar com você. Talvez tenhamos um cliente à vista. O nome dele é Joe Spangler.


— Sei quem é. Pode ser um cliente formidável! — Dulce animou-se. Talvez nem todas as portas tivessem sido fechadas. — Mais alguma coisa?


Enquanto Dulce ouvia atentamente, Christopher concluiu que os negócios, agora, viriam em primeiro lugar e se afastou. Teria de esperar para satisfazer a curiosidade. Porém, não podia esquecer a conversa dela com a mãe: tinha certeza de que aquele assunto estava intimamente relacionado com a atual situação de Dulce. Iria descobrir o que era, nem que tivesse de ligar para Blanca e perguntar.


Dulce estava sentada à sua mesa, tentando decidir o que fazer. Acabara de conversar com Joe Spangler e o resultado não era dos melhores. Meses atrás, ele a vira conversando com Maureen Argenta numa festa e presumira, erroneamente, que ela fazia parte da Agência Mystique. Agora, queria Maureen como modelo para uma série de filmes de propaganda.


Ela sabia que deveria ter esclarecido logo o engano, mas apenas lhe dissera que iria conversar com Maureen. Agora imaginava se não teria sido muito dura com a modelo e se haveria alguma possibilidade de voltar atrás. Se Maureen concordasse em ser representada pela agência, conseguiria a conta de Joe.


Num impulso, procurou pelo número de Maureen em seu fichário e ligou para ela. A modelo atendeu com voz afetada:


— Alô?


Antes de falar, Dulce prometeu a si mesma não tomar qualquer decisão impensada. Iria apenas sondar as possibilidades.


— Oi, Maureen, aqui é Dulce. Sei que está em cima da hora, mas imaginei se não gostaria de almoçar comigo.


— É claro que sim, querida — a modelo respondeu, parecendo se animar. — É só dizer a hora e o lugar.


Depois que combinaram o encontro, Dulce desligou, sentindo um estranho mal-estar por aquela situação. Semanas atrás, sequer cogitaria em contratar Maureen.



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Autor(a): AnnaLuz

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Depois que combinaram o encontro, Dulce desligou, sentindo um estranho mal-estar por aquela situação. Semanas atrás, sequer cogitaria em contratar Maureen. Quando estava saindo para o almoço, Annie a chamou, a fim de atender a um telefonema. — É o sr. Winson, do banco — informou. Ela voltou para atender e, depois de cinco min ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 108



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  • beatris Postado em 18/01/2018 - 19:59:47

    Cara amei essa história, cheia de amor, companheirismo, e superação realmente linda

  • stellabarcelos Postado em 12/10/2015 - 23:44:01

    Isso sim é uma verdadeira história de amor! Lindos! Parabéns!

  • candy_wilt Postado em 08/05/2014 - 13:42:52

    Nem acredito que eu perdi o final dessa tb!Ai que raiva de mim pq eu sempre perco o fim das tuas webs?!Aff...o fim foi mara essa história é tão perfeita...ainda não acredito que só li hj!Agora vou ir pra sua outra fic né...essa eu juro que não vou perder o finalkk é sério... besitos<3

  • gabivondy Postado em 04/05/2014 - 21:56:22

    humm poxa ja acabo :( mais foi lindo o final <3

  • tai Postado em 04/05/2014 - 21:13:25

    Foi lindo o final, mas pena que acabou. Mas vamos para outra.

  • babar_slon Postado em 04/05/2014 - 15:20:21

    Mas já, eu não quero que a web acabe!!!! Mas eu estou curiosa para saber como as coisas vão ficar. POSTA MAIS!!!!!!!!!!

  • lulu_vondy Postado em 04/05/2014 - 14:58:27

    ahn num acredito que essa web ja esta acabando... vo chorar :( termina ela hj pra matar minha curiosidade... na verdade eu to com mil ideias na cabeça pensando qual delas sera o fim... to curiosa posta mais please

  • vondy_eterno Postado em 04/05/2014 - 14:39:19

    Poxa vida :( ja ta acabando...Posta mais quero mais!!!!

  • tai Postado em 04/05/2014 - 13:21:28

    posta posta posta, não acredito que já vem o ultimo capitulo, não vai nos deixar na curiosidade vai? Please mais mais

  • gabivondy Postado em 04/05/2014 - 13:14:14

    posta que pena que ja ta acabando :(


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