Fanfic: ∞ Quase por Acidente ∞ Terminada | Tema: Vondy

" Ucker – você está mesmo indo embora? – falei incrédulo, mas não com o entusiasmo que estava sentindo por dentro.

Anny – Sim, vou voltar pra capital e passar um tempo com minha mãe, até que Alfonso se resolva por aqui... – Disse entusiasmada. E eu não entendi exatamente.

Ucker – Como assim?

Anny – Você sabe que ele mora lá e veio ficar uns tempos de "férias" com a família né? Ele ia voltar antes, inclusive tínhamos combinado de ir juntos, mas por causa dos problemas com a irmãzinha ele resolveu adiar... – Disse rolando os olhos."

Dulce – Lá eu vou trabalhar com ele, talvez depois que o bebê estiver maior eu termine meus estudos, e tente alguma carreira independente, mas por enquanto eu não posso fazer muitos planos... – E respirou fundo, antes de continuar. – Só assim eu vou me livrar do Pablo... – Uma angústia semelhante a que eu havia sentido durante esses dias me invadiu. Talvez fosse egoísmo, por que de fato, estar longe daquele cretino era a prioridade... Mas e eu? Há algumas horas eu estava contando os segundos para não ter que vê-la, para não me torturar... Mas agora que eu sabia de tudo... Deus?! Como eu pude chegar a pensar que conseguiria viver sem ela, sem vê-la, sem ouvir sua voz... Como?! Segurei seu rosto entre as mãos, num gesto de um desespero que até então, eu não tinha me dado conta.

Ucker – Não, Dul! Não, você não pode ir embora... – A dor em seus olhos, ardeu em mim como uma chicotada. Eu estava me sentindo terrível. – Dul, eu te amo... – Ela segurou minhas mãos, que estavam em seu rosto, e mais lágrimas brotaram de seus olhos.

Dulce – eu sei... – Isso não passou de um murmúrio. – Obrigada por tudo, por ter cuidado de mim, por ter me amado mesmo que eu não mereça esse sentimento... Quando eu vi aquele vídeo hoje, nossa... – E suspirou, com um sorriso triste no rosto, e as lágrimas ainda rolando por suas bochechas. – Eu também de amo Uncker... Pela primeira vez na vida, me senti completa, me senti parte de algo, me senti especial... – Ela soltou as minhas mãos e nos abraçamos ao mesmo tempo.

Ucker – Então fica, Dul!

Dulce – eu não posso meu amor... Se eu ficar, todo mundo vai sofrer... Meus pais, eu, você... – Ela estava certa. Eu estava sendo tão egoísta, que já podia sentir nojo. Me senti completamente derrotado, não sabia mais como argumentar, não conseguia encontrar uma solução onde ela pudesse sair beneficiada, sem que eu tivesse que perdê-la. – Não chora meu amor, por favor... – Disse ela soluçando, e só aí percebi que eu também estava soluçando, como uma criança.

Ucker – quando? – Foi a única coisa que consegui dizer, em meio ao chororo. Ela se aninhou em meus braços, e respondeu com um pouco de dificuldade.

Dulce – domingo... – A apertei em meus braços, acariciando de leve suas costas. Cada dia a amava mais, cada dia a perdia mais. Eu não podia pedir que ela ficasse... Eu precisava ir com ela. Roubei um selinho demorado, matando um pouco da saudade de sua boca, e só depois eu disse.

Ucker – você esperaria por mim?

Dulce – como?

Ucker – Se eu pudesse ir pra lá e ficar com você... Você me esperaria? – Seus olhos se iluminaram.

Dulce – está falando sério? – E uma súbita apreensão a dominou. – Mas como você vai ficar por lá? E a escola? Não, Ucker! Você não pode!

Ucker – isso eu preciso ver com a Dona Alexandra, e bom, eu preciso tomar uma ducha e pensar bastante por que... Uau aconteceu muita coisa hoje! – Disse deslizando o polegar pela sua bochecha, e ela aquiesceu com a cabeça, sorrindo de lado.

Dulce – é claro que eu vou esperar por você... Quanto tempo for preciso! – E me abraçou novamente. A emoção era tão forte, que não sei o que eu faria se não estivéssemos numa praça, e se as pessoas já não estivessem olhando pra nossa cena de filme romântico. A enchi de beijos pelo rosto, até por fim tomar seus lábios, com saudade, uma mistura de alívio, surpresa, medo, apreensão, desejo... Nos beijamos até o fôlego faltar... Sempre ele!

Continua...