Fanfics Brasil - Capitulo 15: Maite (Parte III) Entre o Agora e o Nunca - Herroni {Adaptada}

Fanfic: Entre o Agora e o Nunca - Herroni {Adaptada} | Tema: Herroni


Capítulo: Capitulo 15: Maite (Parte III)

24 visualizações Denunciar


— Não foi tão difícil, foi? — ele pergunta, me olhando com um sorrisão.


 


— Até que foi estimulante — admito, e em seguida dou uma risada aguda. — Você deixou todo mundo puto.


 


Alfonso dá de ombros.


 


— As pessoas estão sempre com pressa demais. Se você respeita o limite de velocidade, corre o risco de ser linchado.


 


— Verdade — concordo, e olho para a frente através do para-brisa. — Mas preciso confessar: normalmente, sou uma dessas pessoas. — Fico envergonhada em admitir.


 


— É, eu também, às vezes.


 


Tudo fica quieto de repente, e é o primeiro momento de silêncio que ambos notamos. Me pergunto se ele está pensando a mesma coisa que eu, curioso a meu respeito e querendo fazer perguntas, como estou curiosa sobre muitas coisas nele. É um daqueles momentos que são inevitáveis, e que quase sempre marcam a fase em que duas pessoas começam a se conhecer de verdade.


 


É muito diferente de quando estávamos juntos no ônibus. Então achávamos que nosso tempo era limitado, e que, como nunca mais nos veríamos, não havia motivo para falar muito do lado pessoal.


 


Mas as coisas mudaram, e agora só sobrou o pessoal.


 


— Me fala mais da sua melhor amiga, essa Dulce.


 


Mantenho os olhos na estrada por alguns longos segundos e respondo devagar, pois não sei ao certo de que parte devo falar.


 


— Bem, se é que ela ainda é sua melhor amiga — Alfonso acrescenta, de alguma forma percebendo a animosidade.


 


Olho para ele.


 


— Não é mais. Ela é meio capacho do namorado, por falta de uma explicação melhor.


 


— Você tem uma explicação melhor, tenho certeza — ele argumenta, voltando a olhar para a estrada. — Talvez apenas não queira explicar.


 


Tomo uma decisão.


 


— Não, quero explicar sim, na verdade.


 


Ele parece feliz com isso, mas mantém uma postura respeitosa.


 


— A gente se conhece desde o primário — começo —, e eu achava que nada poderia destruir nossa amizade, mas tava tão enganada... — Balanço a cabeça, revoltada só de pensar nisso.


 


— Bem, o que aconteceu?


 


— Ela escolheu o namorado em vez de mim.


 


Acho que ele esperava uma explicação mais detalhada, e eu pretendia explicar melhor, mas foi assim que saiu.


 


— Você que a obrigou a escolher? — ele pergunta, erguendo um pouco a sobrancelha.


 


Eu me viro para olhar para ele.


 


— Não, não foi nada disso. — Dou um suspiro longo e profundo. — Derrick, o namorado dela, ficou sozinho comigo uma noite e tentou me beijar e disse que tava a fim de mim. Quando dei por mim, Dulce tava me chamando de vaca mentirosa e dizendo que nunca mais queria me ver.


 


Alfonso balança a cabeça com vigor, mostrando que entende completamente, agora.


 


— Uma garota insegura — ele comenta. — Deve estar com ele faz tempo, né?


 


— É, uns cinco anos.


 


— Essa sua melhor amiga acredita em você, sabia?


 


Olho para ele, confusa.


 


Ele balança a cabeça.


 


— Acredita, sim; pensa bem, ela te conhece praticamente há uma vida. Você acha que ela ia jogar fora uma amizade como essa por não acreditar em você?


 


Continuo confusa.


 


— Mas ela fez isso — digo simplesmente. — Foi exatamente o que ela fez.


 


— Não — Alfonso discorda —, isso é só uma reação, Mai. Ela não quer acreditar em você, mas nem tão no fundo sabe que é verdade. Só precisa de tempo pra pensar a respeito e ver o que realmente aconteceu. A ficha dela vai cair.


 


— Bom, quando cair, posso não querer mais nada com ela.


 


— Talvez — ele diz, dando seta para a direita e mudando de faixa —, mas você não me parece ser esse tipo de pessoa.


 


— Que não perdoa? — digo.


 


Ele concorda com a cabeça.


 


Ultrapassamos uma carreta lenta e entramos na frente dela.


 


— Sei lá — digo, já sem saber o que pensar —, não sou mais como eu era.


 


— Como você era?


 


Também não sei. Levo um segundo para encontrar uma maneira de não falar de Guido.


 


— Eu era divertida, extrovertida e... — rio de repente, quando a lembrança faz cócegas na minha mente — ... e pulava pelada num lago gelado todo inverno.


 


O rosto lindo de Alfonso se distorce por inteiro num sorriso curioso e cheio de energia.


 


— Uau — ele diz —, tô até vendo isso...


 


Dou outro soquinho no braço dele. Sempre sorrindo. Ele finge que doeu, mas eu sei que não.


 


— Era um evento beneficente pro hospital da minha cidade — explico —, eles faziam todo ano.


 


— Pelada? — Ele parece totalmente confuso, à parte estar com o maior sorrisão só de pensar nisso.


 


— Bem, não totalmente pelada — digo —, mas só de top e shortinho naquela água gelada, é como estar pelada.


 


— Cacete, preciso começar a participar de eventos beneficentes quando eu voltar — ele diz, batendo com a mão no volante. — Não sabia o que eu tava perdendo.


 


Ele controla o sorriso um pouco e olha para mim de novo.


 


— E por que isso é uma coisa que você fazia?


 


Porque foi Guido que me convenceu a fazer, e fiz junto com ele por dois anos.


 


— Parei mais ou menos um ano atrás, é só uma dessas coisas que você para de fazer.


 


Tenho a sensação de que ele não acredita que esse seja o único motivo, por isso mudo de assunto para distraí-lo.


 


— E você? — pergunto, virando o corpo para lhe dar toda a minha atenção. — Que tipo de loucura você já fez?


 


Alfonso franze os lábios, pensativo, olhando para a estrada. Ultrapassamos mais uma carreta e entramos na frente dela também. O trânsito está diminuindo à medida que nos afastamos da cidade.


 


— Já surfei em cima do capô de um carro. Não foi bem uma loucura, foi mais idiotice mesmo.


 


— É, muita idiotice.


 


Ele estica o braço esquerdo e mostra a parte interna do pulso.


 


— Caí daquela*******e abri um corte no pulso sei lá como. — Olho para a cicatriz de 5 centímetros que segue da parte de baixo do polegar para o braço. — Rolei na estrada. Rachei a cabeça. — Ele aponta para o lado direito da nuca. — Levei nove pontos aqui e mais 16 no pulso. Nunca mais faço isso.


 


— Bom, espero que não — digo severamente, ainda tentando ver a cicatriz através do seu cabelo castanho.


 


Alfonso segura o volante com a outra mão e pega a minha, pondo seu dedo indicador sobre o meu para me guiar.


 


Chego mais perto, deixando que ele mova a minha mão.


 


— Foi bem... aqui — ele diz, ao encontrar a cicatriz. — Tá sentindo?


 


Sua mão solta a minha, mas eu a olho por um momento.


 


Voltando a prestar atenção na cabeça dele, olho e corro o dedo por uma linha claramente irregular no couro cabeludo, e separo seu cabelo curto com os dedos. A cicatriz tem uns 2 centímetros e meio. Passo o dedo nela mais uma vez e tiro a mão relutantemente.


 


— Você deve ter muitas cicatrizes — digo.


 


Ele sorri.


 


— Não muitas; tenho uma nas costas onde Christian me bateu com uma corrente de bicicleta, girando como se fosse um chicote (faço uma careta e cerro os dentes). E quando eu tinha 12 anos, tava levando Asher no guidão da minha bicicleta. Bati numa pedra. A bicicleta virou pra frente e jogou nós dois no concreto. — Ele aponta para o nariz. — Quebrei o nariz, mas Asher quebrou um braço e levou 14 pontos no cotovelo. Mamãe achou que a gente tinha batido num carro e tava mentindo só pra livrar a nossa cara.


 


Continuo olhando para o seu nariz perfeito; não vejo nenhum sinal de que já tenha sido quebrado.


 


— Tenho uma cicatriz esquisita em forma de L no lado de dentro da coxa — Alfonso continua, apontando o lugar. — Mas essa eu não vou te mostrar. — Ele sorri e segura o volante com as duas mãos.


 


Fico vermelha, porque bastaram mesmo dois segundos para começar a imaginá-lo tirando a calça para me mostrar.


 


— Ainda bem. — Rio, e me apoio no painel para levantar um pouco minha camiseta da Smurfette. Vejo que ele está me olhando e isso me dá uma sensação estranha na barriga, mas eu a ignoro. — Fui acampar uma vez — digo —, pulei de umas rochas na água e bati numa pedra, quase me afoguei.


 


Alfonso franze a testa e estica o braço, roçando os contornos da pequena cicatriz na minha anca. Um arrepio sobe pela minha espinha até a nuca, como se algo gelado estivesse correndo no meu sangue.


 


Ignoro isso também, o melhor que posso.


 


Deixo a camiseta cair no lugar e me encosto no banco.


 


— Bom, ainda bem que você não se afogou. — Seus olhos se enchem de ternura.


 


Sorrio para ele.


 


— É, ia ser péssimo.


 


— Com certeza.


 


 


 


 


 


Por hj é só!



Compartilhe este capítulo:

Autor(a):

Este autor(a) escreve mais 25 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)



Loading...

Autor(a) ainda não publicou o próximo capítulo



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 41



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • Luise Sinis Postado em 31/05/2016 - 15:02:55

    Ei cade vc, fanfic perfeita, já faz muito tempo que vc nao posta, volta pfvvvvv

  • camila_ Postado em 05/04/2014 - 23:50:48

    Eu sinceramente queria comentar capítulo por capítulo, mas não vai dar, assim que der passo aqui, pink promess, rsrs, eu não te abandonei não linda, eu amo suas fics e não conseguiria ficar longe delas, mas enfim, eu vou aparecer e comentar sempre que der, Beijinhos *-*

  • juh_perroni_rodriguez Postado em 05/04/2014 - 15:43:16

    L3itor4 nov4 vou começar a ler sua fic agora vou tentar acompanhar ok?Adoro você..Bjuuss de fuego..

  • juliaesoares Postado em 31/03/2014 - 18:48:15

    eu sou fantasma </3 desculpa, hihi. POSTA SIM?

  • danielaporto Postado em 31/03/2014 - 14:22:12

    Hey, sou uma leitora fantasminha hehe, acompanho todas as suas webs, mas na hora de comentar a preguiça me consome :/ mas vou me esforçar okay ? Rsrs beijos :*

  • camila_ Postado em 29/03/2014 - 15:11:41

    Essa May é uma onda, eu to aqui pensando na Dulce, elas não vão se acertar mesmo, né? E May é meio louca, ela sai pra viajar pra um lugar que el não conhece ninguém, kkkk' e inda quase é estuprada, Oh meu Deus !

  • camila_ Postado em 29/03/2014 - 15:09:00

    Herroni *-* Eles vão vijar juntos *-*, sim isso é loucura, mas acho que vai ser boom, :)

  • camila_ Postado em 29/03/2014 - 15:04:17

    Poxa vida, eu estava muito desatualizada, ele já foi embora, voltou, salvou *--* e eu aqui lerda, Vix, Posta Mais *-*

  • camila_ Postado em 25/03/2014 - 19:32:29

    OMG', nem tenho mais tempo pra comentar, mas amanhã eu passo aqui e nas outras que ainda não comentei, Beijos *-*

  • biaherroni Postado em 24/03/2014 - 19:58:56

    Posta Mais, leitora nova, estou simplesmente amando a web


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais