Fanfics Brasil - Capitulo 13: Maite (Parte III) Entre o Agora e o Nunca - Herroni {Adaptada}

Fanfic: Entre o Agora e o Nunca - Herroni {Adaptada} | Tema: Herroni


Capítulo: Capitulo 13: Maite (Parte III)

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— É? — ele vira o queixo, parecendo curioso.


 


— É — digo. — Sem falar que isso meio que infringiria minha regra básica número um.


 


Ele pisca e sorri.


 


— Ah, você automaticamente presumiu que eu ia me oferecer como cobaia? — Seus ombros se agitam com uma risada discreta.


 


Ai!


 


Tento não parecer ofendida. Não sei se está funcionando, então uso outra tática.


 


— Bom, espero que não — comento, piscando. — Você não faz meu tipo.


 


Ah, sim, roubei a bola; acho que ele se assustou agora!


 


— E o que eu tenho de errado? — Alfonso pergunta, mas já não acredito nem um pouco que meu comentário tenha sido ofensivo. Normalmente, as pessoas não sorriem quando estão chateadas.


 


Viro o corpo completamente, apoiando as costas na porta do táxi, e o olho de alto a baixo. Estaria mentindo descaradamente se dissesse que não gosto do que vejo. Ainda não encontrei nada nele que não faça meu tipo. Aliás, se não fosse pelo fato de que não tô a fim de nada dessas coisas de sexo, de sair, de namorar nem de amor, Alfonso Hererra seria o tipo de cara no qual com certeza eu investiria, e pelo qual Dulce babaria descaradamente.


 


Ela iria colocá-lo no meio dos peitos.


 


— Não tem nada de “errado” em você — admito. — Mas é que eu acabo ficando com... caras mais mansos.


 


Pela terceira vez, Alfonso joga a cabeça para trás e ri.


 


— Mansos? — Alfonso repete, ainda rindo. Ele balança a cabeça algumas vezes e acrescenta: — É, acho que você tem razão em dizer que não sou lá do tipo mais manso. — Ele levanta um dedo, como se fosse apresentar um argumento. — Mas a coisa mais interessante é você dizer que “acaba ficando” com eles. O que você acha que isso significa?


 


Como é que ele roubou a bola de mim? Eu nem vi.


 


Espero que Alfonso dê a resposta, mesmo a pergunta tendo partido dele. Ele ainda está sorrindo, mas há algo muito mais meigo e perspicaz em seu sorriso agora, em vez da zombaria de sempre.


 


Ele não diz nada.


 


— Eu-eu não sei — digo distraidamente, e então olho para ele. — Por que isso precisa ter algum significado, afinal?


 


Ele balança a cabeça de leve, mas se limita a olhar para a frente enquanto o táxi entra no estacionamento perto da rodoviária. O Chevy Chevelle 1969 do pai de Alfonso é único carro no pátio. Acho que eles curtem mesmo carros antigos.


 


Alfonso paga a corrida e nós saímos.


 


— Boa noite pra você, cara — ele diz, acenando, quando o taxista vai embora.


 


Acabo caindo num silêncio pensativo depois que partimos no Chevelle, pensando no que ele disse, mas esqueço o assunto quando paramos na frente da casa imaculada do pai dele.


 


— Uau — exclamo, boquiaberta, enquanto saio do carro. — É muita casa.


 


Ele fecha a porta do seu lado.


 


— É, meu pai tem uma empresa grande de construção e projetos — ele explica casualmente. — Vem, não quero ficar muito tempo aqui, Christian pode aparecer.


 


Ando com ele pelo caminho paisagístico cheio de curvas que leva para a porta da casa de três andares. É um lugar tão luxuoso e impecável que não posso imaginar o pai dele morando ali. O pai de Alfonso parece um homem simples, não alguém tão materialista quanto a minha mãe.


 


Mamãe desmaiaria numa casa assim.


 


Alfonso procura uma chave e a enfia na fechadura.


 


Ela estala e se abre.


 


— Não quero ser enxerida, mas por que teu pai ia querer morar numa casa desse tamanho?


 


O saguão cheira a potpourri de canela.


 


— Que nada, isso é coisa da ex-mulher, não foi lance dele não. — Eu o sigo até a escadaria forrada de carpete branco. — Ela é legal; Linda, aquela que ele mencionou no hospital; mas não conseguiu conviver com o meu pai, e eu não posso culpá-la.


 


— Achei que você ia dizer que ela casou com o seu pai por dinheiro.


 


Alfonso balança a cabeça enquanto subimos a escada.


 


— Não, não foi assim. Simplesmente é difícil conviver com o meu pai. — Ele enfia o chaveiro no bolso direito da frente do jeans.


 


Dou uma olhadinha na*******de Alfonso naquele jeans enquanto ele sobe a escada na minha frente. Mordo o lábio inferior e em seguida me estapeio mentalmente.


 


— Este é o meu quarto. — Entramos no primeiro quarto à esquerda. Está bem vazio; parece mais um depósito com algumas caixas bem empilhadas contra uma parede bege, alguns equipamentos de musculação e uma estátua indígena esquisita no canto, parcialmente embrulhada em plástico. Alfonso vai até o amplo closet e aperta o interruptor da luz. Fico no meio do quarto, de braços cruzados, olhando ao redor e tentando não parecer curiosa demais.


 


— Você disse que “é” o teu quarto?


 


— É — ele diz de dentro do closet —, pra quando venho visitar, ou se um dia eu quiser vir morar aqui.


 


Chego mais perto do closet e o vejo mexendo em roupas penduradas como penduro as minhas.


 


— Vejo que você também tem TOC.


 


Ele me olha interrogativamente.


 


Aponto para as roupas organizadas por cor em cabides iguais de plástico preto.


 


— Ah, não, não mesmo — ele explica. — A faxineira do papai entra aqui e faz essa*******Eu tô me lixando se minha roupa tá no cabide, muito menos arrumada pela cor, é muita... peraí... — Ele se afasta das camisas e me olha de lado. — Você faz isso com a tua roupa? — Ele corre o dedo horizontalmente pelas camisas.


 


— Faço — confesso, mas me sinto esquisita admitindo isso para ele —, gosto das minhas coisas organizadinhas, e tudo tem que ter um lugar.


 


Alfonso ri e volta a mexer nas camisas. Sem olhar muito para elas, puxa algumas e alguns jeans dos cabides e joga tudo sobre o braço.


 


— Não é estressante? — ele indaga.


 


— O quê? Deixar minha roupa organizadinha?


 


Alfonso sorri e joga o pequeno monte de roupas nos meus braços.


 


Olho para elas, sem graça, e novamente para ele.


 


— Deixa pra lá — ele desconversa, e aponta para trás de mim. — Pode guardar isso na mochila pendurada no banco de exercícios?


 


— Claro — digo, e as levo para lá.


 


Primeiro ponho tudo sobre um banco de vinil preto, depois pego a mochila que está pendurada no apoio dos halteres.


 


— Então, pra onde a gente vai primeiro? — pergunto, dobrando a primeira camisa da pilha.


 


Ele ainda está fuçando no closet.


 


— Não, não — ele diz lá de dentro; sua voz chega meio abafada —, nada de planejamento, Mai. Vamos só pegar o carro e rodar. Nada de mapas, nem planos, nem... — Ele pôs a cabeça para fora do closet e sua voz está mais clara. — O que você tá fazendo?


 


Ergo o olhar, com a segunda camisa da pilha já meio dobrada.


 


— Dobrando suas camisas.


 


Ouço um tum-tum quando ele deixa cair um par de tênis pretos e vem do closet na minha direção. Quando chega, me olha como se eu tivesse feito algo errado e tira a camisa dobrada das minhas mãos.


 


— Não seja tão perfeitinha, gata; só enfia tudo na mochila.


 


Ele faz isso para mim, como se quisesse me mostrar como é fácil.


 


Não sei o que chama mais minha atenção: sua aula de desorganização ou o frio na minha barriga quando ele me chamou de “gata”.


 


Dou de ombros e deixo que ele guarde as roupas do jeito dele.


 


— A roupa que você usa não importa muito, na verdade — ele continua, voltando para o closet. — Só o que importa é aonde você vai e o que está fazendo enquanto a usa.


 


Ele joga o par de tênis preto para mim, um de cada vez, e eu pego.


 


— Enfia isso também, se não se importa.


 


Faço exatamente o que ele diz, literalmente socando o tênis na mochila, e fico horrorizada ao fazê-lo. Ainda bem que, pelo estado das solas, o tênis não parecia ter sido usado, senão eu ia ser obrigada a protestar.


 


— Sabe o que eu acho sexy numa garota?


 


Ele está de pé, com um braço musculoso bem acima da cabeça, mexendo numas caixas na prateleira mais alta do closet. Consigo ver a parte de baixo daquela tatuagem do lado esquerdo do corpo dele, saindo da barra da camisa.


 


— Hum, não sei — digo. — Garotas que vestem roupas amarrotadas? — Torço o nariz.


 


— Garotas que acordam e vestem qualquer coisa — ele responde, pegando uma caixa de sapatos.


 


Ele sai do closet carregando a caixa na palma da mão.


 


— Aquele look acabei-de-acordar-e-tô-pouco-me-lixando é sexy.


 


— Entendi — digo. — Você é um desses caras que desprezam maquiagem, perfume, todas essas coisas que fazem as garotas serem garotas.


 


Ele me entrega a caixa de sapatos e, como fiz com as roupas, olho para ela com ar de interrogação.


 


Alfonso sorri.


 


— Não, não odeio, só acho que o simples é sexy.


 


— O que você quer que eu faça com isso?


 


Bato na tampa da caixa com o dedo.


 


— Abra.


 


Olho para a caixa, indecisa, depois para ele. Ele balança a cabeça para me motivar.


 


Levanto a tampa vermelha e vejo um monte de CDs nas capas originais de plástico.


 


— Meu pai era preguiçoso demais pra instalar um MP3 no carro — ele começa — e na estrada nem sempre o rádio pega bem; às vezes não dá pra achar nenhuma estação decente.


 


Ele tira a caixa de sapatos das minhas mãos.


 


— Esta vai ser nossa playlist oficial. — Ele abre um sorrisão, revelando todos os seus dentes perfeitos e brancos.


 


Eu, nem tanto. Faço uma careta e torço um canto da boca amargamente. Está tudo lá, todas as bandas que ele mencionou quando o conheci no ônibus, e várias outras de que nunca ouvi falar. Tenho quase certeza de que ouvi 99% daquelas músicas vez ou outra por causa dos meus pais. Mas se alguém me perguntasse o nome desta ou daquela canção, ou de que disco é, ou que banda está cantando, eu provavelmente não


 


saberia.


 


— Que legal — comento sarcasticamente, sorrindo e enrugando o nariz para ele.


 


Seu sorriso só aumenta. Acho que ele adora me torturar.


 


 


 



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MAITE FICA LINDINHA quando a torturo. Porque ela gosta.   Não sei como me meti nisto, mas o que sei é que por mais que minha consciência berre nos meus ouvidos, dizendo para deixá-la em paz, não consigo. Não quero.   Já fomos longe demais.   Eu sei que eu deveria ter terminado tudo na rodoviária, com ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 41



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  • Luise Sinis Postado em 31/05/2016 - 15:02:55

    Ei cade vc, fanfic perfeita, já faz muito tempo que vc nao posta, volta pfvvvvv

  • camila_ Postado em 05/04/2014 - 23:50:48

    Eu sinceramente queria comentar capítulo por capítulo, mas não vai dar, assim que der passo aqui, pink promess, rsrs, eu não te abandonei não linda, eu amo suas fics e não conseguiria ficar longe delas, mas enfim, eu vou aparecer e comentar sempre que der, Beijinhos *-*

  • juh_perroni_rodriguez Postado em 05/04/2014 - 15:43:16

    L3itor4 nov4 vou começar a ler sua fic agora vou tentar acompanhar ok?Adoro você..Bjuuss de fuego..

  • juliaesoares Postado em 31/03/2014 - 18:48:15

    eu sou fantasma </3 desculpa, hihi. POSTA SIM?

  • danielaporto Postado em 31/03/2014 - 14:22:12

    Hey, sou uma leitora fantasminha hehe, acompanho todas as suas webs, mas na hora de comentar a preguiça me consome :/ mas vou me esforçar okay ? Rsrs beijos :*

  • camila_ Postado em 29/03/2014 - 15:11:41

    Essa May é uma onda, eu to aqui pensando na Dulce, elas não vão se acertar mesmo, né? E May é meio louca, ela sai pra viajar pra um lugar que el não conhece ninguém, kkkk' e inda quase é estuprada, Oh meu Deus !

  • camila_ Postado em 29/03/2014 - 15:09:00

    Herroni *-* Eles vão vijar juntos *-*, sim isso é loucura, mas acho que vai ser boom, :)

  • camila_ Postado em 29/03/2014 - 15:04:17

    Poxa vida, eu estava muito desatualizada, ele já foi embora, voltou, salvou *--* e eu aqui lerda, Vix, Posta Mais *-*

  • camila_ Postado em 25/03/2014 - 19:32:29

    OMG', nem tenho mais tempo pra comentar, mas amanhã eu passo aqui e nas outras que ainda não comentei, Beijos *-*

  • biaherroni Postado em 24/03/2014 - 19:58:56

    Posta Mais, leitora nova, estou simplesmente amando a web


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