Fanfic: ∞ Quase por Acidente ∞ Terminada | Tema: Vondy

Ale – conheço o bastante dela! Você vai encontrar outra namoradinha, vai se apaixonar de novo, isso tudo é algo que passa! Eu sei que gosta dela, mas eu não posso apoiar isso! Deixe ela ir embora, ela precisa seguir a vida dela, por que agora ela tem outras responsabilidades pela frente! E você ainda é muito novo, não vou deixar que estrague sua vida cuidando do filho dos outros! – Senti um embrulho no estômago ouvindo tudo aquilo. O que eu ia dizer? Que ia arrumar um emprego e sustentar nós três na capital? Não! O que um garoto da minha idade conseguiria como emprego? Como eu estudaria pra seguir uma carreira? Ela não aceitaria nunca... Fiquei completamente desarmado naquele momento. Eu tinha certeza que Pablo era o único culpado pela gravidez da Dul, eu já sabia as brutalidades que ele fazia com ela, e tudo por culpa de alguma coisa que o pai dela devia! Lembrei então, da segunda vez que fui deixá-la em casa...

" Ficamos calados durante o resto do caminho. De repente ela voltou a ficar pensativa. Quando chegamos na casa dela, as luzes estavam acesas, e podia-se ouvir gritos. Ela ficou sem jeito. - O que é isso?

Dulce - essa é a minha família... - Disse ela entristecida. - brigam o tempo inteiro... As vezes meu pai até dorme fora... - Ela estava envergonhada. Tive vontade de acolhê-la.

Ucker - puxa. que barra...

Dulce - é... Não sei se dá pra dizer que isso é uma família... - Ela olhou pra casa, com os olhos cheios d`água.

Como eu poderia deixá-la sozinha justamente agora? Quando eu sabia que ela era a maior vítima de tudo. Levantei e respirei fundo. Eu nunca tinha brigado com minha mãe. Sempre fomos só nós dois, e sempre nos cuidamos, e nos entendemos muito bem, mas dessa vez eu precisava desafiá-la.

Ucker – sinto muito mãe, não vou abandonar a Dul agora, nem que ela queira... Por que ela não está me usando como a senhora insinuou! Ela ficou sem falar comigo por dias e me escondeu tudo isso pra que eu não sofresse as conseqüências com ela! Mas isto acabou, não vou deixá-la só! Eu não me importo em passar por nada se for por ela!

Ale – mas eu me importo! E você não vai a lugar nenhum!

Esta foi sua última palavra naquele dia, mas eu não estava conformado. Fui deitar exausto, e apesar do cansaço quase não consegui dormir. O mais importante por enquanto era deixar que a Dulce se tranqüilizasse... Deixaria que ela pensasse que estava tudo bem, e quando ela não estivesse mais aqui, daria um jeito. Eu não quebraria minha palavra com ela. Morreria de saudades, mas pelo menos ela iria ficar bem por lá... E um dia, ia buscá-la.

De manhã cedo, talvez cedo demais, ela me ligou. De imediato não pensei muito bem, estava muito grogue, afinal não tinha dormido bem. Depois fiquei preocupado, mas não tinha acontecido nada... Ela ligou marcando nosso último encontro antes da viagem.

Fomos tomar café juntos no parque, um piquenique meio improvisado, mas eu não estava me importando com a comida. Enquanto a abraçava, só conseguia antecipar a saudade que sentiria, já doía... Mas era necessário.

Dulce – o que a sua mãe disse quando você falou com ela?

Ucker – ficou bem nervosa... – admiti. – Ela é muito protetora, você sabe... – Ela aquiesceu, aninhando-se em meus braços.

Dulce – ela deve me odiar...

Ucker – claro que não meu amor... Alguém consegue te odiar? – Ela deu um sorriso sem graça.

Dulce – diante da situação em que me encontro, sim, ela tem motivos pra isso...

Ucker – não, ela não odeia você, não pensa besteira...

Dulce – sabe... Esses dias eu tenho pensado muito em tudo... Nos conhecemos a apenas um mês...

Continua...