Fanfic: ∞ Quase por Acidente ∞ Terminada | Tema: Vondy

Quando ela terminou de contar eu estava petrificado, com o sangue correndo nas veias como se fossem explodir a qualquer momento. Não sabia ao certo o que pensar sobre "Seu pai não está na cadeia graças a mim", nem sobre "Essa criança", eu estava completamente chocado. A única coisa que eu entendia bem era o que ele tinha feito com ela. Pablo estava ameaçando Dulce esse tempo todo. Senti as lágrimas jorrarem dos meus olhos como se fossem fogo liquido. Elas arderam ao cair, talvez por causa do tamanho da raiva que eu estava sentindo.

Xxx – Calma, parece que vai desmaiar! – Mas eu não estava nem perto de disso. Sem conseguir responder, levantei, e ela levantou tentando me segurar. – Por favor, não faça nada agora! Se você brigar só vai piorar tudo, você precisa estar calmo pra arranjar uma solução!

Ucker – desgraçado! – Era a única palavra que conseguia dizer. Eu sabia que ela estava certa, mas como controlar tanta fúria?

Xxx – Christopher, pensa na Dulce!!! A gente não sabe o que aconteceu, o que o pai dela fez, a gente não sabe de nada! Se você fizer alguma coisa é capaz dele dizer tudo e complicar todo mundo! – Não dava pra parar, não dava pra mandar nos meus músculos. Eu continuei andando mesmo com ela quase pendurada em mim. – Por favor, espera a Dulce chegar! Ah, meu Deus, se eu soubesse não tinha dito nada disso... – de repente ela estava soluçando. Acabei parando. Ela estava certa. O alívio dela foi tão grande que não se conteve e me abraçou. Eu correspondi, por que afinal eu era muito grato. Quando levantei o olhar, vi Dulce parada na porta, arfando e com o rosto avermelhado. Soltei a garota imediatamente, olhando pro seu rosto e me sentindo o cara mais estúpido do mundo.

Ucker – Dulce... – Nunca me senti tão culpado em toda a minha vida como me sentia agora, pela maneira como a tinha julgado. Não dava acreditar que enquanto ela passava por isso eu estava lá, culpando-a. As lágrimas voltaram a jorrar dos meus olhos sem que eu pudesse controlar, e então ela se aproximou.

Dulce – Encontrei... – Sem que disséssemos mais nada, andamos lado a lado de volta pra sala. Eu nem percebi quando a garota se separou de nós. Mas naquele momento, estava muito concentrado em digerir tudo. Sentia vontade de tomá-la nos braços, mas eu não podia, ainda. O vídeo horroroso do nosso trabalho foi transmitido pra sala toda, muitos riram das nossas roupas, algumas meninas gritaram, mas eu não tinha muito espaço pra encabulamentos. Fui até onde Dulce estava, juntando toda a minha coragem, enquanto esperávamos que o sinal tocasse.

Ucker – Dulce, precisamos conversar...

Dulce – fala... – Disse ela, sem me olhar.

Ucker – preciso falar contigo agora! Mas aqui não...

Dulce – mas, Ucker não podemos sair... – Disse como se fosse algo óbvia, de maneira natural.

Ucker – nós devemos, Dulce...

Dulce – eu não posso, o Pablo... – A interrompi.

Ucker – O Pablo não vai te fazer nada! Ele ta na diretoria agora, ele nem vai ver... – Ela concordou hesitante, mas pro meu alívio, concordou.

Depois de fugir da escola, andamos relativamente rápido, mas sem dizer nada. Quando ela começou a arfar eu diminuí o passo, não queria maltratá-la mais.

Dulce – por que não me diz logo aonde vamos?

Continua...