Fanfic: Entre o Agora e o Nunca - Herroni {Adaptada} | Tema: Herroni
— O que vai querer? — diz o cara alto atrás do balcão quando fico na ponta dos pés e me sento num dos banquinhos.
— Cuba-libre.
Ele começa a preparar meu drinque.
— Ah, vai pegar pesado, é? — diz, enchendo o copo de gelo. — Que tal me mostrar sua identidade? — Ele exibe os dentes.
Aperto os lábios para ele.
— Tá, eu te mostro minha identidade quando você me mostrar seu alvará pra vender bebida alcoólica. — Abro um sorriso ao responder, que ele retribui.
Ele termina de misturar a bebida e a desliza na minha direção.
— Eu não bebo muito, sabe? — digo, tomando um gole do canudinho.
— Não bebe... muito?
— Bom, esta noite acho que vou precisar tomar umas a mais. — Deixo o copo no balcão e mexo na fatia de lima da borda.
— Por quê? — o barman pergunta, enxugando o balcão com um guardanapo de papel.
— Peraí — retruco, levantando um dedo —, antes que você fique com alguma ideia errada, não tô aqui pra me abrir com você, essa coisa de terapia de balcão de bar. — Dulce já é terapia suficiente para mim.
Ele ri e joga o guardanapo de papel em algum lugar atrás do balcão.
— Bom saber disso, porque não sou muito de dar conselhos.
Tomo mais um gole, mas me curvando em vez de erguer o copo do balcão; meu cabelo solto cai ao redor do meu rosto. Eu me endireito e prendo um lado do cabelo atrás da orelha. Realmente detesto deixar meu cabelo solto; o trabalho que ele dá não compensa.
— Bem, se você quiser mesmo saber — continuo, olhando para ele —, fui arrastada pra cá pela minha incansável melhor amiga, que provavelmente ia fazer alguma coisa constrangedora comigo enquanto eu dormisse e tirar fotos pra me chantagear se eu não viesse.
— Ah, uma dessas — ele comenta, apoiando os braços no balcão e juntando as mãos.
— Já tive um amigo assim. Seis meses depois que minha noiva me largou, ele me arrastou pra um clube perto de Baltimore, e eu só queria ficar em casa e curtir minha fossa, mas, no fim das contas, aquela noite foi exatamente o que eu precisava.
Que legal, esse cara acha que já me conhece, ou no mínimo conhece minha “situação”. Mas ele não sabe nada sobre a minha situação. Talvez tenha acertado no lance do ex ruim — porque todos acabam tendo um ou uma assim —, mas o resto, o divórcio dos meus pais, meu irmão mais velho, Cole, indo pra cadeia, a morte do amor da minha vida... não estou a fim de contar nada pra esse cara. Assim que você conta seus problemas pra alguém, vira uma chorona e o menor violino do mundo começa a tocar. A verdade é que todo mundo tem problemas; todos nós enfrentamos dificuldades e dor, e minha dor é o paraíso comparada com a de muitas outras pessoas, e não tenho lá muito direito de me queixar.
— Pensei que você não fosse de dar conselhos — desconverso, com um sorriso doce.
Ele se afasta do balcão e diz:
— Não sou, mas se você tirar algum proveito da minha história, fique grata.
Dou um sorrisinho e finjo que tomo um gole, desta vez. Não quero beber muito, na verdade, e com certeza não quero ficar bêbada, especialmente considerando o pressentimento de que sou eu que vou ter que dirigir na volta. Tentando tirar de mim o foco da conversa, apoio um cotovelo no balcão, o queixo na mão e digo:
— E o que aconteceu naquela noite?
O lado esquerdo da sua boca se ergue num sorriso e ele diz, agitando a cabeça:
— Transei pela primeira vez desde que ela me abandonou, e lembrei como é bom se desacorrentar de alguém.
Eu não esperava uma resposta dessas. A maioria dos caras que conheço teria mentido sobre seu horror a relacionamentos, especialmente se estivesse me paquerando. Até que gosto desse cara. Só como pessoa, claro; não tô a fim, como Dulce diria, de ficar de quatro pra ele.
— Entendi — digo, tentando conter a verdadeira dimensão do meu sorriso. — Bom, pelo menos você é honesto.
— Não tem outro jeito de ser — ele diz, pegando outro copo e começando a preparar outra cuba-libre para si. — Descobri que hoje em dia a maioria das garotas têm tanto medo de compromisso quanto os caras, e quando somos francos desde o início, é mais provável que uma transa ocasional não deixe sequelas.
Balanço a cabeça, pegando o canudinho com a ponta dos dedos. De jeito nenhum vou admitir abertamente, mas concordo completamente com ele, e acho sua filosofia de vida até estimulante. Nunca pensei tanto a respeito, mas por mais que eu queira distância de qualquer relacionamento, continuo humana e não me incomodaria com uma transa ocasional. Só que não com ele. Ou com qualquer um neste lugar. Tudo bem, talvez eu seja cagona demais pra uma transa ocasional e a bebida já esteja começando a bater. A verdade é que nunca fiz nada do tipo, e embora a ideia seja um tanto empolgante, me deixa morta de medo. Só transei com dois caras até hoje: Guido Becker, meu primeiro amor, que tirou minha virgindade e morreu num acidente de carro três meses depois, e Douglas Deering, com quem me envolvi para preencher a ausência do Guido, o babaca que me traiu com uma vadia ruiva.
Fico contente por nunca ter retribuído aquela frase venenosa de três palavras que começa com “eu” e termina com “você”, pois no fundo eu sentia que ele não fazia nem ideia do que estava dizendo quando vinha com essa conversa. Por outro lado, talvez ele fizesse, e foi por isso mesmo que, depois de cinco meses de namoro, o Douglas arrumou outra: porque eu nunca disse o mesmo pra ele.
Olho pro barman e noto que ele está sorrindo, esperando pacientemente que eu diga alguma coisa. Esse cara é bom, ou então só está mesmo querendo ser simpático. Admito que é gatinho; não deve ter mais de 25 anos e tem olhos castanhos doces, que sorriem antes dos lábios. Noto como os bíceps e o peitoral são definidos por baixo da camiseta colada. E ele é bronzeado; com certeza passou a maior parte da vida perto do mar.
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Paro de olhar quando noto que minha mente está vagando, pensando nele de calção de banho e sem camisa. — Eu sou o Ucker — ele diz. — Sou irmão do Rob. Rob? Ah, tá, o dono do Underground. Estendo a mão e Ucker a aperta delicadamente. — Maite, mas pode me chamar de Mai.   ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 41
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Luise Sinis Postado em 31/05/2016 - 15:02:55
Ei cade vc, fanfic perfeita, já faz muito tempo que vc nao posta, volta pfvvvvv
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camila_ Postado em 05/04/2014 - 23:50:48
Eu sinceramente queria comentar capítulo por capítulo, mas não vai dar, assim que der passo aqui, pink promess, rsrs, eu não te abandonei não linda, eu amo suas fics e não conseguiria ficar longe delas, mas enfim, eu vou aparecer e comentar sempre que der, Beijinhos *-*
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juh_perroni_rodriguez Postado em 05/04/2014 - 15:43:16
L3itor4 nov4 vou começar a ler sua fic agora vou tentar acompanhar ok?Adoro você..Bjuuss de fuego..
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juliaesoares Postado em 31/03/2014 - 18:48:15
eu sou fantasma </3 desculpa, hihi. POSTA SIM?
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danielaporto Postado em 31/03/2014 - 14:22:12
Hey, sou uma leitora fantasminha hehe, acompanho todas as suas webs, mas na hora de comentar a preguiça me consome :/ mas vou me esforçar okay ? Rsrs beijos :*
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camila_ Postado em 29/03/2014 - 15:11:41
Essa May é uma onda, eu to aqui pensando na Dulce, elas não vão se acertar mesmo, né? E May é meio louca, ela sai pra viajar pra um lugar que el não conhece ninguém, kkkk' e inda quase é estuprada, Oh meu Deus !
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camila_ Postado em 29/03/2014 - 15:09:00
Herroni *-* Eles vão vijar juntos *-*, sim isso é loucura, mas acho que vai ser boom, :)
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camila_ Postado em 29/03/2014 - 15:04:17
Poxa vida, eu estava muito desatualizada, ele já foi embora, voltou, salvou *--* e eu aqui lerda, Vix, Posta Mais *-*
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camila_ Postado em 25/03/2014 - 19:32:29
OMG', nem tenho mais tempo pra comentar, mas amanhã eu passo aqui e nas outras que ainda não comentei, Beijos *-*
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biaherroni Postado em 24/03/2014 - 19:58:56
Posta Mais, leitora nova, estou simplesmente amando a web