ANAHI
Coloquei Nate para dar um cochilo e decidi pegar o tempo livre para usar o vídeo de ioga que tinha comprado no iTunes.
Eu precisava melhorar algumas partes do meu corpo pós-bebê. Dulce tinha me dito para tentar yoga. Mas encontrar tempo para fazer yoga já era outra estória. A última vez que Nate tirou uma soneca e tentei fazer yoga, Alfonso tinha acabado de chegar em casa e nós acabamos nus no sofá novamente.
Nós nos tornamos profissionais em sexo oral. Não que o Alfonso precisasse ficar melhor, mas posso dizer que eu aprendi a dar um boquete assassino. A campainha tocou antes que o vídeo começasse então pressionei pausa e fui ver quem era. Alfonso não estava aqui, logo não poderia ser Grant.
Eles estavam juntos. Abrindo a porta, meus olhos encontraram Bell, talvez eu devesse começar a olhar pelo olho mágico a partir de agora. Minha frequência cardíaca aumentou e me amaldiçoei por eu ter deixado meu telefone no chão na sala de jogos. Não havia bolsos nas minhas calças de ioga.
— O Alfonso está? - Ela retrucou.
Eu me encolhi mentalmente. Ele não estava aqui e não tinha certeza se deveria deixá-la entrar. Mas, então, como eu poderia deixá-la na porta? Ela era irmã de Alfonso.
— Ele saiu com Grant há algumas horas. Algo sobre Dereck. - Eu estava falando demais.
Já que não era da minha conta.
— Você vai me deixar entrar? Ou devo voltar mais tarde? - O tom enojado de sua voz, com a ideia de que eu tinha o poder de não deixar que ela entrasse por que a casa agora era minha, era óbvio.
Eu não queria deixá-la entrar, mas depois Alfonso poderia querer vê-la. Ele apenas mencionou sobre ela algumas noites atrás. Ele se perguntava onde e como ela estava.
— Ok. - respondi.
Eu tinha certeza que Grant não queria vê-la também, mas não estava disposta a deixá-la saber que eu sabia de tudo. Eu não iria tocar no assunto. Apressei-me a subir os degraus e fui pegar meu telefone.
Eu ligaria para Alfonso e, em seguida, iria checar Nate... Talvez eu pudesse matar o tempo sozinha com ele lá em baixo me escondendo. Pegando o telefone disquei o número de Alfonso.
— Ei baby, está tudo bem? - ele perguntou quando atendeu.
— Hum... Depende do que você considera bem - eu disse. - Sua irmã está aqui.
— Dê a volta, cara. Eu preciso ir para casa agora. - Alfonso disse Grant. - Estou no meio do caminho. Ela está bem? Está sendo legal? Você a deixou entrar?
— Sim, não muito e sim - respondi.
— Ela não está sendo agradável. Merda, Anahi. Sinto muito. Por que você a deixou entrar?
— Bem, porque ela é sua irmã, Alfonso. Eu não ia recusar de deixar sua família entrar na sua casa. - Alfonso respirou fundo.
Eu sabia o que aquilo significava. Ele estava frustrado.
— Anahi. Se algum dia eu ouvir você chamar a casa de minha de novo eu vou explodir. Essa é a nossa casa. A porra* da nossa casa. Se você não quer deixar alguém entrar, então não deixe. Me chame, eles podem esperar nos malditos degraus até que eu possa chegar. Eu só quero que você fique confortável em sua própria casa.
— Ok. Bem, eu a deixei porque você a ama e eu te amo. Não há motivo maior - Alfonso soltou uma risada baixa.
— Bell é, e sempre será, provavelmente, a única pessoa que eu amo e não espero que você seja boa com ela. Ela precisa aprender com essa merda. Ela não aprendeu ainda. Você pode mandá-la embora, chutar sua a bunda para fora, o que você quiser. Não aceite as merdas que ela vomita contra você. - Eu decidi que não iria contar a ele sobre a acusação dela de que Nate poderia não ser dele. Ele iria enlouquecer se soubesse.
— Apenas se apresse - eu implorei.
— Cinco minutos - ele prometeu.
Eu desliguei e empurrei o celular no meu sutiã esportivo antes de ir ver como Nate estava. Abrindo a porta, eu esperava encontrá-lo chutando e murmurando para as criaturas marinhas penduradas no móbile. Sorrindo, eu caminhei até ele e seus olhinhos se deslocaram até se trancarem com os meus.
Ele chutou mais duro ao me ver e meu coração apertou.
— Acho que não foi uma boa soneca - disse a ele, inclinando-me para pegá-lo. - Eu nem sequer consigo fazer yoga e o bumbum da mamãe precisa de um pouco de exercício. - Sua cabecinha tentou se enterrar no meu peito. Não era hora de ele comer, mas quando acordava, ele sempre queria o que estava por baixo da minha blusa.
Assim como seu pai. Sorrindo eu o levei para o trocador e coloquei uma fralda limpa nele, enquanto se mexia. Ele odiava ter sua fralda mudada. Eu o peguei de volta e lhe beijei os lábios franzidos. As lágrimas pararam e ele abriu a boca tentando conseguir algo para comer novamente.
— Agora não senhor. Você comeu apenas há uma hora - eu lhe disse antes de sair pela porta.
Eu não queria levá-lo para baixo. Estava com medo do que Bell diria a respeito dele. Não acho que poderia lidar com isso se ela fosse ruim com o meu bebê. A porta da frente soou e deixei escapar um suspiro de alívio. Alfonso estava em casa.
— Papai chegou - eu sussurrei. Carreguei Nate pelas escadas e ouviu as vozes de Alfonso e Bell. Não era difícil. Ela já estava levantando a voz.
Alfonso deve ter tentado corrigi-la por me deixar desconfortável em casa. Eu decidi não levar Nate para a cozinha ao ouvir o pai gritando com Bell. Saímos pela porta da frente. Nate adorava ir lá fora e ver as ondas. A brisa do mar iria abafar as palavras de raiva de Bell. Começamos a caminhar em direção à praia.
— Anahi, você poderia trazer Nate aqui em cima? - Alfonso perguntou olhando para mim da varanda. Aparentemente, ele queria que Bell conhecesse Nate.
Entendi o motivo dele querer que sua irmã conhecesse seu filho, mas ela odiava a mãe dele, de modo que isso podia não ser tão sábio. Fiz uma pausa e olhei para Nate. A mãe em mim queria levá-lo e correr de volta para o andar superior, nos trancando em segurança dentro do quarto dele. Mas ele era filho de Alfonso também. Dei um beijo na têmpora do bebê.
— A irmã do papai, Bell não é muito agradável. Você vai ter que aprender a ignorar ela. - Sussurrei em seu ouvido, mais para mim do que para ele, desde que ele não tinha ideia do que eu estava dizendo.
Quando cheguei ao degrau mais alto Alfonso estava me esperando.
— Se você quiser que eu o segure para você não entrar lá, tudo bem. Mas se você quiser ir lá, eu juro que ela vai se comportar ou vou jogá-la para fora de casa. - Eu não estava prestes a mandar meu bebê para ver o lobo mau e não ir com ele. Se ele tivesse que enfrentar Bell, eu também iria. Eu o segurei mais apertado contra mim e balancei a cabeça.
— Eu quero estar com ele. - Alfonso balançou com a cabeça. Eu pude ver pelo olhar em seu rosto que ele entendeu.
Ele abriu a porta para nós e deu um passo para trás para que pudesse caminhar dentro com Nate. Bell estava sentada na bancada do bar com um olhar irritadiço em seu rosto. Ela se virou e seus olhos foram para Nate. Eu podia ver o momento em que ela percebeu que cada característica do pequeno era de Alfonso. Ele nem sequer tinha meus olhos. Ele era todo Alfonso.
— Acho que ele é seu, afinal de contas - disse ela.
Parei e dei um passo para trás batendo no peito de Alfonso. Seu braço veio em torno de mim e ele me segurou lá.
— Você queria vê-lo. Cuidado com o que você diz para a mãe dele. Desculpe-se por essa última observação estúpida ou eu vou levá-la até a porta. - Os olhos de Bell queimaram com fúria e eu tive a sensação que Alfonso tinha começado algo que realmente não precisávamos em nossa casa. Mas ela respirou fundo e levantou os olhos cheios de ódio contra mim.
— Sinto muito - ela retrucou.
Ela não quis dizer isso, mas o fato de Alfonso ter a feito dizer valeu à pena.
— Posso segurá-lo? - Bell perguntou, erguendo o olhar para Alfonso.
Fiquei dura como uma tábua. Se ele dissesse que sim, eu iria correr dali com Nate. Havia tanta coisa que ele poderia me pedir.
— Provavelmente não é uma boa ideia. Com você olhando para a mãe dele desse jeito, eu não acho que ela vai se sentir segura em entregálo. - Bell fez uma careta.
— Ele é seu filho também.
— Ele é. Mas Anahi é a mãe dele. Eu não deixaria nada acontecer que a deixasse desconfortável.
— Deus, Alfonso, onde estão as suas bolas?
— Segundo strike, mana. - Bell revirou os olhos e se levantou do banquinho.
Ela olhou para Nate e seus olhos se suavizaram um pouco. Era difícil não amá-lo. Ele era tão bonito como o pai.
— Minha mãe adoraria conhecê-lo - disse Bell, puxando a alça da bolsa em seu braço. - Você deveria pelo menos enviar-lhe uma foto.
— Mamãe não dá a mínima para seus próprios filhos, Bell. Você sabe disso. Por que ela se importaria com o meu? - Bell não vacilou. Ela apenas deu de ombros.
— Boa pergunta. - Nate começou a mexer nos meus braços. Ele estava tentando chegar aos meus seios novamente.
Mudei-lhe de posição em meus braços e Alfonso se aproximou dele.
— Dê ele a mim. Ele não estará pensando sobre o leite enquanto estiver comigo. - Eu entreguei Nate e ele se acalmou imediatamente, olhando para Alfonso. Ele era fascinado pelo pai.
— Você é bom com ele. Eu não estou surpresa. Você vem trabalhando no papel de pai por tanto tempo - disse Bell.
Foi à primeira coisa boa que havia dito desde que tinha chegado aqui.
— Eu sou apenas bom no que faço, porque observo Anahi. Ela que me ensinou tudo. - Bell não gostou dessa resposta e não era verdade. Ele tinha sido natural desde o primeiro dia. Comecei a falar quando Bell empurrou seu banco para trás, raspando no chão.
— Eu só queria ver a criança e deixar você saber que eu estou melhor. Se você quiser me ver, estarei na cidade por alguns dias. Eu não estou aqui para criar um vínculo com sua pequena família, mantenha isso em mente. - Vi quando ela saiu da cozinha, seguindo pelo corredor em direção à porta da frente sem dizer uma palavra.
Alfonso não respondeu.
— E ela ainda é uma cadela - Alfonso murmurou. Eu me virei para olhar para ele que estava franzindo a testa. - Sinto muito por ela ter falado com você desse jeito - disse ele.
— Eu ignoro tudo o que ela diz. Ela quer que eu seja o vilão e tenho medo que sempre seja assim. Está tudo bem. Eu não me casei com ela - eu respondi.
Nate ouviu a minha voz, e moveu sua cabeça para me olhar, antes de começar a chorar. Ele me queria por causa dos meus seios. Eu sorri e estendi a mão para levá-lo.
— Eu vou ter que alimentá-lo novamente. Ele não deve ter se alimentado bem na última vez. Olha como está determinado a comer de novo. - Alfonso o entregou para mim.
— Merdinha de Sorte. - Eu o chutei, quando ele deu uma gargalhada que eu amava.
— Está com fome? - Ele perguntou.
— Sim. Morrendo. Você pode me fazer um sanduíche? - Perguntei a ele antes de ir para a sala de estar para me sentar confortável na cadeira.
— Qualquer coisa para você - ele respondeu.
ObG pelos comentários vcs tao maravilhosas! E bem vinda as nvs leitoras obg por ler 😘😍